terça-feira, 14 de setembro de 2021

Crítica – Kate

 

Análise Crítica – Kate

Review – Kate
Estrelado por Mary Elizabeth Winstead, este Kate é aquele típico filme de ação com trama de vingança. Ao menos consegue entregar cenas de ação envolventes e estilizadas e personagens carismáticos, ainda que presos aos lugares comuns do gênero.

Na trama, Kate (Mary Elizabeth Winstead) é uma assassina que está em missão no Japão para matar os líderes de uma grande família da yakuza. Esta seria sua última missão, mas quando está prestes a matar seu último alvo Kate passa mal e descobre que foi envenenada com um isótopo radioativo. Agora Kate decide buscar vingança contra aqueles que praticamente a condenaram a morte, correndo contra o tempo antes que morra pela contaminação radioativa.

Kate é o arquétipo da assassina que adquire consciência e resolve questionar as ordens, se engajando em uma jornada de reparação pelo sangue derramado. Do mesmo modo, a trama é uma jornada de vingança bem batida e até mesmo a reviravolta ao final que envolve o mentor de Kate, Varrick (Woody Harrelson), é relativamente previsível. Ainda assim, Winstead é competente em trazer o arrependimento de Kate, o desespero pela morte iminente e a raiva que move sua vingança. A atriz também consegue construir um laço sincero com a garota Ani (Miku Patricia Martineau), filha de um alto membro da yakuza e que fica sob a proteção de Kate. Assim, mesmo com a dinâmica manjada da assassina durona e a criança espevitada, a relação das duas tem personalidade o bastante para envolver.

segunda-feira, 13 de setembro de 2021

Crítica – Quanto Vale?

 

Análise Crítica – Quanto Vale?

Review – Quanto Vale?
Medir uma vida humana, aferir valor a ela, não é fácil independente da perspectiva que se adote. Ainda assim, há ocasiões em que isso precisa ser feito, uma delas é no âmbito jurídico para calcular indenizações em relação a pessoas que morreram ou tiveram severas sequelas por conta de algum evento. Este Quanto Vale? aborda essa questão a partir da história real do cálculo das indenizações para as famílias das pessoas mortas e feridas durante os atentados do 11 de setembro.

A narrativa é protagonizada por Ken (Michael Keaton), um advogado especialista em processos de danos que é nomeado pelo governo dos Estados Unidos para negociar as indenizações as serem pagas por conta do 11 de setembro. Lidando com inúmeros casos, com diferentes histórias e circunstâncias, Ken precisa definir os critérios da indenização. De início ele cria uma fórmula geral para calcular os rendimentos de todos, mas uma das lideranças das famílias, Charles Wolf (Stanley Tucci), chama atenção de que a fórmula não atende as necessidades específicas de cada um.

sexta-feira, 10 de setembro de 2021

Lixo Extraordinário – Capcom Fighting Evolution


Análise Crítica – Capcom Fighting Evolution

Review – Capcom Fighting Evolution
Eu costumo falar sobre filmes lendários por sua ruindade nesta coluna, mas hoje decidi ampliar um pouco do escopo e falar também sobre games marcados pela sua ruindade e pelas consequências causadas em suas desenvolvedoras. O escolhido foi Capcom Fighting Evolution, lançado em 2004 para Xbox e Playstation 2, sendo considerado o pior jogo de luta da Capcom. Tão ruim, na verdade, que provocou um hiato de alguns anos na produção de jogos de luta da desenvolvedora que só reergueu o gênero entre suas produções ao lançar Street Fighter IV em 2008.

Em 2004 as coisas não estavam boas para games de luta. O gênero estava em um período de transição por conta do fim da maioria dos fliperamas e as possibilidades de jogar online ainda não tinham a velocidade e precisão que o gênero requisitava. Street Fighter III: 3rd Strike, de 1999, tinha sido o último game da franquia principal da Capcom. A SNK, responsável por The King of Fighters, estava em processo de falência. Mortal Kombat não estava se saindo muito bem em sua transição para o 3D. Apenas algumas séries (a maioria de combates tridimensionais) como Tekken ou Soul Calibur ainda seguiam, embora não estivessem exatamente vendendo em quantidades impressionanentes.

quinta-feira, 9 de setembro de 2021

Rapsódias Revisitadas – Alemanha, Ano Zero

 

Análise – Alemanha, Ano Zero

Review – Alemanha, Ano Zero
Lançado em 1948, Alemanha, Ano Zero é o último da trilogia da Segunda Guerra Mundial feita por Roberto Rossellini. Nos dois filmes anteriores, Roma, Cidade Aberta (1945) e Paisá (1946), Rossellini se voltou para a Itália durante o nazi-fascismo e imediatamente pós-guerra. Neste terceiro, o diretor mira seu olhar na Alemanha pós-guerra, a devastação do país e o desamparo dos cidadãos.

