segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

Crítica – The White Lotus: 2ª Temporada

 

Análise Crítica – The White Lotus: 2ª Temporada

Review – The White Lotus: 2ª Temporada
Inicialmente anunciada como uma minissérie, fiquei com o pé atrás quando foi anunciada que teria uma segunda temporada de The White Lotus. A primeira temporada não deixava muito espaço por onde continuar as tramas e mesmo com a noção de que se passaria em uma unidade diferente da fictícia rede de resorts com um elenco inteiramente novo, temi que o segundo ano não estivesse à altura do primeiro. Felizmente o texto de Mike White continua afiado em tratar questões de classe social e identidade.

A narrativa se passa no White Lotus da Sicília, na Itália, gerido por Valentina (Sabrina Impacciatore). Um corpo aparece misteriosamente na praia e logo a trama volta para narrar os eventos de uma semana antes quando um grupo de hóspedes excêntricos chega ao hotel. Entre eles está o casal Ethan (Will Sharpe) e Harper (Aubrey Plaza), eles ficaram ricos recentemente por conta da empresa de tecnologia de Ethan e são convidados para a Itália por um antigo colega de faculdade de Ethan. Dominic Di Grasso (Michael Imperioli) chega com o pai, Bert (F. Murray Abraham), e o filho Albie (Adam Di Marco). Dom está tentando se reconectar com as origens italianas de sua família e também dar um tempo de seu decadente casamento. Retornando da primeira temporada, Tanya (Jennifer Coolidge) está em lua de mel com o marido Greg (Jon Gries) e a assistente Portia (Haley Lu Richardson).

sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

Drops – Natal Com Você

 

Análise Crítica – Natal Com Você

Review – Natal Com Você
Não há nada em Natal Com Você que já não tenhamos visto em outros filmes natalinos. Ainda assim, essa produção da Netflix tem charme e calor humano o bastante para envolver. A narrativa é protagonizada por Angelina (Aimee Garcia), uma diva pop cuja carreira está empacada e caminhando para seu ocaso se ela não souber se reinventar. A gravadora pede que ela grave um álbum natalino, mas ela está sem inspiração. As coisas mudam quando ela vê um vídeo da adolescente Cristina (Deja Monique Cruz) cantando uma de suas músicas. Angelina decide conhecer Cristina e na casa da garota se aproxima do pai dela, o viúvo professor de música Miguel (Freddie Prinze Jr.). Vendo algumas composições de Miguel, Angelina pede ajuda a ele para compor sua canção natalina.

É a estrutura típica de uma comédia romântica do casal com personalidades opostas que se aproxima ao aprender a ser mais como o outro. Miguel vai aprender a vencer as próprias inseguranças e ser mais assertivo enquanto que Angelina aprende que fama e sucesso não valem muita coisa se você não tem pessoas que ama ao seu redor. Tal como em muitas narrativas sobre a indústria do entretenimento, há aqui a oposição entre esse universo de fama e de aparências com uma vida pacata em família, que pode não ser tão glamourosa, mas é afetivamente mais recompensadora.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

Crítica – Cuphead A Série: Terceira Temporada

 

Análise Crítica – Cuphead A Série: Terceira Temporada

Review – Cuphead A Série: Terceira Temporada
Assim como aconteceu nas duas temporadas anteriores, essa terceira temporada de Cuphead: A Série continua a alternar entre histórias mais isoladas, que se sustentam por si só, e tramas mais contínuas, que levam vários episódios para se desenvolver. Aqui, no entanto, a série parece ter atingido um equilíbrio melhor entre esses dois elementos.

A temporada começa no ponto em que a anterior parou, com o Diabo levando Caneco para o inferno depois que Xicrinho pegou o seu tridente. Agora Xicrinho precisa encontrar uma maneira de salvar o irmão. Logicamente a temporada tem outras histórias, mas constantemente volta a focar na rivalidade dos irmãos com o Diabo de uma maneira mais constante do que outras temporadas.

Provavelmente ciente de que seria lançada no final do ano, a temporada também tem uma boa dose de episódios natalinos. Um, por exemplo, gira em torno de Xicrinho tentar conseguir uma árvore de Natal para o Vovô Chaleira. Em outro o Diabo tenta conseguir um presente do Papai Noel, mas é obrigado a se redimir das maldades que cometeu para sair da lista dos malcriados.

terça-feira, 6 de dezembro de 2022

Crítica – O Milagre

Análise Crítica – O Milagre


Review – O Milagre
Dirigido pelo chileno Sebastian Lelio, O Milagre fala da força da crença e das narrativas que sustentam essa crença. A trama, que adapta um romance de Emma Donoghue, se passa na Irlanda do século XIX e acompanha a enfermeira Wright (Florence Pugh). Ela é chamada a um remoto vilarejo para investigar o misterioso jejum de uma jovem, Anna (Kila Lord Cassidy), que supostamente estaria há meses sem comer e analisar a possibilidade de se tratar de um milagre ou algum importante desenvolvimento científico.

