segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

Crítica – One Piece Odyssey

 

Análise Crítica – One Piece Odyssey

Review – One Piece Odyssey

Não sou exatamente um grande fã de One Piece, mas conheço o suficiente o anime e aprecio os jogos. Como fã de JRPGs, fiquei curioso com o anúncio deste One Piece Odyssey, que colocava a tripulação do Chapéu de Palha em uma aventura com estrutura de RPG. O resultado tem muitos bons momentos, mas várias ideias que não são plenamente aproveitadas.

Na trama o grupo de piratas liderados por Luffy bate na misteriosa ilha de Waford. Lá eles são atacados por um colosso de fogo que drena os poderes dos heróis. Com ajuda de Adio e Lim, que parecem estar presos na ilha há algum tempo, os piratas precisam desvendar os mistérios da ilha e coletar os cubos de memória para recuperar sua força. Esses cubos fazem os personagens reviverem aventuras passadas, dando a oportunidade do jogador revisitar alguns dos arcos do mangá.

A ideia de recontar arcos como os de Alabasta ou Water 7 através dessa mecânica de reviver memórias ao invés de nos colocar na cronologia canônica deveria dar oportunidade para a trama explorar com criatividade possíveis cenários alternativos com eventos um pouco diferentes ou como a presença de personagens que não estavam originalmente presente impactaria em alguns eventos. Infelizmente a narrativa não aproveita plenamente essas possibilidades, preferindo se ater a mudanças superficiais e com poucas repercussões, como o fato de Usopp ser sequestrado ao invés de Robin em Water 7.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

Crítica – House of Hammer: Segredos de Família

Análise Crítica – House of Hammer: Segredos de Família


Review – House of Hammer: Segredos de Família
Todo mundo ficou chocado quando surgiram as primeiras denúncias de abusos sexuais e outras práticas reprováveis contra o ator Armie Hammer. Depois de uma série de fracassos de bilheteria, Hammer estava reerguendo a carreira com o sucesso de Me Chame Pelo Seu Nome, mas logo tudo foi interrompido de maneira abrupta pela severidade das denúncias. A minissérie documental House of Hammer: Segredos de Família tenta analisar o caso, explorando como Armie não é o único de sua família com segredos sombrios.

A produção não faz nada além da típica estrutura de documentários sobre crimes, recorrendo a testemunhos e imagens de arquivo, não tendo nada de diferente neste aspecto. Por outro lado, é bem contundente na exposição de evidências do comportamento abusivo do astro, com testemunhos de ex-namoradas que mostram conversas via mensagens de texto e áudios que ilustram o modo como ele as tratava.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

Crítica – Chained Echoes

 

Análise Crítica – Chained Echoes

Review Crítica – Chained Echoes
Desenvolvido ao longo de sete anos pelo alemão Matthias Linda, Chained Echoes me chamou atenção pelo modo como evocava antigos RPGs japoneses da era 16 e 32 bits como Final Fantasy VI, Chrono Trigger e Xenogears. O resultado é algo próximo de como a gente se lembra que esses jogos eram, sem os problemas de um certo design de gameplay ou visuais que hoje consideraríamos datados.

A narrativa se passa em um continente com três reinos à beira da guerra. No meio disso está Glenn um mercenário traumatizado pela guerra que tenta impedir que os reinos usem uma poderosa arma chamada Grand Grimoire capaz de dizimar áreas inteiras. Ao longo da jornada Glenn encontra diversos companheiros e desvendará intrigas entre os reinos. É uma narrativa que fala sobre os horrores da guerra, da corrupção do poder e que faz isso com certa maturidade, sem se furtar de questões mais sombrias.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

Crítica – O Pálido Olho Azul

 

Análise Crítica – O Pálido Olho Azul

Review – O Pálido Olho Azul
Produção da Netflix, O Pálido Olho Azul é um daqueles filmes que no papel não tem como dar errado. Tem um diretor competente em Scott Cooper (de filmes como Coração Louco, Tudo por Justiça e Aliança do Crime), um roteiro que adapta um sucesso literário (o romance de mesmo nome escrito por Louis Bayard) e um ótimo elenco. Cinema, no entanto, não é uma ciência exata e apesar de todas as credenciais positivas o resultado é relativamente esquecível.

A trama se passa no século XIX. Augustus Landor (Christian Bale) é um detetive veterano e traumatizado por problemas do passado é chamado para desvendar uma morte misteriosa na academia militar de West Point, em que um cadete supostamente se matou e depois o coração do cadáver foi roubado. Como os recrutas são um grupo fechado e pouco colaborativo, Landor acaba se aproximando do cadete Edgar Allan Poe (Henry Melling) para ajudá-lo a desvendar o segredo de West Point. Apesar de Poe ter de fato servido em West Point no período histórico em que a narrativa acontece, a trama é completamente ficcional.

terça-feira, 17 de janeiro de 2023

Crítica – M3gan (Megan)

 

Análise Crítica – M3gan (Megan)

Review – M3gan (Megan)
Assim que saíram os primeiros trailers M3gan (ou simplesmente Megan) viralizou por conta do visual sinistro de sua boneca assassina. Indo assistir o filme me perguntei se talvez não fosse um daqueles filmes que tem um trailer empolgante, mas o resultado final é uma porcaria.

A trama é centrada em Gemma (Allison Williams), uma programadora que se vê no inesperado papel de guardiã da sobrinha, Cady (Violet McGraw), depois que os pais dela morrem em um acidente. Sem saber se conectar com a menina, Gemma decide testar com Cady o protótipo de uma boneca interativa que está desenvolvendo. Logo Cady se conecta com a boneca M3gan, tratando-a quase como uma pessoa de verdade, mas a boneca passa a levar a sério demais sua programação de cuidar da garota.

