A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood
anunciou nesta segunda-feira (15) os indicados ao Oscar 2021. Dirigido por
David Fincher, Mank recebeu o maior
número de indicações, com 11 menções, o que foi uma relativa surpresa
considerando a passagem discreta por outras premiações.
Considerando o contexto da pandemia do COVID-19 e que muitos
países estão com salas de cinema fechadas ou funcionando de modo limitado, o
que não foi surpreendente foi o lugar ocupado por serviços de streaming. A Netflix foi a produtora com
o maior número de indicações esse ano e a Amazon Prime ficou em segundo lugar.
Um fato curioso entre os indicados é Glenn Close ter sido simultaneamente
indicada ao Oscar e ao Framboesa de Ouro (ou seja, como melhor e pior atriz
coadjuvante respectivamente) pelo seu trabalho em Era uma Vez um Sonho.
A 93ª premiação do Oscar deve acontecer no dia 25 de abril, mas seu
formato ainda não foi divulgado. Imagina-se que adaptações serão necessárias
por conta da pandemia. Confiram abaixo a lista completa de indicados.
De início este Moxie:
Quando as Garotas Vão à Luta parece uma comédia adolescente colegial cheia
de mensagens positivas, girl power e
autoafirmação, mas uma guinada brusca no terceiro ato dá um peso e uma seriedade
inesperada que a trama não consegue lidar.
A narrativa é protagonizada por Vivian (Hadley Robinson),
que cansa dos padrões machistas de sua escola, do bullying constante por conta dos garotos populares e da falta de
ação da diretora Shelly (Marcia Gay Harden) e decide mobilizar as garotas do
colégio. Para tanto, ela cria umarevista
chamada Moxie que distribui anonimamente pela escola e, com isso, as coisas
começam a mudar.
É um filme cheio de boas intenções para falar da importância
da mobilização feminina e quanto as mulheres podem crescer se ficarem unidas e
agirem junto. A questão é que a condução desses elementos acontece de maneira
um tanto ingênua, com as garotas da escola rapidamente aderindo à revista de
Vivian sem qualquer oposição além dos já citados garotos populares.
Tudo se resolve muito rapidamente, bastam algumas palavras
de ordem e todos se dobram às garotas, sejam colegas, professores ou outras
instâncias. Eu sei que filmes ou a arte como um todo não precisam
necessariamente falar sobre como o mundo é, que podem contar histórias sobre
como queriam que o mundo fosse, mas mesmo sob este viés, é difícil crer que, no
mundo de hoje, as falas da protagonista e suas amigas não encontrariam oposição
ou resistência.
Ocasionalmente o filme até põe em questão as facilidades que
Vivian encontra em sua jornada ao mostrar as consequências das ações dela sobre
Claudia (Lauren Tsai), melhor amiga de Vivian, que acaba sendo responsabilizada
pela revista. Filha de imigrantes, Claudia conta a Vivian as dificuldades que
ela e a família passam, chamando a atenção de como o feminismo sem consciência
de classe social, etnia ou outras variáveis interseccionais pode continuar
propagando as mesmas desigualdades. Como tudo mais no filme, passa por esses temas
de maneira superficial, mas é um ponto importante de ser abordado.
Até então era possível deixar passar as palavras de ordem e
resoluções fáceis por entender ser um feel
good movie feito para funcionar como um passatempo para o público se sentir
bem e inspirado. O problema maior vem nos últimos vinte minutos da narrativa
quando a trama insere um problema sério demais para ser tratado de maneira tão
leviana.
Nos seus últimos momentos o filme traz uma acusação de
estupro contra o garoto popular que praticava bullying constantemente. É uma
questão séria, que destoa do tom leve do restante do filme. Tratar esse tema
com o devido cuidado por si só já traria uma mudança brusca no tom do filme,
fazer isso nos cerca de quinze minutos entre o surgimento da acusação e o
desfecho da trama é quase irresponsável. Isso porque, como todo resto da
narrativa, bastam algumas palavras de ordem e frases motivacionais para que
tudo se resolva e tudo fique bem, quando no mundo real as coisas são muito mais
complexas.
