segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Conheçam os vencedores do Emmy 2020

Vencedores do Emmy 2020


A entrega dos Emmy, premiação máxima da televisão dos Estados Unidos, aconteceu ontem, 20 de setembro. Por conta da pandemia do COVID-19 a cerimônia precisou se adequar a um formato virtual e contou com algumas séries dominando suas respectivas categorias. Entre as séries de comédia Schitt’s Creek levou todos os prêmios em que concorriam. Sucession ganhou a maioria dos prêmios na categoria de série de drama, mas a grande surpresa foi a vitória de Zendaya como melhor atriz por Euphoria. Na categoria de minisséries a grande vencedora foi Watchmen, recebendo inclusive o prêmio de melhor minissérie.

Confiram abaixo a lista completa de indicados com os vencedores de cada categoria destacados em negrito.

sexta-feira, 18 de setembro de 2020

Crítica – O Dilema das Redes

Análise Crítica – O Dilema das Redes

Review – O Dilema das Redes
Quando escrevi sobre Privacidade Hackeada (2019) mencionei que o documentário perdia de vista qual era a questão principal da desinformação que circulava nas redes. O documentário de 2019 focava no fato de que as redes digitais eram usadas pela extrema direita para disseminar desinformação, no entanto o mais preocupante não é a postura política de quem faz esse tipo de coisa e sim o quanto isso é fácil de fazer por qualquer um com dinheiro o bastante para direcionar publicações em rede, podendo moldar o comportamento das pessoas em qualquer direção (política, psicológica, de consumo) com os dados fornecidos por essas grandes empresas de internet. Este O Dilema das Redes compreende um pouco melhor o problema no cerne da discussão sobre privacidade digital e uso de dados de usuários.

O documentário é centrado em Tristan Harris, ex-funcionário do Google que em meados dos anos 2000 fez um manifesto sobre a necessidade dessas tecnologias de redes digitais serem mais humanizadas, menos predatórias e menos focadas em estimular que o usuário compre coisas ou passe o maior tempo possível diante da tela. Seu manifesto não causou nenhuma mudança na empresa, mas fez ele e outros desenvolvedores do Vale do Silício se unirem em repensar essas tecnologias. Assim, o documentário entrevista Tristan e outros ex-funcionários de empresas de tecnologia para entender como funcionam essas plataformas e os problemas inerentes a elas.

quinta-feira, 17 de setembro de 2020

Crítica – A Duquesa: 1ª Temporada

Análise Crítica – A Duquesa: 1ª Temporada

Review – A Duquesa: 1ª Temporada
Com um conteúdo levemente autobiográfico inspirado na experiência da comediante canadense Katherine Ryan vivendo em Londres como mãe solteira, A Duquesa tenta equilibrar comédia e drama ao construir uma insólita relação entre mãe e filha. O resultado, porém, acaba sendo um pouco irregular. 

Na trama segue o cotidiano Katherine (Katherine Ryan) e da filha Olive (Katy Byrne), enquanto Katherine tenta navegar a complicada relação que tem com o pai de Olive, Shep (Rory Keenan), um músico decadente, e com o desejo de ter mais um filho. Em meio a isso também está Evan (Steen Raskopoulos), namorado mais recente de Katherine com quem ela pensa em ter algo mais sério.

A força da série está mesmo na dinâmica entre a protagonista e a filha, na construção do forte laço de afeto que há entre as duas e também nas situações absurdas que elas se envolvem. Muito da comédia deriva do fato de Olive muitas vezes demonstrar uma maturidade superior à da mãe e a garota Katy Byrne convence como uma menina que demonstra ter uma sabedoria bem maior que a sua idade.

quarta-feira, 16 de setembro de 2020

Crítica – A Babá: Rainha da Morte

 

Análise Crítica – A Babá: Rainha da Morte

Review – A Babá: Rainha da Morte
O primeiro A Babá (2017) era uma comédia de terror que brincava com alguns clichês do gênero, mas nunca embarcava completamente no exagero e absurdo que sua premissa sugeria. Esses problemas desaparecem neste A Babá: Rainha da Morte que enfia tanto o pé no acelerador do absurdo que em muitos momentos a trama sequer faz muito sentido. O que não me incomodou o tanto que imaginei que incomodaria, já que tudo é realmente divertido.

Na trama, Cole (Judah Lewis) ainda está traumatizado pelos eventos que ocorreram no primeiro filme. Pior, ninguém acredita na versão dele e todos acham que ele está louco, dos pais aos colegas de escola que constantemente zoam o garoto. Melanie (Emily Alyn Lind) é a única que acredita nele, então quando Melanie chama Cole para a casa no lago de sua família, o jovem prontamente aceita. O que ele não imaginava é que teria de enfrentar mais um ritual satânico.

