segunda-feira, 15 de novembro de 2021

Crítica – Mario Party Superstars

 Análise Crítica – Mario Party Superstars


Review – Mario Party Superstars
Já faz algum tempo que os games da franquia Mario Party não agradam os fãs. Os problemas começaram em Mario Party 9 no Nintendo Wii, quando a navegação no tabuleiro foi reformulada para que todos os personagens andassem juntos em um carro, o que tirava muito da dimensão estratégica. Os problemas continuaram em Mario Party 10 no WiiU e apesar da Nintendo tentar reformular muita coisa em Super Mario Party no Nintendo Switch as coisas não melhoraram muito. Pois com este Mario Party Superstars a Nintendo tenta colocar a franquia de volta aos trilhos ao literalmente retornar ao passado, trazendo ao Switch tabuleiros dos três primeiros jogos no Nintendo 64 e cerca de 100 minigames selecionados entre os melhores da série.

O jogo traz cinco tabuleiros, cada um com seu próprio nível de dificuldade e estratégia, direto dos três primeiros jogos. Logicamente algumas mecânicas foram reajustadas para melhor balanceamento e para comportar algumas mecânicas como o uso de itens que não estavam presentes nos tabuleiros do primeiro Mario Party. A progressão é similar ao dos games clássicos, quatro jogadores em um tabuleiro competem para conseguir moedas e comprar estrelas para ganhar a partida. Cada tabuleiro tem também algumas mecânicas próprias, como a ilha do Yoshi, que permite trocar Toadette (que vende as estrelas) de lugar com Bowser, o laser gigante de Espaçolândia que remove moedas de quem estiver em seu caminho ou a complexa dinâmica entre dia e noite em Medolândia.

sexta-feira, 12 de novembro de 2021

Drops – Um Lobo Entre Nós

 

Crítica - Um Lobo Entre Nós

Review – Um Lobo Entre Nós
Misturando uma estrutura de “mistério do quarto fechado” ao estilo Agatha Christie com histórias de lobisomem e uma boa dose de comédia este Um Lobo Entre Nós consegue fazer essa mistura resultar em algo razoavelmente divertido. Finn (Sam Richardson) chega a uma pequena cidade no interior dos Estados Unidos para trabalhar como guarda florestal. O pequeno povoado é cheio de personalidades excêntricas e Finn faz amizade com a carteira Cecily (Milana Vayntrub). Durante uma tempestade de neve corpos mutilados começam a aparecer e a cidade fica sem energia, com quase todos se refugiando na única pousada da cidade, mas aos poucos começam a desconfiar um do outro e o caos se instaura.

Boa parte da comédia vem das personalidades bizarras que compõem os habitantes da cidade, que reagem à ameaça da maneira mais estúpida possível e fundamentam suas suspeitas em argumentos imbecis. As reações idiotas dos habitantes sempre geram consequências inesperadas e ainda mais estúpidas que dão um grau de imprevisibilidade à trama. As mortes divertem pela sanguinolência exagerada e também pela criatividade que envolvem algumas delas.

quinta-feira, 11 de novembro de 2021

Crítica – Maid

Análise Crítica – Maid

Review – Maid
Narrativas sobre mulheres reconstruindo a vida depois de fugirem de um cotidiano abusivo tem se tornado comuns. São histórias necessárias em um contexto em que discutimos cada vez mais sobre as estruturas machistas que governam a sociedade e, nesse sentido, é importante que a ficção também pense a respeito desses temas. A minissérie Maid certamente não faz nada em termos da trama que conta que já não tenha sido contado antes, mas o que lhe confere força é a complexidade que sua trama dá a seus personagens e a imersão que ela proporciona no universo sensível de sua protagonista.

A trama é baseada no livro autobiográfico de Stephanie Land e é centrada em Alex (Margaret Qualley) que vai com a filha de dois anos, Maddy (Rylea Nevaeh Whittet), para um abrigo de vítimas de violência doméstica fugindo do comportamento abusivo do marido Sean (Nick Robinson). Como ela dependia de Sean para tudo, Alex precisa arrumar um emprego para garantir habitação e poder manter a guarda da filha, assim ela começa a trabalhar como faxineira.

quarta-feira, 10 de novembro de 2021

Crítica – Marighella

Análise Crítica – Marighella

Review – Marighella
Brasil nunca passou realmente à limpo o período da ditadura militar (assim como a escravidão também não foi, mas isso é conversa para outra ocasião). Querendo rapidamente fazer a transição para uma democracia com eleições diretas e com medo de melindrar os militares durante a transição, os crimes, horrores e excessos não foram plenamente expostos. Não demos o tempo para fazer a sociedade brasileira entender que era algo para nos envergonharmos (afinal os militares chegaram ao poder com apoio de parte da população e da imprensa) e que deveríamos ter “ódio e nojo” da ditadura como bem disse Ulysses Guimarães. Este Marighella, estreia de Wagner Moura como diretor, mostra a truculência e crueldade daqueles que estavam no poder durante este período, bem como a subserviência dos militares aos interesses dos Estados Unidos.

