terça-feira, 9 de maio de 2023

Crítica – Sweet Tooth: 2ª Temporada

 

Resenha Crítica – Sweet Tooth: 2ª Temporada

Review – Sweet Tooth: 2ª Temporada
Depois de uma ótima temporada de estreia, o segundo ano de Sweet Tooth expande a mitologia da série e resolve boa parte dos conflitos deixados em aberto na temporada anterior. Os novos episódios trazem boa parte das virtudes da primeira temporada, mas também alguns de seus defeitos.

A trama segue no ponto em que a primeira temporada encerrou. Gus (Christian Convery) foi capturado pelos Primeiros Homens liderados por Abbot (Neil Sandilands) e está em cativeiro com Wendy (Naledi Murray) e os outros híbridos que Aimee (Dania Ramirez) cuidava. Enquanto que as crianças tentam encontrar um modo de fugir antes de serem usados como cobaias pelo Dr. Singh (Adeel Akhtar), Aimee e Jeppard (Nonso Anozie) se juntam para encontrar as crianças de quem cuidavam.

Christian Convery segue adorável como Gus, cuja boa vontade, doçura e otimismo seguem encantadores. Sem a proteção de Jeppard, Gus é obrigado a encarar a brutalidade do universo apocalíptico em que vive, perdendo um pouco de sua ingenuidade, mas mantendo em si a bondade apesar de tudo. Já o Dr. Singh segue dividido entre a devoção em curar sua esposa e o comprometimento ético em experimentar com os híbridos conforme se dá conta de que não são meros bichos. Se Gus ainda consegue se manter fiel a quem é, o médico se afunda tanto em sua necessidade de encontrar a cura para justificar seus sacrifícios e condutas imorais que se torna alguém radicalmente diferente. O personagem acaba servindo como exemplo de como boas intenções podem pavimentar o caminho para se tornar uma pessoa horrível.

segunda-feira, 8 de maio de 2023

Crítica – Guardiões da Galáxia Vol. 3

 

Análise Crítica – Guardiões da Galáxia Vol. 3

Review – Guardiões da Galáxia Vol. 3
Depois de um segundo filme que ficou abaixo do original, ainda que divertido, o diretor James Gunn retorna para um terceiro (e último, já que agora ele está a frente das produções da DC na Warner) filme neste Guardiões da Galáxia Vol. 3 e traz uma emocionante conclusão para a história que começou no filme original.

A trama segue mais ou menos no ponto em que encontramos a equipe ao final de Guardiões da Galáxia: Especial de Festas (2022). Os Guardiões reconstruíram Luganenhum e agora usam o local como base, cuidando da população. Tudo muda quando são subitamente atacados por Adam Warlock (Will Poulter), que deixa Rocket (Bradley Cooper) gravemente ferido. Os equipamentos médicos dos Guardiões não conseguem curar o companheiro por conta da tecnologia específica que foi usada em seu aprimoramento. Assim, Peter Quill (Chris Pratt) e seus aliados partem em busca da corporação liderada pelo perigoso Alto Evolucionário (Chukwudi Iwuji).

sexta-feira, 5 de maio de 2023

Crítica – O Exorcista do Papa

 

Análise Crítica – O Exorcista do Papa

Review – O Exorcista do Papa
Levemente baseado nos casos reais do padre Gabriele Amorth, cujos exorcismos já foram narrados por William Friedkin no péssimo documentário O Diabo e o Padre Amorth (2018), este O Exorcista do Papa não faz muito além de repetir os lugares comuns que já vimos em outros filmes de exorcismo. A narrativa se passa na década de 80 e leva o padre Amorth (Russell Crowe) até a Espanha para investigar a possível possessão de uma família que vive próxima a uma igreja em reforma. Lá Amorth encontra a pior ameaça sobrenatural que encontrou até então.

Não tem nada aqui que já não tenhamos visto antes em produções similares. Possuídos mutilam o próprio corpo, gritam profanidades, testam a fé dos envolvidos, se contorcem em posições humanamente impossível e arremessam coisas com o poder da mente. Temos também um padre em crise por conta de erros do passado e o demônio que possui a família irá tentar explorar essa fraqueza para se alimentar das dúvidas do protagonista. Russell Crowe tenta dar alguma personalidade a Amorth, com seu jeito desafiador que tenta tirar o próprio demônio do sério, mas o ator esbarra em um texto que não lhe dá muito além de uma série de clichês.

quinta-feira, 4 de maio de 2023

Crítica – Renfield: Dando Sangue pelo Chefe

 

Análise Crítica – Renfield: Dando Sangue pelo Chefe

Review – Renfield: Dando Sangue pelo Chefe
A ideia de fazer uma história do Drácula do ponto de vista do capanga Renfield, soava como um desses caça-níqueis hollywoodianos para reembalar a mesma história num embrulho diferente. Por conta disso, não tive lá muito interesse inicialmente neste Renfield: Dando Sangue Pelo Chefe. As coisas mudaram quando soube que Nicolas Cage seria o Drácula e esse é o tipo de papel grandiloquente que casa muito bem com a energia hiperbólica do ator. Não por acaso Cage é a melhor coisa do filme.

