segunda-feira, 22 de novembro de 2021

Rapsódias Revisitadas – A Família Addams

 

Crítica – A Família Addams

Review Crítica – A Família Addams (1991)
Lançado em 1991, A Família Addams não teve um percurso fácil até o lançamento. Os personagens criados por Charles Addams para uma tirinha de quadrinhos tinham encontrado sucesso em uma série de televisão na década de 60, mas não tinham aparecido na mídia por décadas. Barry Sonnenfeld, que até então nunca tinha dirigido nenhum filme, mas tinha ampla experiência como diretor de fotografia, tendo trabalhado em produções como Arizona Nunca Mais (1987), Harry & Sally: Feitos um Para o Outro (1989) ou Louca Obsessão (1990).

A produção

Sonnenfeld foi abordado pelo produtor Scott Rudin depois que nomes como Terry Gilliam e Tim Burton recusaram o projeto. Sonnenfeld leu o roteiro e não gostou, achou que tinha um humor muito próximo da série da década de 1960 e pouco dos cartuns de Charles Addams e argumentou com Rudin que o roteiro era ruim. Rudin aceitou as críticas como mais uma razão para Sonnenfeld aceitar o projeto, já que ele entendia bem os personagens e a produtora Orion aceitou a indicação de Sonnenfeld por confiar em Rudin.

sexta-feira, 19 de novembro de 2021

Drops – Age of Calamity: Guardian of Rememberance

 

Análise Crítica – Age of Calamity: Guardian of Rememberance

Review – Age of Calamity: Guardian of Rememberance
Depois da decepção que foi a primeira expansão para Hyrule Warriors:Age of Calamity, a segunda expansão Guardian of Rememberance consegue evitar os problemas da DLC anterior, dando uma experiência que agrega tanto em termos de jogabilidade quanto de narrativa.

A história começa depois da campanha principal, com Purrah e Robbie consertando Terrako, o pequeno Guardião que veio do futuro, e descobrindo novos fragmentos de memória dele. As novas missões se situam dentro desses fragmentos de memória e ajudam a entender como Terrako viajou no tempo ou como Astor conseguiu o poder de Calamity Ganon. Algumas dessas memórias também exploram mais as ações dos pilotos das Bestas Divinas e suas contrapartes futuras, ampliando o desenvolvimento desses personagens que ficaram um pouco de lado na campanha principal, algo que apontei quando escrevi sobre o jogo base.

quinta-feira, 18 de novembro de 2021

Crítica – Vingança & Castigo

 

Análise Crítica – Vingança & Castigo

Review – Vingança & Castigo
O faroeste (ou western) é um dos gêneros mais identificáveis da produção hollywoodiana. Suas tramas e sua mitologia se relacionam com o evento histórico da expansão dos Estados Unidos rumo à costa oeste e visam construir o entendimento do povo estadunidense como audaz, desbravador, capaz de domar o mais hostil dos ambientes graças à sua força e inteligência. Muitos filmes foram feitos a partir de figuras históricas reais como Wyatt Earp ou Doc Holiday.

O protagonismo do western, no entanto, sempre esteve nas mãos de pessoas brancas apesar do registro histórico também mostrar a presença importante de figuras negras como Bass Reeves. Ao fazer isso, a iconografia do gênero acaba dando a impressão de que apenas os brancos tinham as características ideais para prosperarem no velho oeste. Por isso a revisão feita neste Vingança & Castigo é tão importante, mostrando as histórias negras presentes neste momento histórico.

Apesar de se basear em figuras que existiram de verdade no período, a narrativa em si é ficcional. A narrativa acompanha o pistoleiro Nat Love (Jonathan Majors) em sua busca por vingança contra o criminoso Rufus Buck (Idris Elba), responsável pela morte da família de Nat. Tendo escapado da prisão recentemente e se reunido com seu perigoso bando, Rufus toma o controle de uma pequena cidade. Sabendo que não tem como enfrentar Rufus sozinho, Nat se reúne com um grupo de caçadores de recompensa liderados pelo xerife Bass Reeves (Delroy Lindo).

quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Crítica – Querido Evan Hansen

 

Análise Crítica – Querido Evan Hansen

Review – Querido Evan Hansen
Filmes musicais estão normalmente associados à comédia, mas é perfeitamente possível que o gênero trate de temas mais pesados como suicídio e saúde mental sem parecer que está suavizando a gravidade dessas questões. Querido Evan Hansen, adaptação de um musical da Broadway de mesmo nome, tenta abordar exatamente esses temas, mas tem alguns problemas.