O filme conta a história real de Carlos Marighella (Seu Jorge), a partir da biografia escrita por Mário Magalhães. Marighella foi um intelectual, político e deputado que iniciou a Aliança Libertadora Nacional (ALN), grupo de luta armada contra a ditadura militar brasileira. As ações de Marighella e da ALN o tornam alvo do governo militar, que despacha o delegado Lúcio (Bruno Gagliasso) para detê-lo.

terça-feira, 9 de novembro de 2021

Crítica – Marvel’s Guardians of the Galaxy

Análise Crítica – Marvel’s Guardians of the Galaxy

Review – Marvel’s Guardians of the Galaxy
Eu fiquei com um pé atrás com o anúncio deste Marvel’s Guardians of the Galaxy, afinal a incursão anterior da Square-Enix neste universo foi o problemático, ainda que divertido, Marvel’s Avengers, que tentava ser várias coisas ao mesmo tempo e não fazia nenhuma direito. Tudo bem que ele foi desenvolvido pela Crystal Dynamics (responsável pelos recentes Tomb Raider), enquanto que este novo jogo dos Guardiões da Galáxia estava sob a batuta da Eidos Montreal (que desenvolveu os recentes Deus Ex), mas ainda assim temi que a Square, que era a publisher, poderia interferir e repetir os mesmos problemas do game dos Vingadores. Felizmente isso não aconteceu e Marvel’s Guardians of the Galaxy é uma experiência concisa e focada em uma narrativa de um jogador, que mostra o valor desse tipo de experiência que a indústria parece disposta a não fazer a despeito de sucessos como God of War e Jedi Fallen Order.

Na trama, os Guardiões já estão juntos há algum tempo e tentam faturar alto ao capturarem e venderem um monstro poderoso para a temível Lady Hellbender. A missão dá errado e eles são pegos pela Tropa Nova, acidentalmente se colocando no caminho da Igreja da Verdade Universal e seus planos de dominação galáctica. Agora o grupo precisa se unir e superar as diferenças para salvar o universo.

segunda-feira, 8 de novembro de 2021

Crítica – Ghostbusters: Mais Além

 

Análise Crítica – Ghostbusters: Mais Além

Review – Ghostbusters: Mais Além
Depois de uma tentativa de fazer um reboot da franquia com Caça-Fantasmas (2016), com novos personagens e uma nova continuidade, a Sony decide retornar ao universo dos filmes originais com este Ghostbusters: Mais Além. Dirigido por Jason Reitman, filho de Ivan Reitman, que dirigiu os dois primeiros filmes, essa nova tentativa de recomeçar funciona simultaneamente como uma continuação e reboot.

Na trama, Callie (Carrie Coon) descobre que o pai, com quem não tinha contato, morreu e deixou uma fazenda decrépita para ela no interior de Oklahoma. Ela se desloca para a propriedade com os filhos Trevor (Finn Wolfhard) e Phoebe (McKenna Grace), uma gênia precoce que não tem uma boa relação com a mãe. Lá Phoebe descobre antigos equipamentos científicos do avô revelando que ele foi um dos Caça-Fantasmas que livrou Nova Iorque de ameaças sobrenaturais na década de 80 e que estava ali para conter uma poderosa entidade que todos achavam ter eliminado.

A trama demora a engrenar com o mistério sobre o avô de Phoebe se alongando desnecessariamente quando a identidade dele é óbvia desde o início (e já estava nos trailers). Sim, eu entendo que há um esforço de construir a dinâmica familiar entre Phoebe e mãe, focando em como elas não conseguem se entender e Phoebe constantemente se sente sozinha e deslocada por ser tão diferente da mãe e do irmão. Ainda assim, fica a impressão que a narrativa demora em entregar revelações que são bem evidentes desde o início.

sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Rapsódias Revisitadas – Duna (1984)

 

Análise Crítica – Duna (1984)

Review – Duna (1984)
Como falei no meu texto recente sobre Duna (2021), eu adoro o livro homônimo de Frank Herbert desde a primeira vez que o li ainda na adolescência. Lembro, ao terminar de ler, de ficar animado sabendo que já existia uma adaptação cinematográfica feita em 1984 e dirigida por ninguém menos que David Lynch. O estilo visual e o tipo de narrativa do diretor pareciam ideais para adaptar um romance que tem tantos elementos lisérgicos que chega a ser difícil pensar em transpor para o audiovisual uma narrativa que se passa dentro do fluxo de consciência do protagonista em muitos momentos. Duna (1984) tinha muito em seu favor e ainda assim deu errado, embora não tenha sido exatamente culpa de Lynch.

