sexta-feira, 16 de setembro de 2022

Crítica – Emergência

 

Análise Crítica – Emergência

Review – Emergência
Fui assistir Emergência imaginando que seria só mais uma comédia universitária sobre festas, bebedeiras e coisas dando errado, então foi uma grata surpresa ver que ele tinha mais a dizer do que isso. Na trama, os universitários Sean (R.J Cyler) e Kunle (Donald Elise Watkins) planejam uma noite lendária participando das festas de todas as fraternidades do campus se tornando os primeiros alunos negros a fazerem isso. Os planos são frustrados quando eles encontram uma garota branca bêbada, Emma (Maddie Nichols), caída na casa deles. Kunle quer chamar os serviços de emergência, já que a garota parece estar muito mal, mas Sean imagina que dois caras negros chamando a polícia por conta de uma mulher branca na casa deles cuja presença não podem explicar pode dar problemas aos dois. Assim, a dupla junto com o colega de quarto Carlos (Sebastian Chacon) decidem levar Emma a um hospital, mas chegar lá não deve ser tão simples.

O filme demora um pouco a chegar no seu ponto principal, mas uma vez que chega é bem eficiente em ilustrar as experiências de uma juventude em um mundo cujas desigualdades são bem conhecidas. Da mesma forma que Sean e seus amigos são movidos pelo temor do racismo, a irmã de Emma, Maddy (Sabrina Carpenter), se mostra bastante preocupada com seu sumiço justamente por saber o que pode acontecer com uma mulher bêbada em uma festa universitária.

quarta-feira, 14 de setembro de 2022

Drops – Amor em Verona

 

Análise Crítica – Amor em Verona

Review – Amor em Verona
Algumas vezes me pergunto porque me sujeito a certas coisas. Amor em Verona, nova produção da Netflix, está longe de ser algo revoltante de ruim, mas é aquele tipo de produção tão desprovida de personalidade que parece ter sido toda feita por um algoritmo. Na trama, Julie (Kat Graham) é largada pelo namorado às vésperas de uma viagem romântica para Verona na Itália. Sozinha, ela descobre que o sobrado que alugou pela internet também fora locado ao britânico Charlie (Tom Hopper). Como nenhum dos dois quer deixar a casa, decidem dividir.

É óbvio desde o início o que vai acontecer, eles vão se desentender, fazer birra um com o outro e eventualmente irão deixar as diferenças de lado e se apaixonar. É o clichê dos inimigos que viram amantes e do casal com personalidades opostas que tem algo a ensinar um com o outro. Ele é muito sério e fechado, precisando aprender a se abrir, ela precisa aprender a ser mais prática.

terça-feira, 13 de setembro de 2022

Crítica – Cobra Kai: 5ª Temporada

 

Análise Crítica – Cobra Kai: 5ª Temporada

Review – Cobra Kai: 5ª Temporada
Quando escrevi sobre o quarto ano de Cobra Kai mencionei como a série ainda contava com o bom desenvolvimento de personagens apesar de reciclar algumas tramas e tipos de conflitos. Esse sentimento segue nesta quinta temporada em que as relações entre os personagens continuam sendo o ponto forte, mas a necessidade de aumentar o riscos muitas vezes rende em tramas que soam repetitivas ou forçadas.

Depois de serem derrotados pelo Cobra Kai de Terry Silver (Thomas Ian Griffith), Daniel (Ralph Macchio) e Johnny (William Zabka) lidam com as consequências. Johnny vê isso como uma chance de recomeço, de deixar para trás suas rivalidades de caratê e focar em sua relação com Carmen (Vanessa Rubio) e em tratar da animosidade entre Miguel (Xolo Maridueña) e Robby (Tanner Buchanan). Daniel, por sua vez, se vê obcecado em derrubar Silver, inclusive recorrendo ao apoio de Chozen (Yuji Okumoto) em sua empreitada.

A temporada começa lidando com essas consequências e isso dá uma chance para vermos o quanto a relação entre Daniel e Johnny evoluiu, ao ponto em que eles praticamente invertem os papéis, com Daniel botando tudo a perder em sua busca por Silver, enquanto que Johnny se torna um homem de família focando em sua vida com Carmen. Chozen é um dos destaques da temporada, entregando tanto humor quanto seriedade como parceiro de Daniel, levando a missão até as últimas consequências.

segunda-feira, 12 de setembro de 2022

Crítica – Órfã 2: A Origem

 

Análise Crítica – Órfã 2: A Origem

Review – Órfã 2: A Origem
Não tinha lá grandes expectativas para este Orfã 2: A Origem. Não apenas não havia nada de muito promissor em revisitar a origem da personagem, como também o crescimento da atriz Isabelle Fuhrman (que tinha 12 anos no primeiro filme em 2009) já tornava difícil que ela continuasse a convencer como uma criança. Pois confesso que o resultado é até melhor do que eu esperava considerando o quão ruim poderia ter sido.

