O pintor Bob Ross ficou
mundialmente famoso por seu programa de televisão em que ele ensinava técnicas
simples de pintura enquanto fazia um quadro em tempo real para que o espectador
ver seu processo. Por trás desse profissional alegre, no entanto, haviam muitos
problemas na relação com os sócios que geriam sua empresa e é sobre isso que o
documentário
Bob Ross: Alegria Traição e
Ganância vai tratar.
Recorrendo a entrevistas com o
filho de Bob Ross, amigos e colegas de trabalho, bem como imagens de arquivo, a
narrativa tenta contar a trajetória do pintor e das tensões com os gestores de
sua empresa, o casal Kowalski. Ocasionalmente o filme usa pinturas ao estilo
das que Ross fazia para ilustrar alguns testemunhos, mas é algo que acontece muito
pouco para ter impacto e o resto do documentário segue o padrão típico de
entrevista e arquivo.
A narrativa tenta mostrar como o
casal Kowalski foi, de certa forma, responsável pela construção midiática em
torno de Ross, mas, ao mesmo tempo, também tiraram tudo do pintor, controlando
o nome e a imagem dele mesmo depois da sua morte e sem dar um tostão para a
família de Ross. É uma história que choca pelo contraste entre a natureza calma
e otimista de Ross e a falta de escrúpulos dos gestores da empresa para com
ele, no entanto, a narrativa nunca entrega a intriga e tensão que promete,
muito pelo fato de ter um escopo limitado de testemunhas. Muitos envolvidos se
recusaram a falar com a produção com medo de retaliação dos Kowalski e os
próprios também não aparecem e sem esse embate a tentativa de construção de
conflito da trama não se concretiza.