Os primeiros momentos mostram como a cidade foi tomada por místicos, curandeiros e pseudocientistas que tentam mostrar que há algo de extraordinário na garota. Os diálogos entre Wright e o comitê que a contratou deixam evidente que eles não estão interessados em descobrir a verdade sobre o que está acontecendo, mas que a vigília da enfermeira tem como objetivo oferecer algum grau de validação para a narrativa de que a garota de fato está há meses sem comer.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

Crítica – Eike: Tudo ou Nada

 

Análise Crítica – Eike: Tudo ou Nada

Review – Eike: Tudo ou Nada
Confesso que não sabia o que esperar deste Eike: Tudo ou Nada, que acompanha a trajetória de Eike Batista de empresário de sucesso a procurado por fraude, e ainda assim consegui me decepcionar com a produção. A narrativa acompanha Eike (Nelson Freitas) a partir de meados dos anos 2000 quando ele abre uma empresa de petróleo e tenta faturar em cima do leilão do pré-sal. Conforme o tempo passa seus poços não produzem e a pressão aumenta sobre ele e seus funcionários.

É um filme quase todo calcado em diálogos expositivos nos quais os personagens explicam o que está acontecendo ou como se sentem, contando ainda com uma narração em off que muitas vezes se limita a dizer o que está na tela diante de nós. Não ajuda que entre uma cena e outra hajam longos saltos temporais, fazendo tudo soar episódico e com pouca relação de causa e consequência. O filme tenta conectar essas cenas com uma espécie de telejornal fictício do mundo financeiro.

Claramente inspirado por televisivos como Mad Money, o programa existe como mais um veículo de exposição que, por um lado, tenta traduzir ao público alguns jargões do mundo financeiro, mas por outro é tão expositivo que me pergunto se não seria melhor ter feito um documentário. Outro problema desse segmento é que apesar de exagerado, com um apresentador que emposta a voz como um locutor de rodeio, esses segmentos são conduzidos sem um pingo de ironia, como se o filme não conseguisse se decidir se aquilo é para ser cômico ou sério.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

Drops – Lanterna Verde: Cuidado Com Meu Poder

 

Análise Crítica – Lanterna Verde: Cuidado Com Meu Poder

Review – Lanterna Verde: Cuidado Com Meu Poder
Apesar de John Stewart ter sido o Lanterna Verde titular na série animada da Liga da Justiça, nos longas animados da DC era quase sempre Hal Jordan a ter protagonismo. Este Lanterna Verde: Cuidado Com Meu Poder é uma tentativa de voltar a focar em Stewart.

Na trama, Stewart é um ex-militar tentando reconstruir a vida e lidar com seus traumas de guerra quando testemunha uma nave caindo na Terra. No local da queda ele encontra um dos Guardiões de Oa, que em seu último suspiro dá a John um anel da Tropa dos Lanternas Verdes. Com o novo poder, John embarca em uma aventura espacial ao lado de membros da Liga da Justiça para descobrir o que aconteceu em Oa e acaba se envolvendo no meio da guerra entre thanagarianos e rannianos.

É uma pena que a narrativa torne Stewart praticamente um coadjuvante da própria história, focando mais no conflito intergaláctico e nas tensões entre a Mulher-Gavião e Adam Strange do que em Stewart e os modos como a nova vida como Lanterna Verde revivem seus traumas de guerra e o fazem se questionar o porquê de lutar. Toda a questão relativa ao estresse pós-traumático de John, um tema sério que afeta várias pessoas que vivenciaram guerras e outras situações extremas, acaba sendo tratado de forma muito simplória e superficial.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

Drops – Spirited: Um Conto Natalino

 

Análise Crítica – Spirited: Um Conto Natalino

Review – Spirited: Um Conto Natalino
Com uma trama sobre redenção e generosidade, não é de se espantar que o romance Um Conto de Natal, de Charles Dickens, siga até hoje como a quintessência da narrativa natalina. O cinema já adaptou e se inspirou na obra de Dickens de diversas maneiras e agora Spirited: Um Conto Natalino, produção da AppleTV+, resolve trazer a história para um cenário contemporâneo e para o gênero musical.

