terça-feira, 10 de agosto de 2021

Crítica – O Esquadrão Suicida

 

Análise Crítica – O Esquadrão Suicida

Review – O Esquadrão Suicida
Depois da decepção que foi Esquadrão Suicida (2016), a Warner tenta retornar ao grupo de supervilões da DC com o diretor James Gunn (de Guardiões da Galáxia) à frente da equipe neste O Esquadrão Suicida e o resultado é anos luz melhor. Gunn traz sua hábil mistura entre senso de humor absurdo e desenvolvimento de personagem que tinha funcionado tão bem para os heróis galácticos da Marvel.

Na trama, Amanda Waller (Viola Davis) coloca mais uma vez o major Rick Flag (Joel Kinnaman) para liderar um grupo de supervilões em uma missão secreta e arriscada. Dessa vez a equipe composta por Arlequina (Margot Robbie), Sanguinário (Idris Elba) e tantos outros é enviada à ilha nação de Corto Maltese para derrubar o novo regime ditatorial do país e destruir a misteriosa arma biológica desenvolvida por eles.

Os membros da equipe foram tirados do fundo do baú da DC, sendo compostos por personagens do quinto escalão com habilidades bizarras, ridículas e nem sempre úteis como a do TDK (Nathan Fillion). Seria fácil reduzir tudo a comédia dada a natureza intrinsecamente patética desses sujeitos, mas Gunn consegue injetar humanidade neles, transformando-os em figuras trágicas, devastadas por trauma, perda e solidão.

segunda-feira, 9 de agosto de 2021

Crítica – Jungle Cruise

 Análise Crítica – Jungle Cruise


Review – Jungle Cruise
Mesmo depois do fracasso de Tomorrowland: Um Lugar Onde Nada é Impossível (2015), a Disney continua a tentar reproduzir o sucesso da franquia Piratas do Caribe fazendo outros filmes baseados nas atrações de seus parques, desta vez se baseando em Jungle Cruise. Aqui eles seguem mais próximos o modelo dos piratas, com uma aventura com cara de matinê de antigamente, ameaças sobrenaturais e artefatos místicos.

A trama se passa durante a Primeira Guerra Mundial, com a britânica Lily (Emily Blunt) decidindo partir em uma expedição para a Amazônia na esperança de encontrar uma lendária árvore cujas pétalas curam qualquer coisa. Chegando na cidade de Porto Velho ela contrata o barqueiro Frank (Dwayne “The Rock” Johnson) para levá-la através do rio. Ela, no entanto, não está sozinha na busca, já que o príncipe alemão Joachim (Jesse Plemons) também está atrás da árvore para usar seu poder como vantagem na guerra e também o espírito do colonizador Aguirre (Edgar Ramirez) busca os segredos da floresta.

sexta-feira, 6 de agosto de 2021

Drops – A Última Carta de Amor

 

Análise Crítica – A Última Carta de Amor

Baseado em um livro de Jojo Moyes, autora de Como Eu Era Antes de Você, este A Última Carta de Amor tem uma premissa bem similar ao de Cartas Para Julieta (2010), com uma protagonista que encontra uma antiga carta de amor, tenta descobrir o que aconteceu e reúne os antigos amantes. O problema é que não faz muito além de reproduzir o que já é familiar.

A trama é focada na jornalista Ellie (Felicity Jones) que descobre uma carta de amor perdida nos arquivos da publicação na qual trabalha. A carta detalha um romance extraconjugal entre Jennifer (Shailene Woodley) e Anthony (Callum Turner). Envolvida pela história, Ellie decide descobrir o que aconteceu com os dois, contando com a ajuda do arquivista Rory (Nabhaan Rizwan).

Tudo segue os elementos esperados desse tipo de história, com múltiplos desencontros e eventos fortuitos impedindo que Jennifer vá ao encontro de Anthony. Do mesmo modo, é evidente desde o início que Ellie e Rory irão se apaixonar e que a busca pelas cartas irá servir de aprendizado para que a jornalista se abra ao amor e não seja tão resguardada.

quinta-feira, 5 de agosto de 2021

Crítica – Loucos Por Justiça

 

Análise Crítica – Loucos Por Justiça

Review – Loucos Por Justiça
Inicialmente a produção dinamarquesa Loucos Por Justiça parece um daqueles típicos filmes de vingança em que um militar linha dura sai em uma onda homicida violenta para punir os responsáveis pela morte de um ente querido. Aos poucos, no entanto, ele revela outras camadas que o tornam mais interessante do que a premissa inicial sugere e isso faz valer a experiência.

