Desde o material de divulgação fica bem evidente que Encontro Fatal é um daqueles suspenses B
feitos a toque de caixa. Um produto com todo o jeito de filme exaustivamente
reprisado nas madrugadas de sábado no Supercine da Globo. Ainda assim você
espera que ele ao menos seja um bom filme B e consiga oferecer boas cenas de
suspense, mas nem isso ele consegue, como outros clones recentes de Atração Fatal (1987), a exemplo dos
fracos Acrimônia (2018), Fica Comigo (2017) ou Paixão Obsessiva (2017).
Na trama, Ellie (Nia Long) é uma advogada que está deixando
seu trabalho em uma poderosa firma para iniciar uma nova vida em uma cidade costeira
e recomeçar a vida ao lado do marido, Marcus (Stephen Bishop). Em seu último
trabalho na firma, entretanto, ela reencontra um antigo romance de faculdade em
David (Omar Epps), eles se conectam rapidamente e David deixa claro que quer
algo mais, mas Ellie decide não ir adiante. David não aceita e continua a
encontrar maneiras de entrar na vida de Ellie.
O primeiro problema aparece já no início com a construção
quase que ausente da crise do casamento de Ellie com Marcus. Se os personagens
não falassem que há uma crise, não teríamos como saber, já que isso não é
mostrado, não é sentido. Assim, o conflito inicial de Ellie ceder ou não às
investidas de David não tem impacto, porque não temos a exata dimensão de que
maneira o casamento dela está com problemas ao ponto de trair o marido parecer o
único jeito dela sentir alguma coisa.