terça-feira, 5 de julho de 2022

Crítica – Thor: Amor e Trovão

 

Análise Crítica – Thor: Amor e Trovão

Review – Thor: Amor e Trovão
Devo confessar que apesar de gostar de muita coisa que o Taika Waititi fez por trás das câmeras, não me agradei muito com Thor: Ragnarok. A impressão é que o filme não conseguia equilibrar seu humor com as necessidades da trama e que Waititi estava mais interessado na maluquice espacial do que nos problemas de Asgard ou em introduzir a chegada de Thanos. Pois neste Thor: Amor e Trovão o diretor se sai bem melhor.

A trama é praticamente a mesma de Ragnarok, depois de perder tudo que valorizava, Thor (Chris Hemsworth) precisa se redescobrir e encontrar um novo propósito. Aqui as coisas se complicam quando o vilão Gorr (Christian Bale) sequestra crianças asgardianas e também pela descoberta de que sua antiga amada, Jane (Natalie Portman), agora empunha o Mjolnir.

Ao contrário do que acontecia no filme anterior do Thor, a condução de Waititi sabe dosar a comédia com os momentos de desenvolvimento de personagem, evitando sabotar a construção das tramas com piadas inoportunas. Isso permite um desenvolvimento mais consistente da relação entre Thor e Jane conforme eles navegam pelo reencontro que abre velhas feridas e tentam encontrar uma maneira de reconstruir a relação.

segunda-feira, 4 de julho de 2022

Crítica – Stranger Things: 4ª Temporada (Volume 2)

 

Análise Crítica – Stranger Things: 4ª Temporada (Parte 2)

Review – Stranger Things: 4ª Temporada (Parte 2)
Considerando que esta segunda parte da quarta temporada de Stranger Things consiste de apenas dois episódios, mesmo que relativamente longos, não entendo muito bem porque dividir a temporada. A impressão é que a Netflix tentou um meio termo estranho entre sua política de lançar temporadas inteiras de vez e o lançamento semanal de séries, como vem fazendo outros streamings (tipo HBO Max ou Disney+), para tentar manter a série sendo discutida na internet por mais tempo.

Entendo a necessidade da Netflix pensar novas estratégias, já que a concorrência de streamings está cada vez maior e séries semanais tipo The Boys, as séries da Marvel ou Star Wars tem dominado a conversa online enquanto  séries da Netflix com temporadas inteiras lançadas por vez somem da conversa depois de alguns dias. Ainda assim, talvez fosse melhor que Stranger Things recebesse episódios semana a semana do que essa divisão estranha.

Essa segunda parte começa no ponto em que a anterior parou, com Onze (Millie Bobby Brown) recuperando os poderes e as memórias, revelando que o vilão Vecna era na verdade Um (Jamie Campbell Bower). Mike (Finn Wolfhard) e Will (Noah Schnapp) tentam encontrar Onze. Hopper (David Harbour) e Joyce (Winona Ryder) se reencontraram na União Soviética e precisam sair de lá. Ao mesmo tempo os personagens que ficaram em Hawkins tentam encontrar um meio de deter Vecna depois que Nancy (Natalia Dyer) vislumbrou um plano do vilão.

sexta-feira, 1 de julho de 2022

Crítica – Árvores da Paz

 

Análise Crítica – Árvores da Paz

Review – Árvores da Paz
O massacre da população tutsi pela etnia hutu em Ruanda em 1994 é um dos maiores genocídios das últimas décadas, tendo deixado mais de um milhão de mortos. O evento já foi explorado antes pelo cinema em produções como Hotel Ruanda (2004) e é também o objeto deste Árvores da Paz, longa de estreia de Alanna Brown produzido pela Netflix.

A trama se baseia na história real de quatro mulheres que ficaram presas em um esconderijo subterrâneo durante meses, escondidas enquanto o genocídio acontecia em Ruanda. Essas mulheres tinham origens e pontos de vista diferentes, mas precisaram dialogar para sobreviverem juntas. Annick (Eliane Umihire) é uma mulher hutu em gestação avançada, ela e o marido moram na casa acima do esconderijo subterrâneo em que estão. Mutesi (Bola Koleosho) é uma mulher tutsi que passou a vida sendo considerada uma cidadã de segunda classe. Jeanette (Charmaine Bingwa) é uma freira e Peyton (Ella Cannon) é uma ativista estadunidense que estava em Ruanda como parte de um projeto social. 