A trama é protagonizada por Markus (Mads Mikkelsen) um militar que volta para casa depois que a esposa morre no que parece ter sido um acidente de trem. Ele tenta lidar com a perda e consolar a filha até que é visitado por Otto (Nikolaj Lie Kaas) um cientista que estava no mesmo vagão de trem e cedeu o assento para a esposa de Markus, sendo essa a razão de Otto ter sobrevivido e Markus ter enviuvado. Criador de uma IA preditiva, Otto analisa os dados do ocorrido e diz que é praticamente impossível que tenha sido um acidente e que tudo foi causado para matar um ex-membro de gangue que estava prestes a testemunhar contra os comparsas e líderes da organização. Assim, Markus usa os dados de Otto para caçar um por um os membros da gangue de motoqueiros Riders for Justice.

quarta-feira, 4 de agosto de 2021

Crítica – Blindspot (Ponto Cego): 5ª Temporada

 

Análise Crítica – Blindspot (Ponto Cego): 5ª Temporada

Review – Blindspot: 5ª Temporada
Quando escrevi sobre a quarta temporada de Blindspot (Ponto Cego na tradução brasileira) mencionei como ela conseguia reinventar a série depois da péssima terceira temporada. O final do ano anterior deixava um grande gancho e este quinto e último ano da série consegue dar um final digno ainda que tenha sua parcela de problemas. Aviso que o texto pode conter SPOILERS da temporada.

A narrativa continua no ponto em que a anterior. Depois de serem considerados fugitivos e terem o esconderijo atacado por drone, o time de Jane (Jaimie Alexander) se separa e se espalha pelo mundo. Meses depois, um atendado em Times Square queima nos prédios uma imagem semelhante a uma das tatuagens de Jane. Imaginando que isso é, de alguma forma, um recado para eles, Jane e os demais se reúnem em um bunker subterrâneo na cidade de Praga para decifrar a pista e entender como isso pode ajudá-los a derrubar a poderosa Madeline (Mary Elizabeth Mastrantonio).

O número menor de episódios (apenas 11) beneficia a série eliminando a necessidade de filler e permitindo que foque na construção da trama principal. Mais do que em qualquer outro ano, isso ajuda na construção do suspense e no senso de perigo que circula os protagonistas. Afinal, se eles ficassem o tempo todo desviando da missão principal para fazer outras coisas, isso diluiria a sensação de que eles são fugitivos internacionais constantemente caçados pelas autoridades.

terça-feira, 3 de agosto de 2021

Drops – Jolt: Fúria Fatal

Análise Critica – Jolt: Fúria Fatal


Review – Jolt: Fúria Fatal
Com uma trama de vingança bem básica, esse Jolt: Fúria Fatal tenta se diferenciar um pouco dessa premissa típica de ação em sua protagonista. Lindy (Kate Beckinsale) tem um distúrbio que a faz ter acessos agressivos de raiva e para manter o problema sob controle ela usa um colete que lhe dá choques elétricos para impedi-la de surtar. Os problemas de raiva parecem estar chegando ao fim quando ela conhece o pacato contador Justin (Jai Courtney) e se apaixona por ele. Quando Justin é subitamente morto, Lindy decide se vingar.

Isso deveria dar início a uma louca onda homicida que deveria, ao menos, ser divertida, mas falta ritmo à progressão da trama e criatividade nas cenas de ação. A narrativa parece andar em círculos, com ela indo e voltando aos mesmos lugares, fluindo mais lentamente do que se esperaria de uma vingança furiosa. Já a ação nunca consegue convocar toda a brutalidade que os diálogos dizem que a personagem ou mesmo o exagero de suas supostas habilidades. Aqui e ali ela espanca alguns grupos de bandidos, mas nada que chegue remotamente perto de filmes de ação recentes como Atômica (2017) ou a franquia John Wick.

segunda-feira, 2 de agosto de 2021

Crítica – The Flight Attendant

 

Análise Crítica – The Flight Attendant

Review – The Flight Attendant
Baseada em um romance escrito por Christopher Bohjalian, a minissérie The Flight Attendant flerta a todo tempo com um clima de filme B, de romance barato de banca de revista. Aquele tipo de livro cheio de reviravoltas mirabolantes, que te prende para saber o que acontece depois, mas assim que terminamos de ler esquecemos completamente porque é um produto feito apenas para ser um passatempo, sem muita substância em seus personagens ou algo a dizer sobre qualquer temática. A minissérie tenta brincar com as convenções desse tipo de história e funciona justamente pela autoconsciência sobre os formatos que reproduz.

