Eu tenho um fraco por filmes que
se passam em tempo real. Me interessa o esforço criativo em contar uma história
satisfatória em um tempo e espaço bem restritos, mantendo o interesse do
espectador e a trama andando. Alguns filmes, como
Por um Fio (2002) fazem isso muito bem. Outros, como este
A Hora do Desespero se perdem no esforço
de encadear uma reviravolta atrás da outra ao ponto em que nada faz sentido.
A trama é protagonizada por Amy
(Naomi Watts), que está em seu dia de folga e sai para correr em uma trilha
próxima. No meio do caminho recebe a notícia de que há um tiroteio na escola em
que seu filho estuda e precisa sair correndo do meio do nada onde está de volta
para a cidade na esperança de ter alguma notícia.
É um filme que inicialmente
parece dialogar com o medo bastante real nos Estados Unidos de que a qualquer momento
um pai ou mãe pode receber essa notícia. De que se tornou um evento tão
cotidiano que as pessoas já vivem sob o constante temor de que é algo que pode
acontecer consigo. De início, o filme trabalha bem esse senso de pânico
conforme Amy corre pelo mato saltando entre uma ligação telefônica e outra
tentando entender o que está ocorrendo.