Na trama os irmãos George (Jesse Plemons) e Phil (Benedict Cumberbatch) são fazendeiros com um negócio em ascensão. George cuida do lado administrativo enquanto Phil supervisiona o cotidiano dos animais da fazenda. Phil se comporta com um típico caubói de western, um homem estoico e durão, que fala e socializa pouco e tem orgulho de seu bom manejo da terra e dos animais. A relação entre os dois irmãos é abalada quando George se casa com a viúva Rose (Kirsten Dunst), levando ela e o filho Pete (Kodi Smit-McPhee) para morar na fazenda. Aos poucos Phil começa a atormentar Rose e Pete, ridicularizando Rose por suas incursões musicais fracassadas e Pete por seus modos afeminados ou sua paixão por ciência.
terça-feira, 7 de dezembro de 2021
Crítica – Ataque dos Cães
segunda-feira, 6 de dezembro de 2021
Crítica – Identidade
Estreia da atriz Rebecca Hall como diretora, a trama adapta um romance de Nella Larsen, e acompanha Irene (Tessa Thompson), uma mulher negra na Nova Iorque de 1920. Um dia Irene reencontra uma amiga de infância, Clare (Ruth Negga), e descobre que ela vive se passando por branca, inclusive tendo casado com um homem branco fazendo ele acreditar que ela era branca.
O reencontro desperta emoções em ambas. De um lado Irene, que assim como Clare tem uma pele mais clara e conseguiria se passar como branca, se sente incomodada com a possibilidade de esconder quem é, embora se sinta atraída pelas facilidades e segurança de uma vida de branca. Por outro lado, Clare vê em Irene um refúgio, uma possibilidade de ser ela mesma integralmente sem precisar fingir ou temer ser descoberta.
sexta-feira, 3 de dezembro de 2021
Crítica – Venom: Tempo de Carnificina
Na trama, Eddie Brock (Tom Hardy) consegue uma entrevista exclusive com o serial killer Cletus Kasady (Woody Harrelson), mas durante a conversa Brock é mordido por Kasady, que fica com o pedaço do simbionte de Eddie. Usando o novo simbionte para se tornar o perigoso Carnificina, Cletus foge da cadeia e começa a causar destruição por onde passa. Cabe a Eddie Brock e ao simbionte Venom deter a nova ameaça.
De cara incomoda como a relação entre Brock e Venom parece estagnada em relação aos eventos do filme anterior. No final do primeiro Brock parecia ter aceito a condição de “protetor letal” permitindo que Venom devorasse bandidos. Aqui, no entanto, tudo parece ter voltado à estaca zero, com o filme dando a desculpa de que as autoridades ainda estavam à procura do simbionte por causa dos eventos do filme anterior, sendo que nada disso tinha sido dito no final do primeiro filme quando Eddie deixa Venom devorar um assaltante. Assim, ao invés de mover adiante a relação dos personagens, tudo soa estagnado, repetindo o que já tinha sido feito no primeiro filme, sendo que o primeiro filme não é exatamente bom.
Muitos defeitos do anterior também retornam, como o fato de que o texto não consegue fazer Eddie soar como um competente repórter investigativo. Porque inicialmente ele recusaria uma exclusiva com um serial killer? Porque ele aceitaria publicar uma fala de Cletus que claramente é uma mensagem cifrada sendo que isso poderia ser um código para que crimes fossem cometidos em nome dele? É um tipo de coisa que deveria passar pela cabeça de um jornalista experiente, mas Brock continua a agir como um amador estúpido.
Do mesmo modo, a relação entre Venom e Eddie continua sendo apresentada mais como uma espécie de comédia romântica e menos como um sujeito lidando com um parasita alienígena querendo controlar seu corpo. Ao fazer Venom engraçadinho, o filme diminui a capacidade intimidadora da criatura como um predador voraz e letal, impedindo que Venom seja aqui a presença imponente que o texto visa construir.
Qualquer um que já tenha assistido Assassinos por Natureza (1994) sabe que Woody Harrelson é perfeitamente capaz de fazer um serial killer caipira cruzando o país ao lado de um interesse romântico igualmente letal. A escalação dele como Cletus Kasady seria um acerto fácil, no entanto, não funciona por conta de um texto que não sabe fazer com o personagem. Kasady muda de personalidade o tempo todo, uma hora sendo enquadrado como um completo lunático e sádico, um psicopata cruel que busca destruição e dor. Em outros momentos o filme tenta transformar Cletus em uma vítima das circunstâncias, um coitado solitário e incompreendido que se tornou violento por causa dos abusos que sofreu e só queria ser amado. Essas duas abordagens entram em conflito uma com a outra e o personagem acaba soando vazio.
