quinta-feira, 28 de outubro de 2021

Crítica – Sob Pressão: 4ª Temporada

Análise Crítica – Sob Pressão: 4ª Temporada

 

Review – Sob Pressão: 4ª Temporada
Depois de um hiato no ano passado por conta da pandemia que rendeu o especial de dois episódios Sob Pressão: Plantão Covid, a série Sob Pressão retorna para uma quarta temporada propriamente dita. Apesar de reconhecer a pandemia ainda em curso, essa quarta temporada foca em um hospital que atende casos diversos, evitando focar apenas na pandemia e falando de outras questões que envolvem a saúde pública e a sociedade brasileira.

Depois da experiência em um hospital de campanha, Evandro (Júlio Andrade) e Carolina (Marjorie Estiano) retornam aos plantões tradicionais no Hospital Edith de Magalhães. Além da rotina corrida do hospital, o casal precisa lidar com o retorno de Diana (Ana Flávia Cavalcanti), que revela que teve um filho com Evandro. Diana acaba desaparecendo e deixando o bebê com Evandro e Carolina, que precisam readaptar a rotina.

Como de costume ao longo da série, os casos abordados a cada episódio retratam problemas de saúde recorrentes na população, tentando mostrar os problemas sociais que muitas vezes causam tudo isso. Como a violência urbana que faz inocentes serem vítimas de bala perdida, a rotina de trabalho precarizada de entregadores de aplicativo que não lhes dá tempo para cuidados de saúde ou qualquer coisa além de trabalho ou o racismo que causa um trote violento na universidade contra um jovem negro.

quarta-feira, 27 de outubro de 2021

Crítica – As Passageiras

 

Análise Crítica – As Passageiras

Review – As Passageiras
Pela sinopse e pelos trailers, As Passageiras prometia ser uma divertida mistura entre horror, ação e comédia. Com isso em mente fui assistir esperando algo que ao menos funcionasse como entretenimento bacana, mas o produto final, embora tenha alguns bons elementos, não diverte como deveria.

Na trama, Benny (Jorge Lendeborg Jr) substitui o irmão por uma noite em seu trabalho como motorista. Nesta noite específica ele precisa levar duas mulheres, Blaire (Debby Ryan) e Zoe (Lucy Fry), para uma série de festas. Rapidamente Benny descobre que as duas são vampiras e estão em uma missão de eliminar os chefes de todos os territórios de Los Angeles para que o vampiro Victor (Alfie Allen) domine a cidade sozinho. A ação viola uma antiga trégua entre vampiros e humanos, fazendo de Benny e suas duas passageiras alvos de vampiros rivais e também humanos caçadores de monstros.

Apesar da trama se estruturar com uma intensa corrida contra o tempo, o filme nunca consegue transmitir essa sensação de movimento. Toda vez que a trama parece se acelerar e engatar na urgência que o texto sugere, tudo cessa subitamente com os personagens parando para se esconder, dando início a longos diálogos expositivos que tentam explicar a complicada política que rege a conduta de vampiros e humanos naquele universo.

terça-feira, 26 de outubro de 2021

Crítica – Duna

Análise Crítica – Duna


Review – Duna
Eu lembro quando li Duna ainda no início do ensino médio em 2003. Fiquei impressionado como uma narrativa escrita em 1965 podia dizer tanto sobre o mundo em que eu vivia naquele momento. Guerras travadas em países desérticos em prol de uma substância essencial para o transporte. Grupos de fanáticos religiosos emergindo desses locais declarando guerra santa aos invasores. A trama de ambientalismo, messianismo, intriga política e dominação religiosa criada por Frank Herbert parecia ter feito exatamente o que se espera de uma boa ficção-científica: ter vislumbrado o futuro.

Só depois de já ter lido o livro que conheci a adaptação para o cinema de 1984 dirigida por David Lynch e fiquei extremamente decepcionado (houve também uma série de televisão que é muito ruim), Então quando foi anunciada uma nova adaptação feita por Denis Villeneuve, que já tinha trazido um novo vigor a Blade Runner em Blade Runner 2049 (2017), fiquei animado por um filme que finalmente fizesse justiça à obra de Frank Herbert e o diretor entrega exatamente isso. Sim, muitos elementos da narrativa soam batidos para um olhar contemporâneo, mas isso acontece mais porque Duna foi uma obra extremamente influente e consumimos várias narrativas influenciadas por ele do que por um trabalho sem personalidade ou derivativo.

segunda-feira, 25 de outubro de 2021

Crítica – Na Mente do Demônio

 

Análise Crítica – Na Mente do Demônio

Review – Na Mente do Demônio
Durante todo o tempo em que assistia Na Mente do Demônio uma pergunta pairava sem parar na minha mente: “O que diabos aconteceu com Neill Blomkamp?”. Sim, eu sei que este filme foi realizado no auge da pandemia, com várias limitações de pessoal e orçamento, mas o resultado final não parece fruto do trabalho de alguém com três longas debaixo do braço e sim algo quase que amador. É impressionante que um realizador que tenha começado tão promissor com o excelente Distrito 9 (2009) nunca tenha conseguido entregar algo no mesmo nível, seguido com o passável Elysium (2013) e o péssimo e bagunçado Chappie (2015). Na Mente do Demônio, no entanto, é o ponto mais baixo dele até aqui.