Evan (Ben Platt) é um adolescente tímido que sofre de depressão e ansiedade. Para lidar com isso, seu terapeuta sugere que ele escreva cartas para si mesmo na tentativa de colocar para fora seus sentimentos. Um dia ele acidentalmente imprime uma dessas cartas na escola, que é encontrada por Connor (Colton Ryan) que acha que Evan estava zombando dele. Dias depois Connor se suicida e a carta de Evan é a única coisa encontrada com ele fazendo todos acreditarem que aquela era a carta de suicídio de Connor e que ele e Evan eram amigos. Confrontado pelos pais de Connor, Evan não consegue dizer a verdade e confirma a mentira, que vai ganhando grandes proporções conforme a história se espalha e ele passa a apreciar o fato de finalmente ser notado e ter amigos.

terça-feira, 16 de novembro de 2021

Crítica – Alerta Vermelho

 

Análise Crítica – Alerta Vermelho

Review – Alerta Vermelho
Hollywood às vezes cai no erro de achar que basta juntar vários astros que estão em alta num mesmo filme para multiplicar seus ganhos. A história mostra que isso nem sempre dá certo, como no esquecível A Mexicana (2001) que reuniu Brad Pitt e Julia Roberts ou no fraco Passageiros (2016) que juntou Chris Pratt e Jennifer Lawrence. Alerta Vermelho é o mais novo lembrete que nem sempre uma quantidade grande de astros de alta visibilidade equaciona em um bom filme.

Na trama, o agente do FBI John Hartley (Dwayne “The Rock” Johnson) se une ao ladrão Nolan Booth (Ryan Reynolds) para tentar capturar a Bispo (Gal Gadot), a mais elusiva ladra do mundo. A dupla corre contra o tempo para recuperar três valiosos ovos adornados de joias que pertenceram à Cleópatra e que Bispo deseja roubar. É uma trama simples, feita para justificar viagens ao redor do mundo, perseguições e diálogos ferinos entre os personagens, mas nem tudo sai como deveria.

segunda-feira, 15 de novembro de 2021

Crítica – Mario Party Superstars

 Análise Crítica – Mario Party Superstars


Review – Mario Party Superstars
Já faz algum tempo que os games da franquia Mario Party não agradam os fãs. Os problemas começaram em Mario Party 9 no Nintendo Wii, quando a navegação no tabuleiro foi reformulada para que todos os personagens andassem juntos em um carro, o que tirava muito da dimensão estratégica. Os problemas continuaram em Mario Party 10 no WiiU e apesar da Nintendo tentar reformular muita coisa em Super Mario Party no Nintendo Switch as coisas não melhoraram muito. Pois com este Mario Party Superstars a Nintendo tenta colocar a franquia de volta aos trilhos ao literalmente retornar ao passado, trazendo ao Switch tabuleiros dos três primeiros jogos no Nintendo 64 e cerca de 100 minigames selecionados entre os melhores da série.

O jogo traz cinco tabuleiros, cada um com seu próprio nível de dificuldade e estratégia, direto dos três primeiros jogos. Logicamente algumas mecânicas foram reajustadas para melhor balanceamento e para comportar algumas mecânicas como o uso de itens que não estavam presentes nos tabuleiros do primeiro Mario Party. A progressão é similar ao dos games clássicos, quatro jogadores em um tabuleiro competem para conseguir moedas e comprar estrelas para ganhar a partida. Cada tabuleiro tem também algumas mecânicas próprias, como a ilha do Yoshi, que permite trocar Toadette (que vende as estrelas) de lugar com Bowser, o laser gigante de Espaçolândia que remove moedas de quem estiver em seu caminho ou a complexa dinâmica entre dia e noite em Medolândia.

sexta-feira, 12 de novembro de 2021

Drops – Um Lobo Entre Nós

 

Crítica - Um Lobo Entre Nós

Review – Um Lobo Entre Nós
Misturando uma estrutura de “mistério do quarto fechado” ao estilo Agatha Christie com histórias de lobisomem e uma boa dose de comédia este Um Lobo Entre Nós consegue fazer essa mistura resultar em algo razoavelmente divertido. Finn (Sam Richardson) chega a uma pequena cidade no interior dos Estados Unidos para trabalhar como guarda florestal. O pequeno povoado é cheio de personalidades excêntricas e Finn faz amizade com a carteira Cecily (Milana Vayntrub). Durante uma tempestade de neve corpos mutilados começam a aparecer e a cidade fica sem energia, com quase todos se refugiando na única pousada da cidade, mas aos poucos começam a desconfiar um do outro e o caos se instaura.

