quarta-feira, 24 de maio de 2023

Drops – Super Mario Bros: O Filme

 

Análise Crítica – Super Mario Bros: O Filme

Review Crítica – Super Mario Bros: O Filme
Depois de uma malfadada tentativa de levar os games do Mario Bros aos cinemas na década de 90 em um live action estrelado por Bob Hoskins e John Leguizamo, a Nintendo faz uma segunda tentativa de levar esse universo aos cinemas em forma de animação. O cenário é logicamente diferente, afinal agora as adaptações de games vem se provado bem sucedidas tanto no cinema e na televisão, vide os sucessos comerciais dos filmes do Sonic ou de séries como Cyberpunk: Mercenários, Castlevania ou Cuphead.

A trama é tão simples quanto nos games, Mario é um encanador do Brooklyn que cai por acidente em outro universo, o Reino dos Cogumelos. Lá ele se alia à princesa Peach para derrotar Bowser e resgatar Luigi, que foi capturado pelo vilão. O estúdio Illumination, responsável por Meu Malvado Favorito, conduz todo o filme com seu estilo de trama ágil, com muita coisa acontecendo, piadas sucessivas, mas superficial no modo como trata seus personagens.

terça-feira, 23 de maio de 2023

Drops – A Mãe

 

Análise Crítica – A Mãe

Review – A Mãe
É curioso que Niki Caro, responsável por filmes mais contemplativos como A Encantadora de Baleias (2002) ou Terra Fria (2005) tenha optado por fazer um filme de ação como esse A Mãe para a Netflix. Tudo bem que ele insere reflexões sobre o feminino e outros temas que lhe são caros, mas o texto não parece casar com as sensibilidades da diretora.

Na trama Lopez é uma agente que se envolve na busca por criminosos perigosos. Quando uma missão dá errado e um deles escapa deixando a agente com uma perfuração na barriga, ameaçando a sua gravidez, os superiores da protagonista acreditam que o melhor que ela pode fazer para deixar a filha segura é colocá-la para adoção. Doze anos depois os criminosos reaparecem em busca de vingança e sequestram a garota Zoe (Lucy Paez). Agora cabe à mãe resgatar a filha e acabar com a ameaça de uma vez por todas.

segunda-feira, 22 de maio de 2023

Crítica – Homens Brancos Não Sabem Enterrar

 

Análise Crítica – Homens Brancos Não Sabem Enterrar

Review – Homens Brancos Não Sabem Enterrar
Lançado em 1992, Homens Brancos Não Sabem Enterrar era uma comédia ágil e divertida que funcionava principalmente por conta da química entre Woody Harrelson e Wesley Snipes. Já a atual versão de Homens Brancos Não Sabem Enterrar, lançada direto em streaming, carece do charme e da comicidade do original, além de tentativas de atualizar debates raciais que não levam a lugar algum.

A trama é bem similar ao original. Dois jogadores de basquete amador, Kamal (Sinqua Walls) e Jeremy (Jack Harlow), acostumados a usar o próprio talento para ganhar dinheiro em partidas de rua, se juntam para competirem em um torneio amador cujo prêmio é uma bolada em dinheiro. Eles, no entanto, precisam superar suas diferenças, além das frustrações pessoais em nunca terem conseguido se tornar profissionais.

sexta-feira, 19 de maio de 2023

Crítica – Creed 3

 

Análise Crítica – Creed 3

Review – Creed 3
Eu queria ter gostado mais de Creed 3, mas é tão parecido com Rocky 3 (1982) que fica a impressão de que esses filmes já não tem mais para onde ir a não ser repetir as fórmulas dos anteriores. Assim como Rocky 3 o protagonista enfrenta um vilão bruto e afeito a ofensas públicas, ele perde uma figura muito próxima de si (Mickey em Rocky 3 e a mãe de Adonis aqui), um antigo rival ajuda o protagonista a treinar (sem cena homoerótica na praia dessa vez) e várias outras semelhanças. É tudo tão parecido e maniqueísta que a trama se torna completamente previsível.

