terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

Crítica – Uncharted: Fora do Mapa

Análise Crítica – Uncharted: Fora do Mapa


Review – Uncharted: Fora do Mapa
Apesar de adorar os games de Uncharted, não tive nenhuma empolgação quando esta adaptação para os cinemas, Uncharted: Fora do Mapa (sim, colocaram esse subtítulo redundante), foi anunciada. Os jogos já eram cinematográficos por natureza e não imagino o que a transição para live action poderia acrescentar em termos de narrativa, personagens ou ação. Tendo visto o filme, percebo que tinha razão.

A trama acompanha um jovem Nathan Drake (Tom Holland) conhecendo Sully (Mark Wahlberg) pela primeira vez e embarcando na primeira missão juntos. A dupla busca o tesouro de Magalhães, perdido há séculos. Eles, no entanto, não são os únicos perseguindo o tesouro, já que o perigoso milionário Moncada (Antonio Banderas) também busca o ouro perdido.

A primeira coisa que chama atenção é que o filme não parece se decidir em fazer algo totalmente novo ou simplesmente seguir os jogos. A ideia de recontar a história de Nathan, começando a cronologia do zero indicaria que o filme quer seguir seu próprio caminho. No entanto, o filme também insere situações e cenas de ação tiradas diretamente dos jogos, como a luta no avião do terceiro jogo ou o navio encalhado numa caverna do quarto jogo. Se a ideia era começar do zero, porque já reproduzir situações de aventuras com um Nathan mais experiente? Por outro lado, se queriam reproduzir os jogos, porque não adaptar diretamente um dos games? Com isso, o filme fica em um meio termo morno entre uma aventura original e uma adaptação direta, carecendo de identidade.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

Crítica – Licorice Pizza

 

Análise Crítica – Licorice Pizza

Review – Licorice Pizza
Já em seu título Licorice Pizza nos apresenta a uma mistura atípica de elementos doces e salgados que nunca deveriam se juntar. Essa ideia de uma mistura agridoce e caótica que deveria resultar em desastre mas que acaba dando um inesperado sabor serve como uma metáfora para a história dos dois protagonistas.

A trama se passa na Los Angeles da década de 1970, seguindo o astro mirim Gary (Cooper Hoffman) que se apaixona pela fotógrafa Alana (Alana Haim), dez anos mais velha que ele. Alana rejeita as investidas amorosas de Gary, mas fica amiga dele e decide ajudá-lo em seus empreendimentos. Aos poucos eles se aproximam e conhecem figuras pitorescas das Hollywood de então.

Há uma energia caótica que une Gary e Alana ao longo de suas perambulações pelos vales californianos, duas pessoas em pontos distintos da vida e com perspectivas diferentes de futuro. Em tese seria uma trama clichê de “opostos se atraem”, mas é justamente por conta dessa energia caótica, dos choques e cumplicidades entre esses dois personagens que o filme se eleva acima de uma premissa tão básica.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

Crítica – Morte no Nilo

 

 

Análise Crítica – Morte no Nilo

Review Crítica – Morte no Nilo
Confesso que apesar de adorar as histórias de Hercule Poirot, achei Assassinato no Expresso do Oriente (2017) aquém do que poderia ter sido, inclusive por não lidar com alguns problemas do romance original. Já este Morte no Nilo funciona melhor, inclusive dentro da proposta de um Poirot menos “calculadora humana” que o filme anterior já ensaiava e não construía tão bem. Ou talvez o romance original Morte no Nilo não esteja tão fresco em minha memória quanto Assassinato no Expresso do Oriente estava quando vi o anterior.

Na trama, Poirot (Kenneth Branagh) está de férias no Egito quando encontra o amigo Bouc (Tom Bateman), que o convida para acompanhar ele na comitiva de férias da recém-casada ricaça Linnet (Gal Gadot) e seu marido Simon (Armie Hammer). Quando Linnet é encontrada morta em sua cabine durante uma viagem de barco pelo Rio Nilo, cabe a Poirot descobrir qual dos passageiros é o culpado.

