segunda-feira, 26 de abril de 2021

Crítica – Falcão e o Soldado Invernal (Parte 1)

 

Análise Crítica – Falcão e o Soldado Invernal (Parte 1)

Review – Falcão e o Soldado Invernal (Parte 1)
Originalmente pensada para ser a primeira das séries do universo Marvel a passar no Disney Plus, Falcão e o Soldado Invernal acabou sendo adiado por conta de atrasos na produção e WandaVision foi a primeira. Assistindo a série, é possível entender porque ela foi escolhida para ser a primeira já que a narrativa ajuda a nos situar no estado do universo após os eventos de Vingadores: Ultimato (2019). Avisamos que o texto contem SPOILERS da série.

Na trama, Sam Wilson (Anthony Mackie) decide entregar o escudo de Steve Rogers (Chris Evans) para o governo, esperando que o item seja colocado em um museu. A decisão não agrada Bucky (Sebastian Stan), que acha que Sam deveria seguir os desejos de Steve e ficar com o escudo. Ao mesmo tempo, uma nova ameaça surge no horizonte na forma dos Apátridas, um grupo liderado por Karli Morgenthau (Erin Kellyman) que deseja retornar o mundo à situação de maior igualdade e distribuição de recursos que havia durante os cinco anos do estalo de Thanos. Além dos Apátridas, Sam e Bucky precisam lidar com John Walker (Wyatt Russell), um novo Capitão América nomeado pelo governo, um sujeito escolhido para a posição à revelia dos desejos de Sam ou Steve Rogers.

Conheçam os vencedores do Oscar 2021

Conheçam os vencedores do Oscar 2021

A 93ª cerimônia do Oscar aconteceu neste domingo, 25 de abril, e por conta da pandemia ainda foi um pouco diferente. O espaço foi um local mais aberto do que o habitual Teatro Dolby, as canções concorrentes não foram apresentadas durante a transmissão e ao invés de uma orquestra tivemos o DJ Questlove, tudo para diminuir contato e manter o distanciamento entre as pessoas. Em relação aos prêmios em si, Mank, que era o filme com maior número de indicações, saiu com apenas duas estatuetas. Já Nomadland levou vários prêmios importantes, com a diretora Chloe Zhao se tornando a segunda mulher a receber um Oscar de direção, além de ter vencido melhor atriz para Frances McDormand e o cobiçado prêmio de melhor filme. A grande surpresa da noite foi a vitória de Anthony Hopkins como melhor ator, já que muitos apostavam que iria postumamente para Chadwick Boseman. Apesar da surpresa, foi uma vitória merecida, já que Hopkins entregou uma das melhores performances de sua carreira.

 

Confiram a lista abaixo para ver os vencedores e os indicados em cada categoria:

 

domingo, 25 de abril de 2021

Conheçam os vencedores do Framboesa de Ouro 2021

 Vencedores do Framboesa de Ouro 2021

O Framboesa de Ouro, premiação que “homenageia” os piores filmes do ano, anunciou seus vencedores no sábado, 24 de abril. O maior vencedor foi Music, que levou três Framboesas, mas o prêmio de pior filme foi para o “documentário” Absolute Proof que apresentava uma série de teorias conspiratórias sem fundamento para tentar afirmar que a eleição de 2020 foi roubada por Joe Biden. Além deles, 365 Dias da Netflix levou pior roteiro e Dolittle venceu como pior remake ou sequência. Confiram abaixo a lista completa de indicados com os vencedores destacados em negrito.

 

sexta-feira, 23 de abril de 2021

Drops – Medalha de Bronze

 Análise Crítica – Medalha de Bronze


Review - The Bronze
Este Medalha de Bronze é estruturalmente uma narrativa sobre esporte bem típica, com a protagonista em uma jornada para se tornar uma versão melhor de si mesma, vencer uma competição e explorar seus traumas do passado. O que impede o filme de ser meramente uma coleção de lugares comuns é sua protagonista Hope Ann (Melissa Rauch, a Bernardette de The Big Bang Theory).

Na trama, Hope é uma ex-ginasta que continua vivendo da fama de ter vencido uma medalha de bronze nas Olimpíadas uma década atrás. Ela passa os dias vagando por sua cidade natal comendo e recebendo produtos de graça no comércio local. Quando sua antiga treinadora comete suicídio, Hope fica sabendo que ficará com a herança, mas para receber o dinheiro precisa treinar uma nova promessa local da ginástica, Maggie (Haley Lu Richardson).

