Então vale a pena retornar a Marvel’s Avengers? Bem, depende de como você se sente em relação ao jogo base, já que além do conteúdo adicional não muito em termos de reestruturar os elementos problemáticos que apontei no lançamento. A principal adição é a campanha Futuro Imperfeito centrada em Clint Barton, o Gavião Arqueiro. A narrativa mistura elementos de dois arcos do personagem nos quadrinhos, Minha Vida como Uma Arma, que mostrava ele vivendo num prédio em Nova Iorque com vizinhos pitorescos, e em Old Man Hawkeye que colocava o velho Clint em um futuro apocalíptico.
sexta-feira, 2 de abril de 2021
Crítica – Marvel’s Avengers (Playstation 5)
quinta-feira, 1 de abril de 2021
Crítica – Os Novos Mutantes
A trama começa quando a jovem Danielle Moonstar (Blu Hunt) chega a uma isolada instalação médica liderada pela doutora Reyes (Alice Braga). Dani acabou de passar por uma tragédia familiar, perdendo toda a família, e é informada por Reyes que foi acolhida na instituição por ter poderes mutantes e precisa colocá-los sob controle. Na instituição Dani conhece os outros jovens internos, Rahne (Maisie Williams), Sam (Charlie Heaton), Roberto (Henry Zaga) e Illyiana (Anya Taylor-Joy). Aos poucos coisas estranhas começam a acontecer no instituto conforme os personagens começam a ter visões de traumas passados.
quarta-feira, 31 de março de 2021
Crítica – Druk: Mais Uma Rodada
A trama é protagonizada por Martin (Madds Mikkelsen), um professor de história que vê sua carreira e seu casamento estagnarem e sente viver em uma bolha de apatia. Um dia, em um jantar com outros colegas professores colegiais, Martin ouve falar de uma proposição de um filósofo de que seria possível melhorar a vida pessoal e profissional mantendo constantemente um pequeno percentual de álcool no sangue. Assim, Martin e seus colegas de trabalho decidem fazer um experimento de tentar manter essa pequena quantidade de álcool para verificar se isso produz algum resultado.
De início a trama discute como tratamos o álcool como tabu, mas, ao mesmo tempo, idolatramos os feitos de pessoas que eram notórios consumidores de álcool como Churchill (que aqui é exibido sob um prisma puramente positivo, sem mencionar sua violência colonial) ou Hemingway. A pequena dose de álcool consumida pelos personagens vai alterando seu cotidiano, deixando-os mais criativos, mais soltos melhorando a atividade profissional e socialização deles.
terça-feira, 30 de março de 2021
Crítica – Bad Trip
A premissa é bem básica, Chris (Eric André) e Bud (Lil Rel Howery) são dois amigos de infância que moram em uma cidadezinha da Flórida, vivendo de bicos e subempregos. Quando Chris fica sabendo que Maria (Michaela Conlin), de quem gosta desde os tempos de escola, vai se mudar para Nova Iorque ele convence Bud a ir numa viagem de carro para a grande cidade. A questão é que Chris pede a Bud para usar o carro de Trina (Tiffany Haddish), irmã de Bud e uma criminosa violenta que está na prisão. Ao longo da viagem, Trina foge da prisão e resolve ir atrás dos dois.
É um fiapo de roteiro que serve apenas para justificar ações alopradas de seus personagens, que funcionam por conta da entrega ao absurdo e cara de pau de André, Howery e Raddish em se manterem no personagem enquanto reagem com populares incrédulos. Ao contrário de programas de pegadinhas como o já citado Jackass, esses populares pegos no meio das cenas raramente servem de vítimas ou objetos de humilhação para os protagonistas, funcionando mais como cúmplices de cena, reagindo aos atores e dando a eles mais combustível para que eles construam seu humor físico e nonsense.
A questão é que, na prática, essas interações com os populares são muitas vezes reduzidas a olhares curiosos e/ou constrangidos desses indivíduos, um expediente que fica rapidamente cansativo. Ocasionalmente, o filme encontra boas interações como na cena em que Chris e Bud batem o carro, no momento em que Chris cai de cima de um bar ou durante o confronto final com Trina nas quais vemos os populares tentando ajudar de alguma maneira. Considerando os tempos em que vivemos, chega a ser reconfortante ver que existem pessoas dispostas a ajudar completos estranhos em situações doidas no meio da rua.
