segunda-feira, 25 de outubro de 2021

Crítica – Na Mente do Demônio

 

Análise Crítica – Na Mente do Demônio

Review – Na Mente do Demônio
Durante todo o tempo em que assistia Na Mente do Demônio uma pergunta pairava sem parar na minha mente: “O que diabos aconteceu com Neill Blomkamp?”. Sim, eu sei que este filme foi realizado no auge da pandemia, com várias limitações de pessoal e orçamento, mas o resultado final não parece fruto do trabalho de alguém com três longas debaixo do braço e sim algo quase que amador. É impressionante que um realizador que tenha começado tão promissor com o excelente Distrito 9 (2009) nunca tenha conseguido entregar algo no mesmo nível, seguido com o passável Elysium (2013) e o péssimo e bagunçado Chappie (2015). Na Mente do Demônio, no entanto, é o ponto mais baixo dele até aqui.

A trama é centrada em Carly (Carly Pope) uma mulher que cortou relações com a mãe depois de décadas de trauma. Um dia é avisada por um amigo, Martin (Chris William Martin), que a mãe está há mais de uma década em coma depois de ser presa por múltiplos crimes e que os médicos do hospital precisam falar com Carly. Chegando na instalação médica, Carly descobre que os médicos querem que ela use um dispositivo experimental de realidade virtual para entrar na mente da mãe, Angela (Nathalie Boltt), para conseguir conversar com ela. O que Carly descobre, no entanto, é que existe outra entidade no corpo da mãe.

sexta-feira, 22 de outubro de 2021

Drops - Gotham City 1889: Um Conto de Batman

 Análise Crítica - Gotham City 1889: Um Conto de Batman


Review - Gotham City 1889: Um Conto de Batman
Eu sempre sou atraído pelas histórias em que a DC tenta situar a mitologia dos seus heróis em outros contextos, como colocar o Superman na União Soviética durante a Guerra Fria em Superman: Entre a Foice e o Martelo ou inserir o Batman na época vitoriana como este Gotham City 1889: Um Conto de Batman. Não li o quadrinho homônimo criado por Brian Augustyn e Mike Mignola (criador de Hellboy) que inspira este longa animado, então não sei até que ponto ele é fiel ao texto original.

Na trama, Bruce Wayne retorna à Gotham vitoriana atuando a noite como Batman para combater a criminalidade e corrupção que tomaram conta da cidade. As coisas se tornam ainda piores quando o misterioso Estripador começa a matar mulheres nas regiões mais pobres da cidade, instaurando o pânico. Cabe ao Batman desvendar o mistério.

Apesar de uma estrutura típica de “quem matou?” o filme foca mais na ação, com longas cenas de luta, do que na investigação, deixando um pouco de lado o aspecto detetivesco do Batman. As cenas de ação são bem construídas, em especial a luta entre Batman e o Estripador no topo de uma aeronave, mostrando como herói e o vilão são combatentes formidáveis.

quinta-feira, 21 de outubro de 2021

Crítica – Por Que as Mulheres Matam: Segunda Temporada

 

Análise Crítica – Por Que as Mulheres Matam: Segunda Temporada

Review – Por Que as Mulheres Matam: Segunda Temporada
A primeira temporada de Por Que as Mulheres Matam foi uma grata surpresa. Com uma comédia ácida, a série de antologia contava três histórias de mulheres em três períodos de tempo distintos para mostrar como o ideal de vida feminino estava longe de ser tão maravilhoso quanto dizem. Essa segunda temporada se afasta um pouco das críticas sobre como a sociedade trata as mulheres, para ir ainda mais adiante no humor sombrio. Claro, a ideia de que a sociedade prende as mulheres em determinadas funções ainda está presente aqui, mas não é tão preponderante quanto na primeira temporada.

A trama se passa em 1949. Alma (Allison Tolman) é uma desengonçada dona de casa de meia idade que sonha em ser notada pela sociedade e, principalmente, entrar para o prestigiado clube de jardinagem de sua cidade, do qual apenas mulheres ricas fazem parte. Para entrar, ela precisaria convencer a presidente do clube, Rita (Lana Parrilla), que não está disposta a permitir que alguém mais humilde e menos glamourosa entre em seu clube. Rita também tem problemas com o marido, Carlo (Daniel Zacapa), um homem riquíssimo e idoso que está prestes a provar que Rita tem um amante, podendo tirá-la do testamento. A rivalidade de Alma e Rita vai eventualmente criar uma espiral de crimes e mortes que coloca a cidade em polvorosa.

quarta-feira, 20 de outubro de 2021

Crítica – Abe

 

Análise Crítica – Abe

Review – Abe

Estrelado pelo Noah Schnapp de Stranger Things e dirigido pelo brasileiro Fernando Grostein, Abe é uma típica história de amadurecimento e um jovem tentando encontrar seu lugar no mundo. É também um filme que almeja tratar de conflitos entre povos e resolução de diferenças, mas não se sai muito bem nisso.