É claramente uma premissa de produção B e o filme sabe disso, caminhando entre o terror e a paródia para tentar extrair o máximo de entretenimento da situação. Boa parte do humor deriva justamente do texto reconhecer a bizarrice da situação e como o visual da boneca é, por si só, naturalmente sinistro. Apesar da classificação indicativa baixa para um filme de terror (14 anos, quando a maioria é 16), a trama consegue criar momentos de tensão mesmo a violência não sendo tão explícita. Quem espera um terror mais sangrento, porém, provavelmente vai se decepcionar.

domingo, 15 de janeiro de 2023

Lixo Extraordinário – Zardoz

 

Crítica – Zardoz

Review – Zardoz
Na década de 70 o diretor John Boorman vinha de seguidos sucessos. Depois de À Queima Roupa (1967) e Amargo Pesadelo (1972) Boorman gozava de prestígio e liberdade criativa em Hollywood o suficiente para conseguir fazer o que quisesse. Seu primeiro instinto foi tentar adaptar a trilogia O Senhor dos Anéis, que seria produzida pela United Artists, mas o estúdio desistiu durante a pré-produção ao perceber o alto valor. Tendo perdido a possibilidade de levar Tolkien para as telas, Boorman resolveu criar do zero um projeto de fantasia e ficção científica em Zardoz.

Lançado em 1974, o filme originalmente seria protagonizado por Burt Reynolds, que trabalhou com Boorman em Amargo Pesadelo. Por conta de alguns problemas de saúde, Reynolds saiu do filme e foi substituído por Sean Connery, que buscava algo diferente para mostrar à indústria que era mais do que James Bond. O (merecido) retumbante fracasso de Zardoz quase enterrou a carreira de Connery.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

Crítica – Até os Ossos

Análise Crítica – Até os Ossos


Review – Até os Ossos
No papel Até os Ossos é uma trama que não deveria funcionar. É um road movie sobre canibalismo e também uma história de amor e autoaceitação. Seria fácil deixar o tom inconsistente ou falhar em nos fazer entender esses personagens a despeito das coisas brutais que eles fazem, mas o diretor Luca Guadagnino caminha com sensibilidade pelos temas complicados do filme.

A trama se passa na década de 80, sendo protagonizada por Maren (Taylor Russell, a Judy de Perdidos no Espaço). Uma garota que está começando uma nova escola e tentando se aproximar das colegas a despeito do pai superprotetor. Uma noite Maren escapa de casa para ir se encontrar com as amigas. Durante a conversa com umas das amigas, Maren morde o dedo dela e começa a devorar a carne. Chegando em casa ensanguentada, o pai dela se comporta como se não fosse a primeira vez e Maren parte em uma jornada de autodescoberta pelo interior dos EUA. No caminho ela conhece Lee (Timothee Chalamet), que também tem o mesmo impulso de comer carne humana.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

Crítica – Os Fabelmans

Análise Crítica – Os Fabelmans


Review – Os Fabelmans
Baseado na própria juventude do diretor Steven Spielberg, Os Fabelmans não apenas permite que compreendamos sua formação como realizador e as origens de elementos recorrentes em sua arte como é uma carta de amor ao cinema e ao poder da arte. O que mais impressiona é como Spielberg consegue aqui falar de si mesmo e seus anos formativos sem soar ególatra como as vezes acontece em produções autobiográficas em que um artista analisa sua própria arte.

A trama começa na década de 50, acompanhando a infância e juventude de Sammy (Gabriel Labelle), um jovem de família judia que se fascina pelo cinema. Além da crescente paixão do protagonista pela sétima arte, o filme acompanha a jornada da família de Sammy em suas múltiplas mudanças por conta do trabalho de seu pai, Burt (Paul Dano), e a relação complicada que o protagonista tem com a mãe, Mitzi (Michelle Williams).

quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

Drops – Ruído Branco

 

Análise Crítica – Ruído Branco

Review – Ruído Branco
Dirigido por Noah Baumbach, Ruído Branco tenta falar sobre existencialismo na sociedade dos Estados Unidos sob um olhar satírico. Em geral o realizador se sai bem por conta da maneira fluida com a qual transita entre drama, comédia e catástrofe, o problema é que ele traz tantas ideias que nem sempre forma um todo coeso.

A trama gira em torno da família liderada por Jack (Adam Driver) e Babette (Greta Gerwig), ambos lidando, cada um ao seu modo, com o medo da morte. Esses temores levam ambos a atitudes que os afastam um do outro em meio a diferentes crises pelas quais a família passa.

terça-feira, 10 de janeiro de 2023

Crítica – I Wanna Dance With Somebody: A História de Whitney Houston

 

Análise Crítica – I Wanna Dance With Somebody: A História de Whitney Houston

Review – I Wanna Dance With Somebody: A História de Whitney Houston
Fiquei com um pé atrás quando vi que este I Wanna Dance With Somebody: A História de Whitney Houston seria feito pelos mesmos produtores de Bohemian Rhapsody (2018), cinebiografia do Freddie Mercury. Temi que o resultado fosse a mesma estrutura quadrada que passa superficialmente por vários momentos da vida de sua personagem principal sem qualquer esforço de ir a fundo neles. Pois depois de ver o filme posso dizer: é bem isso mesmo.

A trama acompanha Whitney (Naomi Ackie) desde a juventude em sua trajetória de sucesso até a eventual decadência por conta das drogas e de uma relação conturbada com o rapper Bobby Brown (Ashton Sanders). É aquela biografia bem estilo “melhores momentos” que salta rapidamente entre momentos icônicos da carreira da personagem sem dar tempo para que nenhum evento seja desenvolvido ou tenha qualquer repercussão.