sexta-feira, 17 de junho de 2022

Crítica – Young Justice: Phantoms

 

Análise Crítica – Young Justice: Phantoms

Depois de um ótimo retorno após um hiato de quase uma década com uma terceira temporada intitulada Outsiders, a animação Young Justice continuou a mostra porque ainda era uma das melhores séries animadas do universo DC. Assim, a expectativa para esta quarta temporada, intitulada Phantoms, era bastante alta. Aviso que o texto a seguir contem SPOILERS da temporada.

A trama começa com Superboy e Megan viajando ao planeta Marte para se casarem. Durante as preparações do casamento, Superboy é ferido numa explosão e dado como morto. Ao mesmo tempo a equipe precisa lidar com crises envolvendo a vilã Lady Shiva, o aparecimento de uma nova Lorde do Caos que tenta tomar o lugar de Klarion e uma crise em Atlântida envolvendo uma antiga profecia. Os jovens heróis se dividem entre todas essas crises ao mesmo tempo em que são monitorados por um estranho trio que observa tudo à distância e parece ter um grande interesse no Superboy.

Assim como em outras temporadas, a série acerta ao explorar o peso das consequências emocionais sobre os jovens heróis. O melhor exemplo é como a temporada retrata o processo de depressão do Mutano. Depois de presenciar a morte do Superboy, Mutano vai aos poucos se afundando em remédios e relegando tudo aquilo que gostava de fazer, preferindo passar seu tempo deitado sem fazer nada. Quando confrontado pelos amigos, ele nega que tenha problemas e vai alienando todos ao seu redor, da namorada ao emprego como ator. É um processo gradativo, muito parecido com crises de depressão reais nas quais inicialmente pensamos que a pessoa está apenas cansada e só quando as coisas se agravam começamos a perceber que há um problema mais grave.

quarta-feira, 15 de junho de 2022

Crítica – Palm Springs

 

Análise Crítica – Palm Springs

Review – Palm Springs
A demora de Palm Springs em receber um lançamento oficial no Brasil é um daqueles casos inexplicáveis de distribuidoras e plataformas digitais deixando um filme ótimo (e bastante elogiado lá fora) passar enquanto catálogos digitais e salas de cinema recebem porcarias. A essa altura muita gente que estava ciente do filme provavelmente já viu pirateado por conta da demora em chegar aqui, então as instâncias de distribuição só tem a perder demorando de trazer um filme para nosso mercado.

Na trama, Nyles (Andy Samberg) é um sujeito despreocupado que tenta aproveitar o casamento de uma amiga da namorada quando conhece a dama de honra Sarah (Cristin Milioti). Os dois passam a noite conversando até o ponto em que Nyles é perseguido por um estranho homem e Sarah tenta ajudá-lo, mas acaba atravessando um estranho portal dentro de uma caverna. Para a surpresa de Sarah, ela acorda de volta no dia do casamento da irmã e descobre não apenas que está em um loop temporal, mas que Nyles está há tempos preso nesse mesmo loop. Assim, os dois tentam pensar em como quebrar o ciclo ao mesmo tempo em que tentam experimentar essa vida sem consequências.

terça-feira, 14 de junho de 2022

Crítica – Stranger of Paradise: Final Fantasy Origin

 

Análise Crítica – Stranger of Paradise: Final Fantasy Origin


Assim que o primeiro trailer de Stranger of Paradise: Final Fantasy Origin foi divulgado, o jogo virou meme quase que imediatamente. Internautas zoavam o modo exagerado como o protagonista Jack se comportava e dizia a cada trinta segundos o quanto queria matar Chaos. Não era uma zoeira imerecida, já que os rosnados do protagonista, claramente pensados para mostrá-lo como um sujeito durão, o tornavam mais ridículo do que empolgante. Desenvolvido pelo Team Ninja, responsáveis pelos dois Nioh, o jogo funciona como um soulslike no universo Final Fantasy.

A trama tenta funcionar como uma espécie de prelúdio para o Final Fantasy original, contando como o reino de Cornelia foi tomado pelos quatro monstros que dominaram os cristais elementais e jogaram o mundo na escuridão, obrigando os guerreiros da luz a agirem. O protagonista é Jack, um homem sem memória que vaga Cornelia em busca de Chaos, movido pelo desejo de matá-lo. No início de sua jornada ele encontra Jed e Ash, dois guerreiros também sem memória, portadores de cristais negros similares aos de Jack e com o mesmo desejo de matar Chaos. Assim, o trio parte em uma jornada para matar Chaos e livrar o reino da escuridão. Já mencionei que eles querem matar Chaos?

segunda-feira, 13 de junho de 2022

Crítica – Arremessando Alto

 

Análise Crítica – Arremessando Alto

Review – Arremessando Alto
Ao longo dos anos, passei a temer pela minha sanidade toda vez que via o logo da Happy Madison, produtora de Adam Sandler, no início de um filme. Isso por conta das comédias pavorosas que o ator produzia para si e seus amigos. Ainda assim, resolvi assistir este Arremessando Alto por ser algo diferente da produtora, mais focado em drama, e Sandler costuma render bem quando se coloca no drama, vide Joias Brutas (2020) ou Os Meyerowitz (2017).

