Tinha tudo para ser um musical vibrante e divertido com uma mensagem positiva de enfrentamento dos preconceitos. De certa forma, até é isso, mas também é demasiadamente arrastado, se alongando por desnecessárias duas horas e quinze com várias subtramas que apenas repetem as mesmas ideias do conflito principal envolvendo Emma. Lá pela marca de uma hora, quando a presidente da associação de pais, Sra. Greene (Kerry Washington), trapaceia na realização da formatura e deixa Emma sozinha na festa, imaginamos que o filme caminha para o seu clímax, com as estrelas da Broadway encabeçadas por Dee Dee Allen (Meryl Streep) organizando uma nova festa ou denunciando a Sra. Greene. Só que não, ainda há mais de uma hora de filme em que a trama se arrasta para chegar a esse ponto.
Boa parte dos problemas vem da necessidade da trama em dar a cada personagem uma subtrama só sua, sendo que muitas dessas histórias soam redundantes. A narrativa do ator Barry (James Corden) narrando como foi expulso de casa pela mãe por ser gay toca nas mesmas questões de homofobia da trama principal, por exemplo. Imagino que todas essas narrativas secundárias já estivessem presentes no musical teatral que deu origem ao filme, a questão é que nem tudo que funciona em um meio, funciona em outro.
O discurso contra a homofobia por vezes peca pelo excesso de didatismo, muitas vezes soando como uma videoaula na qual essas ideias são explicadas com pouca organicidade. Claro, em muitos momentos o filme lida bem com isso, em especial no conflito do relacionamento de Emma com a namorada, Shelby (Sofia Daler), que teme em sair do armário para a mãe. Há também a questão das variações bruscas de tom, com a narrativa muitas vezes saindo de uma cena envolvendo um drama sério sobre preconceito para um número musical alegre e exuberante, com essas transações por vezes soando abruptas.
O ponto alto, logicamente, são os números musicais. Repletos de cor, energia e exuberância, as canções retratam os sonhos românticos de Emma ou os desejos de grandeza dos astros da Broadway. As canções também trazem uma boa dose de humor, reconhecendo que o núcleo da Broadway está agindo mais por ego do que por crença, com Meryl Streep e Nicole Kidman vendendo muito bem a falta de noção e desespero por holofotes dessas personagens.
Eu queria ter gostado mais de A Festa de Formatura por causa de suas canções divertidas e elenco
carismático, mas seu ritmo arrastado e excesso de subtramas atrapalham a
experiência.
Nota: 6/10
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