Não ajuda que o roteiro tenha uma série de incoerências e elementos mal explicados ou desenvolvidos. Porque, por exemplo, Cletus só queria dar entrevista para Eddie? O filme nunca dá uma justificativa crível para isso e soa mais como algo que acontece porque precisa acontecer para mover a trama. Do mesmo modo, porque exatamente o simbionte Carnificina precisa matar Venom? É estabelecido desde o início que Carnificina é naturalmente mais poderoso que Venom, então qual a razão dessa obsessão em matar o “pai”? Porque Venom fica assustado ao ver Carnificina pela primeira vez, explicando que é por ele ser vermelho? Qual o motivo do inimigo ser um simbionte vermelho afetar tanto Venom?
A ação abusa de névoa e espaços mal iluminados, provavelmente para facilitar os efeitos especiais que criam as criaturas, mas assim como no anterior são escolhas que tornam tudo incomodamente escuro. As lutas entre simbiontes continuam parecendo que duas manchas de tinta foram jogadas em uma folha de papel. São menos confusas que o filme anterior por causa das cores mais díspares entre as criaturas, entretanto não empolgam como deveriam. Parte do motivo da ação não empolgar é que o filme nos diz o tempo todo como esses seres são monstros carniceiros devoradores de gente, porém nunca vemos essa violência e brutalidade nas cenas de ação, já que o filme tem classificação indicativa baixa e não pode mostrar nada muito explícito.
Não esperava nada de Venom: Tempo de Carnificina e ainda
assim o filme conseguiu decepcionar sendo pior que o primeiro em praticamente
tudo.
Nota: 3/10
Trailer
quinta-feira, 2 de dezembro de 2021
Crítica – Anônimo
Assim como De Volta ao Jogo (2014), primeiro filme do John Wick, o filme inicialmente se estrutura ao redor do que parece ser uma típica trama de vingança quando a casa de Hutch é invadida por ladrões, mas logo se mostra uma história sobre um sujeito que segurou os impulsos homicidas por tempo demais e agora está mais do que disposto a ir para guerra por qualquer razão. É também um filme de ação sem muitas firulas em termos de narrativa indo direto ao ponto de conflito entre Hutch e os russos e usando isso para criar boas cenas de ação.
quarta-feira, 1 de dezembro de 2021
Crítica – Mestres do Universo Salvando Etérnia: Parte 2
Essa segunda parte começa do ponto em que a anterior parou. Esqueleto consegue a Espada do Poder e se transforma em uma versão mais poderosa de si. Maligna toma o lugar da Feiticeira no Castelo de Grayskull e o príncipe Adam está gravemente ferido depois de um ataque do Esqueleto. Os heróis devem se reagrupar e decidir como lidar com essa versão mais poderosa do Esqueleto ao mesmo tempo em que uma novas crises surgem.
terça-feira, 30 de novembro de 2021
Crítica – Cowboy Bebop
A trama se passa em um futuro no qual a humanidade colonizou o sistema solar. Em uma sociedade profundamente desigual e marcada por crimes, caçadores de recompensa prosperam capturando criminosos que a lei não dá conta de prender. Spike (John Cho) e Jet (Mustafa Shakir) são dois desses caçadores que vagam pelos planetas atrás de uma recompensa que garanta a próxima refeição. Conforme caçam criminosos, Spike acaba sendo confrontando pelo passado que tentou abandonar e fica na mira do poderoso grupo criminoso conhecido como O Sindicato.
segunda-feira, 29 de novembro de 2021
Reflexões Boêmias: 5 Canções de Sondheim
Considero Stephen Sondheim um dos melhores e talvez o melhor compositor a trabalhar em musicais da Broadway. Responsável por peças como West Side Story, Gypsy, A Little Night Music, Sweeney Todd, Company ou Into The Woods, Sondheim compôs para alguns dos maiores espetáculos da Broadway, a maioria dos que foram citados aqui (que representam uma pequena parte da produção dele) inclusive foram adaptados para cinema com graus variáveis de sucesso. Sondheim nos deixou na última sexta-feira, 26 de novembro, aos 91 anos e deixa um legado imenso para a música, o teatro e o cinema.