Na trama, Stanley (Adam Sandler) é um olheiro veterano da NBA trabalhando para o 76ers. Durante uma viagem de trabalho para a Espanha, ele conhece o talentoso amador Bo (Juancho Hernangomez) jogando basquete na rua. Apesar de não ter experiência profissional, Stanley vê promessa em Bo e decide levá-lo para os Estados Unidos mesmo quando seu time na acredita no talento do jovem espanhol.

É uma trama típica de esporte e superação que se desenvolve de maneira relativamente previsível. Temos o jovem dotado de um talento nato, mas que precisa superar seus demônios internos para atingir seu potencial. O treinador calejado que desperdiçou sua carreira de atleta por conta de um erro idiota e tenta reparar as frustrações do passado e daí por diante. Não tem nada aqui que já não tenhamos visto antes e tudo é conduzido de maneira que não há grandes surpresas. Ainda assim o filme consegue envolver por conta da emoção do elenco principal.

sexta-feira, 10 de junho de 2022

Crítica – Young Souls

 

Análise Crítica – Young Souls

Review – Young Souls
O que me atraiu para Young Souls foi a mistura entre um beat’em up 2D ao estilo Streets of Rage e um RPG de ação focado em exploração de dungeons ao estilo Diablo. Parecia uma mistura inusitada e o game consegue fazer funcionar direito na maioria do tempo.

A trama segue os gêmeos Jenn e Tristan que precisam resgatar o pai que foi sequestrado pelo rei do goblins que vivem nos subterrâneos da cidade. Para tal, precisam explorar os túneis e masmorras escondidas abaixo da cidade em que vivem para alcançarem a capital dos goblins e os impedirem de alcançar a superfície. A direção de arte chama a atenção pela estética que remete a desenhos animados da década de 90, com algumas cutscenes impressionando pela qualidade e fluidez apesar dos valores de produção modestos.

O jogo se desenvolve ao longo de várias dungeons bidimensionais nas quais o jogador se movimenta como se fosse um beat’em up. Conforme progride, os personagens sobem de nível, adquirem novos atributos e equipamentos que abrem diferentes possibilidades de builds. É possível jogar cooperativamente com dois jogadores, cada um controlando um dos irmãos, ou jogar sozinho, com o usuário podendo alternar entre os dois irmãos.

quinta-feira, 9 de junho de 2022

Drops – Jackass 4.5

 

Análise Drops – Jackass 4.5

Review Drops – Jackass 4.5
Sempre que um novo filme da trupe do Jackass é lançado, pouco tempo depois sai a versão “.5” da produção mais recente. Não foi diferente com Jackass Para Sempre (2022), que recentemente ganhou uma nova versão em Jackass 4.5. Como de costume, além de novos esquetes, também vemos um pouco dos bastidores.

Assim como outros filmes da trupe encabeçada por Johnny Knoxville os esquetes variam entre o bizarramente criativo e o completamente antiético e nojento. O nível de entretenimento a ser extraído de um filme dessa natureza vai depender muito do quanto você é capaz de aderir ou não às pegadinhas juvenis da trupe envolvendo ânus e pênis.

Por outro lado, as entrevistas com a trupe, com o diretor Jeff Tremaine e o produtor Spike Jonze ajudam a entender o senso de encantamento e ludicidade quase que infantil que norteia as escolhas dos esquetes. As entrevistas também fornecem uma janela para a dinâmica aloprada entre a equipe, no qual vemos que há uma amizade e afeto bem genuíno entre essas pessoas a despeito de um clima de trabalho relativamente tenso por conta de todos estarem sempre preocupados em serem vítimas de alguma pegadinha não planejada.

quarta-feira, 8 de junho de 2022

Crítica – Ruptura: Primeira Temporada

 

Análise Crítica – Ruptura: Primeira Temporada

Review – Ruptura: Primeira Temporada
Tentar equilibrar trabalho e vida pessoal é algo complicado. Inevitavelmente um aspecto de nossa vida interfere no outro. E se fosse possível separar nossa vida pessoal do nosso trabalho? É essa pergunta que faz a série Ruptura, que conta com produção executiva de Ben Stiller, que também dirigiu alguns episódios. A partir dessa pergunta, a série faz intensas reflexões sobre a natureza alienante do trabalho, a importância da memória e como abrir mão de um aspecto de nossa vida seria abrir mão de parte de nossa experiência social e afetiva.

