Desde sua narração inicial é
visível que
Magic Mike: A Última Dança
é um filme cheio de pretensões conforme a voz da narradora explica como a dança
é capaz de salvar a sociabilidade humana. Se o segundo filme,
Magic Mike XXL (2015), que foi dirigido
por Gregory Jacobs e não por Steven Soderbergh como o primeiro e este terceiro,
assumia tranquilamente seu caráter de
exploitation
com excessos e comicidade, esse desfecho para a trilogia cai na besteira de se
levar a sério demais como o original e talvez se leve até mais a sério.
Na trama, depois de perder seu
negócio de móveis por conta da pandemia, Mike (Channing Tatum) passa a
trabalhar como barman. É nesse trabalho que ele conhece a ricaça Max (Salma
Hayek), que descobre o passado de Mike e o contrata para uma dança. Encantada
pelo talento e capacidade sedutora de Mike, Max decide levá-lo para Londres
para que ele organize um espetáculo de dança.
Há uma tensão sexual palpável
entre Tatum e Hayek, com Hayek sendo especialmente eficiente em mostrar que por
trás de toda a exuberância e esbanjamento Max tem em si uma grande medida de
insegurança. Os números de dança continuam sendo o ponto alto do filme, com
coreografias grandiosas e uma boa dose de sensualidade, o problema é que esses
dois elementos que seriam os mais promissores são deixados de lado em prol de
ideias inanes. A relação entre Mike e Max fica focada na produção do show e as
danças aparecem pouco.