terça-feira, 10 de janeiro de 2023

Crítica – I Wanna Dance With Somebody: A História de Whitney Houston

 

Análise Crítica – I Wanna Dance With Somebody: A História de Whitney Houston

Review – I Wanna Dance With Somebody: A História de Whitney Houston
Fiquei com um pé atrás quando vi que este I Wanna Dance With Somebody: A História de Whitney Houston seria feito pelos mesmos produtores de Bohemian Rhapsody (2018), cinebiografia do Freddie Mercury. Temi que o resultado fosse a mesma estrutura quadrada que passa superficialmente por vários momentos da vida de sua personagem principal sem qualquer esforço de ir a fundo neles. Pois depois de ver o filme posso dizer: é bem isso mesmo.

A trama acompanha Whitney (Naomi Ackie) desde a juventude em sua trajetória de sucesso até a eventual decadência por conta das drogas e de uma relação conturbada com o rapper Bobby Brown (Ashton Sanders). É aquela biografia bem estilo “melhores momentos” que salta rapidamente entre momentos icônicos da carreira da personagem sem dar tempo para que nenhum evento seja desenvolvido ou tenha qualquer repercussão.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

Reflexões Boêmias – Melhores Filmes de 2022

 

Besf films of 2022

Depois de comentar sobre os piores filmes do ano passado é chegada a hora de refletir sobre os melhores filmes do ano que passou. Assim como na lista de piores, levo em consideração os filmes que receberam lançamento oficial no Brasil (em cinemas ou streaming) durante 2022.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

Crítica – A Inventora: À Procura de Sangue no Vale do Silício

 

Análise Crítica – A Inventora: À Procura de Sangue no Vale do Silício

Review Crítica – A Inventora: À Procura de Sangue no Vale do Silício
A primeira vez que ouvi sobre o caso de Elizabeth Holmes e a empresa Theranos fiquei surpreso como as pessoas acreditaram na promessa dela. Não sou médico ou engenheiro, mas o pequeno dispositivo chamado Edison que prometia fazer mais de 200 testes sanguíneos diferentes a partir de apenas uma gota de sangue sequer parecia ter espaço suficiente para comportar todos os componentes mecânicos, químicos e computacionais para fazer tantas operações complexas com confiabilidade. Produzido pela HBO, o documentário A Inventora: À Procura de Sangue no Vale do Silício desnuda os motivos disso: ninguém estava olhando para a ciência por trás do aparato, apenas para a performance de grande empreendedora de Holmes.

O documentário é inteligente ao não mostrar Holmes como um incidente isolado e sim como uma metonímia de todo o discurso mitificado sobre inovação e empreendedorismo que se construiu ao longo do século XX. Já em seus primeiros minutos o filme nos mostra como Thomas Edison construiu em torno de si toda uma performance para vender a imagem de um inventor genial, mesmo quando seus inventos não davam certo. A trajetória de Holmes, que tinha nomes como Edison e Steve Jobs como ídolos, se construiu em cima de uma performance semelhante.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

Reflexões Boêmias - Piores filmes de 2022

 

Worst Movies of 2022

Com o início de um novo ano, é chegado o momento de fazer um balanço do ano que passou. Depois de dois anos de pandemia, as coisas começaram a voltar ao normal em 2022, inclusive os cinemas, embora muitas práticas da pandemia, como uma janela cada vez menor entre lançamento nos cinemas e em plataformas digitais, tenham permanecido. Como em qualquer ano tivemos ótimos filmes e produções pavorosas. Como prefiro começar com as más notícias primeiro, começarei fazendo o balanço dos piores filmes. A lista leva em consideração os filmes lançados oficialmente no Brasil ao longo de 2022.