A trama é centrada em Carly (Carly Pope) uma mulher que cortou relações com a mãe depois de décadas de trauma. Um dia é avisada por um amigo, Martin (Chris William Martin), que a mãe está há mais de uma década em coma depois de ser presa por múltiplos crimes e que os médicos do hospital precisam falar com Carly. Chegando na instalação médica, Carly descobre que os médicos querem que ela use um dispositivo experimental de realidade virtual para entrar na mente da mãe, Angela (Nathalie Boltt), para conseguir conversar com ela. O que Carly descobre, no entanto, é que existe outra entidade no corpo da mãe.

sexta-feira, 22 de outubro de 2021

Drops - Gotham City 1889: Um Conto de Batman

 Análise Crítica - Gotham City 1889: Um Conto de Batman


Review - Gotham City 1889: Um Conto de Batman
Eu sempre sou atraído pelas histórias em que a DC tenta situar a mitologia dos seus heróis em outros contextos, como colocar o Superman na União Soviética durante a Guerra Fria em Superman: Entre a Foice e o Martelo ou inserir o Batman na época vitoriana como este Gotham City 1889: Um Conto de Batman. Não li o quadrinho homônimo criado por Brian Augustyn e Mike Mignola (criador de Hellboy) que inspira este longa animado, então não sei até que ponto ele é fiel ao texto original.

Na trama, Bruce Wayne retorna à Gotham vitoriana atuando a noite como Batman para combater a criminalidade e corrupção que tomaram conta da cidade. As coisas se tornam ainda piores quando o misterioso Estripador começa a matar mulheres nas regiões mais pobres da cidade, instaurando o pânico. Cabe ao Batman desvendar o mistério.

Apesar de uma estrutura típica de “quem matou?” o filme foca mais na ação, com longas cenas de luta, do que na investigação, deixando um pouco de lado o aspecto detetivesco do Batman. As cenas de ação são bem construídas, em especial a luta entre Batman e o Estripador no topo de uma aeronave, mostrando como herói e o vilão são combatentes formidáveis.

quinta-feira, 21 de outubro de 2021

Crítica – Por Que as Mulheres Matam: Segunda Temporada

 

Análise Crítica – Por Que as Mulheres Matam: Segunda Temporada

Review – Por Que as Mulheres Matam: Segunda Temporada
A primeira temporada de Por Que as Mulheres Matam foi uma grata surpresa. Com uma comédia ácida, a série de antologia contava três histórias de mulheres em três períodos de tempo distintos para mostrar como o ideal de vida feminino estava longe de ser tão maravilhoso quanto dizem. Essa segunda temporada se afasta um pouco das críticas sobre como a sociedade trata as mulheres, para ir ainda mais adiante no humor sombrio. Claro, a ideia de que a sociedade prende as mulheres em determinadas funções ainda está presente aqui, mas não é tão preponderante quanto na primeira temporada.

A trama se passa em 1949. Alma (Allison Tolman) é uma desengonçada dona de casa de meia idade que sonha em ser notada pela sociedade e, principalmente, entrar para o prestigiado clube de jardinagem de sua cidade, do qual apenas mulheres ricas fazem parte. Para entrar, ela precisaria convencer a presidente do clube, Rita (Lana Parrilla), que não está disposta a permitir que alguém mais humilde e menos glamourosa entre em seu clube. Rita também tem problemas com o marido, Carlo (Daniel Zacapa), um homem riquíssimo e idoso que está prestes a provar que Rita tem um amante, podendo tirá-la do testamento. A rivalidade de Alma e Rita vai eventualmente criar uma espiral de crimes e mortes que coloca a cidade em polvorosa.

quarta-feira, 20 de outubro de 2021

Crítica – Abe

 

Análise Crítica – Abe

Review – Abe

Estrelado pelo Noah Schnapp de Stranger Things e dirigido pelo brasileiro Fernando Grostein, Abe é uma típica história de amadurecimento e um jovem tentando encontrar seu lugar no mundo. É também um filme que almeja tratar de conflitos entre povos e resolução de diferenças, mas não se sai muito bem nisso.