Por outro lado, boa parte cenas são completamente inconsequentes para a trama e considerando que o filme tem oitenta e cinco minutos, não sobra muito material para sustentar a jornada dos personagens. Se eles apenas queriam experimentar fazer comédia com pessoas aleatórias na rua, teria sido melhor criar um programa de esquetes do que um filme narrativo. Essas cenas também incomodam pelo excesso de edição no qual fica evidente que cada interação num mesmo espaço aconteceu em momentos e/ou dias diferentes, como se o filme estivesse esperando que alguém reagisse da maneira desejada para enfim construir a cena.
Os recursos de montagem tiram a espontaneidade e fazem muitos segmentos soarem forçados, um sentimento ampliado durante os créditos do filme quando vemos que várias cenas, a exemplo do despertar de Chris, foram filmadas com inúmeras “vítimas”, deixando claro que é menos um exercício de improviso e mais em provocar os anônimos até obterem o efeito desejado. Aliás, a própria ideia de que o uso de não-atores produziria algo mais genuíno ou mais real é, em si, problemática, já que viver uma situação e performar para a câmera são duas coisas muito distintas (que o diga Clint Eastwood e seu insosso 15h17: Trem Para Paris). Se isso fosse verdade todo mundo usaria não profissionais e não haveria necessidade para atores treinados. O fato de Bad Trip ter que constantemente recorrer a truques de montagem para tentar fazer render essas interações mostra que essa espontaneidade não vem assim fácil.
Apesar de alguns lampejos de humor e emoção genuínas, Bad Trip tem dificuldade de conciliar
sua trama com as “pegadinhas” envolvendo pessoas reais, com situações que soam
forçadas em muitos momentos.
Nota: 4/10
Trailer
segunda-feira, 29 de março de 2021
Crítica – Framing Britney Spears: A Vida de Uma Estrela
O que é apresentado aqui é um competente trabalho de pesquisa que examina a trajetória profissional de Britney desde quando ela começou no mundo do entretenimento ainda muito jovem até os dias atuais quando ela luta para reverter a situação da tutela jurídica. Em termos de forma é um documentário bem simples, se baseando no padrão de entrevistas e imagens de arquivo, privilegiando mais a transmissão de informações e a construção da retórica de convencimento acerca da questão problemática que é a tutela de Spears.
Mais do que a questão da tutela, o documentário pondera sobre o papel da mídia na trajetória da cantora, especialmente no modo como ela foi, desde muito nova, constantemente cobrada, vigiada e pressionada pelos veículos de imprensa do mundo todo, algo que não deve ser saudável. A natureza predatória dos paparazzi fica evidente na entrevista com o fotógrafo que registrou o ataque de Britney com um guarda chuva. Os vídeos feitos por ele evidenciam que a cantora claramente não estava bem e o tempo todo ouvimos ela ou as pessoas que estavam com ela pedindo para pararem de filmar, mas ainda assim o paparazzo a seguiu de carro por horas e na entrevista para o documentário ainda diz que não fez nada de errado, deixando claro que esse modo de cobrir celebridades não tem nenhuma preocupação em estabelecer uma boa relação com a fonte, com o consentimento de imagem ou com princípios éticos.
sexta-feira, 26 de março de 2021
Crítica – Mank
A trama mostra Herman “Mank” Mankiewicz (Gary Oldman) acamado depois de um acidente de carro. Com problemas financeiros e de saúde que vinham desde antes do acidente e com a reputação prejudicada entre os executivos de grandes estúdios por conta de seu alcoolismo, vício em apostas e constantes críticas às hipocrisias dos magnatas da mídia, Mank aceita escrever um roteiro para o então incipiente diretor Orson Welles (Tom Burke), uma história inspirada na trajetória de William Randolph Hearst (Charles Dance).
