sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

Crítica – Inventando Anna

 

Análise – Inventando Anna

Review – Inventando Anna
O final de uma narrativa é muito decisivo na nossa experiência. Por melhor que seja a trama, ela pode ser prejudicada por um final ruim. De maneira semelhante, um bom final pode nos fazer perdoar os problemas que a narrativa apresentou ao longo do percurso. A minissérie Inventando Anna, produzida por Shonda Rhimes se encaixa mais na primeira categoria, com uma ótima construção de suas personagens, mas perde força em seu último episódio.

A trama é baseada em eventos reais, contando a história de Anna Delvey (Julia Garner), uma jovem de origem russa que ganhou destaque na alta sociedade de Nova Iorque ao fingir se passar por uma rica herdeira alemã. Ao longo de meses ela circulou na alta roda da cidade e quase conseguiu empréstimos milionários de grandes bancos para construir um clube social de luxo. Eventualmente Anna é presa por conta das várias pessoas e empresas que engambelou em seus esquemas, despertando a atenção da jornalista Vivian Kent (Anna Chlumsky) que decide fazer uma reportagem sobre ela.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

Crítica – Reacher: 1ª Temporada

 

Análise Crítica – Reacher: 1ª Temporada

Review – Reacher: 1ª Temporada

Não esperava grande coisa de Reacher. Os filmes com o personagem que foram estrelados por Tom Cruise eram bem básicos e se sustentavam basicamente pelo carisma do astro. Não tinha muita esperança que sem Cruise ou um grande nome como ele o material pudesse resultar em grande coisa. Depois de assistir toda a primeira temporada, confesso que é melhor do que imaginei.

Na trama, Jack Reacher (Alan Ritchson) está viajando pelo interior dos Estados Unidos quando chega a uma pequena cidade no interior da Geórgia. Lá, acontece um assassinato e como ele é o único forasteiro, logo é considerado suspeito. Agora ele precisa desvendar o crime e provar a inocência. Para isso terá a ajuda do detetive Finlay (Michael Goodwin) e da policial Roscoe (Willa Fitzgerald).

A trama tem alguns eventos excessivamente convenientes no primeiro episódio, mas, no geral, é hábil no manejo da intriga e na criação de uma atmosfera de suspense na qual não sabemos em quem confiar e qualquer um pode estar envolvido na grande conspiração que corrompe a cidade. A temporada consegue nos manter envolvidos no mistério e também trazer algumas reviravoltas inesperadas que constantemente nos fazer reavaliar o que sabemos.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

Crítica – Spencer

 

Análise Crítica – Spencer

Review – Spencer
Depois de falar sobre Jaqueline Kennedy em Jackie (2016), o diretor chileno Pablo Larraín agora se volta para falar de outra figura feminina do universo político/midiático neste Spencer, acompanhando a princesa Diana. A trama, baseada em eventos reais, acompanha os últimos dias de Diana (Kristen Stewart) na corte britânica até sua eventual decisão de deixar tudo e pedir divórcio do príncipe Charles.

A escolha da escala de planos já mostra muito como Diana se sente em meio à corte. A maioria dos planos se divide entre tomadas bastante abertas que mostram Diana sozinha nos grandes salões ou campinas, evidenciando seu isolamento do resto da corte. Até mesmo a cena em que ela conversa com Charles (Jack Farthing) ao redor de uma mesa de sinuca opta por enquadrá-los à distância, como que mostrando o quanto eles estão distanciados enquanto casal.

O outro tipo de enquadramento mais comum é o super close, com a câmera praticamente invadindo o espaço pessoal de Diana, não lhe dando nenhum espaço e criando um sentimento de opressão, como se ele estivesse sendo sempre observada e vigiada de perto, não dando a ela espaço para respirar. Sem um momento de privacidade ou algum instante que não seja devidamente controlado ou cronometrado pela corte. A todo momento a protagonista é interpelada por criados e funcionários que lhe lembram onde deve estar, o que vestir ou como se comportar. A impressão é que Diana é mais uma prisioneira do lugar do que uma habitante.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

Crítica – Uncharted: Fora do Mapa

Análise Crítica – Uncharted: Fora do Mapa


Review – Uncharted: Fora do Mapa
Apesar de adorar os games de Uncharted, não tive nenhuma empolgação quando esta adaptação para os cinemas, Uncharted: Fora do Mapa (sim, colocaram esse subtítulo redundante), foi anunciada. Os jogos já eram cinematográficos por natureza e não imagino o que a transição para live action poderia acrescentar em termos de narrativa, personagens ou ação. Tendo visto o filme, percebo que tinha razão.

