quarta-feira, 8 de setembro de 2021

Crítica – The Witcher: A Lenda do Lobo

 

Análise Crítica – The Witcher: A Lenda do Lobo

Review – The Witcher: A Lenda do Lobo
Ainda que tenha sua parcela de problemas, a primeira temporada de The Witcher foi um grande sucesso para a Netflix, então era de se esperar que o serviço de streaming fosse expandir isso em novas temporadas da série e também em outros produtos. O longa animado The Witcher: A Lenda do Lobo vai exatamente nessa direção, contando uma história que se passa séculos antes de Geralt, focando em Vesemir, que se tornaria o mentor do conhecido bruxo de Rívia.

A trama conta a origem de Vesemir, mostrando como ele se tornou bruxo e também como a Escola do Lobo chegou próxima ao fim. Alternando entre passado e presente, vemos a infância do protagonista e o presente enquanto ele se envolve em uma conspiração para eliminar os bruxos da fortaleza ancestral de Kaer Morhen.

A narrativa toca em temas que são comuns às histórias protagonizadas por Geralt, como o preconceito, as desigualdades de classe e o fato de que muitos humanos são mais vis do que qualquer monstro irracional. Tudo isso está presente aqui conforme Vesemir deixa sua vida pobre para se tornar um bruxo e encontra Tetra, uma feiticeira movida por vingança que deseja eliminar os bruxos. Não há nada que nos dê uma compreensão mais profunda sobre isso que já não tenhamos visto na série principal, mas ao menos serve para ampliar o que sabemos sobre a história desse universo.

terça-feira, 7 de setembro de 2021

Crítica – Cinderela (2021)

 

Análise Crítica – Cinderela (2021)

Review – Cinderela (2021)
Esta nova versão de Cinderela soa como uma tentativa da Amazon de produzir um conteúdo semelhante ao da Disney (sendo que eles fizeram seu próprio Cinderela em live action em 2015), mas a produção estrelada por Camila Cabello não consegue sair da sombra da casa do Mickey. A trama até tem boas ideias, o problema é que a estrutura de musical contado a partir de números com novas versões de canções famosas não consegue ter personalidade suficiente para encantar.

Na trama, Ella (Camila Cabello) é uma jovem que sonha em se tornar estilista e vender vestidos por todo o mundo, mas seus sonhos vão de encontro à realidade do reino, no qual mulheres apenas servem para serem esposas e donas de casa. Ela é constantemente maltratada pela madrasta, Vivian (Idina Menzel), que deseja arrumar bons maridos para as duas filhas. Enquanto isso, o rei Rowan (Pierce Brosnan) quer que o filho, o príncipe Robert (Nicholas Galitzine) encontre uma esposa para que ele possa ser anunciado como o próximo rei.

segunda-feira, 6 de setembro de 2021

Crítica – Ele é Demais

 

Análise Crítica – Ele é Demais

Review Crítica – Ele é Demais
Clássico da Sessão da Tarde, Ela é Demais (1999) era certamente um produto de seu tempo. Nem tudo que dá certo em uma época, no entanto, funciona bem depois, principalmente com uma premissa que depois foi bastante explorada e parodiada como a desse filme. Ainda assim, este Ele é Demais, produção original da Netflix, tentou uma nova leitura trocando os gêneros dos personagens, mas não funciona. Não pela oposição dos gêneros e sim porque toda a construção da aposta (que já era frágil no original) é ainda menos convincente neste remake.

Na trama, Padget (Addison Rae) é uma garota popular e influenciadora digital que esconde das amigas ricas que é pobre. Quando Padget passa vergonha na internet e perde os patrocínios de marca, faz uma aposta com Alden (Maddison Pettis), a garota mais rica do colégio, de que é capaz de tornar qualquer perdedor em um cara popular. O escolhido é Cameron (Tanner Buchanan, o Robbie de Cobra Kai), um rapaz sem muitos amigos que gosta de fotografia.

sexta-feira, 3 de setembro de 2021

Drops – Bob Ross: Alegria, Traição e Ganância

 

Análise Crítica – Bob Ross: Alegria, Traição e Ganância

Review – Bob Ross: Alegria, Traição e Ganância
O pintor Bob Ross ficou mundialmente famoso por seu programa de televisão em que ele ensinava técnicas simples de pintura enquanto fazia um quadro em tempo real para que o espectador ver seu processo. Por trás desse profissional alegre, no entanto, haviam muitos problemas na relação com os sócios que geriam sua empresa e é sobre isso que o documentário Bob Ross: Alegria Traição e Ganância vai tratar.

