A trama, escrita pelo comediante Pete Davidson, tem um cunho semiautobiográfico. O protagonista, Scott (Pete Davidson), é um jovem de 24 anos que não terminou a escola, vive com a mãe, Margie (Marisa Tomei), e lida com problemas de ansiedade e depressão desde muito cedo quando perdeu o pai, um bombeiro que faleceu em serviço. Quando a irmã mais nova de Scott, Claire (Maude Apatow), sai de casa para ir para a faculdade e Margie arruma um novo namorado, Ray (Bill Burr), que também é bombeiro, Scott é confrontado sua imaturidade e forçado a revisitar traumas passados. Assim como o protagonista, Davidson também cresceu em Staten Island e também perdeu o pai, um bombeiro que faleceu durante o resgate de vítimas do 11 de setembro, quando ainda era criança.
segunda-feira, 15 de março de 2021
Crítica – A Arte de Ser Adulto
Conheçam os indicados ao Oscar 2021
A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood anunciou nesta segunda-feira (15) os indicados ao Oscar 2021. Dirigido por David Fincher, Mank recebeu o maior número de indicações, com 11 menções, o que foi uma relativa surpresa considerando a passagem discreta por outras premiações.
Considerando o contexto da pandemia do COVID-19 e que muitos países estão com salas de cinema fechadas ou funcionando de modo limitado, o que não foi surpreendente foi o lugar ocupado por serviços de streaming. A Netflix foi a produtora com o maior número de indicações esse ano e a Amazon Prime ficou em segundo lugar. Um fato curioso entre os indicados é Glenn Close ter sido simultaneamente indicada ao Oscar e ao Framboesa de Ouro (ou seja, como melhor e pior atriz coadjuvante respectivamente) pelo seu trabalho em Era uma Vez um Sonho.
A 93ª premiação do Oscar deve acontecer no dia 25 de abril, mas seu
formato ainda não foi divulgado. Imagina-se que adaptações serão necessárias
por conta da pandemia. Confiram abaixo a lista completa de indicados.
sexta-feira, 12 de março de 2021
Crítica – Moxie: Quando as Garotas Vão à Luta
A narrativa é protagonizada por Vivian (Hadley Robinson), que cansa dos padrões machistas de sua escola, do bullying constante por conta dos garotos populares e da falta de ação da diretora Shelly (Marcia Gay Harden) e decide mobilizar as garotas do colégio. Para tanto, ela cria uma revista chamada Moxie que distribui anonimamente pela escola e, com isso, as coisas começam a mudar.
É um filme cheio de boas intenções para falar da importância da mobilização feminina e quanto as mulheres podem crescer se ficarem unidas e agirem junto. A questão é que a condução desses elementos acontece de maneira um tanto ingênua, com as garotas da escola rapidamente aderindo à revista de Vivian sem qualquer oposição além dos já citados garotos populares.
Tudo se resolve muito rapidamente, bastam algumas palavras de ordem e todos se dobram às garotas, sejam colegas, professores ou outras instâncias. Eu sei que filmes ou a arte como um todo não precisam necessariamente falar sobre como o mundo é, que podem contar histórias sobre como queriam que o mundo fosse, mas mesmo sob este viés, é difícil crer que, no mundo de hoje, as falas da protagonista e suas amigas não encontrariam oposição ou resistência.
Ocasionalmente o filme até põe em questão as facilidades que Vivian encontra em sua jornada ao mostrar as consequências das ações dela sobre Claudia (Lauren Tsai), melhor amiga de Vivian, que acaba sendo responsabilizada pela revista. Filha de imigrantes, Claudia conta a Vivian as dificuldades que ela e a família passam, chamando a atenção de como o feminismo sem consciência de classe social, etnia ou outras variáveis interseccionais pode continuar propagando as mesmas desigualdades. Como tudo mais no filme, passa por esses temas de maneira superficial, mas é um ponto importante de ser abordado.
Até então era possível deixar passar as palavras de ordem e resoluções fáceis por entender ser um feel good movie feito para funcionar como um passatempo para o público se sentir bem e inspirado. O problema maior vem nos últimos vinte minutos da narrativa quando a trama insere um problema sério demais para ser tratado de maneira tão leviana.
Nos seus últimos momentos o filme traz uma acusação de estupro contra o garoto popular que praticava bullying constantemente. É uma questão séria, que destoa do tom leve do restante do filme. Tratar esse tema com o devido cuidado por si só já traria uma mudança brusca no tom do filme, fazer isso nos cerca de quinze minutos entre o surgimento da acusação e o desfecho da trama é quase irresponsável. Isso porque, como todo resto da narrativa, bastam algumas palavras de ordem e frases motivacionais para que tudo se resolva e tudo fique bem, quando no mundo real as coisas são muito mais complexas.
Dificilmente uma acusação dessa natureza, principalmente contra um garoto popular e de classe alta, se resolveriam com tanta facilidade. A garota que denunciou provavelmente enfrentaria ataques pessoais e mesmo sendo muito otimista que isso não acontecesse, dificilmente seu trauma se resolveria com meia dúzia de frases clichê de autoajuda. Do modo como aparece no filme o estupro é usado de maneira sensacionalista e irresponsável apenas para gerar um choque e depois passar por cima de todas as repercussões e complexidades que um tema desses geraria. Dá para perceber que o filme tinha boas intenções, mas nem sempre boas intenções se concretizam e aqui elas prestam um desserviço que banaliza o modo como lidamos com abuso.
Perdido entre ser uma comédia adolescente leve ou filme
sério sobre abuso, Moxie: Quando as
Garotas Vão à Luta é um exemplo que de que boas intenções não são
suficiente para sustentar uma narrativa problemática.
