quinta-feira, 22 de julho de 2021

Crítica – Resident Evil: No Escuro Absoluto

 

Análise Crítica – Resident Evil: No Escuro Absoluto

Review – Resident Evil: No Escuro Absoluto
Apesar de longeva no universo dos games, a franquia Resident Evil não teve lá muita sorte em termos de adaptações audiovisuais. Sejam nos malfadados filmes dirigidos pelo Paul W.S Anderson, sejam nos longas animados que não conseguiam equilibrar o misto de seriedade e galhofa que os melhores jogos fazem tão bem. Esta série animada Resident Evil: No Escuro Absoluto se sai melhor nesses aspectos.

Na trama, Leon Kennedy é um agente federal que tenta desvendar um surto de zumbis na Casa Branca e como isso pode estar conectado nas operações militares do pequeno pais Panamistão anos atrás. Ao mesmo tempo, Claire Redfield está trabalhando em uma ONG que tenta reconstruir o Panamistão depois da guerra e esbarra com a possível ocultação do uso de armas biológicas durante o conflito armado na região.

A trama acerta no clima de conspiração constante, como se os personagens fossem enredados num esquema tão grande que talvez não consigam fazer sentido de tudo que está havendo ao redor deles. Eventualmente toda a trama conspiratória acaba soando mais rocambolesca que necessário, mas isso faz parte da natureza de filme B da franquia Resident Evil, na qual tudo precisa ser grandiloquente e exagerado. Aqui, no entanto, essa estrutura de uma conspiração mega mirabolante nunca se coloca no caminho da construção da tensão ou do suspense.

quarta-feira, 21 de julho de 2021

Crítica – Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio

 

Análise Crítica – Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio

Review – Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio
Os dois primeiros Invocação do Mal acertavam na construção de uma atmosfera de tensão e no senso de coesão espacial das casas em que ocorriam os fenômenos sobrenaturais investigados pelos protagonistas. Este Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio tenta levar a franquia adiante sem o diretor James Wan, mas o resultado é algo que sequer consegue criar qualquer clima de temor.

Na trama, o casal Ed (Patrick Wilson) e Lorraine Warren (Vera Farmiga) está prestes a realizar um exorcismo em uma criança. O ritual é bem sucedido, mas ninguém percebe que a entidade deixou o corpo do garoto para possuir o jovem Arne (Ruari O’Connor), namorado da irmã do menino. Ed é o único a notar esse acontecimento, mas é acometido por um infarto e não consegue avisar ninguém até acordar dias depois num hospital, até aí é tarde demais, já que um Arne possuído começou a matar pessoas e agora os Warren precisam provar a possessão para evitar que Arne seja condenado à morte.

terça-feira, 20 de julho de 2021

Crítica – Let Them All Talk

 

Análise Crítica – Let Them All Talk

Review – Let Them All Talk
Desde que retornou da autoimposta “aposentadoria” o diretor Steven Soderbergh tem se interessado em projetos que de algum modo apresentem algum tipo de desafio logístico ele. Seja em tentar distribuir por conta própria como em Logan Lucky (2017), seja o esforço de uma série interativa não linear em Mosaic (2018), o desafio de filmar com celulares em Distúrbio (2018) ou em High Flying Bird (2019) ou de realizar toda a filmagem de um longa-metragem no tempo de uma viagem de navio entre Estados Unidos e Inglaterra como acontece neste Let Them All Talk, produção original da HBO Max.

A trama é protagonizada pela escritora Alice (Meryl Streep). Obsessiva e perfeccionista com o seu trabalho, ela está enfrentando problemas na escrita de seu livro mais recente. Com uma nova editora, Karen (Gemma Chan), que insiste em checar o progresso dela, Alice aceita a sugestão de viajar de navio para receber um prêmio na Inglaterra. Na viagem ela é acompanhada pelo sobrinho Tyler (Lucas Hedges) e pelas amigas Susan (Dianne Wiest) e Roberta (Candice Bergen), com quem Alice parece ter uma relação conflituosa por conta de problemas no passado.

segunda-feira, 19 de julho de 2021

Crítica – Eu Nunca..: 2ª Temporada

 

Análise Crítica – Eu Nunca..: 2ª Temporada

Review – Eu Nunca..: 2ª Temporada
A primeira temporada de Eu Nunca... foi uma grata surpresa. Apesar de não sair do tipo de histórias que normalmente encontramos em comédias adolescentes, a trama envolvia pela complexidade de suas personagens, que evitavam os clichês do gênero, e o modo como conseguia observar a conduta de sua protagonista sem romantizá-la ou reduzi-la a uma mocinha sofrida.