A trama se passa em 2007 e conta como Esther (Isabelle Furhmann) chegou aos Estados Unidos e matou a primeira família por lá. Como qualquer um que viu o primeiro filme sabe, ela não é uma criança, mas uma mulher adulta com mais de 30 anos com um tipo raro de nanismo que prendeu o desenvolvimento do seu corpo ainda na infância. Originalmente chamada Leena, ela foge de uma instituição psiquiátrica na Estônia e acaba assumindo a identidade de uma garota estadunidense desaparecida chamada Esther por conta da semelhança com a menina. Ela então é levada aos EUA para a família da Esther original, sendo aceita por Tricia (Julia Stiles), mãe da garota, e os demais membros da família como a Esther real.

sexta-feira, 9 de setembro de 2022

Crítica – Cuphead A Série: Segunda Temporada

 

Análise Crítica – Cuphead A Série: Segunda Temporada

Review – Cuphead A Série: Segunda Temporada
Quando escrevi sobre a primeira temporada de Cuphead: A Série, mencionei como ela reproduzia o humor anárquico dos desenhos da década de 1930 ou 40, embora estrutura de tramas isoladas dentro de cada episódio resultava em variações na qualidade, com alguns episódios sendo bem descartáveis. Pois essa segunda temporada segue nos mesmos méritos, mas ainda traz inconsistências na qualidade dos episódios.

A temporada começa no ponto em que a anterior parou, com Xicrinho e Caneco sendo presos depois de suas travessuras com a Cálice. No presídio, a dupla de irmãos apronta altas confusões tentando escapar. A partir deste ponto a série segue na sua estrutura com episódios isolados, ainda que algumas tramas sejam retomadas em alguns momentos, como a da Cálice ou as tentativas do Diabo em conseguir a alma de Xicrinho.

Como na primeira temporada, a série continua acertando no senso de humor caótico que era típico dos desenhos de outrora, com personagens travessos que raramente se preocupavam em evocar qualquer tipo de bom-mocismo, algo evidenciado no episódio em que os irmãos se valem da Cálice para ganhar dinheiro sendo “caça fantasmas”. Do mesmo modo, os elementos mais sombrios e sinistros desses desenhos de antigamente também se fazem presentes em criaturas bizarras e situações por vezes assustadoras nas quais os personagens se envolvem.

quinta-feira, 8 de setembro de 2022

Drops – Dupla Jornada

 

Análise Crítica – Dupla Jornada

Review – Day Shift
Estrelada por Jamie Foxx e produzida pela Netflix, Dupla Jornada é uma comédia de ação bem típica, mas tem carisma e criatividade o bastante para entreter. A trama é basicamente um Máquina Mortífera com vampiros. Bud (Jamie Foxx) é um instável  caçador de vampiros sem grana que aceita voltar a trabalhar para o Sindicato, guilda de caçadores da qual se afastou anos atrás. Suspeito que a conduta errática de Bud cause problemas, o líder da organização o coloca para trabalhar com o burocrata Seth (Dave Franco), para que Seth fique de olho na conduta de Bud. Ao mesmo tempo, Bud é caçado pela poderosa vampira Audrey (Karla Souza), que busca vingança contra ele.

É óbvio desde o início que ao longo do filme Bud vai aprender a ser mais responsável enquanto que Seth vai se tornar menos retraído. Ainda assim, Foxx e Franco tem uma boa dinâmica juntos e conseguem divertir com a constante troca de farpas entre os dois. O filme também acerta na criação do universo da trama, criando toda uma sociedade oculta de vampiros e caçadores, com diferentes subespécies de vampiros e um plantel pitoresco de caçadores, como o caubói interpretado por Snoop Dogg ou o matador do leste europeu vivido pelo ator e dublê Scott Adkins.

terça-feira, 6 de setembro de 2022

Crítica – Samaritano

 

Análise Crítica – Samaritano

Review – Samaritano
Estrelado por Sylvester Stallone, Samaritano é um filme de super-heróis que parece ter sido feito na década de 80 e 90, quando Hollywood ainda via esse tipo de produção com certo estigma e não entendia exatamente como essas tramas e universos funcionavam. Hoje filmes de super-heróis são hegemonia entre os blockbusters e ainda assim essa produção da Prime Video consegue soar bastante datada.