Como uma pequena homenagem e
celebração ao seu corpus de produção,
resolvi falar um pouco das cinco canções dele que mais gosto. Deixo claro que
faço essa lista com base em preferências pessoais mesmo, daquilo dele que mais
me toca, me impacta. As escolhas também foram baseadas em músicas que servissem
de amostra da versatilidade de Sondheim como compositor, que podia ir de
composições simples a altamente complexas (em geral não é fácil cantar
Sondheim). Em comum, no entanto, todas essas canções são excelentes em externar
aquilo que os personagens sentem. Suas dores, suas dúvidas, seu júbilo e seu
afeto. Muitas vezes tudo isso junto. Mesmo com a dor de termos perdido um
compositor tão singular, encontro conforto em saber que carregarei as músicas
dele comigo para sempre.
sexta-feira, 26 de novembro de 2021
Crítica – Tick, Tick...BOOM!
A trama adapta o monólogo teatral homônimo escrito e protagonizado por Larson, com cenas do cotidiano do personagem mais ao estilo de uma biografia tradicional. A narrativa foca na tentativa de Larson (Andrew Garfield) em emplacar seu primeiro musical, Superbia, e a pressão que ele sente por estar prestes a fazer trinta anos e não ter encontrado o sucesso. Então acompanhamos o personagem em sua vida cotidiana com essas cenas intercaladas pelo personagem performando o espetáculo sobre esse período da vida dele, como se as cenas no teatro dessem ao espectador a perspectiva subjetiva do protagonista.
No papel seria um experimento interessante, com as cenas biográficas e as cenas do teatro dialogando constantemente. Uma oferecendo o universo interno e subjetivo do personagem e outra mostrando o universo externo a ele e como Larson se relacionava com as pessoas ao seu redor. Na prática, no entanto, as cenas biográficas tem pouco a fazer além de servir como mera ilustração ao monólogo teatral e musical do personagem. Ele diz algo no palco e entra uma cena ilustrando o que ele disse sem que essa cena ofereça ao espectador nenhuma nova informação em relação às cenas no palco.
quinta-feira, 25 de novembro de 2021
Crítica – A Máfia dos Tigres: 2ª Temporada
A primeira temporada tinha como eixo central as denúncias de precariedade, maus tratos e violações trabalhistas cometidas por uma série de donos de “zoológicos” de beira de estrada que lucravam em cima de animais silvestres. No meio do caminho a série se detinha sobre as maluquices e excentricidades desses indivíduos, mas ao menos havia um foco muito claro.
Essa segunda temporada é desprovida de foco ou de uma trama que unifique as histórias, partindo das tentativas de libertar Joe Exotic, depois falando sobre o sumiço do marido de Carole Baskin e sobre os problemas legais de Jeff Lowe, mas não há nada que una direito essas tramas, são uma série de histórias soltas. Mais que isso, os personagens que entram nessa temporada, já que os da anterior ou foram presos ou se recusam a falar, são completamente desinteressantes.
quarta-feira, 24 de novembro de 2021
Crítica – Deserto Particular
Na trama, Pedro (Antonio Saboia) é um policial passando por uma crise, depois que um episódio de agressão põe sua carreira em risco. Enfrentando punições disciplinares, sem salário e cuidando do pai que tem Alzheimer, Pedro é bastante solitário. A única pessoa com quem ele parece ter uma conexão é Sara (Pedro Fasanaro), uma mulher do interior da Bahia com quem ele se relaciona por mensagens. Quando Sara deixa de responder, Pedro decide dirigir de Curitiba até Juazeiro para encontrá-la.
A trama demora um pouco de engrenar, se estendendo muito no início em mostrar as dificuldades de Pedro em cuidar do pai ou nas minúcias das consequências da agressão que ele cometeu, inclusive estabelecendo prazos para as etapas do processo administrativo. A questão é que muitos desses elementos não repercutem no restante do filme. Eu entendo que o caso de agressão está ali para mostrar o beco sem saída profissional de Pedro e eventualmente mostrar o alcance da homofobia dele, do mesmo modo que o pai está ali para mostrar as raízes da masculinidade tóxica do protagonista. Ainda assim, se eu parasse de assistir o filme em seus primeiros trinta minutos, teria uma impressão completamente equivocada sobre o que ele trata, dada a atenção constante sobre a agressão e o pai.