Boa parte da comédia vem das personalidades bizarras que compõem os habitantes da cidade, que reagem à ameaça da maneira mais estúpida possível e fundamentam suas suspeitas em argumentos imbecis. As reações idiotas dos habitantes sempre geram consequências inesperadas e ainda mais estúpidas que dão um grau de imprevisibilidade à trama. As mortes divertem pela sanguinolência exagerada e também pela criatividade que envolvem algumas delas.

quinta-feira, 11 de novembro de 2021

Crítica – Maid

Análise Crítica – Maid

Review – Maid
Narrativas sobre mulheres reconstruindo a vida depois de fugirem de um cotidiano abusivo tem se tornado comuns. São histórias necessárias em um contexto em que discutimos cada vez mais sobre as estruturas machistas que governam a sociedade e, nesse sentido, é importante que a ficção também pense a respeito desses temas. A minissérie Maid certamente não faz nada em termos da trama que conta que já não tenha sido contado antes, mas o que lhe confere força é a complexidade que sua trama dá a seus personagens e a imersão que ela proporciona no universo sensível de sua protagonista.

A trama é baseada no livro autobiográfico de Stephanie Land e é centrada em Alex (Margaret Qualley) que vai com a filha de dois anos, Maddy (Rylea Nevaeh Whittet), para um abrigo de vítimas de violência doméstica fugindo do comportamento abusivo do marido Sean (Nick Robinson). Como ela dependia de Sean para tudo, Alex precisa arrumar um emprego para garantir habitação e poder manter a guarda da filha, assim ela começa a trabalhar como faxineira.

quarta-feira, 10 de novembro de 2021

Crítica – Marighella

Análise Crítica – Marighella

Review – Marighella
Brasil nunca passou realmente à limpo o período da ditadura militar (assim como a escravidão também não foi, mas isso é conversa para outra ocasião). Querendo rapidamente fazer a transição para uma democracia com eleições diretas e com medo de melindrar os militares durante a transição, os crimes, horrores e excessos não foram plenamente expostos. Não demos o tempo para fazer a sociedade brasileira entender que era algo para nos envergonharmos (afinal os militares chegaram ao poder com apoio de parte da população e da imprensa) e que deveríamos ter “ódio e nojo” da ditadura como bem disse Ulysses Guimarães. Este Marighella, estreia de Wagner Moura como diretor, mostra a truculência e crueldade daqueles que estavam no poder durante este período, bem como a subserviência dos militares aos interesses dos Estados Unidos.

O filme conta a história real de Carlos Marighella (Seu Jorge), a partir da biografia escrita por Mário Magalhães. Marighella foi um intelectual, político e deputado que iniciou a Aliança Libertadora Nacional (ALN), grupo de luta armada contra a ditadura militar brasileira. As ações de Marighella e da ALN o tornam alvo do governo militar, que despacha o delegado Lúcio (Bruno Gagliasso) para detê-lo.

terça-feira, 9 de novembro de 2021

Crítica – Marvel’s Guardians of the Galaxy

Análise Crítica – Marvel’s Guardians of the Galaxy

Review – Marvel’s Guardians of the Galaxy
Eu fiquei com um pé atrás com o anúncio deste Marvel’s Guardians of the Galaxy, afinal a incursão anterior da Square-Enix neste universo foi o problemático, ainda que divertido, Marvel’s Avengers, que tentava ser várias coisas ao mesmo tempo e não fazia nenhuma direito. Tudo bem que ele foi desenvolvido pela Crystal Dynamics (responsável pelos recentes Tomb Raider), enquanto que este novo jogo dos Guardiões da Galáxia estava sob a batuta da Eidos Montreal (que desenvolveu os recentes Deus Ex), mas ainda assim temi que a Square, que era a publisher, poderia interferir e repetir os mesmos problemas do game dos Vingadores. Felizmente isso não aconteceu e Marvel’s Guardians of the Galaxy é uma experiência concisa e focada em uma narrativa de um jogador, que mostra o valor desse tipo de experiência que a indústria parece disposta a não fazer a despeito de sucessos como God of War e Jedi Fallen Order.

Na trama, os Guardiões já estão juntos há algum tempo e tentam faturar alto ao capturarem e venderem um monstro poderoso para a temível Lady Hellbender. A missão dá errado e eles são pegos pela Tropa Nova, acidentalmente se colocando no caminho da Igreja da Verdade Universal e seus planos de dominação galáctica. Agora o grupo precisa se unir e superar as diferenças para salvar o universo.