Baseado em um conto de Stephen
King, O Telefone do Sr. Harrigan
tenta simultaneamente falar de nossa relação com tecnologia, dos impactos do
luto e também dos perigos em conseguir exatamente o que queremos. São ideias
que poderiam render um suspense sobrenatural interessante, mas que o filme
nunca desenvolve de modo a ter algo significativo a dizer.
A trama é protagonizada por Craig
(Jaeden Martell), um jovem contratado pelo rico idoso Sr. Harrigan (Donald
Sutherland) para periodicamente ler livros para ele. Ao longo das sessões de
leitura, Craig e Harrigan se tornam amigos, com Craig dando ao seu idoso patrão
um smartphone para que possam se comunicar facilmente. Inevitavelmente Harrigan
morre, mas estranhamente continua a responder Craig pelo telefone.
Inicialmente o filme parece
explorar uma tecnofobia similar a algo como O
Chamado (2002), explorando como as máquinas conectadas à internet permitem
que a informação se multiplique e que quebremos fronteiras de espaço e tempo,
podendo ser acessados infinitamente. O problema é que conforme a trama se
desenvolve, boa parte desses temas se dilui em outras pretensões narrativas e
nenhuma delas consegue envolver.