Tudo bem que Damian (Jonathan Majors) é menos unidimensional que o vilão vivido por Mr.T em Rocky 3. Aqui Damian tem uma motivação compreensível para agir da maneira que age, sentindo que tem algo a provar para o mundo, recuperar o tempo que perdeu na prisão e um sentimento de abandono em relação a Adonis (Michael B. Jordan) que se tornou um odioso rancor. Apesar de compreendermos isso, Damian é claramente o vilão da história e esse maniqueísmo fica registrado na luta final entre os dois com Adonis de calção e luvas brancas enquanto Damian está todo de preto, uma versão do boxe para o clichê clássico do “chapéu branco” e “chapéu preto” do faroeste.

quinta-feira, 18 de maio de 2023

Crítica – Air: A História Por Trás do Logo

 

Análise Crítica – Air: A História Por Trás do Logo

Review – Air: A História Por Trás do Logo


Hollywood sempre fez filmes com histórias de sucesso e empreendedorismo. Produções que reafirmavam a ideia de meritocracia estadunidense de se você trabalhasse duro, você alcançaria a prosperidade financeira. É curioso, portanto, como de uns tempos para cá a indústria tem feito filmes não sobre pessoas, mas sobre produtos. No início do ano tivemos Tetris e agora este Air: A História Por Trás do Logo. Talvez a indústria tenha percebido o desencanto das pessoas com o estado atual do capitalismo, como muito não acreditam (inclusive por sentirem cotidianamente) que seus esforços profissionais não estão sendo devidamente compensados.

Talvez essas histórias sobre produtos, longe dos mitos de meritocracia seja uma maneira de voltar a encantar o espectador com as maravilhas do capitalismo sem tocar em pontos que o público possa não ter adesão. Isso somado ao fator nostalgia, de um apelo ao passado e tempos em que éramos mais novos e menos cínicos em relação ao mundo, visto que produções como Tetris ou Air se passam nas décadas de oitenta.

quarta-feira, 17 de maio de 2023

Succession e a democracia no contexto do capitalismo


Em seu antepenúltimo episódio intitulado America Decides, a série Succession carrega sua ironia desde o título. O episódio acompanha em tempo real os bastidores da cobertura da eleição presidencial pela ATN, emissora fictícia que pertence aos protagonistas (lembrando que Logan Roy foi inspirado no magnata Rupert Murdoch, dono da emissora conservadora Fox News). Tom (Matthew McFayden) tenta manter tudo sob controle, mas as coisas desmoronam quando um incêndio atinge um centro de contagem de votos em um estado chave. Logo Kendall (Jeremy Strong), Shiv (Sarah Snook) e Roman (Kieran Culkin) invadem a redação para saber como Tom irá guiar o enquadramento midiático da notícia.

 

segunda-feira, 15 de maio de 2023

Crítica – Querida Alice

 

Análise Crítica – Querida Alice

Em uma das primeiras cenas de Querida Alice vemos a protagonista em um bar com as amigas. Ela recebe uma mensagem do namorado e corre para o banheiro para responder, mandando uma foto sensual para ele. Ao chegar no apartamento que divide com ele, Alice (Anna Kendrick) tenta lavar o número de telefone que um bartender escreveu em guardanapo antes de jogá-lo fora. Antes de falar para o namorado sobre uma viagem que irá fazer, a protagonista ensaia suas falas repetidas vezes. São ações que parecem pequenas, mas o acúmulo delas já nos primeiros minutos do filme revela o controle e o temor que Simon (Charlie Carrick) exerce em Alice.

Mesmo distante dele, em uma cabana com as amigas, o namorado segue presente na mente de Alice e estimulando sua conduta. A montagem rapidamente insere imagens rápidas de Simon e suas falas para Alice enquanto ela segue o seu dia, como se ele estivesse ali, censurando e criticando cada ação dela. Não há agressão física, mas o filme deixa evidente o dano psicológico que a relação causa em Alice, algo que fica perceptível no modo como ela se tranca no banheiro e arranca os cabelos quando sente que fez algo errado.

sexta-feira, 12 de maio de 2023

Drops – Guia de Viagem Para o Amor

 

Análise Crítica – Guia de Viagem Para o Amor

Review – Guia de Viagem Para o Amor
Mulher adulta termina um relacionamento longo e embarca em uma viagem para um local paradisíaco para se redescobrir. É uma premissa que Hollywood já fez a exaustão em produções como Sob o Sol da Toscana (2003) ou Comer, Rezar, Amar (2010) e que a Netflix explora neste Guia de Viagem Para o Amor.

