sexta-feira, 19 de junho de 2020

Crítica - Pokémon: Isle of Armor


Análise Crítica - Pokémon: Isle of Armor

Review - Pokémon: Isle of Armor
Quando escrevi sobre Pokémon Sword/Shield mencionei como ele refinava muitos elementos problemáticos que passaram tempo demais intocados pela franquia, ainda que a ausência da possibilidade de trazer todos os monstrinhos para o game fosse um pouco limitadora. Pois a primeira expansão dos dois jogos, Isle of Armor traz de volta mais uma centena de criaturas de gerações anteriores, além de um novo espaço para explorar.

A trama da expansão é bem simples, o protagonista viaja para a ilha do título para treinar no Dojo local e, no processo, se envolve com os testes impostos pelo mestre Mustard, conhece um novo pokémon lendário em Kubfu e um novo rival na forma de Clara ou Avery, dependendo da sua versão do jogo. A história é bem simples e breve, podendo ser completada em duas ou três horas se o jogador for direto para os objetivos.

A trama aponta para uma expansão de elementos da mitologia da região de Galar, em especial a misteriosa energia Dynamax, mas não oferece muito em termos de desenvolvimento do universo. O novo (ou nova) rival, independente da versão, é mais irritante do que qualquer outra coisa, constantemente tentando menosprezar o protagonista com trocadilhos toscos envolvendo o tipo de pokémon em que se especializam, o que fica cansativo bem rápido. Por outro lado, mestre Mustard e sua esposa Honey (mostarda e mel, sacaram?), além do resto das figuras da ilha, são carismáticos o suficiente para evitar que tudo seja entediante.

quinta-feira, 18 de junho de 2020

Crítica – Kidding: 1ª Temporada


Análise Crítica – Kidding: 1ª Temporada

Review – Kidding: 1ª TemporadaEu não sabia exatamente o que esperar de Kidding. Fui assistir por conta do elenco encabeçado por Jim Carrey e por algumas cenas que viralizaram na internet por conta de sua inventividade visual. O que encontrei foi uma excelente mescla de drama e comédia que examina as consequências do trauma na psique humana.

Na trama, Jeff Picles (Jim Carrey) é um famoso apresentador infantil que há anos conduz um programa educativo televisivo com marionetes em uma emissora de acesso público. Jeff fica devastado com a morte de um de seus filhos em um acidente de carro e tem dificuldade em lidar com o próprio luto, principalmente porque sua esposa, Jill (Judy Greer), se separa dele e Jeff vê tudo desmoronar ao seu redor. Ao invés de processar todos esses sentimentos, Jeff os engole a seco e tenta manter a personalidade otimista e gentil de seu personagem televisivo, o Sr. Picles, o que obviamente só agrava seu estado mental.

Poucos atores dariam conta de um personagem como Jeff da maneira que Jim Carrey faz aqui. O ator dá conta das múltiplas facetas do apresentador de maneira bastante natural, transitando entre a personalidade lúdica e brincalhona do Sr. Picles quanto seu lado mais depressivo e autodestrutivo. Jeff, no entanto, não é o único de sua família com problemas emocionais. Seu pai, Seb (Frank Langella), e sua irmã, Deirdre (Catherine Keener) também tem seus próprios problemas emocionais.

quarta-feira, 17 de junho de 2020

Crítica - Downhill


Análise Crítica - Downhill

Review - DownhillO filme sueco Força Maior (2014) foi uma das melhores produções do ano em que foi lançado, vencendo prêmios no Festival de Cannes e sendo indicado a outras premiações internacionais como o Globo de Ouro. Como é comum acontecer, ele ganhou um remake hollywoodiano neste Downhill que, como a maioria dos remakes hollywoodianos de filmes internacionais premiados, parece não ter muito a dizer ou acrescentar ao que o original já fez.

Na trama, o casal Pete (Will Ferrell) e Billie (Julia Louis-Dreyfus) está passando férias nos alpes suíços com os filhos. Quando uma das áreas externas do resort é atingida por uma pequena avalanche e Pete corre sozinho, abandonando Billie e os filhos no local, isso muda completamente a dinâmica da família.