A trama é protagonizada por Edmund (Edmund Kohler) um garoto que tenta encontrar maneiras de ajudar financeiramente a família depois que o pai adoece e o irmão mais velho teme procurar emprego e ser preso por ter servido no exército nazista embora tivesse sido obrigado a servir as forças armadas. Assim, Edmund vaga por uma cidade em ruínas até encontrar um antigo professor de sua escola (que também era um membro do partido nazista). O professor tenta estimular Edmund mas os conselhos dele são em direção de atitudes danosas para o garoto e para a família.

quarta-feira, 8 de setembro de 2021

Crítica – The Witcher: A Lenda do Lobo

 

Análise Crítica – The Witcher: A Lenda do Lobo

Review – The Witcher: A Lenda do Lobo
Ainda que tenha sua parcela de problemas, a primeira temporada de The Witcher foi um grande sucesso para a Netflix, então era de se esperar que o serviço de streaming fosse expandir isso em novas temporadas da série e também em outros produtos. O longa animado The Witcher: A Lenda do Lobo vai exatamente nessa direção, contando uma história que se passa séculos antes de Geralt, focando em Vesemir, que se tornaria o mentor do conhecido bruxo de Rívia.

A trama conta a origem de Vesemir, mostrando como ele se tornou bruxo e também como a Escola do Lobo chegou próxima ao fim. Alternando entre passado e presente, vemos a infância do protagonista e o presente enquanto ele se envolve em uma conspiração para eliminar os bruxos da fortaleza ancestral de Kaer Morhen.

A narrativa toca em temas que são comuns às histórias protagonizadas por Geralt, como o preconceito, as desigualdades de classe e o fato de que muitos humanos são mais vis do que qualquer monstro irracional. Tudo isso está presente aqui conforme Vesemir deixa sua vida pobre para se tornar um bruxo e encontra Tetra, uma feiticeira movida por vingança que deseja eliminar os bruxos. Não há nada que nos dê uma compreensão mais profunda sobre isso que já não tenhamos visto na série principal, mas ao menos serve para ampliar o que sabemos sobre a história desse universo.

terça-feira, 7 de setembro de 2021

Crítica – Cinderela (2021)

 

Análise Crítica – Cinderela (2021)

Review – Cinderela (2021)
Esta nova versão de Cinderela soa como uma tentativa da Amazon de produzir um conteúdo semelhante ao da Disney (sendo que eles fizeram seu próprio Cinderela em live action em 2015), mas a produção estrelada por Camila Cabello não consegue sair da sombra da casa do Mickey. A trama até tem boas ideias, o problema é que a estrutura de musical contado a partir de números com novas versões de canções famosas não consegue ter personalidade suficiente para encantar.

Na trama, Ella (Camila Cabello) é uma jovem que sonha em se tornar estilista e vender vestidos por todo o mundo, mas seus sonhos vão de encontro à realidade do reino, no qual mulheres apenas servem para serem esposas e donas de casa. Ela é constantemente maltratada pela madrasta, Vivian (Idina Menzel), que deseja arrumar bons maridos para as duas filhas. Enquanto isso, o rei Rowan (Pierce Brosnan) quer que o filho, o príncipe Robert (Nicholas Galitzine) encontre uma esposa para que ele possa ser anunciado como o próximo rei.

segunda-feira, 6 de setembro de 2021

Crítica – Ele é Demais

 

Análise Crítica – Ele é Demais

Review Crítica – Ele é Demais
Clássico da Sessão da Tarde, Ela é Demais (1999) era certamente um produto de seu tempo. Nem tudo que dá certo em uma época, no entanto, funciona bem depois, principalmente com uma premissa que depois foi bastante explorada e parodiada como a desse filme. Ainda assim, este Ele é Demais, produção original da Netflix, tentou uma nova leitura trocando os gêneros dos personagens, mas não funciona. Não pela oposição dos gêneros e sim porque toda a construção da aposta (que já era frágil no original) é ainda menos convincente neste remake.

