sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

Lixo Extraordinário – Killer Workout

 Resenha Crítica - Killer Workout


Review - Killer Workout
Lançado em 1987, Killer Workout é um filme de terror sobre um serial killer que mata pessoas dentro de uma academia. É o tipo de premissa que já informa ao espectador que se trata de um filme B bem tosco que provavelmente não tem qualquer preocupação em fazer sentido e é exatamente isso que você vai encontrar aqui.

A trama começa com uma mulher entrando em uma câmera de bronzeamento artificial até que algo dá errado e ela é queimada viva. Imaginamos que essa é a primeira vítima do assassino, mas a cena será importante para uma reviravolta futura. Corta para a academia pertencente a Rhonda (Marcia Karr), um negócio em crescimento graças às aulas de aeróbica, cujos membros começam a ser mortos por um assassino misterioso.

Considerando a curta duração da fita, com cerca de oitenta minutos, chama a atenção da quantidade de imagens de mulheres praticando aeróbica e poses sugestivas, com pernas abertas ou bunda para cima, ou closes de traseiros e seios balançando que o filme insere e que provavelmente compõem um pouco mais de dez por cento de sua minutagem. São imagens que não tem qualquer propósito além de expor os corpos das figurantes ou apenas encher a duração do filme para que ele conseguisse chegar ao tamanho de um longa metragem. Na verdade, fica a impressão de que esse deveria ser um pornô, mas tiraram toda nudez explícita e deixaram só as cenas da “história”.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

Crítica – O Mundo Sombrio de Sabrina: 4ª Temporada

 Análise Crítica – O Mundo Sombrio de Sabrina: 4ª Temporada


Review – O Mundo Sombrio de Sabrina: 4ª Temporada
Depois de uma ótima primeira temporada, O Mundo Sombrio de Sabrina experimentou duas temporadas irregulares até chegar neste quarto que foi anunciado como o último. Na época não sabia se era um final devidamente planejado como tal ou a Netflix simplesmente decidiu não continuar da série, mas depois de ver todo o quarto ano a impressão é de que foi a segunda opção, já que não parece a culminação de tudo que foi construído até aqui.

A trama começa no ponto em que a terceira parou, com Sabrina (Kiernan Shipka) se dividindo em duas para aproveitar o melhor dos dois mundos, com a Sabrina Spellman ficando em Greendale e indo para o colégio enquanto Sabrina Morningstar fica no inferno governando ao lado do pai, Lúcifer (Luke Cook). Enquanto isso, o Padre Blackwood (Richard Coyle) libera os Horrores Sobrenaturais, criaturas ancestrais de grande poder, trazendo uma nova ameaça a Greendale.

A ideia de duas Sabrinas poderia render um bom estudo de personagem para entender como ela precisa existir nesses dois mundo para ser quem é e se restringir a um deles a faria sentir incompleta. O início da temporada até toca nesses temas, com ela inventando uma assombração na escola só para que tenha uma ameaça para combater ao lado dos amigos. Conforme a temporada progride, no entanto, essas questões são deixadas de lado e a própria versão infernal de Sabrina acaba aparecendo muito pouco.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Crítica – Amor em Little Italy

 

Análise Crítica – Amor em Little Italy

Review – Amor em Little Italy
Fui assistir Amor em Little Italy esperando algo como uma versão ítalo americana de Casamento Grego (2002), uma comédia romântica sobre um grupo específico de imigrantes que usa o humor para celebrar e homenagear essa herança cultural. O que encontrei, porém, é um filme cheio de clichês e estereótipos, seja em relação à trama de romance, seja em relação à representação da população ítalo-americana.

A trama acompanha o casal Leo (Hayden Christensen) e Nikki (Emma Roberts). Os dois se conhecem desde a infância quando os pais de ambos tinham uma pizzaria juntos. Décadas depois, Nikki retorna ao antigo bairro para passar alguns dias com os pais antes de partir para um emprego na Inglaterra e reencontra Leo, trazendo de volta sentimentos que ela pensava ter superado.

Christensen e Roberts se esforçam para tentar trazer alguma química ao casal, mas não conseguem superar o fato de que não há qualquer drama, tensão ou conflito entre eles. Já nas primeiras cenas o filme nos informa que eles tinham algo um pelo outro desde a infância e a rivalidade entre as famílias, que seria o principal elemento de conflito, não repercute em quase nada na trama do casal, fazendo pouca diferença. Só no final que a questão da disputa familiar se torna um fator, mas é resolvido tão rápido que não tem muito impacto.

terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Crítica – Zona de Combate

 

Análise Crítica – Zona de Combate

Review – Zona de Combate
Apesar de se passar em um futuro no qual a guerra é travada por robôs, Zona de Combate, produção original da Netflix, nunca aproveita ou justifica plenamente a ambientação que cria. Há uma tentativa de construir uma mensagem sobre a guerra, no entanto, durante boa parte da projeção também não parece haver um direcionamento claro da construção desse discurso.