Uma cartela inicial já deixa claro como esse conflito étnico é uma consequência da colonização de Ruanda, quando os Belgas colocaram os hutus e tutsis em diferentes funções dentro do país. Isso criou uma espécie de sistema de castas que acirrava as tensões entre os dois grupos, mantendo-os ocupados enfrentando uns aos outros ao invés dos colonizadores.

quinta-feira, 30 de junho de 2022

Rapsódias Revisitadas – Todas as Garotas do Presidente

 

Crítica – Todas as Garotas do Presidente

Análise Crítica – Todas as Garotas do Presidente
Durante muitos anos a identidade do informante conhecido como “Garganta Profunda” que foi fundamental em fornecer provas aos repórteres Bob Woodward e Carl Bernstein para incriminar diretamente o presidente Richard Nixon pelo escândalo Watergate (que completa 50 anos agora em 2022). Hoje sabemos que o informante era Mark Felt, vice-diretor do FBI na época dos acontecimentos, mas em 1999 quando a comédia Todas as Garotas do Presidente foi lançada, a identidade de Garganta Profunda ainda era desconhecida o que abria margem para especulação.

A trama se passa na década de 70 e é centrada nas adolescentes Arlene (Michelle Williams) e Betsy (Kirsten Dunst). Numa noite de travessuras no Hotel Watergate elas esbarram sem querer nos invasores que estão grampeando o comitê do Partido Democrata e os invasores acabam detidos pela segurança do hotel. Depois disso, a dupla acaba sendo chamada pelo presidente Nixon (Dan Hedaya) para cuidar do cachorro dele. No tempo que passam na Casa Branca Arlene e Betsy acabam acidentalmente encontrando mais provas do envolvimento de Nixon com Watergate e entram em contato com os jornalistas Woodward (Will Ferrell) e Bernstein (Bruce McCulloch).

quarta-feira, 29 de junho de 2022

Crítica – Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo

 

Análise Crítica – Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo

Review – Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo
A noção de multiverso tem sido bastante explorada por Hollywood nos últimos anos, produzindo grandes blockbusters como Doutor Estranho no Multiverso da Loucura, então não é surpresa que produções independentes também explorassem esse filão. Produzido pela A24, queridinha do cinema indie dos Estados Unidos, este Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo usa a ideia de multiverso para falar sobre trauma geracional (como fez o recente Red: Crescer é uma Fera) e pavor existencial.

A narrativa é protagonizada por Evelyn (Michelle Yeoh), uma mulher de meia idade frustrada pela vida, lutando para manter uma lavanderia da qual não gosta, mas é seu único sustento e vendo seu casamento com o manso Waymond (Ke Huy Quan) desmoronar. Ela também tem uma relação conflituosa com a filha, Joy (Stephanie Hsu), não aceitando que ela saia do armário para o avô, Gong Gong (James Hong). Esses problemas são amplificados quando Evelyn é abordada por uma versão de Waymond de outro universo, que alerta a protagonista que ela é a única com possibilidade de deter um mal que pode destruir o multiverso.

terça-feira, 28 de junho de 2022

Crítica – Interceptor

 

Análise Crítica – Interceptor

Review – Interceptor
Vou ser direto Interceptor não tem nada que já não tenhamos visto em outros filmes de ação. A trama é praticamente um plágio de A Força em Alerta (1992) que, por sua vez, já era meio que um plágio de Duro de Matar (1988) só que no meio do mar. Não seria um problema se ao menos tivesse personagens carismáticos ou boas cenas de ação, mas não é o caso.

A capitã Collins (Elsa Pataky) é transferida para uma estação de interceptação de mísseis intercontinentais localizada no meio do oceano. No seu primeiro dia no posto, o local é tomado por terroristas que visam desativar o local para poderem disparar ogivas nucleares roubadas dos russos. Com boa parte da tripulação abatida, Collins e outros dois colegas precisam manter os vilões liderados pelo militar Alexander (Luke Bracey) longe da sala de controle da estação.

Apesar da trama envolver uma corrida contra o tempo, é impressionante como não há sensação de urgência ou dinamismo, ao invés disso a impressão que fica é que a narrativa se arrasta pelos seus curtos noventa minutos. O principal problema é que as tentativas de criar situações de perigo ou são rapidamente resolvidas ou são muito pouco críveis, exigindo demais da boa vontade do espectador. Um exemplo é o clímax em que a protagonista escala a plataforma inteira, do oceano ao topo, em questão de dois minutos.

segunda-feira, 27 de junho de 2022

Crítica – Obi-Wan Kenobi

 

Análise Crítica – Obi-Wan Kenobi

Review – Obi-Wan Kenobi
Eu tinha sentimentos ambivalentes em relação à minissérie Obi-Wan Kenobi. De um lado era o tipo de coisa que dificilmente surpreenderia, já que sabemos exatamente o resultado de como tudo iria acontecer. Por outro, era uma chance de trazer mais nuance para o mestre Jedi e a relação entre ele e Anakin/Darth Vader. Depois de assistir os seis episódios, devo dizer que o resultado é uma mistura das duas coisas.