A natureza hiperbólica e absurda dos personagens já se faz sentir nos primeiros minutos quando Cole conversa com o conselheiro da escola sobre os eventos do primeiro filme e ouve do terapeuta que a solução para os problemas dele é transar. É uma fala inacreditável, que jamais seria dita por um conselheiro escolar do mundo real (ainda mais do jeito que o personagem fala no filme), mas que funciona aqui por conta do regime de absurdo no qual o filme se inscreve.

terça-feira, 15 de setembro de 2020

Drops – A Química que há Entre Nós

 

Análise Crítica – A Química que há Entre Nós

Review – A Química que há Entre Nós
Drama adolescente sobre primeiro amor, despertar afetivo, aprendizado sobre dificuldade e angústias da juventude em geral, este A Química que há Entre Nós não tem nada que já não vimos antes. Ainda assim ele se sustenta pelo cuidado com o qual trata seus temas.

Na trama, Henry (Austin Abrams) conhece Grace (Lili Reinhart, a Betty de Riverdale), uma garota que acabou de se transferir para seu colégio. Grace acaba entrando para a equipe do jornal da escola do qual Henry faz parte. Henry se interessa por Grace, mas tem dificuldade de se aproximar dela por conta da natureza retraída da garota, que parece não querer se abrir para ninguém. Aos poucos, Henry vai aprendendo sobre o passado dela e o trauma que Grace carrega consigo.

Em um primeiro momento é uma narrativa sobre o primeiro amor, sobre como Henry é tomado por esse sentimento arrebatador de estar apaixonado por alguém e de fazer tudo para concretizar esse sentimento. É tudo bem típico desse tipo de história, sem nada muito diferente, mas razoavelmente bem conduzido.

segunda-feira, 14 de setembro de 2020

Crítica – Marvel’s Avengers

 

Análise Crítica – Marvel’s Avengers

Review – Marvel’s Avengers
Quando escrevi sobre o beta de Marvel’s Avengers mencionei como as missões da história pareciam promissoras, mas todo o segmento multiplayer parece genérico e repetitivo. Pois agora com o jogo completo em mãos posso dizer que ele confirma minhas esperanças e também meus temores.

Na trama, depois de uma catástrofe que acontece durante o lançamento de um novo aeroportaviões, os Vingadores são considerados criminosos e dissolvidos. Uma nova organização a AIM surge para tentar restaurar o dano causado pelos Vingadores e lidar com o surgimento dos inumanos em decorrência da névoa terrígena liberada durante o incidente com os Vingadores. Cinco anos depois do incidente uma jovem inumana chamada Kamala Khan descobre provas dos segredos sombrios da AIM e da inocência dos Vingadores e tenta encontrar os heróis.

Kamala é a alma e o coração da trama, nos fazendo acompanhar tudo que acontece sob seus olhos de fã e empolgação ingênua em conhecer os Vingadores. A personagem acaba funcionando como a bússola desses heróis, redirecionando-os um para outro de modo a superarem os problemas do passado. É uma história que entende que o mais interessante desses personagens não são seus poderes, mas suas falhas e como isso os une e os faz colidir um com o outro. Também acerta na construção do vilão MODOK. Muitas vezes reduzido ao ridículo nos quadrinhos e séries por conta de sua aparência, aqui MODOK é trabalhado de maneira séria, apresentado como uma ameaça genuína aos heróis.

sexta-feira, 11 de setembro de 2020

Crítica - Sleight

 

Análise Crítica - Sleight

Review - Sleight

Responsável por tornar o ator Jacob Latimore conhecido, esse Sleight, lançado em 2016, é um daqueles pequenos filmes que contorna suas limitações orçamentárias com inventividade e sentimento, nos conquistando a despeito de seus problemas. É uma trama relativamente simples, que não chega a ter nada de grandes novidades, mas cuja construção, mesmo que nem sempre acerte, consegue entregar uma construção satisfatória para vários elementos que vai apresentando aos poucos ao longo da história.

Bo (Jacob Latimore) é um jovem mágico de rua que tenta aperfeiçoar um novo truque envolvendo ímãs para dar a impressão de telecinese. Ele mora sozinho com a irmã, Tina (Storm Reid) depois da morte dos pais e para se sustentar, acaba trabalhando para o traficante Angelo (Dulé Hill). Aos poucos, Bo vai sendo arrastado por Angelo para o lado mais violento do trabalho e começa a pensar em alternativas para se sustentar. O jovem mágico também conhece Holly (Seychelle Gabriel), por quem se apaixona e inicia um relacionamento.