Filho de um pai palestino e uma mãe judia, Abe (Noah Schnapp) parece desagradar os vários lados de sua família a cada decisão que toma. Se ele se aproxima de algum dos avós, os outros acham que está errado. Se ele pensa em ser muçulmano ou judeu, o pai de Abe, que é ateu, acha que ele está errado. Solitário, sem amigos e sob constante pressão da família que briga o tempo todo, Abe se refugia na culinária e na ideia de fusão gastronômica como um meio de harmonizar diferentes identidades. Para aprender sobre isso, Abe se aproxima de Chico (Seu Jorge), um chef brasileiro que se especializa nesse tipo de gastronomia.

O longa acerta ao falar do valor cultural e social da gastronomia. Comer não é apenas uma necessidade física, é um meio de expressão, onde exibimos nossa cultura, onde nos integramos a nossas comunidades. É também uma maneira de reunir pessoas, de mostrar nosso afeto e cuidado com aqueles que nos cercam. Como todo filme sobre comida, temos imagens suntuosas de pratos criativos que nos deixam com água na boca (menos o acarajé gourmetizado que Chico dá a Abe no início do filme, como baiano me senti ofendido por aquilo sequer ter sido chamado de acarajé).

terça-feira, 19 de outubro de 2021

Crítica – O Peso do Ouro

 

Análise Crítica – O Peso do Ouro

Review – O Peso do Ouro
Originalmente programada para 2020, as Olimpíadas de Tóquio aconteceram em 2021 por conta da pandemia do COVID-19 e o tema da saúde mental dos atletas acabou sendo um tema evidenciado na competição por conta de posicionamentos de atletas como Simone Biles e Naomi Osaka. O documentário O Peso do Ouro, produzido pela HBO no final de 2020, parecia já antecipar essas discussões.

Com uma narração do multi-medalhista Michael Phelps, a produção entrevista diferentes atletas olímpicos que falam sobre os problemas de saúde mental que tiveram ao longo da carreira ou que observaram em seus colegas, incluindo o suicídio de vários atletas olímpicos. É um documentário bem típico em termos de formato, com entrevistas e imagens de arquivo, mas consegue ter impacto por causa do teor dos relatos dos atletas que retratam momentos de depressão pelas constantes cobranças e pressão, seja de si mesmos, da família, dos treinadores ou da mídia. São testemunhos fortes, que não recomendo serem ouvidos por pessoas que estejam passando por situações parecidas.

segunda-feira, 18 de outubro de 2021

Crítica – Maligno

 

Análise Crítica – Maligno

Review – Maligno
Fui assistir a este Maligno, novo filme de terror dirigido por James Wan, sem saber o que esperar e confesso que me surpreendi positivamente com o que eu encontrei. Wan parece aqui disposto a celebrar o terror B das décadas de 70 e 80, abraçando sem medo o exagero desse tipo de produção, não deixando de abrir mão do apuro estético que é típico de seus trabalhos.

A trama acompanha Madison (Annabelle Wallis), uma mulher presa a um relacionamento abusivo e que não consegue engravidar, tendo sofrido dois abortos espontâneos seguidos. Um dia sua casa é atacada por uma misteriosa entidade que mata o marido de Madison, deixando-a como única sobrevivente. Como não havia marcas de invasão na casa e Madison tinha sinais de que sofria violência física do marido, ela é considerada suspeita pelo detetive Kekoa Shaw (George Young). Aos poucos, Madison começa a ter visões da mesma criatura atacando outras pessoas e resolve desvendar o mistério do porque está conectada a esta entidade.

sexta-feira, 15 de outubro de 2021

Crítica – Metroid Dread

 

Análise Crítica – Metroid Dread

Review – Metroid Dread
A Nintendo é um pouco inconsistente no tratamento de suas franquias. Enquanto Mario ou Pokémon recebem lançamentos constantes, séries como Metroid tem longos hiatos sem nenhum novo jogo, apenas remakes ou relançamentos. O último jogo original protagonizado por Samus Aran foi Metroid: Other M (2010) para Nintendo Wii e a última aventura original em 2D foi Metroid Fusion (2002) para Game Boy Advance. Ou seja, mais dez anos sem um novo Metroid e quase vinte desde uma aventura 2D que continuasse a cronologia principal. Pois Metroid Dread chega justamente para suprir essa ausência, trazendo Samus em uma aventura 2D que segue os eventos de Metroid Fusion.