Na trama, Padget (Addison Rae) é uma garota popular e influenciadora digital que esconde das amigas ricas que é pobre. Quando Padget passa vergonha na internet e perde os patrocínios de marca, faz uma aposta com Alden (Maddison Pettis), a garota mais rica do colégio, de que é capaz de tornar qualquer perdedor em um cara popular. O escolhido é Cameron (Tanner Buchanan, o Robbie de Cobra Kai), um rapaz sem muitos amigos que gosta de fotografia.

sexta-feira, 3 de setembro de 2021

Drops – Bob Ross: Alegria, Traição e Ganância

 

Análise Crítica – Bob Ross: Alegria, Traição e Ganância

Review – Bob Ross: Alegria, Traição e Ganância
O pintor Bob Ross ficou mundialmente famoso por seu programa de televisão em que ele ensinava técnicas simples de pintura enquanto fazia um quadro em tempo real para que o espectador ver seu processo. Por trás desse profissional alegre, no entanto, haviam muitos problemas na relação com os sócios que geriam sua empresa e é sobre isso que o documentário Bob Ross: Alegria Traição e Ganância vai tratar.

Recorrendo a entrevistas com o filho de Bob Ross, amigos e colegas de trabalho, bem como imagens de arquivo, a narrativa tenta contar a trajetória do pintor e das tensões com os gestores de sua empresa, o casal Kowalski. Ocasionalmente o filme usa pinturas ao estilo das que Ross fazia para ilustrar alguns testemunhos, mas é algo que acontece muito pouco para ter impacto e o resto do documentário segue o padrão típico de entrevista e arquivo.

A narrativa tenta mostrar como o casal Kowalski foi, de certa forma, responsável pela construção midiática em torno de Ross, mas, ao mesmo tempo, também tiraram tudo do pintor, controlando o nome e a imagem dele mesmo depois da sua morte e sem dar um tostão para a família de Ross. É uma história que choca pelo contraste entre a natureza calma e otimista de Ross e a falta de escrúpulos dos gestores da empresa para com ele, no entanto, a narrativa nunca entrega a intriga e tensão que promete, muito pelo fato de ter um escopo limitado de testemunhas. Muitos envolvidos se recusaram a falar com a produção com medo de retaliação dos Kowalski e os próprios também não aparecem e sem esse embate a tentativa de construção de conflito da trama não se concretiza.

quinta-feira, 2 de setembro de 2021

Crítica – A Jornada de Vivo

 

Análise Crítica – A Jornada de Vivo

Review – A Jornada de Vivo
Produzido pela Sony Animation e distribuído pela Netflix, A Jornada de Vivo é aquele tipo de animação infantil que tem a mesma trama que já vimos em dezenas de outros produtos similares. A produção, no entanto, charme o bastante para funcionar como uma diversão sem compromisso graças à energia de seus números musicais.

A narrativa é protagonizada pelo jupará Vivo (voz de Lin Manuel Miranda) que vive em Cuba com o músico Andrés e juntos fazem shows de rua. Quando Andrés morre depois de receber uma carta de seu antigo amor Marta (voz de Gloria Stefan) chamando-o para um show em Miami, Vivo decide ir para os Estados Unidos entregar a Marta a canção que Andrés compôs para ele. Para alcançar o seu destino, ele terá ajuda de Gabi, sobrinha-neta de Andrés que mora nos EUA e vem a Cuba com a mãe para o funeral de Andrés.

Vivo e Gabi fazem a típica dupla de opostos que não se dá bem, mas que juntos aprenderão a cooperar e perceberão que um tem muito a ensinar ao outro. É o tipo de dinâmica que já conseguimos deduzir com poucos minutos de projeção e cujos desdobramentos e reviravoltas são fáceis de antever.

quarta-feira, 1 de setembro de 2021

Crítica – The Chair: 1ª Temporada

 

Análise Crítica – The Chair: 1ª Temporada

Review – The Chair: 1ª Temporada
O universo acadêmico é extremamente apropriado para uma narrativa cômica de ficção graças à burocracia Kafkiana, as vaidades fúteis, o ativismo estudantil que muitas vezes passa do ponto, enfim, elementos propícios à exploração do absurdo. Ainda assim a ficção audiovisual pouco explora esse tipo de universo, com poucas produções na minha memória, como o filme israelense Nota de Rodapé (2013). Por isso fiquei bem curioso para conferir esta primeira temporada de The Chair e como ela tenta construir comédia e drama em uma história sobre o meio acadêmico.

A narrativa é protagonizada por Ji-Yoon (Sandra Oh) a primeira mulher a se tornar chefe do departamento de inglês de uma prestigiosa universidade. O cargo, no entanto, vem com vários problemas, já que ela enfrenta pressão do reitor para aumentar o número de matrículas ou terá de convencer os professores mais antigos (que tem menos alunos) a se aposentarem. Ao mesmo tempo ela precisa lidar com uma crise com os estudantes quando um professor, Bill (Jay Duplass), faz uma brincadeira infeliz em sala de aula e começa a ser hostilizado.