Recorrendo a entrevistas com o filho de Bob Ross, amigos e colegas de trabalho, bem como imagens de arquivo, a narrativa tenta contar a trajetória do pintor e das tensões com os gestores de sua empresa, o casal Kowalski. Ocasionalmente o filme usa pinturas ao estilo das que Ross fazia para ilustrar alguns testemunhos, mas é algo que acontece muito pouco para ter impacto e o resto do documentário segue o padrão típico de entrevista e arquivo.

A narrativa tenta mostrar como o casal Kowalski foi, de certa forma, responsável pela construção midiática em torno de Ross, mas, ao mesmo tempo, também tiraram tudo do pintor, controlando o nome e a imagem dele mesmo depois da sua morte e sem dar um tostão para a família de Ross. É uma história que choca pelo contraste entre a natureza calma e otimista de Ross e a falta de escrúpulos dos gestores da empresa para com ele, no entanto, a narrativa nunca entrega a intriga e tensão que promete, muito pelo fato de ter um escopo limitado de testemunhas. Muitos envolvidos se recusaram a falar com a produção com medo de retaliação dos Kowalski e os próprios também não aparecem e sem esse embate a tentativa de construção de conflito da trama não se concretiza.

quinta-feira, 2 de setembro de 2021

Crítica – A Jornada de Vivo

 

Análise Crítica – A Jornada de Vivo

Review – A Jornada de Vivo
Produzido pela Sony Animation e distribuído pela Netflix, A Jornada de Vivo é aquele tipo de animação infantil que tem a mesma trama que já vimos em dezenas de outros produtos similares. A produção, no entanto, charme o bastante para funcionar como uma diversão sem compromisso graças à energia de seus números musicais.

A narrativa é protagonizada pelo jupará Vivo (voz de Lin Manuel Miranda) que vive em Cuba com o músico Andrés e juntos fazem shows de rua. Quando Andrés morre depois de receber uma carta de seu antigo amor Marta (voz de Gloria Stefan) chamando-o para um show em Miami, Vivo decide ir para os Estados Unidos entregar a Marta a canção que Andrés compôs para ele. Para alcançar o seu destino, ele terá ajuda de Gabi, sobrinha-neta de Andrés que mora nos EUA e vem a Cuba com a mãe para o funeral de Andrés.

Vivo e Gabi fazem a típica dupla de opostos que não se dá bem, mas que juntos aprenderão a cooperar e perceberão que um tem muito a ensinar ao outro. É o tipo de dinâmica que já conseguimos deduzir com poucos minutos de projeção e cujos desdobramentos e reviravoltas são fáceis de antever.

quarta-feira, 1 de setembro de 2021

Crítica – The Chair: 1ª Temporada

 

Análise Crítica – The Chair: 1ª Temporada

Review – The Chair: 1ª Temporada
O universo acadêmico é extremamente apropriado para uma narrativa cômica de ficção graças à burocracia Kafkiana, as vaidades fúteis, o ativismo estudantil que muitas vezes passa do ponto, enfim, elementos propícios à exploração do absurdo. Ainda assim a ficção audiovisual pouco explora esse tipo de universo, com poucas produções na minha memória, como o filme israelense Nota de Rodapé (2013). Por isso fiquei bem curioso para conferir esta primeira temporada de The Chair e como ela tenta construir comédia e drama em uma história sobre o meio acadêmico.

A narrativa é protagonizada por Ji-Yoon (Sandra Oh) a primeira mulher a se tornar chefe do departamento de inglês de uma prestigiosa universidade. O cargo, no entanto, vem com vários problemas, já que ela enfrenta pressão do reitor para aumentar o número de matrículas ou terá de convencer os professores mais antigos (que tem menos alunos) a se aposentarem. Ao mesmo tempo ela precisa lidar com uma crise com os estudantes quando um professor, Bill (Jay Duplass), faz uma brincadeira infeliz em sala de aula e começa a ser hostilizado.

terça-feira, 31 de agosto de 2021

Crítica – Monster Hunter

 

Análise Crítica – Monster Hunter

Review - Monster Hunter
É impressionante como Monster Hunter pega um jogo de videogame sobre caçar monstros gigantes com armas absurdas e consegue tornar isso tão entediante. Muito vem das escolhas de tornar esse universo e personagens coadjuvantes em seu próprio filme, mas no cerne está um problema que tem sido comum em Hollywood nos últimos anos: o de que tudo precisa virar uma franquia com múltiplas continuações.

Por conta disso produzem algo cuja história não se desenvolve, o universo é frouxamente construído e há pouca ou nenhuma conclusão para trama, tudo pela promessa de que vão haver mais filmes. Isso deu problemas para Animais Fantásticos (a despeito da bilheteria razoável) e afundou Warcraft (2016) ou o recente Mortal Kombat (2021) tornando-os em produtos que pareciam trailers estendidos sem unidade narrativa. O mesmo sentimento está presente aqui em Monster Hunter.