Na trama, Samus está se recuperando da batalha com os parasitas X quando uma misteriosa transmissão vinda do planeta ZDR mostra o X vivendo no planeta, contrariando a ideia de que eles estariam extintos. A Federação despacha os EMMI robôs de reconhecimento com armadura reforçada para mapearem o planeta, mas perdem a conexão com eles. Sem saber o que está havendo, Samus, a única resistente ao X, é despachada para ZDR. Lá ela é confrontada por um misterioso membro dos Chozo, uma raça que se acreditava estar extinta, que a ataca e a deixa nas profundezas do planeta com seu traje danificado. Agora Samus precisa recuperar as melhorias do traje, retornar à superfície do planeta e descobrir o mistério envolvendo os Chozo e os parasitas X.

quinta-feira, 14 de outubro de 2021

Crítica – Colônia Dignidade: Uma Seita Nazista no Chile

 

Análise Crítica – Colônia Dignidade: Uma Seita Nazista no Chile

Review – Colônia Dignidade: Uma Seita Nazista no Chile
O título nacional deste Colônia Dignidade: Uma Seita Nazista no Chile não reflete completamente a natureza da seita que retrata. A seita de fato tem práticas de extrema direita e até apoiou o regime de Pinochet, mas eles não eram efetivamente nazistas. O título original inclusive não contém a palavra “nazista” e sim “uma seita alemã no Chile”. Talvez os responsáveis pelo título nacional acharam que nazista chamava mais atenção ou talvez eles tenham achado que nazista e alemão é a mesma coisa (o que seria altamente preconceituoso). De todo modo, não espere encontrar nazistas aqui, embora seja uma história cheia de coisas horríveis.

Dividida em seis episódios a série conta a história da Colônia Dignidade, uma colônia de alemães no interior do Chile que abrigava uma comunidade de cristãos ultraconservadores liderados por Paul Schafer. O líder resolveu vir com sua seita para o Chile depois de se tornar procurado pelas autoridades alemãs por pedofilia. Chegando em seu novo lar, Paul resolveu construir boas relações com a comunidade local construindo um hospital para atender a população carente da região. Isso também facilitava o recrutamento e muitas vezes crianças que chegavam ao hospital não eram devolvidas às famílias, ficando ilegalmente sob a tutela da seita de Paul.

quarta-feira, 13 de outubro de 2021

Crítica – Ascensão do Cisne Negro

 

Análise Crítica – Ascensão do Cisne Negro

Review – Ascensão do Cisne Negro
Um agente da lei se vê confinado em um ambiente fechado cercado de criminosos armados e em maior número que tomaram todas as pessoas do lugar de reféns, incluindo a esposa do protagonista. Essa é a trama de Duro de Matar (1988) e este Ascensão do Cisne Negro segue à risca o molde deixado por John McClane. Não é o primeiro e certamente não será o último filme a fazer isso, a questão é que faz sem um pingo de personalidade própria e com uma trama desnecessariamente longa.

Na trama, Tom (Sam Heughan, da série Outlander) é um agente das forças especiais britânicas que está em uma viagem de trem com a namorada, Sophie (Hannah John-Kamen) rumo a Paris quando o trem é tomado pelo grupo paramilitar liderado por Grace (Ruby Rose). A vilã ameaça explodir o Eurotúnel (que liga a Inglaterra à França) em troca de um resgate e um meio de fuga, já que está sendo acusada de crimes de guerra. Cabe a Tom enfrentar a ameaça de dentro do túnel.

segunda-feira, 11 de outubro de 2021

Crítica – Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis

 

Análise Crítica – Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis

Review – Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis
Confesso que não sabia muito o que esperar deste Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis, não conhecia muito do personagem nos quadrinhos e temia que essa fosse ser mais uma história de origem “padrão Marvel” no estilo do primeiro Homem-Formiga (2015) ou Capitã Marvel (2019). O resultado final da aventura introdutória de Shang-Chi, no entanto, é bem divertida e constrói uma identidade própria para si ao mesmo tempo que a situa em meio aos eventos do universo Marvel.

Na trama, Shang-Chi (Simu Liu) vive há dez anos nos Estados Unidos depois de ter fugido do pai, Wenwu (Tony Leung), que controla o sindicato criminoso conhecido como Os Dez Anéis (que vinham aparecendo desde o primeiro Homem de Ferro) com seus anéis de poder que fornecem vida eterna e incríveis poderes. Shang vive uma vida descompromissada ao lado da amiga Katy (Awkwafina), até que são atacados pelos capangas de Wenwu que buscam o pingente do herói que pode conter a localização para a mágica vila de Ta Lo. Assim, Shang-Chi e Katy tem que correr contra o tempo para encontrar Ta Lo antes de Wenwu.