Quando escrevi sobre
a demo de Hyrule Warriors: Age of Calamity mencionei o quanto fiquei surpreso
do jogo conseguir transpor tantas mecânicas de
Zelda: Breath of the Wild para a estrutura de um game de ação
estilo Musou do spin-off
Hyrule Warriors.
O primeiro dessa série de derivados contava uma história própria que misturava
diferentes temporalidades do universo Zelda, misturando heróis e vilões de
games como
Ocarina of Time,
Twilight Princess ou
Skyward Sword, mas este é todo centrado
no universo apresentado em
Breath of the
Wild.
A trama se passa 100 anos antes de Breath of the Wild e conta a história do ataque de Calamity Ganon
que levou à queda de Hyrule, a morte dos quatro pilotos das feras divinas e a
Link ser colocado em estase durante um século. Ajuda não só a dar mais contexto
a Breath of the Wild como também
amplia nosso entendimento sobre esse universo ao ver como a Hyrule do jogo era
antes da devastação de Ganon. A narrativa também nos mostra versões muito mais
jovens dos personagens de BoW, como
Impa, que lá era já uma senhorinha idosa e aqui, em sua juventude, é uma ágil
guerreira, lutando com espadas, selos mágicos e símbolos místicos.
Há um
elemento de viagem no tempo aqui, no entanto, que pode desagradar os fãs mais
puristas de BoW. Outro problema é que
a trama é, em muitos momentos, excessivamente expositiva, focando mais em
explicar como as coisas aconteceram do que desenvolver os personagens e as
relações entre eles. Uma pena, já que os campeões Daruk, Mipha, Revali e Urbosa
são tão carismáticos. A única que recebe um pouco mais de desenvolvimento é Zelda, com a trama focando no senso de inadequação da princesa conforme ela parece não conseguir despertar o poder profetizado para ela.