Esse segundo ano começa no ponto em que o anterior acabou, com Devi (Maitreyi Ramakrishnan) beijando Ben (Jaren Lewison) depois de jogar as cinzas do pai no mar. Agora, tendo conquistado tanto Ben quanto o garoto popular Paxton (Darren Barnet), Devi precisa tomar uma decisão quanto a quem quer ficar, mas a personalidade impetuosa da garota a faz tentar ficar com os dois ao mesmo tempo, o que, obviamente, tem tudo para dar errado.

Mais uma vez é o tipo de trama que é extremamente comum em histórias sobre adolescentes colegiais nos Estados Unidos, mas tudo é conduzido com uma personalidade tão singular e com uma riqueza no desenvolvimento dessas personagens que é difícil resistir a eles. Há um senso palpável de consequência para as ações de Devi, que causam problemas para ela mesma e as pessoas ao seu redor.

sexta-feira, 16 de julho de 2021

Crítica – CrossCode

 Análise Crítica – CrossCode


Review – CrossCode
O que primeiro chamou minha atenção para este CrossCode foi o visual, com uma bela pixel art que remetia a RPGs de 16 bits como Phantasy Star, além de uma jogabilidade que misturava exploração, resolução de quebra-cabeças e combate em tempo real, algo mais próximo dos antigos exemplares da franquia Zelda. Tendo jogado ele, devo dizer que o visual realmente encanta, mas muitas ideias de gameplay não se desenvolvem tão bem quanto deveriam.

A trama se passa em um MMO futurístico e o jogador controla Lea, uma jogadora que perdeu a memória e ficou com a mente presa em seu avatar do jogo depois que algo misterioso aconteceu com ela. Lea agora precisa completar a campanha do jogo para tentar recuperar as memórias. De início parece o clichê do protagonista desmemoriado, mas me surpreendi com a construção eficiente do drama e do mistério. A protagonista realmente sofre com a perda de sua identidade e o temor de que talvez esteja presa dentro desse universo.

quinta-feira, 15 de julho de 2021

Crítica – Loki

 Análise Crítica – Loki


Resenha Crítica – Loki
Se WandaVision serviu para abrir mais as portas para as possíveis loucuras do lado mágico da Marvel e o multiverso que vinha com ele, a série Loki escancara ainda mais o interesse da Marvel em explorar a ideia de multiverso e ter sido como o arco compartilhado para os próximos filmes e série.

A trama começa referenciando alguns eventos de Vingadores: Ultimato (2018) quando Loki (Tom Hiddleston) escapa dos Vingadores usando o Cubo Cósmico. Isso representa um desvio da linha do tempo principal, que previa Loki sendo preso em Asgard, então a Agência de Variância Temporal, ou AVT, vai atrás de Loki para “podá-lo” da linha temporal e a ramificação que sua fuga representa. Ao invés disso, Loki acaba sendo recrutado pelo agente Mobius (Owen Wilson) para ajudar na caçada de outra variante que está causando caos na linha do tempo.

Chama atenção o design dos escritórios da AVT que parece uma espécie de escritório burocrático dos anos 50 com tons futuristas, dando a impressão de algo familiar, mas com uma camada de estranhamento. A ideia da AVT encarar toda a bizarrice de seu trabalho cotidiano como um mera função burocrática, a exemplo das gavetas cheias de joias do infinito, é também reforçado nas condutas daqueles que trabalham ali como Mobius. O agente temporal e Loki formam uma sincera dinâmica cômica com os modos secos do fleuma burocrático de Mobius contrastando com a personalidade ególatra e grandiloquente de Loki.

quarta-feira, 14 de julho de 2021

Drops – An American Pickle

 Análise Crítica – An American Pickle


Review – An American Pickle
Partindo de uma premissa bem abestalhada, este An American Pickle tenta misturar drama e comédia para produzir uma reflexão sobre a vida nos Estados Unidos ao longo do último século. A trama é centrada em Herschel (Seth Rogen) um imigrante judeu da Europa Oriental que vai para os EUA no início do século XX para tentar uma vida melhor. Trabalhando em uma fábrica de picles, Herschel cai em um tonel de conserva e acaba esquecido lá quando a fábrica vai à falência no dia seguinte. Ele só é encontrado 100 anos depois, conservado pela salmoura do picles e conhece o bisneto Ben (também Seth Rogen). A partir daí Herschel tenta a se adaptar ao novo século.

