Além de denúncias de pedofilia, de cooptar as funcionárias de seu parque para um estranho culto/harém ao seu redor, Antle me chamava atenção pela linguagem corporal perturbadora. Ele sempre falava com uma aparente calma e alegria, com um sorriso tão rígido no rosto que parecia paralisado naquela posição. Bastava alguém dizer algo que Doc não gostava, que sua voz imediatamente se tornava agressiva e descontrolada apesar de um evidente esforço de manter no rosto a expressão plácida e sorridente, o que lhe fazia parecer um completo lunático.
Essa minissérie derivada vai mais à fundo no passado de Antle, explicando como ele estruturou seu harém/seita a partir de suas vivências em uma comunidade alternativa de yoga no interior dos Estados Unidos a partir da década de 60. Através de testemunhos e imagens de arquivo, o documentário mostra como desde jovem Antle estava metido com seitas e também em se relacionar com menores de idade, inclusive levando algumas delas de casa se autorização dos pais (na prática, sequestro). Os vários testemunhos revelam um padrão consistente de abusos e manipulação dessas mulheres, algo que mesmo denunciado para o guru que liderava a seita da qual Antle pertencia não parecia haver consequência (inclusive porque o próprio guru também é acusado de abusos sexuais).