terça-feira, 3 de agosto de 2021

Drops – Jolt: Fúria Fatal

Análise Critica – Jolt: Fúria Fatal


Review – Jolt: Fúria Fatal
Com uma trama de vingança bem básica, esse Jolt: Fúria Fatal tenta se diferenciar um pouco dessa premissa típica de ação em sua protagonista. Lindy (Kate Beckinsale) tem um distúrbio que a faz ter acessos agressivos de raiva e para manter o problema sob controle ela usa um colete que lhe dá choques elétricos para impedi-la de surtar. Os problemas de raiva parecem estar chegando ao fim quando ela conhece o pacato contador Justin (Jai Courtney) e se apaixona por ele. Quando Justin é subitamente morto, Lindy decide se vingar.

Isso deveria dar início a uma louca onda homicida que deveria, ao menos, ser divertida, mas falta ritmo à progressão da trama e criatividade nas cenas de ação. A narrativa parece andar em círculos, com ela indo e voltando aos mesmos lugares, fluindo mais lentamente do que se esperaria de uma vingança furiosa. Já a ação nunca consegue convocar toda a brutalidade que os diálogos dizem que a personagem ou mesmo o exagero de suas supostas habilidades. Aqui e ali ela espanca alguns grupos de bandidos, mas nada que chegue remotamente perto de filmes de ação recentes como Atômica (2017) ou a franquia John Wick.

segunda-feira, 2 de agosto de 2021

Crítica – The Flight Attendant

 

Análise Crítica – The Flight Attendant

Review – The Flight Attendant
Baseada em um romance escrito por Christopher Bohjalian, a minissérie The Flight Attendant flerta a todo tempo com um clima de filme B, de romance barato de banca de revista. Aquele tipo de livro cheio de reviravoltas mirabolantes, que te prende para saber o que acontece depois, mas assim que terminamos de ler esquecemos completamente porque é um produto feito apenas para ser um passatempo, sem muita substância em seus personagens ou algo a dizer sobre qualquer temática. A minissérie tenta brincar com as convenções desse tipo de história e funciona justamente pela autoconsciência sobre os formatos que reproduz.

A trama é protagonizada por Cassie (Kaley Cuoco, a Penny de The Big Bang Theory), uma comissária de bordo com problemas de alcoolismo. Em um voo para a Tailândia, Cassie começa a flertar com um passageiro da primeira classe, o bonitão Alex (Michiel Huisman), e acaba passando a noite com ele depois que o avião chega ao seu destino. Quando Cassie acorda, no entanto, descobre Alex morto ao lado dela na cama e agora é a principal suspeita do crime. Agora ela precisa desvendar o mistério da morte de Alex para não ser presa por um crime que não cometeu.

sexta-feira, 30 de julho de 2021

Crítica – Três Estranhos Idênticos

 

Análise Crítica – Três Estranhos Idênticos

Review – Três Estranhos Idênticos
A história contada no documentário Três Estranhos Idênticos é daquelas tramas que mostra como o mundo real pode ser mais surpreendente e maluco do que qualquer ficção. A premissa em si já seria insólita o suficiente para sustentar um filme envolvente, mas as reviravoltas ainda mais inesperadas que acontecem quando achamos que tudo de mais surpreendente já tinha acontecido apresenta uma série de discussões sobre método científico e saúde mental.

A narrativa conta a história dos trigêmeos Bobby, Eddie e David, trigêmeos que foram separados no nascimento com cada um sendo adotado por uma família diferente. Eles se reencontram por puro acaso quando Bobby vai estudar na mesma faculdade de Eddie e depois David vê a reportagem sobre os dois e vai de encontro a eles. Logicamente esse encontro levanta a questão do porquê a agência de adoção separou o trio e a resposta é surpreendente, já que a motivação foi para usá-los em um experimento científico.

Recorrendo a entrevistas, imagens de arquivo e cenas encenadas, o filme recorre a uma montagem ágil que dá fluidez a trama. O material não perde tempo em encadear as múltiplas reviravoltas ou em criar um senso palpável de causa e consequência sobre as decisões que causaram a separação dos três irmãos. Não usa nenhum recurso que não seja bastante comum em documentários contemporâneos, mas os utiliza bem o bastante para tecer uma trama que nos mantem presos a ela do começo ao fim.

quinta-feira, 29 de julho de 2021

Drops – Streets of Rage 4: Mr.X Nightmare

 

Crítica – Streets of Rage 4: Mr.X Nightmare

Resenha – Streets of Rage 4: Mr.X Nightmare
Quando escrevi sobre Streets of Rage 4, comentei como ele trazia de volta com competência o clássico beat’em up da Sega (Streets of Rage 2 segue sendo o melhor exemplar do gênero para mim) ainda que fizesse pouco para levar o gênero adiante ou agregar novos elementos. Isso muda com a nova expansão Mr. X Nightmare que traz novos modos e mecânicas que transformam nossa maneira de jogar, além de alguns novos personagens.