As primeiras cenas demonstram o talento do protagonista com mágica e também criam uma aura de mistério acerca do estranho dispositivo de que Bo tem em seu braço e o que ele pretende com aquilo. Aos poucos a trama vai nos dando informações sobre o que é aquilo e o que ele pretende com um experimento tão arriscado. Quando finalmente o vemos colocar a estranha engenhoca em ação no clímax, tudo é bastante empolgante, já que o acompanhamos em tentar fazer aquilo funcionar ao longo de todo filme.

quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Crítica – Narciso em Férias

Análise Crítica – Narciso em Férias


Review – Narciso em Férias
Não sabia o que esperar deste Narciso em Férias, documentário sobre o período em que o cantor Caetano Veloso passou preso durante a ditadura militar brasileira. Imaginei que fosse ser um produto bastante quadrado, com entrevistas de Caetano e as pessoas próximas a eles na época, imagens de arquivo, documentos e outras estratégias comuns em documentários sobre o passado histórico. Assistindo ao filme não encontrei nada disso, mas uma proposta relativamente diferente (embora não seja nova) de lidar com essa questão da memória, testemunho e imagem como evidência.

O documentário abre com Caetano falando da noite em que foi preso, narrando que ninguém deu voz de prisão a ele ou qualquer coisa parecida, apenas que ele tinha sido chamado para depor. A fala ilustra as arbitrariedades do regime e como pessoas eram detidas sob falsos pretextos e sem o devido processo legal, atropelando direitos civis e liberdades individuais.

O documentário segue com apenas Caetano em cena. Não há qualquer outra imagem no filme, exceto pelo finalzinho que exibe closes da transcrição do interrogatório de Veloso na época (e lido pelo próprio ao longo do documentário), além de Caetano. Ninguém mais é ouvido, nenhuma outra fonte de imagem, captada pelo filme ou pré-existente é mostrada. É uma escolha corajosa, já que ter apenas uma pessoa falando por cerca de oitenta minutos poderia resultar em algo extremamente moroso, mas o filme parece confiar na capacidade de oratória de seu protagonista (e Caetano é, de fato, um ótimo narrador) e na força da história que ele conta.

quarta-feira, 9 de setembro de 2020

Crítica – Estou Pensando em Acabar com Tudo

 

Análise Crítica – Estou Pensando em Acabar com Tudo

Review – Estou Pensando em Acabar com Tudo
Escrito e dirigido por Charlie Kaufman a partir do livro de mesmo nome de autoria de Iain Reid, este Estou Pensando em Acabar com Tudo se apresenta como um suspense, mas não é um suspense típico. A tensão não vem exatamente de uma ameaça externa, de um inimigo que ameace os personagens, a tensão vem das próprias ansiedades da protagonistas conforme ela mergulha cada vez mais em seus pensamentos.

Na trama, a protagonista (Jesse Buckley) está indo com o namorado, Jake (Jesse Plemons), para conhecer os pais dele que ainda moram na pequena cidade rural em que Jake nasceu. Ao longo do trajeto, ela começa a pensar em terminar tudo com Jake e vai aos poucos tentando elencar, em sua mente, razões para continuar ou terminar com o namorado, dando início a um longo mergulho em sua psique.

Se no início parece que estamos diante de um típico filme de discussão de relacionamento, depois que o casal chega na casa dos pais de Jake fica evidente que o modo como a trama é narrada é qualquer coisa menos convencional. Como é comum nos materiais produzidos por Charlie Kaufman, realidade e subjetividade se misturam ao ponto em que não sabemos mais separar as duas coisas.

terça-feira, 8 de setembro de 2020

Crítica – Killing Eve: 3ª Temporada

Análise Crítica – Killing Eve: 3ª Temporada

Review – Killing Eve: 3ª Temporada
Em sua terceira temporada, Killing Eve continua sendo uma das melhores séries em exibição atualmente graças a sua combinação de suspense, drama e um pouco de comédia que se sustenta por diálogos afiados e personagens excêntricos. Esse terceiro ano foca nas consequências dos eventos da segunda temporada e como os envolvidos tentam se reerguer depois do ocorrido.

Após perder tudo no final da temporada anterior e ainda por cima ser baleada por Villanelle (Jodie Comer), Eve (Sandra Oh) passa a ter uma vida discreta, evitando chamar atenção para si mesma, mas não esqueceu sua obsessão com a assassina russa e continua a investigá-la, bem como a misteriosa organização por trás dela conhecida como Os Doze. No MI6 Carolyn (Fiona Shaw) também lida com as consequências da operação fracassada no final do segundo ano, tendo sido rebaixada e seus atos constantemente analisados, ela continua investigando Os Doze por conta própria. Os caminhos de Eve e Carolyn voltam a se cruzar quando o filho de Carolyn comete suicídio sob circunstâncias suspeitas, com as duas tentando descobrir o que realmente aconteceu. Já Villanelle volta a trabalhar com uma antiga mentora e tenta subir na hierarquia dos Doze.