A trama se passa cerca de cinco anos depois de A Vingança dos Sith (2005). Obi-Wan (Ewan McGregor) está exilado em Tatooine, tentando se esconder do Império enquanto vigia um jovem Luke Skywalker. Problemas surgem quando os Inquisidores, investigadores do Império cuja missão é caçar Jedis, chegam a Tatooine em busca de outro Jedi escondido no planeta. Obi-Wan tenta se manter escondido, mas se coloca na mira de Reva (Moses Ingram), uma das inquisidoras. Reva organiza um sequestro da jovem Leia (Vivien Lyra Blair) para usar como isca para Obi-Wan, sabendo que Bail Organa (Jimmy Smits) confiaria o resgate apenas ao veterano Jedi.

quarta-feira, 22 de junho de 2022

Drops – Spiderhead

 

Análise Drops – Spiderhead

Review – Spiderhead
Dirigido por Joseph Kosinski (responsável pelo bacana Top Gun: Maverick), este Spiderhead parte de premissas interessantes sobre livre arbítrio e ética científica. O problema é que não leva suas ideias a nenhuma direção interessante. A trama se passa em um futuro próximo no qual presos são usados como cobaias por uma companhia farmacêutica para testar compostos que alteram as emoções humanas. Steve (Chris Hemsworth) é o cientista que lidera os experimentos e Jeff (Miles Teller) é uma de suas principais cobaias. Aos poucos, porém, Jeff começa a desconfiar que Steve está mentindo quanto às reais intenções do experimento.

Falar sobre cobaias humanas e drogas que podem fazer as pessoas se apaixonarem, terem medo de algo ou obedecerem cegamente abre espaço para pensarmos uma série de coisas sobre ética na ciência e também sobre liberdade de escolha. Afinal, se nossas decisões podem ser resumidas a uma série de impulsos químicos liberados pelo nosso cérebro, até que ponto nossas decisões são realmente nossas ou apenas estamos seguindo uma programação biológica pré estabelecida? O problema é que o filme não explora essas ideias.

terça-feira, 21 de junho de 2022

Crítica – A Escada

 

Análise Crítica – A Escada

Review – A Escada
Embora nunca tenha assistido, já tinha ouvido falar da minissérie documental Morte na Escadaria, de Jean-Xavier Lestrade, que contava a história de um homem condenado pela morte da esposa depois de supostamente simular sua queda de uma escada e de se envolver com uma situação semelhante anos antes. Quando a HBO anunciou este A Escada, minissérie que dramatizaria os eventos do documentário fiquei curioso para conferir e o resultado é uma história criminal com certa ambiguidade, ainda que os realizadores façam uma clara aposta a respeito do que realmente aconteceu.

A trama é baseada na história real de Michael Peterson (Colin Firth), acusado de assassinar a esposa Kathleen (Toni Colette) simulando uma queda da escada da casa em que moravam. A polícia crê que ele é culpado por conta das inconsistências em seu testemunho e na cena do crime, já Michael alega que tudo foi uma infeliz coincidência. Aos poucos, porém, as investigações descobrem que Michael guarda muitos segredos, como o fato de ser bissexual e ter traído a esposa com vários homens e o de já ter se envolvido a uma situação semelhante à morte de Kathleen anos atrás.

segunda-feira, 20 de junho de 2022

Crítica – TMNT: Shredder’s Revenge

 

Análise Crítica – TMNT: Shredder’s Revenge

Review – TMNT: Shredder’s Revenge
Eu devo ter gasto muito dinheiro de meus pais em fichas de fliperama para jogar TMNT: The Arcade Game, já que na época eu era fissurado em tudo que envolvia as Tartarugas Ninja. Também passei incontáveis horas jogando o port de The Arcade Game no meu NES assim como a continuação The Manhattan Project. Eventualmente mais um punhado de horas jogando Hyperstone Heist no Mega Drive e Turtles in Time na casa de amigos que tinham SNES. Eu ofereço todo esse contexto para que vocês entendam o quanto fiquei empolgado com o anúncio de um novo beat’em up dos quelônios mutantes neste TMNT: Shredder’s Revenge, ainda mais distribuído pela Dotemu, o mesmo pessoal envolvido no ótimo Streets of Rage 4.

Como em muitos jogos do gênero, a trama é simples: o Destruidor volta em busca de vingança e agora as tartarugas precisam cruzar mais de uma dúzia de fases batendo em soldados do Clã do Pé, robôs, alienígenas e outras criaturas para deter o vilão. De cara é possível escolher entre seis personagens (as quatro tartarugas mais April e o Mestre Splinter), com mais um sendo desbloqueado depois de encerrar o modo história. Como em um bom beat’em up que se preze, o jogo oferece modos cooperativos, tanto online quanto local, para até seis pessoas.