Amanda (Rachel Leigh Cook) trabalha como executiva de uma agência de viagens. Depois que seu namorado de cinco anos termina o relacionamento, ela recebe da chefe a incumbência de ir até o Vietnã para ver a viabilidade de aquisição de uma empresa de turismo local para inserir o Vietnã como itinerário de sua agência. Chegando ao país Amanda conhece o charmoso guia Sinh (Scott Ly) e os dois começam a se aproximar.

É o típico romance de personalidades opostas se complementando. Ela é metódica e organizada, ele é espontâneo e aventureiro, juntos aprenderão um com o outro e vão inevitavelmente se apaixonar. Cook e Ly são carismáticos o suficiente para convencer e as paisagens e fatos culturais do Vietnã são interessantes, embora o modo como o filme trata todo o lugar sob um viés exotizante denota um olhar colonizador sobre aquela cultura.

quinta-feira, 11 de maio de 2023

Crítica – Mafia Mamma: De Repente Criminosa

 

Análise Crítica – Mafia Mamma: De Repente Criminosa

Review – Mafia Mamma: De Repente Criminosa
A mistura entre comédia e histórias de máfia não é exatamente novidade. Produções como Máfia! (1998), Mickey Olhos Azuis (1999) ou Máfia no Divã (1999) já traziam esse tipo de mistura e parodiavam as convenções de produções centradas na máfia. Nesse sentido, Mafia Mamma: De Repente Criminosa acaba não fazendo muito para se diferenciar em um oceano de paródias já realizadas.

A trama é protagonizada por Kristin (Toni Colette) que vive um momento conturbado com pressões no trabalho, uma traição do marido e a partida do filho para a faculdade. As coisas dão uma inesperada guinada quando ela recebe notícias da morte do avô, que ela nunca conheceu, avisando que ela deve ir para a Itália para a leitura do testamento, Lá Kristin descobre que sua família liderava uma organização mafiosa e como única descendente viva cabe a ela assumir o negócio da família. Sem muito preparo, ela se vê diante de uma organização mafiosa, sendo auxiliada na tarefa pela misteriosa Bianca (Monica Belucci).

De início soa como uma comédia de erros na qual a personalidade mundana de Kristin contrasta com a intensidade dos mafiosos ao seu redor e o deslumbramento da personagem com a Europa a leva a ações que acidentalmente a fazem ser bem sucedida em seus esforços para eliminar rivais e pacificar uma guerra de gangues. Conforme a trama avança, porém, o filme se apoia cada vez mais em piadas sobre máfia que já foram feitas à exaustão e desenvolvimentos bem previsíveis. É fácil antever que o bonitão que Kristin começa a sair não vai ser quem ele diz que é, assim como é bem evidente que determinado personagem vai se mostrar um traidor. A narrativa também é desprovida de urgência, apesar de constantemente mencionar um conflito iminente entre gangues ou tentar construir líderes rivais como ameaças críveis. O texto também tenta inserir ideias de empoderamento feminino que soam superficiais e deslocadas da maluquice da história de máfia que tenta construir.

quarta-feira, 10 de maio de 2023

Crítica – Star Wars: Jedi Survivor

 

Análise Crítica – Star Wars: Jedi Survivor

Review – Star Wars: Jedi Survivor
Depois do sucesso de Jedi Fallen Order era inevitável uma continuação das aventuras de Cal Kestis, principalmente porque o jogo original, a despeito de fazer muita coisa certa, deixava espaço para muitas melhorias. Pois este Star Wars: Jedi Survivor melhora em praticamente todos os aspectos do game original e entrega exatamente aquilo que esperávamos.

A trama se passa cinco anos depois do original. Cal se separou do resto da sua tripulação e tenta de todo modo conter os avanços do Império. As coisas mudam quando ele descobre uma chave que pode levar a um planeta até então inacessível, que pode ser a chave para que Cal e seus aliados vivam longe da perseguição imperial. O problema é que a chave também está na mira de um perigoso grupo de saqueadores e Cal vai precisar correr contra o tempo para alcançar seu destino antes que os criminosos e o Império o peguem.