A trama é protagonizada por Cassie (Kaley Cuoco, a Penny de The Big Bang Theory), uma comissária de bordo com problemas de alcoolismo. Em um voo para a Tailândia, Cassie começa a flertar com um passageiro da primeira classe, o bonitão Alex (Michiel Huisman), e acaba passando a noite com ele depois que o avião chega ao seu destino. Quando Cassie acorda, no entanto, descobre Alex morto ao lado dela na cama e agora é a principal suspeita do crime. Agora ela precisa desvendar o mistério da morte de Alex para não ser presa por um crime que não cometeu.

sexta-feira, 30 de julho de 2021

Crítica – Três Estranhos Idênticos

 

Análise Crítica – Três Estranhos Idênticos

Review – Três Estranhos Idênticos
A história contada no documentário Três Estranhos Idênticos é daquelas tramas que mostra como o mundo real pode ser mais surpreendente e maluco do que qualquer ficção. A premissa em si já seria insólita o suficiente para sustentar um filme envolvente, mas as reviravoltas ainda mais inesperadas que acontecem quando achamos que tudo de mais surpreendente já tinha acontecido apresenta uma série de discussões sobre método científico e saúde mental.

A narrativa conta a história dos trigêmeos Bobby, Eddie e David, trigêmeos que foram separados no nascimento com cada um sendo adotado por uma família diferente. Eles se reencontram por puro acaso quando Bobby vai estudar na mesma faculdade de Eddie e depois David vê a reportagem sobre os dois e vai de encontro a eles. Logicamente esse encontro levanta a questão do porquê a agência de adoção separou o trio e a resposta é surpreendente, já que a motivação foi para usá-los em um experimento científico.

Recorrendo a entrevistas, imagens de arquivo e cenas encenadas, o filme recorre a uma montagem ágil que dá fluidez a trama. O material não perde tempo em encadear as múltiplas reviravoltas ou em criar um senso palpável de causa e consequência sobre as decisões que causaram a separação dos três irmãos. Não usa nenhum recurso que não seja bastante comum em documentários contemporâneos, mas os utiliza bem o bastante para tecer uma trama que nos mantem presos a ela do começo ao fim.

quinta-feira, 29 de julho de 2021

Drops – Streets of Rage 4: Mr.X Nightmare

 

Crítica – Streets of Rage 4: Mr.X Nightmare

Resenha – Streets of Rage 4: Mr.X Nightmare
Quando escrevi sobre Streets of Rage 4, comentei como ele trazia de volta com competência o clássico beat’em up da Sega (Streets of Rage 2 segue sendo o melhor exemplar do gênero para mim) ainda que fizesse pouco para levar o gênero adiante ou agregar novos elementos. Isso muda com a nova expansão Mr. X Nightmare que traz novos modos e mecânicas que transformam nossa maneira de jogar, além de alguns novos personagens.

Para muitos, o principal atrativo são os novos personagens. Estel, Max e Shiva tinham sido chefes na campanha principal e aqui se tornam personagens jogáveis. Cada um tem um estilo próprio que os diferencia dos demais personagens e, no caso de Max e Shiva, de suas versões de jogos anteriores, dando aos jogadores mais maneiras de bater em bandidos. Max é mais lento, mas muito forte e com arremessos poderosos, Shiva se desloca com velocidade e tem combos rápidos, mas não usa armas, enquanto Estel é a mais equilibrada entre os três. Há um quarto personagem oculto, mas não quero estragar a experiência de ninguém dizendo qual é.

quarta-feira, 28 de julho de 2021

Crítica – Mestres do Universo: Salvando Etérnia

 

Análise Crítica – Mestres do Universo: Salvando Etérnia

Review – Mestres do Universo: Salvando Etérnia
É surpreendente o quanto esta primeira temporada de Mestres do Universo: Salvando Etérnia funciona bem. Considerando que a animação original do He-Man foi criada apenas para divulgar e dar visibilidade a uma linha de bonecos, ver que isso chegou até aqui capaz de gerar uma narrativa com personagens tão bem construídos e um universo tão coeso é um feito admirável. Aqui o mérito provavelmente cai sobre os ombros do produtor e roteirista Kevin Smith, que sempre demonstrou afeto por esse universo e aqui constrói uma trama que nunca se resume a mero fanservice ou um apelo raso à nostalgia, preferindo ir além do que produções anteriores estabeleceram sobre este mundo.

Na trama o Esqueleto lança um ataque derradeiro ao Castelo de Grayskull para obter o poder mágico em seu núcleo. Durante a batalha o núcleo é destruído, junto com a Espada do Poder que permitia o príncipe Adam se transformar em He-Man, praticamente acabando com a magia de Etérnia. Agora os heróis e vilões que sobreviveram precisam se unir para restaurar a Espada do Poder e trazer a magia de volta antes que o planeta definhe por completo.