Hope se comporta como uma criança mimada, achando que todos lhe devem reverência e obediência por conta de seu passado. A insistência da personagem andar vestida com o jaqueta da equipe de ginástica de dez anos atrás mostra como ela está parada nessa fase da vida. Se sentindo amargurada pela lesão que lhe tirou a chance de um futuro ainda melhor no esporte, ela se engaja em uma rotina autodestrutiva de consumo de drogas. Também apegado ao passado é o técnico interpretado por Sebastian Stan, que protagoniza, ao lado de Rauch, uma das cenas de sexo mais hilárias da história recente.

quinta-feira, 22 de abril de 2021

Crítica – Radioactive

 Análise Crítica – Radioactive


Review – Radioactive
Marie Curie foi um dos nomes mais importantes da ciência moderna, descobrindo dois novos elementos químicos e também os efeitos da radiação. Era questão de tempo até um filme contar sua história, de como ela mudou o mundo com suas descobertas e abriu caminho para as mulheres na ciência. Este Radioactive tenta fazer exatamente isso, mas se perde em um roteiro excessivamente fragmentado.

A trama segue Marie Curie (Rosamund Pike) desde o momento inicial de suas pesquisas, quando conheceu o marido, Pierre (Sam Riley), até a morte da cientista. Ao longo da trajetória conhecemos as contribuições de Marie para a ciência, bem como elementos de sua vida pessoal e os problemas que ela teve de enfrentar por ser uma mulher em um ambiente profissional dominado por homens.

A direção de Marjane Satrapi (responsável por Persépolis e As Vozes) tenta nos manter imersos no processo mental de Curie, com cortes rápidos que nos mostram os vários processos e experimentos entrecortados com imagens de átomos ou outros elementos gráficos que ajudem a tornar acessível a compreensão do trabalho da protagonista. Já era esperado um certo nível de exposição dos diálogos para falar sobre o trabalho científico de Marie, mas o filme traz uma exposição em excesso até para falar da vida pessoal da personagem.

quarta-feira, 21 de abril de 2021

Drops – Alma de Cowboy

 Análise Crítica – Alma de Cowboy


Review – Alma de Cowboy
Produção original da Netflix, Alma de Cowboy é uma história bem típica sobre conflitos entre pais e filhos que é elevada pela comunidade singular que retrata (quantos filmes sobre cowboys negros urbanos vocês conhecem?) e pela conexão dos dois protagonistas. Na trama, Cole (Caleb McLaughlin) é um adolescente problemático e, para tentar colocá-lo na linha, o envia para morar com o pai, Harp (Idris Elba), que vive em uma comunidade de criadores de cavalos na Filadélfia.

É claro que Cole inicialmente rejeitará essa nova vida e tentará fugir, é claro que inicialmente todo o trabalho que o pai o obriga a fazer cuidado de animais parece muito duro, mas após algum tempo Cole irá entender o sentido de tudo aquilo e aprenderá a importância do trabalho e de construir algo com as próprias. É daqueles filmes que a gente sabe absolutamente tudo que vai acontecer, todas as batidas e reviravoltas, já nos primeiros minutos. Ainda assim ele funciona.

Isso porque há um olhar muito afetuoso para a comunidade que retrata. Ao invés de explorar a ambientação como algo apenas insólito ou pitoresco, há um cuidado genuíno em nos fazer entender o modo de vida daquelas pessoas, das escolhas que fazem e o porquê daquilo tudo ser importante para o grupo. Outro mérito é o trabalho de Caleb McLoughlin (o Lucas de Stranger Things) e de Idris Elba. Caleb vende bem o senso de inadequação e frustração de Cole, que sempre se sentiu abandonado pelo pai, enquanto Elba traz um charme áspero a Harp, um sujeito que passou por uma vida dura, mas que amadureceu com essas experiências e, ao modo dele, tenta cuidar da comunidade ao redor. Os melhores momentos do filme nascem justamente dos embates entre os dois, repletos de emoção intensa, em especial na cena em que Harp justifica a escolha do nome do filho.

terça-feira, 20 de abril de 2021

Lixo Extraordinário – A Porta da Loucura (Reefer Madness)

 

Crítica – A Porta da Loucura (Reefer Madness)

Review - Reefer Madness
Hoje a nossa coluna é dotada de algum valor de pesquisa histórica sobre cinema. O filme que falaremos hoje, A Porta da Loucura (Reefer Madness), lançado em 1938, é considerado uma das primeiras produções de Hollywood a falar dos "perigos" da maconha. Observar a “denúncia” feita por esse filme com o olhar de hoje rende boas risadas, já que boa parte do discurso contrário à maconha, feito para assustar as pessoas a se manterem distantes dela, se baseia em ideias já refutadas sobre a substância e em um sensacionalismo tão exagerado que torna tudo hilário. É importante destacar que existem duas versões deste filme, a versão original em preto-e-branco lançada em 1936 e uma versão colorizada (o mesmo filme, só que com cor) dele que foi lançada décadas depois.