Na trama, a comandante Artemis (Milla Jovovich) e sua tropa são pegos em uma estranha tempestade durante uma missão e são transportados para um mundo repleto de monstros gigantes. Lá eles são auxiliados pelo Caçador (Tony Jaa) e precisam descobrir como voltar para o mundo deles.

segunda-feira, 30 de agosto de 2021

Crítica – Val

 

Análise Crítica – Val

Review – Val
O ator Val Kilmer teve um grande momento de estrelato nos anos 80 e 90 protagonizando filmes como Top Gun (1986), Tombstone (1993) ou Batman Eternamente (1995), mas com o tempo ele começou a se afastar de grandes produções. Uma série de fracassos combinados com a fama de que ele era difícil de trabalhar foram colocando o ator longe de Hollywood. Quando ele parecia ensaiar um grande retorno descobriu um câncer de garganta que o deixou sem voz e limitou suas possibilidades de atuar. É uma trajetória complexa e que o próprio ator analisa com um corajoso desprendimento neste Val, documentário de cunho autobiográfico do ator.

A narrativa é relativamente linear acompanhando a história de Kilmer desde a infância em uma narração que é feita por um dos filhos do ator a partir de um texto escrito pelo próprio Val Kilmer. Em paralelo com essas rememorações, acompanhamos o cotidiano presente do ator, conforme ele faz turnês por eventos e convenções como sua principal fonte de renda.

sexta-feira, 27 de agosto de 2021

Rapsódias Revisitadas – Juízo

 

Análise Crítica – Juízo

Review – Juízo
A cineasta Maria Augusta Ramos já tinha retratado o funcionamento do sistema de justiça criminal brasileiro quando fez Justiça (2004). Três anos depois, em 2007, ela retornou ao judiciário brasileiro em Juízo, desta vez explorando como o sistema lida com os menores infratores. Assim como em seu trabalho anterior, e também em produtos posteriores como Morro dos Prazeres (2013), a diretora segue com uma abordagem de documentário observacional, acompanhando os eventos com o mínimo de intervenção possível enquanto registra o cotidiano das audiências desses menores no fórum e nas fundações de acolhimento.

Filmar eventos com menores infratores traz algumas limitações que a diretora precisa contornar. A maior delas é não poder mostrar os rostos nem qualquer elemento que revele as identidades desses jovens. Por conta disso, quando mostra as audiências, sempre que precisa cortar para a fala dos jovens, ela recorre a reconstituições. Todo o resto da audiência como as juízas, pais, defensores e advogados são os sujeitos reais filmados no momento em que esses procedimentos aconteciam, mas os jovens que vemos nas cenas são atores que pertencem as comunidades nas quais os infratores reais viviam e encenam as falas dadas pelos sujeitos reais.

quinta-feira, 26 de agosto de 2021

Crítica – Marvel’s Avengers: War For Wakanda

 

Análise Crítica – Marvel’s Avengers: War For Wakanda

Review – Marvel’s Avengers: War For Wakanda
Não dá para dizer que Marvel’s Avengers teve um lançamento suave. Embora apresentasse uma ótima campanha single player, o jogo se perdia em um componente online com pouco conteúdo, missões repetitivas e um sistema de progressão de equipamentos entediante. As primeiras expansões envolvendo Kate Bishop e o Gavião Arqueiro davam mais personagens e boas histórias, mas traziam pouca variedade em termos de novos inimigos e mecânicas. Nesse sentido, War For Wakanda, a maior das três expansões até aqui, representa um passo na direção certa, oferecendo novos inimigos, mecânicas e ambientes.

A trama começa quando T’Challa detecta a invasão de Ulysses Klaue e seu grupo de mercenários a Wakanda. Klaue quer roubar o vibranium do país, mas os equipamentos dele causam instabilidade no minério o que cria vários problemas. O Pantera Negra parte para conter a invasão e logo recebe os demais Vingadores a Wakanda, que vieram pedir ajuda ao rei para lidar com os problemas de instabilidade do vibranium que afetam o mundo inteiro. Assim, os Vingadores auxiliam o Pantera a lidar com Klaue para recrutar a ajuda dele. O T’Challa encontrado aqui é diferente do jovem monarca dos filmes da Marvel, sendo um rei mais experiente e confiante que já ganhou o respeito de seu povo e se beneficiando da dublagem poderosa de Christopher Judge (que fez o Kratos no último God of War) que confere autoridade e imponência ao Pantera.