A trama demora a engrenar, levando muito tempo posicionando os personagens e explicando o passado deles até efetivamente ocorrer o assassinato. Talvez tivesse sido melhor se boa parte desses eventos passados tivessem sido mostrados em flashbacks e o crime acontecesse mais cedo, já que todo mundo sabe quem vai ser morta (a trama é pouco sutil em prefigurar isso, inclusive) e adiar demais isso torna tudo um exercício de paciência.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

Crítica – Murderville

 

Análise Crítica – Murderville

Review – Murderville
Adaptando uma série britânica, Murderville, nova produção da Netflix, tenta misturar trama policial com jogos de improvisação. A trama é centrada no policial Terry Seattle (Will Arnett) que a cada episódio recebe um convidado especial diferente como parceiro. A questão é que esse convidado não tem o roteiro do episódio, não sabe o que vai acontecer e precisa improvisar suas ações enquanto segue Terry na investigação, ao final o convidado precisa apontar corretamente quem é o culpado.

Apesar da ideia de tudo ser construído em cima de improviso, o formato é um pouco mais engessado do que se imaginaria. Todo episódio segue a mesmíssima estrutura, com o convidado conhecendo Terry em seu escritório, depois uma cena com a legista Amber (Lilan Bowden) na qual ela dá as principais pistas do caso, depois uma cena com cada um dos três suspeitos, por fim uma cena com todos os suspeitos reunidos para que o convidado aponte o culpado. Esse formato rígido acaba tornando tudo menos caótico do que se esperaria de uma trama centrada em improviso.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

Crítica – O Golpista do Tinder

 

Análise Crítica – O Golpista do Tinder

Review – O Golpista do Tinder
Produzido pela Netflix, o documentário O Golpista do Tinder é daqueles que mostram como a realidade pode ser mais maluca que ficção. A narrativa segue algumas mulheres que teriam conhecido via Tinder um suposto herdeiro de uma empresa bilionária de diamantes. Eles se apaixonam e tudo parece um conto de fadas até que o suposto herdeiro, durante uma viagem de negócios manda um vídeo de seu segurança em um hospital depois de supostamente tê-lo protegido de um atentado. Ele diz que está sendo caçado por traficantes de joias e que precisa usar o cartão de crédito da namorada, já que os dele estão sendo rastreados pelos inimigos. As vítimas logo mandam para ele os dados do cartão e logo o suposto herdeiro começa a pedir que elas aumentem o limite e demanda mais dinheiro.

Em termos de formato, é idêntico a todos os outros documentários sobre crimes reais que vemos na Netflix ou em outras plataformas, recorrendo a entrevistas imagens de arquivo e encenações. O diferente, além da história singular que narra, é como a montagem confere ritmo à trama, mantendo tudo ágil, tenso e constantemente apresentando novas guinadas. Ao longo da projeção a trama passa de algo curioso, para revoltante, para catártico e então revoltante de novo. Dizer mais seria estragar as surpresas da narrativa.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

Crítica – A Vida Depois

 

Análise Crítica – A Vida Depois

Review – A Vida Depois
Em uma das primeiras cenas de A Vida Depois, a protagonista se levanta da mesa e imediatamente seus pais e sua irmã se levantam como num pulo perguntando se está tudo bem com ela. A garota responde que sim e assim que ela sai a família mostra uma dor contida. Esse breve momento dá a tônica da trama, de como seu olhar sobre o trauma é menos sobre grandes momentos de drama e mais sobre os silêncios, sobre o não dito, sobre o sofrimento implícito que achamos que podemos ignorar, mas inevitavelmente se faz presente.

Na trama, Vada (Jenna Ortega) é uma colegial cuja escola é invadida por um atirador que mata alguns de seus colegas. Na hora do evento Vada estava no banheiro e fica lá escondida ao lado de Mia (Maddie Ziegler), uma das garotas populares, e de Quinton (Niles Fitch), um garoto assustado que entra no banheiro feminino para se esconder dos tiros.

Apesar de não ter testemunhado diretamente os eventos, Vada fica claramente impactada pelo que aconteceu, despertando preocupação dos pais. Por conta da experiência traumática que viveram juntas, Vada e Mia acabam se aproximando na tentativa de lidarem com o que aconteceu. É curiosa a escolha por mostrar essa tragédia sob a ótica de pessoas que não se envolveram diretamente com os eventos, a decisão serve para mostrar como esse tipo de violência deixa marcas até mesmo em quem estava às margens do acontecimento.

