quinta-feira, 14 de outubro de 2021

Crítica – Colônia Dignidade: Uma Seita Nazista no Chile

 

Análise Crítica – Colônia Dignidade: Uma Seita Nazista no Chile

Review – Colônia Dignidade: Uma Seita Nazista no Chile
O título nacional deste Colônia Dignidade: Uma Seita Nazista no Chile não reflete completamente a natureza da seita que retrata. A seita de fato tem práticas de extrema direita e até apoiou o regime de Pinochet, mas eles não eram efetivamente nazistas. O título original inclusive não contém a palavra “nazista” e sim “uma seita alemã no Chile”. Talvez os responsáveis pelo título nacional acharam que nazista chamava mais atenção ou talvez eles tenham achado que nazista e alemão é a mesma coisa (o que seria altamente preconceituoso). De todo modo, não espere encontrar nazistas aqui, embora seja uma história cheia de coisas horríveis.

Dividida em seis episódios a série conta a história da Colônia Dignidade, uma colônia de alemães no interior do Chile que abrigava uma comunidade de cristãos ultraconservadores liderados por Paul Schafer. O líder resolveu vir com sua seita para o Chile depois de se tornar procurado pelas autoridades alemãs por pedofilia. Chegando em seu novo lar, Paul resolveu construir boas relações com a comunidade local construindo um hospital para atender a população carente da região. Isso também facilitava o recrutamento e muitas vezes crianças que chegavam ao hospital não eram devolvidas às famílias, ficando ilegalmente sob a tutela da seita de Paul.

quarta-feira, 13 de outubro de 2021

Crítica – Ascensão do Cisne Negro

 

Análise Crítica – Ascensão do Cisne Negro

Review – Ascensão do Cisne Negro
Um agente da lei se vê confinado em um ambiente fechado cercado de criminosos armados e em maior número que tomaram todas as pessoas do lugar de reféns, incluindo a esposa do protagonista. Essa é a trama de Duro de Matar (1988) e este Ascensão do Cisne Negro segue à risca o molde deixado por John McClane. Não é o primeiro e certamente não será o último filme a fazer isso, a questão é que faz sem um pingo de personalidade própria e com uma trama desnecessariamente longa.

Na trama, Tom (Sam Heughan, da série Outlander) é um agente das forças especiais britânicas que está em uma viagem de trem com a namorada, Sophie (Hannah John-Kamen) rumo a Paris quando o trem é tomado pelo grupo paramilitar liderado por Grace (Ruby Rose). A vilã ameaça explodir o Eurotúnel (que liga a Inglaterra à França) em troca de um resgate e um meio de fuga, já que está sendo acusada de crimes de guerra. Cabe a Tom enfrentar a ameaça de dentro do túnel.

segunda-feira, 11 de outubro de 2021

Crítica – Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis

 

Análise Crítica – Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis

Review – Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis
Confesso que não sabia muito o que esperar deste Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis, não conhecia muito do personagem nos quadrinhos e temia que essa fosse ser mais uma história de origem “padrão Marvel” no estilo do primeiro Homem-Formiga (2015) ou Capitã Marvel (2019). O resultado final da aventura introdutória de Shang-Chi, no entanto, é bem divertida e constrói uma identidade própria para si ao mesmo tempo que a situa em meio aos eventos do universo Marvel.

Na trama, Shang-Chi (Simu Liu) vive há dez anos nos Estados Unidos depois de ter fugido do pai, Wenwu (Tony Leung), que controla o sindicato criminoso conhecido como Os Dez Anéis (que vinham aparecendo desde o primeiro Homem de Ferro) com seus anéis de poder que fornecem vida eterna e incríveis poderes. Shang vive uma vida descompromissada ao lado da amiga Katy (Awkwafina), até que são atacados pelos capangas de Wenwu que buscam o pingente do herói que pode conter a localização para a mágica vila de Ta Lo. Assim, Shang-Chi e Katy tem que correr contra o tempo para encontrar Ta Lo antes de Wenwu.

sexta-feira, 8 de outubro de 2021

Crítica – What If...?

 

Análise Crítica – What If...?

Review – What If...?
Primeira série animada dentro do universo cinematográfico da Marvel, What If...? brinca com a cronologia ao mesmo tempo que sedimenta a noção de multiverso que deve ser importante nas próximas produções. Narrada pelo Vigia (voz de Jeffrey Wright), cada episódio conta a história de um universo paralelo diferente em que uma pequena mudança nos eventos promoveu alterações radicais.