A trama se passa em um futuro próximo no qual a megacorporação Lumon desenvolveu um processo chamado “ruptura”. Nele as memórias do trabalhador são divididas entre o seu eu externo e o seu eu interno (aquele que trabalha). Assim, o indivíduo teria duas identidades separadas, uma na vida pessoal e uma no trabalho, sendo que nenhuma dessas identidades lembra da outra. Um desses trabalhadores é Mark (Adam Scott), que optou pela ruptura depois da morte de sua esposa. Ele trabalha como refinador de dados, embora não saiba exatamente que dados ele está refinando. O cotidiano de Mark muda quando ele é promovido a chefe de seu setor (que tem apenas quatro pessoas) e recebe a nova trainee Helly (Britt Lower), que tem dificuldade de se adaptar ao processo de ruptura.

segunda-feira, 6 de junho de 2022

Crítica – Morbius

 

Análise Crítica – Morbius

Review – Morbius
Depois que Venom (2018) fez mais sucesso que a Sony esperava, o estúdio resolveu fazer mais filmes de personagens secundários do universo do Homem-Aranha, o que resultou neste Morbius. A decisão, no entanto, parecia ignorar o contexto do sucesso do filme do simbionte. Venom é um personagem com uma ampla base de fãs e era protagonizado por um ator carismático que mais de uma vez tinha mostrado ser capaz de segurar um grande blockbuster.

Nada disso, no entanto, se aplica a Morbius, que pega um personagem de quinto escalão das histórias do Homem-Aranha, muito longe da popularidade do Venom.  Ainda por cima escalam Jared Leto, um ator que nos últimos anos só tem atraído antipatia do público, em especial do público de filmes de super-heróis devido ao seu pavoroso trabalho como Coringa em Esquadrão Suicida (2016), por suas presepadas de bastidores devido à “imersão” em seus personagens que não necessariamente resulta em bons filmes ou boas atuações. Então de cara Morbius já era um filme que não prometia muita coisa, o que surpreende é como ele consegue entregar ainda menos do que as expectativas já baixas a seu respeito indicavam.

sexta-feira, 3 de junho de 2022

Crítica - The Legend of Vox Machina

 

Análise Crítica - The Legend of Vox Machina


Review - The Legend of Vox Machina
Baseada na websérie do Critical Role com dubladores famosos jogando o RPG de mesa Dungeons & Dragons, a série animada The Legend of Vox Machina consegue captar bem o espírito de jogar D&D com um grupo de amigos. Tecnicamente a série apresenta alguns problemas similares a outras produções animadas da Prime Video, como Invencível, mas os personagens são tão carismáticos que é difícil não se deixar envolver por eles.

A trama se passa no mundo de Exandria e acompanha o excêntrico grupo de mercenários Vox Machina. A narrativa começa com o grupo sendo contratado para enfrentar um dragão atacando um reino pacífico, mas como em qualquer trama de RPG a simples missão logo se desenvolve em uma jornada para salvar um reino de forças sombrias.

Embora a trama em si não seja nada diferente do que já vimos em histórias de fantasia, com monstros, intrigas palacianas, rebeliões contra déspotas e feiticeiros sombrios tentando convocar horrores ancestrais no mundo, o que envolve em The Legend of Vox Machina são os personagens. Com um grupo de personalidades excêntricas sempre trocando piadas e frases de efeito, além de ocasionalmente ficarem às turras uns com os outros, a série acerta na dinâmica de um grupo de RPG ao mesmo tempo que evoca o espírito de produções como a série Firefly, que também tinha seu grupo de mercenários excêntricos.

quinta-feira, 2 de junho de 2022

Crítica – O Poder e a Lei: Primeira Temporada

 

Análise Crítica – O Poder e a Lei: Primeira Temporada

Review – O Poder e a Lei: Primeira Temporada
Depois de uma adaptação para os cinemas estrelada por Matthew McConaughey, os livros de Michael Connelly sobre o advogado Mickey Haller que atende clientes do banco de trás de seu Lincoln ganham a televisão na série O Poder e a Lei. Assim como nos livros, são narrativas que misturam tramas investigativas e dramas jurídicos que hoje são formatos comuns em séries, vide Law & Order e todos os seus derivados.

Na trama, depois de um ano afastado do direito por conta de traumas e problemas com drogas, Mickey (Manuel Garcia Rulfo) recebe uma segunda chance quando “herda” os casos e clientes de um colega de profissão que foi assassinado misteriosamente. Entre os clientes está Trevor (Christopher Gorham), um milionário do ramo da tecnologia acusado de matar a esposa e o amante dela, mas que se diz inocente. Assim, Mickey precisa correr contra o tempo para inocentar Trevor enquanto tenta descobrir quem matou seu colega.