O que mais me chama a atenção é como a narrativa constantemente desafia nossa expectativa e leva a trama por caminhos inesperados, raramente recorrendo aos lugares comuns dessas histórias sobre um sujeito deslocado no tempo. Essa disposição em assumir riscos é muito interessante, mesmo que nem todos esses riscos e caminhos que a trama deseja percorrer são bem desenvolvidos.

terça-feira, 13 de julho de 2021

Lixo Extraordinário – Street Fighter: A Última Batalha

 Crítica – Street Fighter: A Última Batalha


Review – Street Fighter: A Última Batalha
Filmes baseados em games raramente rendem algo que preste, inclusive já falei sobre alguns desses nesta coluna a exemplo da pavorosa adaptação de The King of Fighters, e este Street Fighter: A Última Batalha é mais um exemplo disso. Logicamente meu eu infantil em 1994 não tinha essa noção e eu quis assistir o filme assim que saiu em VHS, afinal tinha passado incontáveis horas em fliperamas jogando as múltiplas iterações de Street Fighter II. Ainda por cima era estrelado por Jean-Claude Van Damme, que estava no auge da carreira como astro de ação. Na minha infante mente não havia como dar errado. Só que eu estava enganado, eu estava horrível e rudemente enganado.

Na trama, o coronel Guile (Jean-Claude Van Damme) lidera as Nações Aliadas (provavelmente as Nações Unidas não liberaram usar a marca deles nesse fiasco) em uma investida conjunta contra o ditador M.Bison (Raul Julia) e seus planos de dominação mundial. É um fiapo de trama e não haveria qualquer problema nisso já que o jogo não é exatamente um primor narrativo, mas se espera que ao menos isso resulte em algo divertido, mas não é o caso.

segunda-feira, 12 de julho de 2021

Crítica – Viúva Negra

 Análise Crítica – Viúva Negra


Review – Viúva Negra
Apesar de ter sido apresentada no início do universo Marvel nos cinemas em Homem de Ferro 2 (2010), a Viúva Negra nunca estrelou em um filme próprio, o que parecia um desperdício, já que a personagem tinha potencial para explorar outras facetas desse universo em tramas mais voltadas para a espionagem e suspense. Pois a vez da espiã sob os holofotes chegou, ainda que tardiamente, neste Viúva Negra e o resultado, ainda que positivo, não aproveita todo o potencial da personagem.

A trama se passa imediatamente depois dos eventos de Capitão América: Guerra Civil (2016). Natasha Romanoff (Scarlett Johansson) está foragida das autoridades depois de ter ido contra os acordos de Sokovia. A espiã tenta se manter escondida, mas é colocada na mira do perigoso Treinador quando recebe um pacote misterioso de Yelena Belova (Florence Pugh), que Natasha considera uma irmã de criação e que também foi treinada na Sala Vermelha para se tornar uma Viúva Negra. Assim, Natasha precisa reencontrar Yelena e acertar as contas com o seu passado.

sexta-feira, 9 de julho de 2021

Rapsódias Revisitadas – O Castelo de Cagliostro

 

Análise Crítica – O Castelo de Cagliostro

Review – O Castelo de Cagliostro
Hayao Miyazaki é reconhecido como um dos principais (e talvez “O” principal) diretores de animação do Japão. Ele produziu obras memoráveis como Meu Amigo Totoro (1988), Princesa Mononoke (1997) ou A Viagem de Chihiro (2001). A estreia de Miyazaki na direção de um longa animado aconteceu em 1979 neste O Castelo de Cagliostro.

O filme levou aos cinemas o protagonista do mangá Lupin III. Um descendente do ladrão homônimo criado da literatura por Maurice Leblanc, Arsene Lupin III é um charmoso criminoso capaz de audaciosos roubos, embora dotado de um certo senso de moral e justiça. Na trama, depois de roubar um cassino com seu aliado Jigen, Lupin descobre que o dinheiro era falso. Lupin e Jigen vão ao pequeno país de Cagliostro desvendar o mistério das notas falsificadas e lá se defrontam com a jovem Clarisse, que foi capturada pelo Conde Cagliostro e está sendo forçada a casar com ele para que ele tome os tesouros do país.

É uma narrativa repleta de humor e aventura, que já mostra a capacidade Miyazaki para nos encantar com seus personagens e também evidencia a inventividade visual do realizador. O castelo do título é repleto de passagens secretas, armadilhas e dispositivos de segurança e sempre surpreende tanto pela criatividade desses espaços como a inventividade do protagonista em sempre levar a melhor sobre seus adversários.