A ideia aqui, tal como no original, é ser uma comédia ácida sobre a natureza individualista do ser humano. Tratar de como rapidamente nos despimos de nosso viés de civilidade e humanismo quando as coisas apertam e passamos a nos preocupar apenas consigo mesmos. Algumas cenas chave do original estão presentes aqui de maneira bem semelhante, em especial a cena em que Pete e Billie revelam o que aconteceu no momento da avalanche para um casal de amigos e tudo explode uma discussão absurda em que Pete tenta racionalizar as próprias ações justificando que não fez nada errado.

terça-feira, 16 de junho de 2020

Crítica – Superman: Entre a Foice e o Martelo


Análise Crítica – Superman: Entre a Foice e o Martelo

Review – Superman: Entre a Foice e o MarteloLançado em 2003 para o selo Elsewords da DC, que contava histórias de seus super-heróis em universos paralelos, Superman: Entre a Foice e o Martelo imaginava o que teria acontecido se Kal-el tivesse caído na União Soviética ao invés de nos Estados Unidos. O resultado da obra de Mark Millar era uma das melhores histórias do personagem, que mostrava um amplo entendimento do que tornava o Superman tão singular ao mesmo tempo em que celebrava seu legado. Pois agora a Warner decidiu adaptar a história neste longa animado Superman: Entre a Foice e o Martelo e o resultado é quase tão bom quanto o material original.

Na trama, depois de ser revelado ao mundo, a existência do Superman soviético amplia ainda mais as tensões da Guerra Fria e os temores dos Estados Unidos com a expansão soviética. Para tentar conter a ameaça, o governo dos EUA recorre à sua mente mais brilhante: Lex Luthor. A partir de então acompanhamos as décadas de rivalidades entre as duas potências mundiais a partir da rivalidade entre Lex e o Superman.

segunda-feira, 15 de junho de 2020

Crítica – Destacamento Blood


Análise Crítica – Destacamento Blood

Resenha Crítica – Destacamento Blood
Spike Lee provavelmente não imaginou que Destacamento Blood, seu filme mais recente, seria lançado bem em meio a uma série de protestos sobre racismo e violência estatal contra a população negra dos Estados Unidos. Chegando via Netflix durante um momento político e um contexto de recepção que torna seus temas ainda mais relevantes, é difícil negar a força do trabalho de Lee aqui, ainda que tenha suas falhas.

Na trama, um grupamento de soldados negros que combateu junto na guerra do Vietnã retorna ao país nos dias de hoje para recuperar o corpo de um companheiro de farda que morreu em combate na selva. Eles também tem um segundo motivo: recuperar uma mala de ouro que resgataram de um avião de transporte da CIA e enterraram na floresta.

A narrativa, em essência, trata sobre duas guerras ou duas lutas que, para os personagens, nunca acabaram. Eles continuam vivendo o Vietnã, carregando em si todos os traumas e arrependimentos da guerra, assim como continuam vivendo a luta contra o racismo, por terem sido jogados em uma guerra para lutar, morrer e defender um país que os trata como cidadãos de segunda classe.

sexta-feira, 12 de junho de 2020

Drops – Férias Frustradas



Análise Crítica - Férias Frustradas

Review - Férias FrustradasFuncionando simultaneamente como uma continuação e um reboot do filme de 1983, este novo Férias Frustradas não tem lá muita trama e o arco dos personagens é previsível, mas tem momentos suficientemente divertidos para valer a experiência.

A narrativa acompanha a família Griswold liderada por Rusty (Ed Helms). Percebendo que seus filhos e esposa não estão com vontade de ir para o destino de férias habitual da família, ele decide repetir a viagem que fez na infância (nos eventos do Férias Frustradas original) e levar a família em uma viagem de carro através do país para o parque de diversões Walley World. Logicamente nem tudo dá certo ao longo da viagem e a família se coloca em muitas confusões.

A trama em si é bem previsível, com a família eventualmente colocando as diferenças de lado e aprendendo a cuidar melhor um do outro. O texto também tem sua parcela de furos e algumas incoerências, mas não chega a ser nada que quebre a imersão, principalmente porque não é o tipo de filme que assistimos pela história.

quinta-feira, 11 de junho de 2020

Drops – Doce Argumento

Análise Crítica – Doce Argumento

Review – Doce ArgumentoDoce Argumento é uma daquelas comédias bem lugar-comum que inundam constantemente o catálogo da Netflix, partindo da tradicional premissa do casal que se detesta, mas eventualmente descobre que se ama sem, no entanto, oferecer nada de novo ou diferente a esse clichê batido.

Na trama, Bennett (Jacob Latimore) e Lona (Sami Gayle) disputam a liderança do clube de debate da escola e são rivais desde a juventude. Ambos contam com a vitória no campeonato estadual de debate como meio de entrarem em uma boa universidade, mas quando não se classificam individualmente, tentam entrar como dupla. Ao trabalharem juntos, obviamente colocarão as diferenças de lado e vão descobrir que tem tudo a ver um com o outro.

