A questão da brutalidade policial, por exemplo, aparece no oitavo episódio, que lida com o trauma coletivo da morte de Emmett Till, um brutal crime real que chocou (e choca ainda hoje) tanto pela violência do crime quanto pela sua motivação banal (ele supostamente teria assoviado para uma mulher branca) e pelo fato dos assassinos terem ficado impune.
A ideia de que as autoridades detêm um controle e poder sobre as vidas da população negra é ilustrada pelo arco de Dee (Jada Harris) ao longo do episódio. Amaldiçoada por um policial que faz parte do culto em busca do sangue de Tic, Dee começa a ser perseguida por duas entidades que se parecem como duas garotas gêmeas em blackface, maquiadas para reproduzirem traços da população negra de maneira caricatural e deturpada. A lógica da maldição se assemelha a da criatura de Corrente do Mal (2014), que não para de seguir o alvo até matá-lo, enquanto da ideia de alguém ser perseguido por um duplo deturpado remete a Nós (2018), do Jordan Peele, um dos produtores da série.