Dificilmente uma acusação dessa natureza, principalmente
contra um garoto popular e de classe alta, se resolveriam com tanta facilidade.
A garota que denunciou provavelmente enfrentaria ataques pessoais e mesmo sendo
muito otimista que isso não acontecesse, dificilmente seu trauma se resolveria
com meia dúzia de frases clichê de autoajuda. Do modo como aparece no filme o
estupro é usado de maneira sensacionalista e irresponsável apenas para gerar um
choque e depois passar por cima de todas as repercussões e complexidades que um
tema desses geraria. Dá para perceber que o filme tinha boas intenções, mas nem
sempre boas intenções se concretizam e aqui elas prestam um desserviço que
banaliza o modo como lidamos com abuso.
Perdido entre ser uma comédia adolescente leve ou filme
sério sobre abuso, Moxie: Quando as
Garotas Vão à Luta é um exemplo que de que boas intenções não são
suficiente para sustentar uma narrativa problemática.
O Framboesa de Ouro, premiação que “homenageia” os piores
filmes do ano divulgou nesta sexta-feira (12/03) os seus indicados. 365 Dias e Dolittle lideram com seis indicações cada. Entre as omissões está The Last Days of American Crime, que foi massacrado no lançamento, mas não recebeu nenhuma indicação, e A Última Coisa que Ele Queria, que ficou em primeiro lugar em nossa lista de piores filmes do ano passado, mas aqui recebeu apenas uma indicação. O anúncio dos vencedores
deve acontecer on-line no dia 24 de abril, até lá confiram abaixo a lista
completa de indicados e contem para nós qual filme tem a torcida de vocês.
Escrito e estrelado por Annie Mumolo e Kristen Wiig (que
juntas também escreveram Missão Madrinha
de Casamento) este Duas Tias Loucas
de Férias é uma comédia tão absurda e sem noção que me pergunto como as
duas roteiristas conseguiram pensar em tantas coisas sem sentido e conseguiram
mesclar tudo em um filme minimamente coeso dentro do universo quase que
cartunesco que tenta criar. Digo isso porque penso é necessário muita fabulação
e inteligência para criar personagens tão estúpidos e ainda assim nos fazer
minimamente nos importar com eles.
A trama acompanha as amigas Barb (Annie Mumolo) e Star
(Kristen Wiig), duas mulheres de meia idade que ficam sem rumo depois que a
loja de móveis em que trabalham acaba fechando. Elas decidem se reinventar
viajando para uma pequena cidade na Flórida chamada Vista Del Mar, supostamente
um paraíso para pessoas de meia idade. Lá elas conhecem o bonitão Edgar (Jamie
Dornan) e se envolvem com ele romanticamente. O que elas não sabem é que Edgar
é um perigoso espião trabalhando para a supervilã Sarah Gordon Fisherman
(também Kristen Wiig) que deseja matar todos em Vista Del Mar usando um
dispositivo que controla mosquitos assassinos.
Em termos de premissa, a jornada de uma garota para
encontrar a última esperança de salvar um mundo à beira da destruição por
forças malignas não é exatamente novidade, nem mesmo a ideia da necessidade de
união diante de um grande mal. Estamos, no entanto, vivendo tempos tão
polarizados, com tanta divisão e falta de diálogo que é difícil não perceber o
quanto a animação Raya e o Último Dragão é
relevante para os tempos em que estamos vivendo.
Na trama, a jovem Raya (voz de Kelly Marie Tran) percorre
seu reino na esperança de conseguir invocar Sisu (voz de Awkwafina) a última
dos dragões e a aparentemente a única capaz de deter o avanço dos Druun, uma
praga mística que transforma em pedra todos os seres vivos que toca. Sisu já
tinha contindo os Druun séculos atrás quando concentrou a magia dos dragões em
uma joia mágica, mas a gema se partiu quando as múltiplas nações do reino
lutaram por sua posse.