A trama começa com Renfield (Nicholas Hoult) narrando como conheceu Drácula (Nicolas Cage) em flashbacks que recriam cenas de antigos filmes do vampiro (em especial versões vividas por Christopher Lee e Bela Lugosi) até chegar aos dias atuais quando Renfield chega a Nova Orleans para proteger um Drácula ferido depois de sua mais luta contra caçadores de vampiros. Com séculos de servidão, Renfield começa a se questionar se não pode mudar o rumo de sua vida, buscando um grupo de apoio a pessoas em relacionamentos tóxicos. Enquanto Drácula se recupera, Renfield resolve usar suas habilidades sobrenaturais para ajudar pessoas necessitadas e aí conhece a policial Rebecca (Awkwafina), que está em confronto com uma perigosa família criminosa da cidade.

quarta-feira, 3 de maio de 2023

Crítica – Tic-Tac: A Maternidade do Mal

 

Análise Crítica – Tic-Tac: A Maternidade do Mal

Review – Tic-Tac: A Maternidade do Mal
Longa-metragem de estreia da diretora Alexis Jacknow, Tic-Tac: A Maternidade do Mal parte de ideias interessantes ao construir um terror sobre a pressão social sobre as mulheres em relação a maternidade e os horrores que emergem de tentar se conformar a essas exigências. A questão é que a produção insere tantas ideias que não tem tempo para desenvolvê-las a contento.

Ella (Dianna Agron) é uma mulher bem sucedida, mas que não deseja ter filhos. Com o seu aniversário de 37 anos se aproximando, vendo as amigas todas terem filhos e com indiretas (ou diretas) do pai sobre a necessidade de ter filhos, a protagonista sente que talvez tenha algo errado consigo. É aí que ela descobre um tratamento experimental sendo testado pela doutora Simmons (Melora Hardin), que visa “consertar” o relógio biológico quebrado de mulheres como Ella, lhes devolvendo o desejo de ser mãe. A terapia consiste de imagens que soam como uma mistura de hipnose com lavagem cerebral, além de uma pesada carga de hormônios. Aos poucos, porém, Ella começa a experimentar horrendos efeitos colaterais.

terça-feira, 2 de maio de 2023

Rapsódias Revisitadas – Central do Brasil

 

Análise Crítica – Central do Brasil

Review – Central do Brasil
Lançado em 1998, Central do Brasil celebra 25 anos em 2023 e fiquei em dúvida se eu teria algo a dizer sobre esse filme que já não tenha sido dito antes. Provavelmente o auge do movimento da Retomada do cinema brasileiro na segunda metade da década de 1990, Central do Brasil foi extremamente bem sucedido tanto em termos de bilheteria quanto de reconhecimento. Venceu o Urso de Ouro no Festival de Berlim, além de um prêmio para Fernanda Montenegro como melhor atriz, foi indicado a dois Oscars (melhor filme estrangeiro e melhor atriz), além de indicações ao BAFTA, César e Globo de Ouro.

A trama é protagonizada por Dora (Fernanda Montenegro) uma professora aposentada que passa seus dias na Estação Central do Brasil, no Rio de Janeiro, escrevendo cartas para pessoas analfabetas. Um dia ela conhece o garoto Josué (Vinícius de Oliveira), cuja mãe pediu para Dora escrever uma carta para o pai do menino. Quando a mãe de Josué é morta em um atropelamento e o garoto fica sozinho na estação, Dora se compadece e decide ajudar o menino, embarcando em uma viagem pelo coração do Brasil para encontrar a família do garoto e, no processo, acaba se redescobrindo.

sexta-feira, 28 de abril de 2023

Crítica – Horizon Forbidden West: Burning Shores

 

Análise Crítica – Horizon Forbidden West: Burning Shores

Review – Horizon Forbidden West: Burning Shores
Depois de entregar uma excelente continuação em Horizon: Forbidden West, a Guerrilla Games expande a trama do jogo com a DLC Burning Shores, que serve como uma espécie de epílogo e também como uma ponte para um possível (ou inevitável) terceiro jogo. A expansão, exclusiva para o PS5 apesar do jogo base também estar disponível no PS4, traz consigo boa parte dos méritos do jogo base enquanto adiciona novos elementos.