Nota: 5/10
Trailer
Conheçam os indicados ao Framboesa de Ouro 2021
O Framboesa de Ouro, premiação que “homenageia” os piores
filmes do ano divulgou nesta sexta-feira (12/03) os seus indicados. 365 Dias e Dolittle lideram com seis indicações cada. Entre as omissões está The Last Days of American Crime, que foi massacrado no lançamento, mas não recebeu nenhuma indicação, e A Última Coisa que Ele Queria, que ficou em primeiro lugar em nossa lista de piores filmes do ano passado, mas aqui recebeu apenas uma indicação. O anúncio dos vencedores
deve acontecer on-line no dia 24 de abril, até lá confiram abaixo a lista
completa de indicados e contem para nós qual filme tem a torcida de vocês.
quinta-feira, 11 de março de 2021
Crítica - Duas Tias Loucas de Férias
A trama acompanha as amigas Barb (Annie Mumolo) e Star (Kristen Wiig), duas mulheres de meia idade que ficam sem rumo depois que a loja de móveis em que trabalham acaba fechando. Elas decidem se reinventar viajando para uma pequena cidade na Flórida chamada Vista Del Mar, supostamente um paraíso para pessoas de meia idade. Lá elas conhecem o bonitão Edgar (Jamie Dornan) e se envolvem com ele romanticamente. O que elas não sabem é que Edgar é um perigoso espião trabalhando para a supervilã Sarah Gordon Fisherman (também Kristen Wiig) que deseja matar todos em Vista Del Mar usando um dispositivo que controla mosquitos assassinos.
quarta-feira, 10 de março de 2021
Crítica – Raya e o Último Dragão
Na trama, a jovem Raya (voz de Kelly Marie Tran) percorre seu reino na esperança de conseguir invocar Sisu (voz de Awkwafina) a última dos dragões e a aparentemente a única capaz de deter o avanço dos Druun, uma praga mística que transforma em pedra todos os seres vivos que toca. Sisu já tinha contindo os Druun séculos atrás quando concentrou a magia dos dragões em uma joia mágica, mas a gema se partiu quando as múltiplas nações do reino lutaram por sua posse.
O coração da trama, portanto, é a ideia de união. O avanço dos Druun não se dá por conta de um vilão específico e sim pela incapacidade humana de cooperar. As nações se dividem porque não conseguem dialogar e se mantem divididas porque todos estão presos a rancores de séculos atrás e são incapazes de dar um voto de confiança para o outro. A divisão, portanto, enfraquece um mundo da trama. O arco de Raya vai se o de superar o trauma do passado quando foi traída por alguém que julgava ser sua amiga e aprender que as outras nações não são o que ela pensava ser.
terça-feira, 9 de março de 2021
Crítica – Um Príncipe em Nova York 2
Na trama, Akeem (Eddie Murphy) se torna rei de Zamunda depois do falecimento de seu pai, Jaffe (James Earl Jones). Como Akeem não tem filhos homens, ele ascende ao trono sem um príncipe herdeiro, pois as leis de Zamunda determinam que apenas homens podem assumir o trono. Isso o coloca sob ameaça do general Izzi (Wesley Snipes), governante do país vizinho que planeja assassinar Akeem. As coisas mudam quando Semmi (Arsenio Hall) conta a Akeem que ele tem um filho bastardo nos Estados Unidos. Assim, Akeem retorna ao Queens para tentar trazer o filho, Lavelle (Jermaine Fowler), para Zamunda e torná-lo seu herdeiro.
segunda-feira, 8 de março de 2021
Rapsódias Revisitadas – Cleo das 5 às 7
A trama é centrada na cantora Florence “Cleo” Victoire (Corinne Marchand) que aguarda o resultado de um exame que lhe dirá se ela tem câncer. Nas horas que antecedem a resposta sobre sua saúde, acompanhamos Cleo conforme ela questiona o que fazer com sua vida e encara a possibilidade da morte.
Se passando quase que em tempo real, a narrativa pondera sobre a vida e as coisas que lhe de dão sentido, mostrando como mesmo em um curto espaço de tempo muita coisa pode acontecer, podemos descobrir sentimentos que não conhecíamos ao nosso respeito, trabalhar ou mesmo agir de maneira fútil, mas que tudo isso significa estar experimentando a vida, as possibilidades que o mundo nos dá.
domingo, 7 de março de 2021
Crítica – WandaVision
A trama se passa tempos depois de Vingadores: Ultimato (2019). Wanda (Elizabeth Olsen) está aparentemente casada com Visão (Paul Bettany) e vivendo uma idílica vida de classe média suburbana. Só um problema, Visão foi morto por Thanos (Josh Brolin) nos eventos de Vingadores: Guerra Infinita (2018) e, de alguma maneira, o casal parece estar vivendo em uma espécie de sitcom da década de 50. Aos poucos, no entanto, vamos percebendo que há algo muito estranho nessa realidade.
sexta-feira, 5 de março de 2021
Drops – Cuidado Com Quem Chama
A narrativa segue um grupo de amigas que, entediadas com o confinamento da quarentena, contratam uma médium para fazer uma sessão espírita via videoconferência. Logicamente coisas estranhas começam a ocorrer e o grupo desconfia que talvez tenham invocado algum espírito maligno.
Não é o primeiro filme a ser feito com personagens em videoconferência, outros como Amizade Desfeita (2014) e Buscando (2018) já contaram histórias usando esses dispositivos. Até mesmo a série Modern Family já tinha feito um episódio inteiro dessa maneira. Aqui, no entanto, dado o contexto da pandemia, recorrer a esse meio para contar uma história bem típica de invocação maligna soa como uma solução esperta para contornar os problemas que se impõem na realização audiovisual por conta dos cuidados sanitários que devem ser tomados.