O coração da trama, portanto, é a ideia de união. O avanço
dos Druun não se dá por conta de um vilão específico e sim pela incapacidade
humana de cooperar. As nações se dividem porque não conseguem dialogar e se
mantem divididas porque todos estão presos a rancores de séculos atrás e são
incapazes de dar um voto de confiança para o outro. A divisão, portanto, enfraquece
um mundo da trama. O arco de Raya vai se o de superar o trauma do passado
quando foi traída por alguém que julgava ser sua amiga e aprender que as outras
nações não são o que ela pensava ser.
Perdi as contas de quantas vezes vi Um Príncipe em Nova York (1988) na Sessão da Tarde e em VHS. Era
uma comédia romântica bem tradicional em termos de trama (o cara rico que finge
ser pobre é usado por Hollywood desde a década de 1930), mas tinha um diretor e
um protagonista no auge de suas respectivas formas, conduzindo tudo com um
carisma e um afeto que é difícil não se deixar conquistar pelo filme. É o tipo
de clássico que não dá para repetir, então me aproximei deste Um Príncipe em Nova York 2 com certa
cautela. O resultado é logicamente inferior ao original, mas não chega a ser
intragável.
Na trama, Akeem (Eddie Murphy) se torna rei de Zamunda
depois do falecimento de seu pai, Jaffe (James Earl Jones). Como Akeem não tem
filhos homens, ele ascende ao trono sem um príncipe herdeiro, pois as leis de
Zamunda determinam que apenas homens podem assumir o trono. Isso o coloca sob
ameaça do general Izzi (Wesley Snipes), governante do país vizinho que planeja
assassinar Akeem. As coisas mudam quando Semmi (Arsenio Hall) conta a Akeem que
ele tem um filho bastardo nos Estados Unidos. Assim, Akeem retorna ao Queens
para tentar trazer o filho, Lavelle (Jermaine Fowler), para Zamunda e torná-lo
seu herdeiro.
Lançado em 1962, Cleo
das 5 às 7 é o segundo longa-metragem dirigido pela cineasta Agnes Varda e
ajudou a sedimentar a diretora como um nome importante do movimento da nouvelle vague francesa bem como no
cinema mundial. Em um espaço dominado por homens (e mesmo hoje ainda é) o filme
de Varda toca em questões de existencialismo e também de como a sociedade
francesa percebia as mulheres.
A trama é centrada na cantora Florence “Cleo” Victoire
(Corinne Marchand) que aguarda o resultado de um exame que lhe dirá se ela tem
câncer. Nas horas que antecedem a resposta sobre sua saúde, acompanhamos Cleo
conforme ela questiona o que fazer com sua vida e encara a possibilidade da
morte.
Se passando quase que em tempo real, a narrativa pondera
sobre a vida e as coisas que lhe de dão sentido, mostrando como mesmo em um
curto espaço de tempo muita coisa pode acontecer, podemos descobrir sentimentos
que não conhecíamos ao nosso respeito, trabalhar ou mesmo agir de maneira
fútil, mas que tudo isso significa estar experimentando a vida, as
possibilidades que o mundo nos dá.
A série (minissérie?) WandaVision
não era para ser a primeira entre os seriados do universo Marvel previstos
para o Disney+. O previsto era que O
Falcão e o Soldado Invernal fosse a estreia da Marvel no streaming da Casa do Mickey, mas a série
sofreu atrasos nas gravações, então esse papel coube a WandaVision. Assistindo à série é possível entender porque
inicialmente ela não foi pensada para ser nosso primeiro contato com esse
universo depois de quase um ano de hiato por conta da pandemia. O formato e
estrutura narrativa, que foca em paródias de sitcoms é diferente demais do tipo de narrativas encontradas nos
filmes da Marvel, um atributo que acaba sendo a principal vantagem e também um
dos problemas da série. Aviso que o texto abaixo contem SPOILERS da série.
