Esse acaba sendo o grande problema da temporada, que não tem exatamente um arco ou uma mensagem que costure esse segundo ano. Cada episódio parece levar a série em direções diferentes, tentando fazer da “Força Espacial” uma iniciativa internacional em um episódio, para no seguinte a divisão ser responsável pela exploração espacial e no outro por monitoramento de ameaças vindas do espaço. É como se os criadores não tivessem se planejado para a mudança cultural no país e agora estivessem jogando qualquer coisa na parede para ver o que cola tentando achar algum jeito de tornar a série relevante em um contexto pós-Trump.
A temporada tem melhor sorte quando foca nos personagens, aprofundando as relações entre eles ou explorando interações entre diferentes personagens que não aconteciam tanto no ano de estreia. Erin (Diana Silvers), filha do general Naird (Steve Carell), que tinha sido tratada de modo unidimensional na primeira temporada, aqui tem mais tempo para ser desenvolvida, explorando mais suas inquietações em ser constantemente levada pelo pai de uma missão para outra. Tony (Ben Schwartz), o escorregadio assessor de imprensa também ganha mais desenvolvimento conforme a trama explora suas vulnerabilidades e inseguranças. A amizade entre o doutor Mallory (John Malkovich) e o doutor Chan (Jimmy O. Yang) é mais aprofundada, assim como são construídos novos relacionamentos, a exemplo do enlace romântico entre Chan e Ali (Tawny Newsome).
Isso ajuda a dar o espectador alguma coisa para se manter envolvido com a série mesmo quando a temporada soa à deriva e sem foco. Assim como em seu ano de estreia, a série também oferece bons momentos de humor, aqui mais focados em parodiar situações de trabalho do que os elementos de sátira política que estavam mais presentes no primeiro ano. Com situações que divertem pelo puro absurdo, como a “guerra de pegadinhas” entre Naird e Mallory, a temporada consegue divertir, mas sem nunca atingir os níveis de comicidade de outras séries do criador Greg Daniels como The Office ou Parks & Recreation.
Com uma trama que nunca consegue
dizer a que veio e um texto que soa perdido em busca de nova identidade, a
segunda temporada de Space Force só
funciona quando foca em seus personagens.
Nota: 6/10
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