Enquanto gênero cinematográfico o
western era comprometido em construir
uma visão mítica da expansão para o oeste dos Estados Unidos. Eram filmes que
transmitiam como o país foi construído pela coragem e engenhosidade de homens
dispostos a domarem esse espaço ermo e selvagem para construir riquezas. Com o
tempo, o cinema começou a rever esses mitos. Dança Com Lobos (1990), por exemplo, ponderava que era o homem
branco, não a população indígena, os selvagens que destruíam aquela terra. No
mesmo clima revisionista, este Os
Imperdoáveis, lançado em 1992, dirigido e estrelado por Clint Eastwood,
repensa a figura do pistoleiro errante que vaga o oeste caçando malfeitores em
busca de justiça e recompensas.
A narrativa é protagonizada por
Will Munnny (Clint Eastwood) pistoleiro que abandonou uma vida de violência e
morte depois de se casar, mas que aceita um último trabalho para pagar as
dívidas de sua fazenda. Abordado por Schofield Kid (Jaimz Woolvet), Munny
aceita viajar até uma pequena cidade no Wyoming para matar dois fazendeiros que
retalharam uma prostituta. Com a ajuda do antigo companheiro, Ned (Morgan
Freeman), Munny parte para o Wyoming ao lado de Kid em busca da recompensa. A
pequena cidade, no entanto, é policiada com mão de ferro pelo xerife Little
Bill (Gene Hackman).