A narrativa vai e volta no tempo entre o Mank do presente tentando finalizar seu roteiro e o passado do roteirista, mostrando sua relação complicada com o produtor Louis B. Mayer (Arliss Howard), chefão da MGM, com o ricaço Hearst e com Marion (Amanda Seyfred), a jovem esposa de Hearst. Os flashbacks mostram a relação complicada de Mank com os figurões de Hollywood e da mídia por conta de sua vida de excessos e posições políticas. Enquanto a Hollywood da década de 1930 adotava uma postura de não criticar a Alemanha nazista por medo de perder arrecadação por lá, Mank já denunciava os perigos que os nazistas representavam.
quinta-feira, 25 de março de 2021
Crítica – O Som do Silêncio
Ruben (Riz Ahmed) é um baterista de heavy metal que começa a perder a audição. Ele tem uma banda junto com a namorada, Lou (Olivia Cooke), e logicamente se preocupa em como seu problema inviabilizará seu modo de vida. Ruben pensa na possibilidade de conseguir retomar a vida com um implante coclear, no entanto, o custo alto o impede de conseguir a cirurgia. Sem alternativas, ele vai morar em uma comunidade de surdos para aprender a lidar com a nova condição e aceitar que não há nada de errado com ele.
A jornada do protagonista é quase uma jornada de luto, passando por estágios como negação, raiva, barganha ou aceitação. De certa forma faz sentido, já que Ruben experimenta uma perda que praticamente torna impossível que ele siga com o mesmo modo de vida e precisa de tempo para se adequar à sua nova realidade. Nesse sentido, Riz Ahmed é ótimo em nos apresentar o desespero e desamparo de Ruben conforme ele percebe que está em um caminho sem volta.
quarta-feira, 24 de março de 2021
Crítica – Era Uma Vez um Sonho
A trama é focada em J.D (Gabriel Basso) um jovem estudante de direito que volta para sua cidade natal depois de saber que sua mãe, Bev (Amy Adams), teve uma overdose. Lá, ele começa a rememorar sobre a juventude, as dificuldades passadas com a família e a difícil relação que tinha com a mãe e com a avó (Glenn Close).
A narrativa vai e volta no tempo, intercalando o presente de J.D lidando com a overdose mãe com diferentes momentos do passado em que ele rememora a infância morando com a mãe e posteriormente com a avó. Não há muita razão para boa parte dessas idas e vindas que trabalham mais para dar um caráter fragmentado e episódico do que para efetivamente costurar essas diferentes experiências. O filme poderia começar com J.D indo para casa e depois voltando ao passado, contando tudo cronologicamente em ordem a partir daí que não faria muita diferença.
terça-feira, 23 de março de 2021
Crítica – Por Trás da Inocência
A trama é centrada em Mary (Kristin Davis), uma escritora de romances de suspense que há anos não produz nada de novo por conta de um bloqueio criativo. Um dia ela é procurada pelos seus editores que oferecem um largo adiantamento para que ela produza um novo livro para sua mais famosa série. Em problemas financeiros por conta de apostas financeiras ruins do marido, Tom (Dermot Mulroney), ela acaba aceitando e mergulha no universo sombrio de suas personagens. Ao mesmo tempo, a família contrata uma nova babá em Grace (Greer Gramer) e Mary começa a sentir uma estranha atração pela jovem, mas talvez tudo seja apenas imaginação da escritora, muito imersa nas tramas sombrias de seus livros.
segunda-feira, 22 de março de 2021
Crítica – Cabras da Peste
Bruceuilis (Edimilson Filho) é um policial de uma pequena e pacata cidade no interior do Ceará. Quando uma cabra é levada por um caminhão transportando rapadura batizada com drogas, Bruceuilis segue o criminoso até São Paulo para recuperar o animal. Lá ele encontra o apoio de Trindade (Matheus Nachtergaele), um policial paulista sem respeito dos colegas por querer fazer apenas trabalho burocrático.
É o típico arranjo da dupla de personalidades opostas, um de temperamento explosivo e afeito a ação e outro mais retraído, como em Máquina Mortífera. Aqui a narrativa é autoconsciente dos clichês que evoca e constantemente faz piada com isso, a exemplo da perseguição inicial envolvendo Bruceuilis e um sujeito que aparentemente roubou um ventilador, uma correria que acaba com barris convenientemente posicionados explodindo atrás do protagonista.