Filho de um pai palestino e uma mãe judia, Abe (Noah Schnapp) parece desagradar os vários lados de sua família a cada decisão que toma. Se ele se aproxima de algum dos avós, os outros acham que está errado. Se ele pensa em ser muçulmano ou judeu, o pai de Abe, que é ateu, acha que ele está errado. Solitário, sem amigos e sob constante pressão da família que briga o tempo todo, Abe se refugia na culinária e na ideia de fusão gastronômica como um meio de harmonizar diferentes identidades. Para aprender sobre isso, Abe se aproxima de Chico (Seu Jorge), um chef brasileiro que se especializa nesse tipo de gastronomia.
O longa acerta ao falar do valor cultural e social da gastronomia. Comer não é apenas uma necessidade física, é um meio de expressão, onde exibimos nossa cultura, onde nos integramos a nossas comunidades. É também uma maneira de reunir pessoas, de mostrar nosso afeto e cuidado com aqueles que nos cercam. Como todo filme sobre comida, temos imagens suntuosas de pratos criativos que nos deixam com água na boca (menos o acarajé gourmetizado que Chico dá a Abe no início do filme, como baiano me senti ofendido por aquilo sequer ter sido chamado de acarajé).