Conheçam os indicados ao Oscar 2022

 

Indicados ao Oscar 2022

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas divulgou hoje, oito de fevereiro, os indicados ao Oscar 2022. O filme Ataque dos Cães teve o maior número de indicações, com doze menções, enquanto Duna ficou em segundo lugar com dez. Entre as surpresas está a indicação de Jessica Chastain a melhor atriz por In the Eyes of Tammy Faye enquanto que Casa Gucci surpreendeu ao ser indicado apenas por maquiagem e cabelo. A entrega dos prêmios deve acontecer no dia 27 de março e pela primeira desde 2018 a cerimônia terá um apresentador. Confiram abaixo a lista completa de indicados.

 

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

Crítica – Pokémon Legends: Arceus

 

Análise Crítica – Pokémon Legends: Arceus

Review – Pokémon Legends: Arceus
Desde os primeiros trailers, Pokémon Legends: Arceus parecia o game 3D de Pokémon que eu sempre tinha imaginado desde a época de Pokémon Red/Blue no Game Boy. As imagens mostravam um treinador caminhando por espaços abertos, podendo arremessar pokébolas furtivamente nas criaturinhas ou ser atacado por elas caso fosse visto, com batalhas entre pokémons acontecendo no próprio cenário, sem transição para uma arena de batalha genérica. Restava saber se o produto final estava à altura da promessa.

A trama gira em torno de um garoto sem memória que misteriosamente chega na região de Hisui (basicamente uma versão feudal de Sinnoh). Lá ele acaba se juntando à expedição do Galaxy Team para explorar os mistérios da região e ajudar o Professor Laventon a fazer a primeira Pokédex da história. Além disso, o jovem precisa ajudar os clãs locais, Diamante e Pérola, a manterem a paz entre si e acalmarem os pokémons lendários que servem como lordes da ilha. Essas poderosas criaturas entraram num frenesi agressivo desde que estranhas fendas aparecerem e agora é preciso desvendar o que está por trás da crise.

Indicados ao Framboesa de Ouro 2022

 

Indicados ao Framboesa de Ouro 2022

O Framboesa de Ouro, premiação que “homenageia” os piores do ano lançou hoje, 7 de fevereiro, sua lista de indicados. Entre os mais indicados estão Diana: O Musical, Querido Evan Hansen e Space Jam: Um Novo Legado. A surpresa veio por conta de uma nova categoria inteira dedicada a Bruce Willis, já que o astro de Duro de Matar tem feito ultimamente uma série de produções de baixo orçamento e todas são muito ruins. Entre os esnobados está Conquista, que chegou a figurar em nossa lista de piores do ano passado, que recebeu apenas uma indicação de pior atriz para Ruby Rose quando merecia menções em pior filme, direção, roteiro e ator coadjuvante (Morgan Freeman). A entrega dos prêmios acontecerá no dia 26 de março. Confiram abaixo a lista completa.

 

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

Crítica – Free Guy: Assumindo o Controle

 

Análise Crítica – Free Guy: Assumindo o Controle

Review – Free Guy: Assumindo o Controle
Não esperava muita coisa deste Free Guy: Assumindo o Controle, mas confesso que o resultado é uma aventura divertida, que brinca de maneira esperta com muitas convenções de games. A trama gira em torno de Guy (Ryan Reynolds), um caixa de banco que descobre que ele é um NPC em um game online. Ele se apaixona por uma usuária (Jodie Comer, de Killing Eve) e decide ajudá-la a encontrar provas de que o dono da empresa responsável pelo jogo, Antwan (Taika Waititi), roubou seu código-fonte de outro game.

A primeira coisa que chama atenção é como a trama capta bem como deve ser o cotidiano de algo como GTA Online para os NPCs que vivem na cidade. Tanques, tiroteios e explosões ocorrem a todo o momento conforme Guy caminha pela rua. Caos completo enquanto essas pessoas simplesmente tentam viver as próprias vidas. Personagens jogadores com atitudes ou visuais extremamente agressivos são, na verdade, crianças ou sujeitos toscos que moram com os pais.