A trama acompanha um jovem Nathan Drake (Tom Holland) conhecendo Sully (Mark Wahlberg) pela primeira vez e embarcando na primeira missão juntos. A dupla busca o tesouro de Magalhães, perdido há séculos. Eles, no entanto, não são os únicos perseguindo o tesouro, já que o perigoso milionário Moncada (Antonio Banderas) também busca o ouro perdido.

A primeira coisa que chama atenção é que o filme não parece se decidir em fazer algo totalmente novo ou simplesmente seguir os jogos. A ideia de recontar a história de Nathan, começando a cronologia do zero indicaria que o filme quer seguir seu próprio caminho. No entanto, o filme também insere situações e cenas de ação tiradas diretamente dos jogos, como a luta no avião do terceiro jogo ou o navio encalhado numa caverna do quarto jogo. Se a ideia era começar do zero, porque já reproduzir situações de aventuras com um Nathan mais experiente? Por outro lado, se queriam reproduzir os jogos, porque não adaptar diretamente um dos games? Com isso, o filme fica em um meio termo morno entre uma aventura original e uma adaptação direta, carecendo de identidade.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

Crítica – Licorice Pizza

 

Análise Crítica – Licorice Pizza

Review – Licorice Pizza
Já em seu título Licorice Pizza nos apresenta a uma mistura atípica de elementos doces e salgados que nunca deveriam se juntar. Essa ideia de uma mistura agridoce e caótica que deveria resultar em desastre mas que acaba dando um inesperado sabor serve como uma metáfora para a história dos dois protagonistas.

A trama se passa na Los Angeles da década de 1970, seguindo o astro mirim Gary (Cooper Hoffman) que se apaixona pela fotógrafa Alana (Alana Haim), dez anos mais velha que ele. Alana rejeita as investidas amorosas de Gary, mas fica amiga dele e decide ajudá-lo em seus empreendimentos. Aos poucos eles se aproximam e conhecem figuras pitorescas das Hollywood de então.

Há uma energia caótica que une Gary e Alana ao longo de suas perambulações pelos vales californianos, duas pessoas em pontos distintos da vida e com perspectivas diferentes de futuro. Em tese seria uma trama clichê de “opostos se atraem”, mas é justamente por conta dessa energia caótica, dos choques e cumplicidades entre esses dois personagens que o filme se eleva acima de uma premissa tão básica.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

Crítica – Morte no Nilo

 

 

Análise Crítica – Morte no Nilo

Review Crítica – Morte no Nilo
Confesso que apesar de adorar as histórias de Hercule Poirot, achei Assassinato no Expresso do Oriente (2017) aquém do que poderia ter sido, inclusive por não lidar com alguns problemas do romance original. Já este Morte no Nilo funciona melhor, inclusive dentro da proposta de um Poirot menos “calculadora humana” que o filme anterior já ensaiava e não construía tão bem. Ou talvez o romance original Morte no Nilo não esteja tão fresco em minha memória quanto Assassinato no Expresso do Oriente estava quando vi o anterior.

Na trama, Poirot (Kenneth Branagh) está de férias no Egito quando encontra o amigo Bouc (Tom Bateman), que o convida para acompanhar ele na comitiva de férias da recém-casada ricaça Linnet (Gal Gadot) e seu marido Simon (Armie Hammer). Quando Linnet é encontrada morta em sua cabine durante uma viagem de barco pelo Rio Nilo, cabe a Poirot descobrir qual dos passageiros é o culpado.

A trama demora a engrenar, levando muito tempo posicionando os personagens e explicando o passado deles até efetivamente ocorrer o assassinato. Talvez tivesse sido melhor se boa parte desses eventos passados tivessem sido mostrados em flashbacks e o crime acontecesse mais cedo, já que todo mundo sabe quem vai ser morta (a trama é pouco sutil em prefigurar isso, inclusive) e adiar demais isso torna tudo um exercício de paciência.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

Crítica – Murderville

 

Análise Crítica – Murderville

Review – Murderville
Adaptando uma série britânica, Murderville, nova produção da Netflix, tenta misturar trama policial com jogos de improvisação. A trama é centrada no policial Terry Seattle (Will Arnett) que a cada episódio recebe um convidado especial diferente como parceiro. A questão é que esse convidado não tem o roteiro do episódio, não sabe o que vai acontecer e precisa improvisar suas ações enquanto segue Terry na investigação, ao final o convidado precisa apontar corretamente quem é o culpado.