A trama se passa depois dos eventos da história principal. Depois de derrotar a invasão dos Zeniths, Sylens informa a heroína Aloy que encontrou uma possível fonte de dados que pode ajudar com a ameaça vindoura descoberta no fim do jogo. Os dados estão mais a oeste, onde se localizava a antiga Los Angeles, agora tomada por máquinas e erupções vulcânicas. O local também serve de covil para Londra, o último dos Zeniths que vieram ao nosso planeta. Então a viagem também serve como uma oportunidade para Aloy despachar o que sobrou da ameaça dos Zeniths.

quinta-feira, 27 de abril de 2023

Crítica – A Nova Vida de Toby

 

Análise Crítica – A Nova Vida de Toby

Review – A Nova Vida de Toby
Baseada no livro (que não li) de Taffy Brodesser-Akner a minissérie A Nova Vida de Toby parece ser mais uma dessas tramas sobre crise de meia idade e confrontar os modos como a vida nos leva para direções que não seguem os planos ou o potencial que exibíamos em nossa juventude. Ela é isso, no entanto, se eleva pelo modo como consegue dar atenção e camadas a cada um de seus personagens para ponderar como essas inquietações nos afetam em níveis individuais, mas também em um grau coletivo, impactando as relações que construímos (ou deixamos de construir) com as pessoas ao nosso redor.

A narrativa é centrada em Toby (Jesse Eisenberg) um recém divorciado de mais de 40 anos que tenta reconstruir a vida depois de terminar um longo casamento. Ele tenta focar nos filhos, no trabalho e nas possibilidades de novos encontros afetivos através de aplicativos de relacionamento. Esse novos caminhos trazem consigo desafios, em termos de compartilhar a guarda dos filhos com a ex-esposa, Rachel (Claire Danes), e descobertas, como a facilidade que ele encontra em conseguir encontros em aplicativos. Toby também se reconecta com os amigos de faculdade Libby (Lizzy Caplan) e Seth (Adam Brody), de quem estava distante há anos. Juntos eles passam a ponderar como suas vidas mudaram.

quarta-feira, 26 de abril de 2023

Crítica – O Chamado 4: Samara Ressurge

 

Análise Crítica – O Chamado 4: Samara Ressurge

Review – O Chamado 4: Samara Ressurge
Por mais que a ideia da crítica seja refletir sobre a obra em sua imanência, sobre nossa experiência do momento da apreciação, é impossível separar completamente isso de elementos contextuais à obra. Digo isso porque embora este O Chamado 4: Samara Ressurge seja muito ruim por seus próprios méritos (ou falta deles), ela se torna ainda pior por conta do contexto picareta de seu lançamento.

O título usado no Brasil e na América Latina dá a entender que se trata de uma continuação de O Chamado 3 (2017), versão hollywoodiana da franquia de terror japonesa Ringu. Não é o caso. O que está sendo lançado aqui como O Chamado 4: Samara Ressurge é, na verdade, a produção japonesa Sadako DX, um spin-off da franquia Ringu. Por mais que até as legendas chamem a assombração Sadako de Samara, tentando criar uma conexão com os filmes hollywoodianos, e as personagens até tenham suas semelhanças, elas não são a mesma criatura e tem mitologias bem diferentes. Ou seja, trata-se de uma estratégia apelativa para pegar desavisados e se eu entrasse no cinema pagando ingresso achando que assistiria um novo O Chamado apenas para ver algo sem qualquer relação, eu ficaria muito, muito irritado.

terça-feira, 25 de abril de 2023

Drops – Ghosted: Sem Resposta

 

Análise Crítica – Ghosted: Sem Resposta

Review – Ghosted: Sem Resposta
O gentil e pacato fazendeiro Cole (Chris Evans) conhece a bela Sadie (Ana de Armas) numa feira e ambos imediatamente se conectam. Depois de um dia incrível, Cole entra em contato com ela, mas passa dias sem resposta. Como ele sabe que ela está em Londres, decide viajar para a Inglaterra de modo a surpreender a amada. O que ele não sabia é que Sadie era uma agente da Cia e agora Cole está no meio de uma trama de espionagem internacional.

É basicamente Encontro Explosivo (2010) só que com o gênero dos personagens trocados e com menos intensidade. Não tem nada fundamentalmente errado aqui, mas também não há nada de muito memorável. A ação é correta e executada com competência, embora não tenha nada que chame nossa atenção ou realmente empolgue. A trama é razoavelmente básica e previsível tanto em termos das reviravoltas na trama de espionagem quanto no arco da trama romântica (eles tem personalidades opostas e vão aprender algo um do outro), embora isso incomodaria menos se a ação ou o humor fossem mais marcantes.