 

quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

Crítica – American Crime Story: Impeachment

 

Análise Crítica – American Crime Story: Impeachment

Review – American Crime Story: Impeachment
Depois de uma segunda temporada que se complicava desnecessariamente com uma cronologia invertida em O Assassinato de Gianni Versace, em Impeachment a antologia American Crime Story volta ao alto nível da primeira temporada, O Povo Contra OJ Simpson. Assim como em seu ano de estreia, a série apresenta um olhar que entende a complexidade dos eventos narrados sem se perder nas firulas narrativas do segundo ano.

A terceira temporada gira em torno dos eventos que levaram ao impeachment do presidente Bill Clinton (Clive Owen) na década de 90 por conta das denúncias de que o presidente estaria tendo um caso com a estagiária Monica Lewinsky (Beanie Feldstein) após denúncias da servidora da Casa Branca Linda Tripp (Sarah Paulson).

terça-feira, 3 de janeiro de 2023

Drops – Bardo, Falsa Crônica de Algumas Verdades

 

Análise Crítica– Bardo, Falsa Crônica de Algumas Verdades

Review – Bardo, Falsa Crônica de Algumas Verdades
Dirigido por Alejandro Iñarritu, Bardo, Falsa Crônica de Algumas Verdades tem um tom relativamente autobiográfico ao acompanhar a história de um realizador mexicano, Silverio (Daniel Gimenez Cacho), que há anos vive nos Estados Unidos e volta ao México para receber um prêmio. Durante a viagem passa aa ponderar sobre sua vida, sua arte e relação com a indústria.

É um filme que se presta a um passeio onírico pela subjetividade de seu protagonista (e que emula a subjetividade de seu realizador), nos deixando imersos em seu fluxo de consciência e no sentimento dele em relação ao mundo que o cerca. É indubitavelmente ensimesmado, mas a condução de Iñarritu de fato nos faz sentir em muitos momentos como se estivéssemos presenciando um passeio por sonhos. Encontramos muitas imagens interessantes, como a cena em que Silverio encolhe ao tamanho de uma criança ao conversar com o pai ou o surreal segmento do protagonista discutindo com um oficial da imigração ao retornar aos EUA com a família.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

Crítica – RRR: Revolta, Rebelião, Revolução

 

Análise Crítica – RRR: Revolta, Rebelião, Revolução

Review – RRR: Revolta, Rebelião, Revolução
Conheço pouco do cinema indiano, mas fiquei curioso para conferir este RRR: Revolta, Rebelião, Revolução não apenas pelas conversas de que poderia ser indicado a prêmios internacionais, como também pelo argumento de que ele não deveria ser indicado a prêmios por se tratar de uma peça de propaganda nacionalista. Ora, o que são filmes como Top Gun: Maverick (2022), Rambo 3 (1988) ou O Resgate do Soldado Ryan (1998) se não peças de propaganda nacionalista, feitas para acreditarmos nos Estados Unidos como essa heroica “polícia do mundo” com interesses puros de promover a liberdade e democracia ao redor do globo?

Porque Hollywood ou a Europa podem fazer filmes celebrando suas identidades nacionais e construindo uma versão de seu relato histórico em que seu povo é sempre o herói, mas populações colonizadas, como a da Índia, não podem fazer o mesmo? Imagino que muito do que causou essa recepção do filme se relaciona com o incômodo das populações europeias e de outros países hegemônicos em se enxergarem como vilões. Muito da história da colonização foi construída da perspectiva europeia e nela eles se colocam como bravos descobridores que civilizaram ou dominaram as selvagens e atrasadas populações dos territórios conquistados.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

Crítica – A Filha do Rei

 

Análise Crítica – A Filha do Rei

Review – A Filha do Rei
Adaptando um romance escrito por Vonda McIntyre, A Filha do Rei teve uma longa jornada até os cinemas. O filme foi feito em 2014, mas ficou engavetado até 2022 quando foi lançado sem muito barulho e depois de tê-lo assistido entendi o motivo. Não consegui encontrar muita coisa em termos do por que ter sido engavetado e esperado sete anos para sair, no entanto, o resultado pavoroso torna compreensível o porquê do filme ser jogado de qualquer jeito nas salas de cinema. Imagino que a produtora sabia do fracasso que tinha em mãos e preferiu reduzir as perdas ao não gastar muito com publicidade.