Essa estrutura de antologia e de histórias fora do universo principal permite explorar diferentes gêneros que os filmes da Marvel muitas vezes não se aproximam, como o terceiro episódio focado em uma trama investigativa, o quinto episódio que traz uma trama de zumbis ou o oitavo episódio que é praticamente uma comédia adolescente. Isso contribui para dar certo frescor a elementos já conhecidos desse universo, agregando outros olhares.

As tramas são hábeis em remeter ao que foi estabelecido desses personagens na cronologia principal e como esses elementos se comportariam nas alterações propostas por cada história. Assim, a natureza conciliadora de T’Challa (Chadwick Boseman) faria dele um Senhor das Estrelas menos anárquico e um líder mais inspirador do que Peter Quill. Do mesmo modo, um Hank Pym que perdeu tudo para a SHIELD transferiria sua raiva e rancor de maneira violenta e precisa contra organização (lembrem da fala de Howard Stark sobre o perigo que seria torná-lo um inimigo na cena inicial de Homem-Formiga), um Thor que não cresceu com as disputas e manipulações de Loki seria um festeiro irresponsável e daí em diante.

quinta-feira, 7 de outubro de 2021

Smash Ultimate está morto! Longa vida a Smash Ultimate! - Reflexões Boêmias

Smash Ultimate está morto! Longa vida a Smash Ultimate! - Reflexões Boêmias 

Na última terça, 05 de outubro, Masashiro Sakurai anunciou Sora, de Kingdom Hearts, o último personagem de DLC do segundo passe de temporada de Super Smash Bros Ultimate. O diretor já tinha revelado que não haveria uma terceira temporada de personagens adicionais e que uma vez encerrada a segunda temporada, todo o desenvolvimento do jogo seria encerrado. Pode parecer melancólico estarmos diante do fim do desenvolvimento de um jogo tão querido, mas isso não significa um desfecho amargo. Pelo contrário, eu diria que a franquia Smash Bros está hoje em sua era de ouro.

quarta-feira, 6 de outubro de 2021

Drops – O Culpado

 


Confesso que não assisti Culpa (2018), produção dinamarquesa que serve de base para este O Culpado, produzido pela Netflix, então não tenho como oferecer uma comparação entre o original e o remake. A trama acompanha Joe (Jake Gyllenhaal) um policial que foi rebaixado de seu posto e agora atende as chamadas de emergência. Durante um plantão Joe recebe a ligação de uma mulher que foi sequestrada e começa a tentar ajudar.

Toda a história é contada do ponto de vista de Joe, sentado em sua mesa tentando resolver a situação por telefone para informar corretamente as autoridades. O filme consegue criar um clima de urgência e claustrofobia, nos colocando sob o olhar de alguém que quer ajudar, mas está limitado pela distância física. O trabalho de Jake Gyllenhaal, em cena praticamente durante todo o filme, consegue dar a medida do desespero e da urgência do personagem, bem como nos deixa perceber que há algo de pessoal na natureza como ele se entrega a esse caso e até viola protocolos.

terça-feira, 5 de outubro de 2021

Crítica – Kevin Can F**k Himself: Primeira Temporada

 

Análise Crítica – Kevin Can F**k Himself: Primeira Temporada

Review – Kevin Can F**k Himself: Primeira Temporada
Existem inúmeras sitcoms e filmes centrados em um homem imaturo, levemente fora de forma, que está sempre envolvido em esquemas para conseguir dinheiro fácil ou aprontando alguma confusão com as pessoas ao redor por conta de sua conduta imatura. Normalmente esse personagem, além de uma turma de amigos aloprados, tem uma namorada ou esposa muito bonita que sofre com as maluquices dele, mas nunca tem espaço na narrativa além de expressões exasperadas e um olhar de desaprovação. Adam Sandler faz bastante esse tipo de personagem, assim como Kevin James em séries tipo The King of Queens ou Kevin Can Wait. É provavelmente desta última que Kevin Can F**k Himself tira o seu título ao tentar mostrar esse tipo de história da perspectiva da esposa e como viver com uma pessoa assim seria realisticamente um pesadelo e um tormento.