Assim como outras comédias românticas da Netflix, a exemplo de Amor em Obras (2019), o principal problema nem é só a trama previsível, mas a completa ausência de drama ou conflito. Imaginamos que a disputa do campeonato será esse elemento, já que ambos contam com a vitória, mas isso é resolvido quando eles passam a competir como dupla. A informação de que as mães dos dois, Amy (Christina Hendricks) e Julia (Uso Aduba), foram rivais no colégio parece indicar que algum conflito surgirá disso, mas nada acontece nessa frente também.

quarta-feira, 10 de junho de 2020

Rapsódias Revisitadas – Pra Lá de Bagdá

Análise Crítica - Pra Lá de Bagdá


Review - Pra Lá de BagdáQuando foi originalmente lançado em 1998 a comédia de maconheiros Pra Lá de Bagdá não fez muito sucesso. Foi massacrada pela crítica e não rendeu muito em termos de bilheteria. Com o tempo, no entanto, acabou se tornando meio que um filme cult, provavelmente por ter algumas cenas realmente memoráveis ou pelo ganho de popularidade do comediante Dave Chappelle, que não era tão conhecido quando o filme estreou e hoje é um artista premiado.

Em essência Pra Lá de Bagdá é mais uma comédia de maconheiros ao estilo daquelas estreladas por Cheech e Chong, por exemplo. Na trama, Thurgood (Dave Chappelle) trabalha como faxineiro em uma empresa farmacêutica que faz experiências com maconha medicinal. Quando o amigo dele, Kenny (Harland Williams), é preso, Thurgood e seus outros companheiros de apartamento, Scarface (Guillermo Diaz, o Huck de Scandal) e Brian (Jim Breuer) decidem roubar a maconha do laboratório para vender nas ruas e levantar dinheiro para pagar a fiança de Kenny.

terça-feira, 9 de junho de 2020

Crítica – The Looming Tower


Análise Crítica – The Looming Tower

Review – The Looming Tower
Depois dos ataques de 11 de setembro muitas teorias da conspiração começaram a pipocar. De inferências que foi tudo feito em acordo entre o governo dos EUA e a família real saudita, a proposições de que apenas o ataque às torres foi real e todo resto encenado. A verdade, no entanto, pode ser muito mais simples, como sugere o premiado livro-reportagem O Vulto das Torres, escrito por Lawrence Wright, que serviu de inspiração para esta minissérie The Looming Tower, produção da Hulu que chega ao Brasil via Amazon Prime.

A começa ainda no final da década de noventa e é centrada em John O’Neill (Jeff Daniels), especialista em contraterrorismo do FBI. John começa a prestar atenção na ameaça potencial de Osama Bin Laden e da Al-Qaeda graças a ajuda do agente Ali Soufan (Tahar Rahim), um libanês criado nos EUA que entende a filosofia dos radicais islâmicos. O FBI, no entanto, não é a única agência de olho neles, com a CIA também possuindo uma divisão própria dedicada a coletar informações sobre a rede liderada por Bin Laden. O problema é que ao invés de cooperarem, as duas agências brigavam pela jurisdição dos casos e ocultavam informações uma da outra e isso basicamente permitiu que os atentados acontecessem.

segunda-feira, 8 de junho de 2020

Crítica – The Last Days of American Crime

Análise Crítica – The Last Days of American Crime

Crítica – The Last Days of American Crime
Adaptado de uma graphic novel de mesmo nome, este The Last Days of American Crime, nova produção original da Netflix, consegue ser simultaneamente longo demais e ainda assim incapaz de construir de maneira convincente os arcos de alguns de seus personagens ou mesmo um universo envolvente. Tudo isso faz suas desnecessárias duas horas e meia extremamente cansativas.

A trama se passa em um futuro próximo distópico no qual o governo dos EUA está prestes a acabar com o crime usando um sinal sonoro que paralisa as pessoas que pensem em cometer algo ilegal. Em meio a isso está o ladrão Bricke (Edgar Ramírez), cujo irmão morreu na prisão ao ser usado como uma das cobaias para o tal sinal. Como vingança, ele decide roubar bilhões de uma reserva federal dias antes do sinal ser ativado e usar esse dinheiro para fugir do país. Para tal, contará com a ajuda do gângster Kevin (Michael Pitt) e da hacker Shelby (Anna Brewster).