A abordagem sensacionalista já se faz presente no letreiro inicial, que avisa que apesar de ser uma obra de ficção, o filme visa educar pais e jovens para o perigo real da droga que está destruindo comunidades, a maconha, que faz as pessoas ficarem em um estado de completa insanidade que conduz a atos de violência. A primeira cena mostra uma reunião da associação de pais no qual um palestrante alerta sobre os perigos das drogas sendo traficadas para os Estados Unidos, com a montagem cortando para imagens que deveriam ilustrar como essas drogas são escondidas em livros, broches ou solas de sapato, mas a maioria dessas drogas nem parecem drogas, apenas grandes retângulos brancos que mais lembram barras de sabão. Claro, alguém poderia dizer que essas não são as drogas em si, mas os pacotes em que são transportadas, no entanto, quando vimos drogas transportadas em retângulos brancos perfeitos?

segunda-feira, 19 de abril de 2021

Crítica – Amor e Monstros

 

Análise Crítica – Amor e Monstros

Review – Amor e Monstros
Este Amor e Monstros é um daqueles filmes que parece ter sido feito por algum algoritmo, combinando elementos de outras obras e gêneros que deram certo em uma colcha de retalhos narrativa que espera atingir o maior público possível. O resultado, no entanto, é algo derivativo e desprovido de personalidade.

A trama se passa em um futuro apocalíptico no qual o planeta foi tomado por criaturas mutantes depois que mísseis disparados contra um asteroide que se aproximava da Terra dispersou químicos na atmosfera. Sete anos depois, quase toda a população foi morta e os que sobraram vivem em bunker subterrâneos. Joel (Dylan O’Brien) é um desses poucos sobreviventes que vivem em esconderijos subterrâneos. Quando ele recebe uma mensagem via rádio de Aimee (Jessica Henwick), sua namorada antes do apocalipse, ele decide deixar seu abrigo para viajar até ela.

Na prática, a estrutura narrativa é quase uma cópia de Zumbilândia (2009), com um sujeito meio nerd e medroso cruzando o país em um cenário pós-apocalíptico enquanto encontra companheiros de viagem pitorescos, apenas substituindo os zumbis por monstros. Os primeiros minutos até dão a impressão de que o filme irá investir mais na comédia e na paródia, com a narração de Joel exibindo um grau de autoconsciência em relação às convenções narrativas e lugares comuns que sua história exibe.

sexta-feira, 16 de abril de 2021

Crítica – A Força da Natureza

 Análise Crítica – A Força da Natureza


Review – A Força da Natureza
Um grupo de ladrões tenta um roubo de itens valiosos durante um furacão. Espera, eu já analisei esse filme, se chama No Olho do Furacão, lançado em 2018. O quê? Esse A Força da Natureza é outro filme sobre um roubo em pleno furacão? Qual o problema de Hollywood com roubos e furacões? Não é como se No Olho do Furacão tivesse sido um baita sucesso ao ponto de gerar imitadores, na verdade foi um grande fracasso e A Força da Natureza é igualmente ruim.

Cardillo (Emile Hirsch) é o clichê do policial atormentado por um erro do passado. Ele trabalha em Porto Rico e, ao lado da parceira Jess (Stephanie Cayo), acaba indo parar em um prédio que é atacado por assaltantes bem quando um poderoso furacão atinge a ilha. Os ladrões são liderados por John (David Zayas) que está em busca de valiosas pinturas escondidas por um morador do prédio.

Na prática é uma mistura de Duro de Matar (1988) com Twister (1996), mas sem a tensão do primeiro ou o espetáculo destrutivo do segundo. O que ele tem a oferecer então? Bem, nada. Apesar de termos dois policiais confinados em um prédio com bandidos em maior número, não há qualquer sensação de urgência, os vilões, apesar de cientes da presença de Cardillo, não fazem muito esforço para procurá-lo e a maioria dos embates acontece porque os personagens se encontram fortuitamente nos corredores.

quinta-feira, 15 de abril de 2021

Crítica – Time

 

Análise Crítica – Time

Review – Time
De início Time parece mais um daqueles documentários de denúncia sobre as injustiças do sistema penal dos Estados Unidos e como ele afeta mais duramente a população negra nos moldes de algo como A 13ª Emenda (2016). O filme até toca inevitavelmente nesses temas, mas é menos uma denúncia e mais sobre a vida de uma família ao longo do tempo.

O documentário segue Fox Rich, que há décadas luta para reverter a pena de prisão do marido Rob, condenado a 60 anos por assalto a mão armada sem direito a condicional, que Fox considera excessiva. Apesar da questão do encarceramento estar no cerne da narrativa, o que vemos é menos uma argumentação para nos convencer dos problemas do sistema prisional e mais sobre como Fox e seus filhos lidam com o fato de construírem uma família durante as duas últimas décadas nas quais Rob passou na prisão.

A narrativa não tenta suavizar ou romantizar o fato de que Rob é culpado, tendo de fato assaltado um banco ao lado da esposa e mais um parente, não pondo em questão de que ele deveria cumprir pena, mas apontando o excesso de uma pena tão longa e sendo negado condicional e outras benesses de presos na mesma situação. O foco principal, no entanto, é na família de Fox ao longo desses vinte anos, no modo como ela tenta manter a família unida, criar os filhos, lutar pela liberdade do marido e fazer as pazes com as consequências da decisão que ela e Rob tomaram décadas atrás.