Para muitos, o principal atrativo são os novos personagens. Estel, Max e Shiva tinham sido chefes na campanha principal e aqui se tornam personagens jogáveis. Cada um tem um estilo próprio que os diferencia dos demais personagens e, no caso de Max e Shiva, de suas versões de jogos anteriores, dando aos jogadores mais maneiras de bater em bandidos. Max é mais lento, mas muito forte e com arremessos poderosos, Shiva se desloca com velocidade e tem combos rápidos, mas não usa armas, enquanto Estel é a mais equilibrada entre os três. Há um quarto personagem oculto, mas não quero estragar a experiência de ninguém dizendo qual é.

quarta-feira, 28 de julho de 2021

Crítica – Mestres do Universo: Salvando Etérnia

 

Análise Crítica – Mestres do Universo: Salvando Etérnia

Review – Mestres do Universo: Salvando Etérnia
É surpreendente o quanto esta primeira temporada de Mestres do Universo: Salvando Etérnia funciona bem. Considerando que a animação original do He-Man foi criada apenas para divulgar e dar visibilidade a uma linha de bonecos, ver que isso chegou até aqui capaz de gerar uma narrativa com personagens tão bem construídos e um universo tão coeso é um feito admirável. Aqui o mérito provavelmente cai sobre os ombros do produtor e roteirista Kevin Smith, que sempre demonstrou afeto por esse universo e aqui constrói uma trama que nunca se resume a mero fanservice ou um apelo raso à nostalgia, preferindo ir além do que produções anteriores estabeleceram sobre este mundo.

Na trama o Esqueleto lança um ataque derradeiro ao Castelo de Grayskull para obter o poder mágico em seu núcleo. Durante a batalha o núcleo é destruído, junto com a Espada do Poder que permitia o príncipe Adam se transformar em He-Man, praticamente acabando com a magia de Etérnia. Agora os heróis e vilões que sobreviveram precisam se unir para restaurar a Espada do Poder e trazer a magia de volta antes que o planeta definhe por completo.

terça-feira, 27 de julho de 2021

Crítica – O Homem Água

Análise Crítica – O Homem Água

Review – O Homem Água
Estreia do ator David Oyelowo como diretor, este O Homem Água remete a aventuras juvenis oitentistas como Conta Comigo (1986) ou Os Goonies (1985) acompanhando jovens protagonistas em uma jornada em que aprenderão sobre as agruras da vida e sairão amadurecidos. Não reinventa a roda, mas é sincero o bastante para funcionar.

A trama é protagonizada pelo jovem Gunner (Lonnie Chavis), um garoto criativo e cheio de imaginação, mas que tem uma relação difícil com o pai, Amos (David Oyelowo). Quando a mãe de Gunner, Mary (Rosario Dawson), descobre que tem câncer e começa a piorar por conta da doença, o garoto se recusa a aceitar que pode perder a mãe. Gunner então lembra da lenda local do Homem Água, um espírito que mora na floresta e seria capaz de trazer os mortos de volta. Assim, acompanhado de Jo (Amiah Miller), uma garota que supostamente viu a criatura, Gunner vai tentar achar um meio de impedir a morte da mãe.

É relativamente previsível, com as principais reviravoltas sendo facílimas de antecipar (é óbvio que Jo estava mentindo sobre a origem de sua cicatriz no pescoço, é evidente que o elemento sobrenatural não é exatamente real, etc) para qualquer um familiar com esse tipo de filme. Apesar disso, há sentimento e personalidade para conseguir nos manter interessados na jornada de Gunner.

segunda-feira, 26 de julho de 2021

Crítica – Os Pequenos Vestígios

 

Análise Crítica – Os Pequenos Vestígios

Review – Os Pequenos Vestígios
É curioso que o título e a fala do protagonista deste Os Pequenos Vestígios falem sobre a importância de prestar atenção nos pequenos detalhes já que a trama e o desenvolvimento dos personagens é apoiada nos maiores lugares comuns de narrativas policiais com pouco detalhamento ou nuance para as situações ou indivíduos. Mesmo quando tenta virar do avesso alguns elementos típicos do gênero próximo ao final, nada funciona como deveria.

A trama se passa em 1990, Deacon (Denzel Washington) é um policial que foi transferido para o interior da Califórnia depois que uma investigação deu errado. Ele volta a Los Angeles para realizar uma burocrática coleta de provas, mas acaba conhecendo o jovem e obstinado detetive Jimmy (Rami Malek) que está caçando um serial killer e se envolve na investigação dele. A busca leva a dupla ao estranho Albert Sparma (Jared Leto), que pode ser o culpado.

