Lançado em 1988, Duro
de Matar é constantemente lembrado como um dos melhores filmes de ação de
todos os tempos. Recentemente ele também entrou em outras discussões sobre
gêneros e subgêneros narrativos, mais especificamente: seria Duro de Matar um filme de Natal? A
narrativa certamente se passa no período natalino, mas seria isso o bastante
para considerá-lo um filme de Natal?
Para quem não conhece, na trama o policial nova-iorquino
John McClane (Bruce Willis) viaja até Los Angeles para reencontrar a esposa
Holly (Bonnie Bedelia) para tentar recuperar o casamento dos dois. Holly
trabalha em um luxuoso e tecnologicamente avançado arranha-céu na cidade e John
chega para encontrá-la durante uma festa da empresa, mas a festa é invadida
pelo grupo de ladrões liderados por Hans Gruber (Alan Rickman) que toma todos
de reféns. McClane consegue escapar e agora ele tentará lidar com os criminosos
por conta própria.
Na época de seu lançamento, o filme chamou atenção pelo modo
como reconfigurava os padrões de um filme de ação hollywoodiano. Durante a
década de oitenta, o gênero era tomado por astros com corpos hiperbólicos e
personagens virtualmente indestrutíveis que despachavam hordas de bandidos sem
se ferir como acontecia em Comando para
Matar (1985) ou Stallone Cobra
(1986). O John McClane de Bruce Willis era o oposto disso. Ele tinha um físico
relativamente normal, estava em uma clara situação de desvantagem em relação
aos seus inimigos e era vulnerável, física e emocionalmente.