Na trama, o Fantasma do Natal Presente (Will Ferrell), ou apenas Presente para simplificar, não se sente mais desafiado pelo trabalho de redimir pessoas ruins na véspera de Natal e decide que o próximo alvo dos fantasmas deve ser alguém considerado irredimível, já que apenas corrigindo alguém assim eles conseguiriam uma mudança significativa no mundo. O escolhido é o relações públicas Clint (Ryan Reynolds), um sujeito completamente antiético, disposto a qualquer coisa para destruir seus oponentes e promover seus clientes.

quarta-feira, 30 de novembro de 2022

Crítica – Pokémon Scarlet e Violet

 

Análise Crítica – Pokémon Scarlet e Violet

De certa forma Pokémon Scarlet/Violet é a culminação de um esforço de construir um game de mundo aberto na franquia Pokémon que começou lá em Pokémon Sword/Shield com uma área aberta que interligava os principais locais do mapa. O jogo recebeu duas expansões, Isle of Armor e The Crown Tundra, que se passavam em ambientes totalmente abertos, ainda que menores que o mapa principal. A Game Freak voltou a explorar a possibilidade de um jogo em espaços abertos no início desse ano com Pokémon Legends Arceus cuja exploração se dividia em grandes áreas abertas. Pois agora em Pokémon Scarlet/Violet finalmente temos um jogo com um mundo completamente aberto e de exploração não linear. É o que os fãs pediam há muito tempo, embora não esteja livre de problemas.

A trama se passa na região de Paldea (inspirada pelo interior da Espanha) é praticamente a mesma de outros games, você é um jovem treinador que deseja se tornar o melhor e para tal entra na Naranja (em Scarlet) ou na Uva (em Violet) Academy para refinar seus talentos. Depois de um tutorial relativamente longo considerando que Sword/Shield era bem rápido em deixar o jogador solto para explorar, o seu treinador fica livre para perambular por Paldea enquanto cumpre três linhas narrativas distintas.

terça-feira, 29 de novembro de 2022

Crítica – Wandinha

 

Análise Crítica – Wandinha

Review – Wandinha
Tinha lá minhas dúvidas se uma série solo da Wandinha iria funcionar, já que muito do apelo da Família Addams vem das interações do núcleo familiar, algo que os dois filmes da década de noventa exploraram muito bem. Para minha surpresa Wandinha é uma série bacana principalmente por conta de algumas decisões certeiras de casting.

Na série, depois de quase matar um grupo de garotos que fazia bullying com o seu irmão, Wandinha (Jenna Ortega) é expulsa da escola e seus pais a matriculam no colégio interno Nunca Mais, instituição em que Gomez (Luis Guzman) e Mortícia (Catherine Zeta Jones) estudaram quando jovens. Apesar de situado em uma pacata cidade do interior, o colégio é frequentado por párias e seres sobrenaturais que, obviamente, não se dão bem com os habitantes da cidade. As coisas se complicam quando uma estranha criatura começa a matar tanto estudantes quanto locais, mas Wandinha decide investigar os crimes.

Jenna Ortega é uma escalação perfeita como Wandinha, captando os maneirismos secos, a fala direta e o senso de humor sombrio da jovem Addams. O carisma trevoso que Ortega traz para a personagem mantem a jornada de Wandinha interessante e excêntrica (a cena de dança no quarto episódio é impagável) mesmo quando tudo ao seu redor se limita a reproduzir clichês batidos de séries adolescentes.

segunda-feira, 28 de novembro de 2022

Drops – Guardiões da Galáxia: Especial de Festas

 

Análise - Drops – Guardiões da Galáxia: Especial de Festas




Review – Guardiões da Galáxia: Especial de Festas
Assim como falei em Lobisomem da Noite, gosto desse formato da Marvel de especiais mais soltos e mais curtos, que vão direto ao ponto sem demandar que precisemos assistir meia dúzia de filmes antes ou aguentar mais de duas horas e meia de filme. Este Guardiões da Galáxia: Especial de Festas cumpre exatamente o que se propõe: ser um divertido especial de fim de ano ao mesmo tempo em que posiciona algumas dinâmicas para o terceiro filme dos Guardiões.

A trama foca principalmente em Drax (Dave Bautista) e Mantis (Pom Klementieff). Depois de ouvirem como Yondu (Michael Rooker) sabotou o Natal de Peter (Chris Pratt) desde a infância, a dupla decide trazer o Natal da Terra até Peter. Para isso Drax e Mantis decidem vir à Terra e sequestrar o ator Kevin Bacon (interpretando a si mesmo) para levá-lo de presente a Peter.