Dirigido por Joe Wright, este A Mulher na Janela mira em ser uma
espécie de Janela Indiscreta (1954)
contemporâneo, mas o resultado decepciona em relação à filmografia do diretor e
fica mais próximo de tentativas desastrosas de suspense psicológico como A Cor da Noite (1994).
A trama acompanha Anna (Amy
Adams) uma mulher agorafóbica que mora em Nova Iorque e há anos não sai de casa
por conta de um trauma passado. A rotina dela muda com a chegada de novos
vizinhos na casa da frente, cuja relação parece conturbada. O garoto, Ethan
(Fred Hechinger), parece ter medo do pai, Alistair (Gary Oldman). Um dia Anna
vê a esposa de Alistair, Jane (Julianne Moore), ser aparentemente esfaqueada
por ele, mas quando denuncia à polícia, o vizinho mostra que a esposa está viva
e bem, mas a mulher que aparece como Jane (Jennifer Jason Leigh) é bem
diferente da que Anna conheceu. Assim, a mulher tenta descobrir o que está
acontecendo.
O primeiro problema é a
unidimensionalidade e histrionismo dos personagens. Apesar de Joe Wright
conduzir tudo como um suspense sério e estilizado, todo mundo se comporta como
se estivesse em um suspense B exagerado. Fred Hechinger pesa tanto a mão na
composição de “jovem desequilibrado” que vira uma caricatura ridícula
prejudicada por diálogos bizarros como aquele em que ele comenta sobre línguas
de gato. Já Gary Oldman se limita a gritar o tempo todo e nem é aquela histeria
divertida que o ator já apresentou em filmes como O Profissional (1994) quando interpretou um policial constantemente
drogado, aqui soa despropositadamente excessivo.