Filho de um pai palestino e uma mãe judia, Abe (Noah Schnapp) parece desagradar os vários lados de sua família a cada decisão que toma. Se ele se aproxima de algum dos avós, os outros acham que está errado. Se ele pensa em ser muçulmano ou judeu, o pai de Abe, que é ateu, acha que ele está errado. Solitário, sem amigos e sob constante pressão da família que briga o tempo todo, Abe se refugia na culinária e na ideia de fusão gastronômica como um meio de harmonizar diferentes identidades. Para aprender sobre isso, Abe se aproxima de Chico (Seu Jorge), um chef brasileiro que se especializa nesse tipo de gastronomia.

O longa acerta ao falar do valor cultural e social da gastronomia. Comer não é apenas uma necessidade física, é um meio de expressão, onde exibimos nossa cultura, onde nos integramos a nossas comunidades. É também uma maneira de reunir pessoas, de mostrar nosso afeto e cuidado com aqueles que nos cercam. Como todo filme sobre comida, temos imagens suntuosas de pratos criativos que nos deixam com água na boca (menos o acarajé gourmetizado que Chico dá a Abe no início do filme, como baiano me senti ofendido por aquilo sequer ter sido chamado de acarajé).

terça-feira, 19 de outubro de 2021

Crítica – O Peso do Ouro

 

Análise Crítica – O Peso do Ouro

Review – O Peso do Ouro
Originalmente programada para 2020, as Olimpíadas de Tóquio aconteceram em 2021 por conta da pandemia do COVID-19 e o tema da saúde mental dos atletas acabou sendo um tema evidenciado na competição por conta de posicionamentos de atletas como Simone Biles e Naomi Osaka. O documentário O Peso do Ouro, produzido pela HBO no final de 2020, parecia já antecipar essas discussões.

Com uma narração do multi-medalhista Michael Phelps, a produção entrevista diferentes atletas olímpicos que falam sobre os problemas de saúde mental que tiveram ao longo da carreira ou que observaram em seus colegas, incluindo o suicídio de vários atletas olímpicos. É um documentário bem típico em termos de formato, com entrevistas e imagens de arquivo, mas consegue ter impacto por causa do teor dos relatos dos atletas que retratam momentos de depressão pelas constantes cobranças e pressão, seja de si mesmos, da família, dos treinadores ou da mídia. São testemunhos fortes, que não recomendo serem ouvidos por pessoas que estejam passando por situações parecidas.

segunda-feira, 18 de outubro de 2021

Crítica – Maligno

 

Análise Crítica – Maligno

Review – Maligno
Fui assistir a este Maligno, novo filme de terror dirigido por James Wan, sem saber o que esperar e confesso que me surpreendi positivamente com o que eu encontrei. Wan parece aqui disposto a celebrar o terror B das décadas de 70 e 80, abraçando sem medo o exagero desse tipo de produção, não deixando de abrir mão do apuro estético que é típico de seus trabalhos.

A trama acompanha Madison (Annabelle Wallis), uma mulher presa a um relacionamento abusivo e que não consegue engravidar, tendo sofrido dois abortos espontâneos seguidos. Um dia sua casa é atacada por uma misteriosa entidade que mata o marido de Madison, deixando-a como única sobrevivente. Como não havia marcas de invasão na casa e Madison tinha sinais de que sofria violência física do marido, ela é considerada suspeita pelo detetive Kekoa Shaw (George Young). Aos poucos, Madison começa a ter visões da mesma criatura atacando outras pessoas e resolve desvendar o mistério do porque está conectada a esta entidade.

sexta-feira, 15 de outubro de 2021

Crítica – Metroid Dread

 

Análise Crítica – Metroid Dread

Review – Metroid Dread
A Nintendo é um pouco inconsistente no tratamento de suas franquias. Enquanto Mario ou Pokémon recebem lançamentos constantes, séries como Metroid tem longos hiatos sem nenhum novo jogo, apenas remakes ou relançamentos. O último jogo original protagonizado por Samus Aran foi Metroid: Other M (2010) para Nintendo Wii e a última aventura original em 2D foi Metroid Fusion (2002) para Game Boy Advance. Ou seja, mais dez anos sem um novo Metroid e quase vinte desde uma aventura 2D que continuasse a cronologia principal. Pois Metroid Dread chega justamente para suprir essa ausência, trazendo Samus em uma aventura 2D que segue os eventos de Metroid Fusion.

Na trama, Samus está se recuperando da batalha com os parasitas X quando uma misteriosa transmissão vinda do planeta ZDR mostra o X vivendo no planeta, contrariando a ideia de que eles estariam extintos. A Federação despacha os EMMI robôs de reconhecimento com armadura reforçada para mapearem o planeta, mas perdem a conexão com eles. Sem saber o que está havendo, Samus, a única resistente ao X, é despachada para ZDR. Lá ela é confrontada por um misterioso membro dos Chozo, uma raça que se acreditava estar extinta, que a ataca e a deixa nas profundezas do planeta com seu traje danificado. Agora Samus precisa recuperar as melhorias do traje, retornar à superfície do planeta e descobrir o mistério envolvendo os Chozo e os parasitas X.