Na trama, depois que o piloto de drones Harp (Damson Idris) contraria ordens e realiza ações que causam a morte de dois soldados aliados, ele é enviado diretamente para a zona de guerra para entender o que as tropas em solo passam e aprender que as consequências da guerra são mais severas do que aparecem nos monitores. Chegando lá ele é colocado para trabalhar com o androide Leo (Anthony Mackie) que está na caça por um perigoso traficante de armas Koval (Pilou Asbaek).

A ambientação no futuro nunca se justifica plenamente, já que a mensagem principal da trama, de que a guerra é ruim e desumanizante, poderia ser transmitida tranquilamente sem esse artíficio. Leo poderia simplesmente ser um soldado que se rebela contra as ordens de seus superiores por achá-las imorais que não faria diferença alguma. A impressão é que a questão do futuro só foi inserida para permitir algumas cenas de ação mais grandiloquentes com Leo enfrentando vários inimigos sozinhos.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

Crítica – Duas Por Uma

Resenha Crítica – Duas Por Uma

Review – Duas Por Uma
Duas Por Uma é daqueles filmes que não sabe que caminho seguir com sua premissa, tenta ir a várias direções diferentes e acaba não funcionando em nenhuma. Uma pena, pois a atriz Drew Barrymore consegue fazer as duas protagonistas soarem como pessoas completamente diferentes, mas o texto não dá a ela estofo suficiente para que nenhuma delas funcione.

A trama gira em torno de Candy (Drew Barrymore), uma atriz de comédia cuja carreira está afundando graças ao seu vício em drogas e seu péssimo temperamento. Paula (também Barrymore) é a substituta de Candy, ficando no set para que a equipe de filmagem ajuste luz, enquadramento ou façam as tomadas em que Candy não precisa falar ou mostrar o rosto. Com a decadência de Candy, Paula teme ficar sem trabalho e resolve ajudar Candy a reerguer a carreira se passando por ela.

Auxiliada por uma maquiagem que torna Paula levemente diferente da aparência normal de Barrymore, ainda que próxima o bastante para parecer com ela (cheguei a ficar em dúvida se ela era interpretada pela própria Drew), a atriz em ótima em fazer Candy e Paula soarem como pessoas completamente diferentes. Não só a voz é um pouco distinta, mas os maneirismos, linguagem corporal e outros elementos convencem de que estamos diante de pessoas diferentes.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

Crítica – Pose: 2ª Temporada

 

Análise Crítica – Pose: 2ª Temporada

Review – Pose: 2ª Temporada
A primeira temporada de Pose construía um retrato complexo sobre a comunidade LGBTQI em Nova Iorque e essa segunda temporada continua a aprofundar as nuances desse universo e as vivências de seus personagens. Avançando no tempo e chegando na década de noventa, a série continua a mostrar os obstáculos que os membros dessa comunidade enfrentam e como o contexto da época interferia em suas vidas.

Na trama desse segundo ano, Blanca (MJ Rodriguez), tenta seguir seu sonho de abrir seu próprio salão como manicure. A protagonista também estimula Damon (Ryan Jamaal Swain) a investir em sua carreira de dançarino, bem como Angel (Indya Moore) a perseguir seu sonho de ser modelo. Blanca também lida com o agravamento de sua saúde por conta do HIV, algo que também acontece com Pray Tell (Billy Porter).

Ao falar sobre o fenômeno pop que foi a canção Vogue de Madonna e como ela levou ao mainstream elementos da cultura LGBTQI que eram relegados ao underground, a série fala também sobre como a indústria cultural muitas vezes se apropriam de determinadas práticas, mas promovem um relativo apagamento daqueles que originam essa cultura. Por mais que os personagens comemorem a visibilidade que a canção trouxe para eles, o cotidiano de preconceito e exclusão permanece. Isso fica evidente no arco de Angel, no qual apesar do talento e beleza, ela acaba sendo excluída do meio da moda quando descobrem o fato dela ser trans.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

Crítica – A Assistente

 

Análise Crítica – A Assistente

Review – A Assistente
A Assistente é um daqueles filmes em que o material de divulgação dá uma percepção muito errada do que a obra final é, o que pode deixar muitos espectadores frustrados. Os trailers dão a impressão que se trata de um thriller, cheio de suspense e tensão, mas o filme em si é um olhar bem naturalista, quase como um documentário observativo, de uma jovem que trabalha como assistente de um poderoso produtor claramente inspirado na figura de Harvey Weinstein.