A trama se passa no século XVIII. O rei Luís XIV (Pierce Brosnan) volta a Paris depois de uma guerra custosa que coloca parte da população contra ele. Obcecado com a ideia de imortalidade, o rei descobre que seu desejo pode ser alcançado se roubar a força vital de uma sereia e despacha sua marinha em busca da criatura. Ao mesmo tempo, ele tenta se aproximar de Marie-Josephe (Kaya Scodelario), a filha que manteve em segredo do mundo e até dela mesma. Usando a ocorrência de um eclipse, o rei manda trazer Marie a Paris sob o pretexto que ela toque em uma cerimônia, mas na verdade deseja revelar à jovem que é seu pai.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

Drops – Matilda: O Musical

 

Análise Crítica– Matilda: O Musical

Review – Matilda: O Musical
Confesso que nunca tive lá grande vínculo com o clássico da Sessão da Tarde Matilda (1996), achava divertido, assistia quando passava, mas não foi algo tão presente na minha formação cinéfila. Ainda assim, fiquei curioso para conferir este Matilda: O Musical, que adapta o musical teatral baseado no livro de Roald Dahl que inspirou o filme de 96.

A trama é a mesma da versão da década de 90, Matilda (Alisha Weir) é uma garota precoce e genial negligenciada pelos pais picaretas que é mandada para a escola dirigida pela rígida Sra. Trunchbull (Emma Thompson), que sente prazer em humilhar as crianças. Felizmente, Matilda encontra refúgio nos amigos e na professora Honey (Lashana Lynch).

Tal como o primeiro filme, a narrativa é sobre como adultos não entendem ou subestimam as crianças, além de criticar um modelo educacional repressivo que tenta colocar as crianças dentro de um padrão restrito de conduta através de castigos arbitrários que não educam coisa alguma. Através de Matilda somos lembrados da inventividade e senso de imaginação que temos durante a infância, bem como o fato de que crianças as vezes tem motivos compreensíveis para agir de um modo que adultos considerariam como travesso.

terça-feira, 27 de dezembro de 2022

Crítica – Noites Brutais

 

Análise Crítica – Noites Brutais

Review – Noites Brutais
O terror Noites Brutais é um daqueles filmes que é melhor assistir sabendo o mínimo possível. Ele constantemente nos leva por caminhos inesperados que ampliam o suspense e nos deixa em um estado de incerteza a respeito do que virá a seguir. Em tempos de filmes que parecem cada vez mais aderir a lugares comuns, é um alívio encontrar produções que arriscam ao aloprar na trama com fabulações que nunca imaginaríamos a exemplo do que James Wan fez em Maligno (2021), embora Noites Brutais não chegue ao nível de maluquice do filme de Wan.

A trama é protagonizada por Tess (Georgina Campbell) que viaja a Detroit para uma entrevista de emprego e aluga uma casa via aplicativo. Chegando lá Tess descobre que há outra pessoa no local, Keith (Bill Skarsgard), que alugou a mesma casa via aplicativo diferente. Sem conseguir outro lugar para ficar, Tess aceita dividir a casa com Keith, mas fica alerta com o comportamento do desconhecido.

De início imaginamos que o filme irá girar em torno desse desconforto social de ser mulher e ser colocada em um espaço com um homem estranho. Como vemos tudo sob a perspectiva de Tess, imediatamente suspeitamos de Keith e de suas atitudes aparentemente gentis, como oferecer chá. O fato de Keith comentar que é “um cara legal” e que o chá não tem nada para dopar Tess só amplia nossa desconfiança. Claro, muito da tensão vem da escalação de Bill Skarsgard, famoso por viver monstros em filmes de terror (como o palhaço Pennywise), já imaginamos que o personagem interpretado por ele será alguém sinistro.