É a clássica estrutura de um veterano cínico e calejado com um parceiro mais jovem e idealista que já foi tão explorado nesse tipo de narrativa e o diretor e roteirista John Lee Hancock não consegue fazer nada de interessante com esses dois personagens além de seguir os clichês dos arquétipos aos quais eles estão conectados. Há uma tentativa de fazer uma releitura do movimento noir da década de 1940, com um universo de violência e desencanto, no entanto, durante boa parte do filme Hancock faz pouco além de reproduzir elementos de outrora ao mesmo tempo que conduz tudo como se reinventasse a roda, ignorando que produtos como Los Angeles: Cidade Proibida (1997) ou Cidade dos Sonhos (2001) já tinham feito releituras do noir bem mais interessantes décadas atrás.

sábado, 24 de julho de 2021

Rapsódias Revisitadas – Castlevania: Symphony of the Night

 

Análise – Castlevania: Symphony of the Night

Review – Castlevania: Symphony of the Night
Quando eu joguei Castlevania: Symphony of the Night pela primeira vez no Playstation original eu não tinha muito vínculo com a franquia de vampiros da Konami. Eu tinha jogado brevemente Castlevania: Dracula X para Super Nintendo e Castlevania 64 para Nintendo 64 e isso era todo contato que eu tinha até então. Fui atraído por SotN por conta da estrutura mais aberta e pelas mecânicas de RPG que permitiam subir de nível, adquirir equipamentos, magias e adicionavam um componente estratégico à ação. O resultado é uma excelente aventura 2D que me fez ser fã de Castlevania. Desde então já perdi as contas de quantas vezes joguei ele do início ao fim e já o comprei de novo em pelo menos outros dois consoles, a versão emulada disponível no Playstation 3 pela linha PSClassics e a recente coleção Castlevania Requiem que saiu para Playstation 4 contendo Castlevania Rondo of Blood e Symphony of the Night.

A trama funciona como uma continuação de Rondo of Blood. O caçador de vampiros Richter Belmont desaparece depois de derrotar Drácula, mas algum tempo depois o castelo do vampiro reaparece e Alucard, filho de Drácula, vai ao local para investigar e deter as criaturas da noite que emanam no local. Lá ele encontra outras criaturas que trabalham com o pai, bem como uma inesperada aliada em Maria Renard, que tinha cruzado o caminho de Richter durante os eventos de Rondo of Blood.

quinta-feira, 22 de julho de 2021

Crítica – Resident Evil: No Escuro Absoluto

 

Análise Crítica – Resident Evil: No Escuro Absoluto

Review – Resident Evil: No Escuro Absoluto
Apesar de longeva no universo dos games, a franquia Resident Evil não teve lá muita sorte em termos de adaptações audiovisuais. Sejam nos malfadados filmes dirigidos pelo Paul W.S Anderson, sejam nos longas animados que não conseguiam equilibrar o misto de seriedade e galhofa que os melhores jogos fazem tão bem. Esta série animada Resident Evil: No Escuro Absoluto se sai melhor nesses aspectos.

Na trama, Leon Kennedy é um agente federal que tenta desvendar um surto de zumbis na Casa Branca e como isso pode estar conectado nas operações militares do pequeno pais Panamistão anos atrás. Ao mesmo tempo, Claire Redfield está trabalhando em uma ONG que tenta reconstruir o Panamistão depois da guerra e esbarra com a possível ocultação do uso de armas biológicas durante o conflito armado na região.

A trama acerta no clima de conspiração constante, como se os personagens fossem enredados num esquema tão grande que talvez não consigam fazer sentido de tudo que está havendo ao redor deles. Eventualmente toda a trama conspiratória acaba soando mais rocambolesca que necessário, mas isso faz parte da natureza de filme B da franquia Resident Evil, na qual tudo precisa ser grandiloquente e exagerado. Aqui, no entanto, essa estrutura de uma conspiração mega mirabolante nunca se coloca no caminho da construção da tensão ou do suspense.

quarta-feira, 21 de julho de 2021

Crítica – Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio

 

Análise Crítica – Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio

Review – Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio
Os dois primeiros Invocação do Mal acertavam na construção de uma atmosfera de tensão e no senso de coesão espacial das casas em que ocorriam os fenômenos sobrenaturais investigados pelos protagonistas. Este Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio tenta levar a franquia adiante sem o diretor James Wan, mas o resultado é algo que sequer consegue criar qualquer clima de temor.

Na trama, o casal Ed (Patrick Wilson) e Lorraine Warren (Vera Farmiga) está prestes a realizar um exorcismo em uma criança. O ritual é bem sucedido, mas ninguém percebe que a entidade deixou o corpo do garoto para possuir o jovem Arne (Ruari O’Connor), namorado da irmã do menino. Ed é o único a notar esse acontecimento, mas é acometido por um infarto e não consegue avisar ninguém até acordar dias depois num hospital, até aí é tarde demais, já que um Arne possuído começou a matar pessoas e agora os Warren precisam provar a possessão para evitar que Arne seja condenado à morte.