Na trama, Sam (Javon Walton, o Ashtray de Euphoria) é um garoto obcecado pela figura do Samaritano, um super-herói que teria se sacrificado anos atrás para derrotar Nemesis, seu irmão gêmeo e super-vilão. O Samaritano é dado como morto, mas Sam acredita que ele esteja vivo. Um dia, Sam está sendo espancado pelos garotos de sua rua envolvidos na gangue do criminoso Cyrus (Pilou Asbaek) quando é salvo por Joe (Sylvester Stallone), um homem idoso e extremamente forte. Sam suspeita que Joe seja, na verdade, o Samaritano e tenta convencê-lo a voltar a ser herói, principalmente para deter Cyrus, que tenta levar a cabo os planos de Nemesis para criar anarquia na cidade.

segunda-feira, 5 de setembro de 2022

Crítica – Men: Faces do Medo

 

Análise Crítica – Men: Faces do Medo

Review – Men: Faces do Medo
Desde que estreou como diretor no excelente Ex Machina (2014), os filmes de Alex Garland de algum modo tocam em questões de identidade. Na sua estreia na direção era sob uma forma de vida artificial construindo sua própria personalidade, em Aniquilação (2018) era sobre como seria possível manifestar individualidade quando nossas existências são uma soma de experiências e interações que se mesclam de maneira indissolúvel. Em Men: Faces do Medo ele explora não apenas a ideia de masculino no coletivo, mas como esse contato com a coletividade masculina impacta em sua protagonista.

Na trama, Harper (Jesse Buckley) aluga uma enorme casa no interior da Inglaterra para espairecer a mente depois da morte do marido. Após ser recebida pelo excêntrico proprietário, Geoffrey (Rory Kennear), Harper começa a ficar a vontade na propriedade, mas logo um homem estranho tenta invadir o local e isso mexe no modo em como ela lida com o restante dos homens da pequena vila (todos com o mesmo rosto) e com as memórias do marido.

sexta-feira, 2 de setembro de 2022

Crítica – Tekken: Bloodline

 

Análise Crítica – Tekken: Bloodline

Eu tenho algum conhecimento dos games da franquia Tekken, embora não seja próximo a eles como sou de outros grandes nomes dos jogos de luta. Ainda assim fui atraído para este Tekken: Bloodline pelo trabalho competente que a Netflix vem fazendo em adaptar games em séries animadas, a exemplo de Castlevania ou Cuphead.

A trama se baseia na narrativa Tekken 3, sendo protagonizada por Jin Kazama, que vê a mãe ser morta pelo perigoso ser conhecido como Ogre. O jovem parte então para encontrar seu único familiar remanescente, o poderoso e cruel Heihachi Mishima, dono da corporação Tekken e organizador do torneio Rei do Punho de Ferro. Heihachi treina o neto em seu estilo de luta, visando prepará-lo para enfrentar Ogre eventualmente, mas o patriarca Mishima também esconde seus segredos.

A narrativa acerta no modo como capta as personalidades de seus personagens, em especial a crueldade ardilosa de Heihachi. O conflito interno de Jin, pego entre a compassividade da mãe e a dureza do avô, lutando para encontrar seu próprio caminho em meio a tudo isso, também é bem construído. Paul Phoenix e Xiaoyu, por sua vez, participam como coadjuvantes divertidos e também protagonizando boas cenas de luta. Não é lá uma trama ou conflitos muito inovadores, mas os personagens e as lutas ao menos conseguem nos manter envolvidos e a narrativa consegue equilibrar bem os elementos sombrios com os aspectos mais sem noção dos jogos. Afinal, não podemos esquecer que em meio a todo o drama familiar, Tekken é também uma franquia em que um urso pardo é admitido em um torneio de lutadores humanos.

quinta-feira, 1 de setembro de 2022

Crítica – Iluminadas

 

Análise Crítica – Iluminadas

Review – Iluminadas
A mistura entre trama investigativa e elementos sobrenaturais foi o que me atraiu a este Iluminadas, série da AppleTV+ baseada no livro homônimo escrito por Lauren Beukes. A trama se passa na Chicago de 1992, sendo protagonizada por Kirby (Elizabeth Moss), uma mulher tentando reconstruir a vida depois de um ataque que quase a matou. Ela trabalha como arquivista em um jornal e descobre um assassinato em que vítima foi cortada de maneira semelhante ao que o assassino tentou fazer com ela.

Assim, Kirby se aproxima de Dan (Wagner Moura) o repórter responsável pelo caso, para ajudá-lo na investigação. O trauma não é o único fardo que Kirby carrega após o ataque. Há também o problema de que ela constantemente experimenta mudanças bruscas em sua realidade, como descobrir que mora em um apartamento diferente do que estava quando saiu pela manhã para trabalhar. Aviso que o texto a seguir pode conter SPOILERS da série.

A noção de uma realidade mudando ao redor da personagem cria um componente inesperado no que seria só mais uma trama típica de serial killer. De início já somos colocados na posição de indagar o que está acontecendo com Kirby. É tudo real ou fruto de alguma instabilidade mental? Ela está se deslocando no tempo? Entre dimensões? Universos? São elementos que contribuem para uma atmosfera de incerteza que perturba a acomodação de elementos típicos de tramas policiais/investigativas em que a série se apoia na maior parte do tempo.