A trama se passa tempos depois de Vingadores: Ultimato(2019). Wanda (Elizabeth Olsen) está
aparentemente casada com Visão (Paul Bettany) e vivendo uma idílica vida de
classe média suburbana. Só um problema, Visão foi morto por Thanos (Josh
Brolin) nos eventos de Vingadores: Guerra Infinita (2018) e, de alguma maneira, o casal parece estar vivendo em uma
espécie de sitcom da década de 50.
Aos poucos, no entanto, vamos percebendo que há algo muito estranho nessa
realidade.
A pandemia trouxe várias mudanças em nosso cotidiano. Afetou
nossas relações pessoais, trabalho e mexeu na maneira como fazemos muitas
coisas. A realização audiovisual foi uma das atividades mais afetadas pela
pandemia, afinal ter dezenas de pessoas em um set fechado, mesmo de máscara,
não é plenamente seguro. Muitos realizadores tentam pensar em tipos de
histórias que podem ser contadas no contexto pandêmico e Cuidado Com Quem Chama é um desses esforços.
A narrativa segue um grupo de amigas que, entediadas com o
confinamento da quarentena, contratam uma médium para fazer uma sessão espírita
via videoconferência. Logicamente coisas estranhas começam a ocorrer e o grupo
desconfia que talvez tenham invocado algum espírito maligno.
Não é o primeiro filme a ser feito com personagens em
videoconferência, outros como Amizade Desfeita (2014) e Buscando(2018)
já contaram histórias usando esses dispositivos. Até mesmo a série Modern Family já tinha feito um episódio
inteiro dessa maneira. Aqui, no entanto, dado o contexto da pandemia, recorrer
a esse meio para contar uma história bem típica de invocação maligna soa como
uma solução esperta para contornar os problemas que se impõem na realização
audiovisual por conta dos cuidados sanitários que devem ser tomados.
De início este Pode
Guardar Um Segredo? começa como uma banal comédia romântica, mas conforme a
trama se desenvolve, vai se tornando cada vez mais problemático, ao ponto em
que fica insuportável de assistir. É o tipo de filme que até poderia funcionar
como uma diversão despretensiosa, mas é tão equivocado na construção do
relacionamento do casal principal que reproduz ideias antiquadas sobre homens e
mulheres.
Na trama, Emma (Alexandra Daddario) é uma jovem atrapalhada,
que constantemente se mete em problemas e não consegue manter um emprego.
Durante um voo ela conhece Jack (Tyler Hoechlin) e acaba confidenciando a ele
seus principais segredos durante uma violenta turbulência do avião. Ao voltar
para o trabalho, Emma fica sabendo que o dono da empresa vai chegar para
supervisionar a filial e descobre que ele é ninguém menos que Jack. Agora ela
precisa saber como lidar com alguém que conhece seus segredos mais íntimos.
O roteiro tenta construir Emma como aquele clichê de comédias
românticas como a jovem aparentemente banal, atrapalhada e sem confiança que
não consegue fazer nada certo até que conhece um homem que abre seus horizontes
e ela começa a por a vida no lugar. Tem vários problemas dentro dessa
construção. O primeiro é que tanto o texto quanto a performance de Daddario
pesam tanto a mão no lado desengonçado e esquisito da personagem que ela soa
como uma completa lunática desequilibrada ao invés encantadora. Outro problema
é que o texto tenta vender a ideia de Emma como essa garota sem graça, tão
incapaz de chamar a atenção de qualquer homem que ela fica surpresa quando Jack
demonstra interesse nela. Essa ideia cai por terra quando lembrando que a
personagem tem a aparência de Alexandra Daddario, uma mulher extremamente
atraente. Então quando ouvimos Emma falar sobre padrões de beleza é difícil
comprar a insegurança da personagem, já que ela se encaixa completamente
naquilo que seria considerado atraente.
