É curioso que este Cry Macho: O Caminho Para Redenção seja
simultaneamente muito arrastado, parando subitamente o desenvolvimento da trama
principal e seus temas, e muito apressado ao levar seus personagens a
conclusões que não soam plenamente construídas. O filme segue a tendência dos
últimos anos da produção de Clint Eastwood em refletir sobre os Estados Unidos
e sobre o imaginário do país, aqui especificamente ele pondera sobre ideais de
“hombridade” e comunidade.
Na trama, Mike (Clint Eastwood) é
um ex-peão de rodeio e criador de cavalos que aceita o pedido de um amigo,
Howard (Dwight Yoakam), para ir até o México trazer de volta o filho dele, Rafo
(Eduardo Minett), que vive sob a guarda da mãe alcoólatra. A jornada no México
não é fácil, já que Rafo inicialmente não quer acompanhar Mike, a mãe do garoto
coloca pessoas atrás deles e Howard parece ter motivos ocultos para querer o
filho de volta.
Indicado pelo fato de Rafo ter um
galo de briga chamado Macho, a relação entre Mike o garoto vai se construindo
ao redor da ideia de representação de masculinidade. Para Rafo, ser valente,
bruto e brigar são os atributos que envolver ser “macho”, são os elementos
constitutivos de ser homem e desempenhar bem a função masculina na sociedade.
Mike, aos poucos, vai mostrando ao garoto que nada disso faz um homem ou um vaqueiro,
mas agir de maneira correta, sincera, cuidar da comunidade, estar em comunhão
com o mundo a sua volta e com os próprios sentimentos, tudo é mais importante
do que ser brabo ou qualquer outra coisa similar.