São notórias das brigas que Lynch teve com os produtores e estúdio durante as filmagens. De uma versão inicial previsto para quase cinco horas, algo que o estúdio considerava comercialmente inviável, o filme foi obrigatoriamente reduzido a meras duas horas, uma duração mais padrão para uma produção hollywoodiana. Isso significava cortes severos no que estava planejado e várias gambiarras narrativas para fazer a trama ter o mínimo de coesão.

quinta-feira, 4 de novembro de 2021

Crítica – Young Justice: Outsiders

 

Análise Crítica – Young Justice: Outsiders

Review Crítica – Young Justice: Outsiders
Lançada em 2011 no Cartoon Network, Young Justice era uma das melhores séries animadas do universo DC. Era tão boa que foi uma surpresa quando a emissora anunciou o cancelamento da série depois de uma excelente segunda temporada que, por sinal, acabava com um gancho. Desde então os fãs pedem o retorno da série, mas isso só aconteceu em 2019 quando a Warner lançou um streaming exclusivo para produtos da DC e uma terceira temporada intitulada Young Justice: Outsiders foi lançada. O streaming não existe mais e seus produtos foram incorporados à HBO Max, sendo através dela que essa terceira temporada finalmente chega ao Brasil (junto com a estreia da quarta temporada).

Depois dos eventos do segundo ano, os membros sêniores da Liga da Justiça estão em missão no espaço tentando reparar a imagem da Terra e ajudar os planetas afetados. Em uma dessas missões eles descobrem meta-humanos da Terra empregados por vilões intergalácticos como escravos. Assim, cabe aos membros que ficaram no planeta, em especial aos heróis da Justiça Jovem, resolver a crise. O problema é que a ONU, agora liderada por Lex Luthor, limita a ação da Liga, então vários membros da Liga, jovens e experientes, deixam o posto para agir na ilegalidade e prender os traficantes de pessoas. A investigação da equipe secreta os leva à pequena nação da Markovia, na qual a jovem princesa Tara e o príncipe Brion foram sequestrados supostamente por terem o meta-gene.

quarta-feira, 3 de novembro de 2021

Crítica – Hypnotic

 

Análise Crítica – Hypnotic

Review – Hypnotic
Eu sou um verme. Eu não tenho amor próprio. Eu me odeio. Só isso pode explicar porque continuo a me sujeitar a assistir esses suspenses ruins produzidos pela Netflix. A essa altura eu já deveria saber que dificilmente encontrarei qualquer coisa além de algo tão ruim que me faz eu me contorcer em agonia só de lembrar. É exatamente o que acontece com este péssimo Hypnotic.

Jenn (Kate Siegel) acha que sua vida está estagnada e resolve ir a um hipnotista depois da indicação de uma amiga. Ela começa as sessões com o doutor Collin (Jason O’Mara), mas coisas estranhas começam a acontecer.

O primeiro problema é o quão óbvio fica desde o início que Collin é um completo psicopata desde a primeira cena em que ele aparece. Com uma voz forçosamente grave e olhos esbugalhados que não piscam, não há nenhuma sutileza na composição de Jason O’Mara para nos deixar em dúvida se os eventos que acometem a protagonista são algum distúrbio mental ou se provocados pelo próprio terapeuta. Não ajuda que o consultório dele seja feito com elementos que parecem o design descartado para um covil de vilão de filme do James Bond da década de 70, com direito a fortes luzes vermelhas piscando e um estilo futurista e opressivo.

terça-feira, 2 de novembro de 2021

Crítica – Eternos

 

Análise Crítica – Eternos

Review – Eternos
Fui sem saber o que esperar deste Eternos. Sinceramente temi que fosse mais um filme de origem “padrão Marvel” sem nada digno de nota, mas a presença da diretora Chloe Zhao me deu alguma esperança que pudesse ser diferente. O resultado é algo que mal parece um filme da Marvel, o que é ótimo considerando que nos últimos anos o estúdio estava se apegando demais aos próprios clichês.

Na trama, os Eternos são um grupo de seres imortais e extremamente poderosos enviados pelos Celestiais para proteger a Terra dos Deviantes, seres cósmicos extremamente poderosos. Exceto para enfrentarem os Deviantes, os Eternos não devem se revelar ou interferir na vida dos humanos. Apesar de acreditarem que exterminaram todos os inimigos há séculos, Sersi (Gemma Chan) se surpreende ao ser atacada por um deles em Londres e resolve reunir o grupo para enfrentar a nova ameaça e parte em busca de Ajak (Salma Hayek), a líder da equipe.