A trama acompanha Allison (Annie Murphy), a esposa do aparvalhado Kevin (Eric Petersen), que sempre arranja confusão e cria esquemas ridículos que obrigam Allison a lidar com as constantes idiotices do marido. A gota d’água chega quando Allison vê a chance de finalmente comprar sua casa dos sonhos, mas descobre que Kevin torrou todas as economias do casal. Sabendo não seria possível simplesmente se divorciar de Kevin por causa da imaturidade possessiva dele, Allison decide tomar o controle de sua vida de alguma maneira.

segunda-feira, 4 de outubro de 2021

Crítica – G.I Joe Origens: Snake Eyes

 

Análise Crítica – G.I Joe Origens: Snake Eyes

Review – G.I Joe Origens: Snake Eyes
Em um dado momento deste G.I Joe Origens: Snake Eyes a personagem Baronesa (Ursula Corberó, a Tokio de La Casa de Papel) diz “foda-se isso” e vai embora para nunca mais voltar. É uma reação apropriada para qualquer um que pense em assistir uma produção tão sem graça que falha nos elementos mais básicos de um filme de ação mesmo quando tem um elenco com talentosos artistas marciais.

A narrativa conta o passado de Snake Eyes (Henry Golding), que viu o pai ser assassinado quando era criança e passou a vida em busca de vingança. Ele recebe uma oportunidade de descobrir o passado quando o misterioso Kenta (Takehiro Hira) promete revelar a identidade do assassino se Snake conseguir se infiltrar no misterioso clã ninja Arashikage e roubar uma valiosa joia deles. Para tal, Snake deve se aproximar e obter a lealdade de Tommy (Andrew Koji), o atual herdeiro do clã.

Enquanto personagem, o principal atrativo de Snake Eyes sempre foi a aura de mistério ao redor dele, já que nunca víamos seu rosto nem ouvíamos sua voz por conta do voto de silêncio que ele tinha feito. Assim, contar a origem do personagem não é necessariamente uma boa ideia por desfazer aquilo que o tornava interessante. Claro, uma história bem contada poderia dar ainda mais impacto ao porquê de tanto mistério, mas não é o caso aqui.

sexta-feira, 1 de outubro de 2021

Crítica – Intrusion

 Análise Crítica – Intrusion


Review – Intrusion
Na prática, Intrusion é mais um daqueles suspenses de invasão domiciliar que a Netflix lança a cada dois ou três meses como Mentiras Perigosas (2020) ou Vende-se Esta Casa (2018) e que em geral são muito ruins e eu inexplicavelmente continuo a assistir (provavelmente por puro masoquismo). Na prática Intrusion até poderia render algo bacana, mas o resultado é completamente esquecível.

A trama é protagonizada pelo casal Meera (Freida Pinto) e Henry (Logan Marshall-Green) que se muda para uma pequena cidade do interior em busca de uma vida mais tranquila depois que os problemas de saúde de Meera quase devastaram o casal. Um dia a casa deles é invadida por criminosos e Henry acaba matando os invasores com uma arma que tinha escondida. O evento deixa Meera fragilizada e ela busca entender o que os invasores queriam, já que eles estavam levando pouca coisa da casa. Aos poucos ela descobre ligações inesperadas com esses criminosos.

Os primeiros minutos conseguem criar um clima de tensão e insegurança conforme Meera se entrega à paranoia de temer novas ameaças e se sente fragilizada depois de ter a casa invadida. Quando a protagonista encontra a correspondência do marido na casa de um dos suspeitos, no entanto, as coisas começam a dar uma guinada para pior.

quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Crítica – Um Ninho Para Dois

 Análise Crítica – Um Ninho Para Dois


Review – Um Ninho Para Dois
O luto pela perda de um ente querido não é fácil. O luto pela perda de um filho pequeno provavelmente é ainda mais difícil. É sobre isso que este Um Ninho Para Dois tenta tratar misturando drama e comédia, embora essa mescla não funcione como deveria.

A trama é focada no casal Lilly (Melissa McCarthy) e Jack (Chris O’Dowd) que está passando por dificuldades depois do falecimento da filha ainda bebê. Lilly tenta seguir com o trabalho, enquanto Jack está internado em uma clínica depois de uma tentativa de suicídio. Lilly tenta ocupar o tempo plantando uma horta em seu quintal, mas começa a ter problemas quando um estorninho, um pássaro bastante territorial, começa a “morar” em uma das árvores do quintal, atacando Lilly sempre que ela se aproxima da horta.

O elenco é o ponto forte do filme. Melissa McCarthy já tinha mostrado habilidade para o drama no subestimado Poderia Me Perdoar? (2018) e aqui volta a exibir seu alcance dramático. Com um olhar perdido, Lilly é uma mulher à deriva, que não sabe como tocar a vida depois da perda e dos traumas que isso infligiu no marido. Os esforços dela em seguir adiante mostram que ela não deu o devido tempo ao luto, como que querendo pular as etapas, algo visível na cena em que ela tenta desesperadamente remover as marcas do berço no carpete, esperando que a ausência de marcas torne mais fácil aceitar a partida da filha.