Se por um lado temos Emma como uma mulher cheia de falhas,
por outro Jack não possui absolutamente nenhuma. O personagem é um príncipe
encantado perfeito durante boa parte da trama e relação entre dois não só é
unilateral como nunca explica o motivo dele se sentir atraído por Emma. Sim,
Jack explica que foram as confissões dela no avião, mas considerando que a
personagem pende mais para doida do que para desengonçada, é difícil embarcar
na ideia de que o alto executivo de uma empresa se apaixonaria por uma
histérica que lhe revelou todas as intimidades durante uma turbulência. Além
disso, incomoda que a relação deles consista em Emma idolatrar Jack enquanto
ele é retratado como alguém magnânimo por estar dando oportunidade para que uma
garota tão cheia de falhas como Emma esteja com alguém tão perfeito quanto ele.
Essa dinâmica da mulher cheia de problemas que é “resgatada”
por um “príncipe encantado” transforma Emma em uma figura passiva, que precisa
ser salva de sua vida de mediocridade por esse homem aparentemente perfeito já
que de outro modo não conseguiria dar uma guinada na própria existência.
Reproduzir essas noções anacrônicas em pleno século XXI, de que uma mulher só
seria capaz de amadurecer quando um homem salvador aparecer em sua porta, é um
desserviço.
O que já era ruim se torna muito pior quando Jack revela em
uma entrevista na televisão todos os segredos íntimos que Emma lhe contou e a
trama trabalha pesado em relativizar o comportamento do executivo e força a
barra para atenuar as consequências. Realisticamente seria impossível que Emma
conseguisse continuar trabalhando na empresa ou que conseguisse reconstruir a
carreira por um bom tempo. O filme até mostra os colegas fazendo piadas e
comentários maldosos, mas logo tudo é esquecido pelo roteiro.
Do mesmo modo, ter um alto executivo revelando em rede nacional
as intimidades de uma funcionária com quem ele se relaciona certamente
levantaria acusações de assédio a tal ponto que seria inviável ele se manter no
cargo e causaria um enorme dano à imagem da empresa. Mais uma vez o filme até
tenta abordar essa questão com a supervisora de Emma perguntando a ela se houve
algum assédio, mas o momento é completamente sabotado pelo fato da supervisora
dizer que conhece a boa índole de Jack, como que fazendo uma defesa prévia do
personagem. É como se essa declaração anulasse a óbvia dinâmica de poder em
jogo ou fato de Jack ser gente boa tornasse impossível que ele pudesse cometer
assédio, sendo que assediadores comumente se apresentam como “caras legais”.
Para piorar tudo, o texto ainda tenta colocar Jack como uma
vítima da situação ao inserir um mal entendido em que Jack crê que Emma iria
contar as intimidades dele para um repórter. Assim que isso acontece, o filme
parece esquecer a gravidade do que Jack fez (de novo, realisticamente ele teria
acabado com a carreira de Emma) e constrói toda a situação como se Emma que
devesse desculpas a Jack e as ações dele fossem um mero vacilo sem grandes
consequências. Tudo isso soa manipulativo e desonesto, tentando forçar um
enlace romântico quando não devia ter um e sequer temos motivos para torcer
para que o casal termine junto, já que Jack se comportou como um babaca e Emma
passa o filme inteiro agindo como uma lunática.
Os momentos de humor raramente funcionam, gerando mais
vergonha ou irritação do risadas de fato. Gemma (Kimiko Glenn), por exemplo,
deveria ser a amiga engraçada da protagonista que dá conselhos absurdos, mas
ela é tão fútil, autocentrada e desagradável que mais causa incômodo do que
gargalhadas. As cenas que o texto tenta fazer rir pela conduta desengonçada de
Emma não funcionam porque é tudo tão exagerado que a protagonista não soa
apenas como uma garota atrapalhada, mas como alguém tão incapaz de entender
conduta humana básica que chega a ser surpreendente que ela consiga viver em
sociedade.
Com personagens desinteressantes, humor que não funciona e
uma visão problemática sobre relacionamentos, Pode Guardar um Segredo? é um desastre do qual praticamente nada se
salva.