Apesar da ideia de tudo ser construído em cima de improviso, o formato é um pouco mais engessado do que se imaginaria. Todo episódio segue a mesmíssima estrutura, com o convidado conhecendo Terry em seu escritório, depois uma cena com a legista Amber (Lilan Bowden) na qual ela dá as principais pistas do caso, depois uma cena com cada um dos três suspeitos, por fim uma cena com todos os suspeitos reunidos para que o convidado aponte o culpado. Esse formato rígido acaba tornando tudo menos caótico do que se esperaria de uma trama centrada em improviso.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

Crítica – O Golpista do Tinder

 

Análise Crítica – O Golpista do Tinder

Review – O Golpista do Tinder
Produzido pela Netflix, o documentário O Golpista do Tinder é daqueles que mostram como a realidade pode ser mais maluca que ficção. A narrativa segue algumas mulheres que teriam conhecido via Tinder um suposto herdeiro de uma empresa bilionária de diamantes. Eles se apaixonam e tudo parece um conto de fadas até que o suposto herdeiro, durante uma viagem de negócios manda um vídeo de seu segurança em um hospital depois de supostamente tê-lo protegido de um atentado. Ele diz que está sendo caçado por traficantes de joias e que precisa usar o cartão de crédito da namorada, já que os dele estão sendo rastreados pelos inimigos. As vítimas logo mandam para ele os dados do cartão e logo o suposto herdeiro começa a pedir que elas aumentem o limite e demanda mais dinheiro.

Em termos de formato, é idêntico a todos os outros documentários sobre crimes reais que vemos na Netflix ou em outras plataformas, recorrendo a entrevistas imagens de arquivo e encenações. O diferente, além da história singular que narra, é como a montagem confere ritmo à trama, mantendo tudo ágil, tenso e constantemente apresentando novas guinadas. Ao longo da projeção a trama passa de algo curioso, para revoltante, para catártico e então revoltante de novo. Dizer mais seria estragar as surpresas da narrativa.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

Crítica – A Vida Depois

 

Análise Crítica – A Vida Depois

Review – A Vida Depois
Em uma das primeiras cenas de A Vida Depois, a protagonista se levanta da mesa e imediatamente seus pais e sua irmã se levantam como num pulo perguntando se está tudo bem com ela. A garota responde que sim e assim que ela sai a família mostra uma dor contida. Esse breve momento dá a tônica da trama, de como seu olhar sobre o trauma é menos sobre grandes momentos de drama e mais sobre os silêncios, sobre o não dito, sobre o sofrimento implícito que achamos que podemos ignorar, mas inevitavelmente se faz presente.

Na trama, Vada (Jenna Ortega) é uma colegial cuja escola é invadida por um atirador que mata alguns de seus colegas. Na hora do evento Vada estava no banheiro e fica lá escondida ao lado de Mia (Maddie Ziegler), uma das garotas populares, e de Quinton (Niles Fitch), um garoto assustado que entra no banheiro feminino para se esconder dos tiros.

Apesar de não ter testemunhado diretamente os eventos, Vada fica claramente impactada pelo que aconteceu, despertando preocupação dos pais. Por conta da experiência traumática que viveram juntas, Vada e Mia acabam se aproximando na tentativa de lidarem com o que aconteceu. É curiosa a escolha por mostrar essa tragédia sob a ótica de pessoas que não se envolveram diretamente com os eventos, a decisão serve para mostrar como esse tipo de violência deixa marcas até mesmo em quem estava às margens do acontecimento.

Conheçam os indicados ao Oscar 2022

 

Indicados ao Oscar 2022

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas divulgou hoje, oito de fevereiro, os indicados ao Oscar 2022. O filme Ataque dos Cães teve o maior número de indicações, com doze menções, enquanto Duna ficou em segundo lugar com dez. Entre as surpresas está a indicação de Jessica Chastain a melhor atriz por In the Eyes of Tammy Faye enquanto que Casa Gucci surpreendeu ao ser indicado apenas por maquiagem e cabelo. A entrega dos prêmios deve acontecer no dia 27 de março e pela primeira desde 2018 a cerimônia terá um apresentador. Confiram abaixo a lista completa de indicados.