Na trama, Jane (Julia Garner), trabalha como assistente pessoal de um produtor de cinema. Ela tem poucos meses nesse emprego, mas vê nele uma oportunidade de crescer na carreira profissional. Aos poucos, no entanto, ela começa a perceber condutas suspeitas de seu chefe, principalmente no modo como ele trata algumas das atrizes, modelos e funcionárias que passam por lá. Toda vez que pensa em falar alguma coisa sobre o que presencia, é imediatamente hostilizada pelos colegas ou superiores, que a lembram de como o chefe pode abrir portas para ela e ir contra ele é jogar a carreira fora.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

Crítica – Bill e Ted: Encare a Música

 

Resenha Crítica – Bill e Ted: Encare a Música

Review – Bill e Ted: Encare a Música
Feita quase trinta anos depois de Bill e Ted: Dois Loucos no Tempo (1991) esta continuação, Bill e Ted: Encare a Música parecia só mais uma na onda de remakes e continuações tardias de filmes das décadas de 80 e 90. Na verdade, os protagonistas Keanu Reeves e Alex Winter estavam há anos tentando fazer um novo Bill e Ted e só agora conseguiram. É possível ver aqui o cuidado e o afeto por esses personagens, embora o filme tenha sua parcela de problemas.

Na trama, contrariando o fim do segundo filme, Bill (Alex Winter) e Ted (Keanu Reeves), não conseguiram criar a música que iria unir o mundo. Mais de vinte anos depois, a dupla continua tentando compor a fatídica música, mas a fama deles já praticamente se esvaiu. Tudo muda com a chegada de Kelly (Kristen Schaal), vinda do futuro. Filha de Rufus (o finado George Carlin), Kelly avisa que se eles não conseguirem fazer a música nas próximas horas, todo o tempo, espaço e realidade irá entrar em colapso. Assim, Bill e Ted viajam pelo multiverso para conseguir a tão esperada música.

terça-feira, 12 de janeiro de 2021

Crítica – Star Trek Discovery: 3ª Temporada

 

Análise Crítica – Star Trek Discovery: 3ª Temporada

Review – Star Trek Discovery: 3ª Temporada
A segunda temporada de Star Trek Discovery terminava com a tripulação da Discovery viajando mil anos no futuro para proteger os dados da Esfera. Era uma resolução ousada, que prometia um novo status quo para a série e dava mais possibilidades criativas, já que tirava os personagens da cronologia canônica pré série clássica e os levava a um período de tempo no qual teriam mais liberdade em relação ao que poderiam fazer.

Mil anos no futuro, Michael (Sonequa Martin-Green) descobre que um evento cataclísmico conhecido como “a combustão” destruiu todas as nave movidas a dilítio cerca de um século antes da chegada da Discovery naquele futuro. Sem dilítio e sem poder viajar em dobra, os planetas estão muito mais isolados do que antes e a Federação praticamente se extinguiu sem a possibilidade de viajar longas distâncias. Como a Discovery usa um motor de esporos, ela não é impactada por essas limitações do dilítio e, assim, a tripulação parte para tentar entender o que causou a combustão e reconstruir a Federação.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

Crítica – Pieces of a Woman

 Análise Crítica – Pieces of a Woman


Review – Pieces of a Woman
Perder um filho provavelmente deve ser uma das maiores dores que uma pessoa pode sentir. Perder um filho segundos depois do parto, sem sequer ter tempo para entender o que aconteceu, deve ser uma dor ainda pior. É sobre essa dor que Pieces of a Woman, produção original da Netflix, constrói sua narrativa.

Na trama, depois de um parto em casa que sai terrivelmente errado, Martha (Vanessa Kirby) perde a filha recém-nascida e fica sem saber como seguir adiante. O companheiro de Martha, Sean (Shia LaBeouf), e a mãe dela, Elizabeth (Ellen Burstyn), insistem que a culpa é da parteira e iniciam uma processo criminal contra ela a revelia da decisão de Martha. Enquanto isso, a protagonista tenta lidar com a perda ao seu modo.

O roteiro é hábil em evitar armadilhas e lugares comuns que uma trama dessas poderia cair. Poderia ser um dramalhão choroso e manipulativo cheio de platitudes e epifanias forçadas, poderia se reduzir a um drama de tribunal discutindo os méritos e problemas de partos em casa, corria o risco de cair em maniqueísmos simplórios e reduzir a mãe ou o marido de Martha em vilões manipuladores, mas o texto de Kata Weber evita tudo isso.