sexta-feira, 16 de junho de 2023

Crítica – Zelda: Tears of the Kingdom

 

Análise Crítica – Zelda: Tears of the Kingdom

Review – Zelda: Tears of the Kingdom
Lançado em 2017, The Legend of Zelda: Breath of the Wild segue como um dos melhores games dos últimos anos, então quando foi anunciado um novo game que seria uma continuação direta havia muita expectativa. Depois de muitos adiamentos e anos de silêncio, quando The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom teve sua jogabilidade revelada pela primeira vez, a impressão era de que a espera tinha valido à pena, com um mundo ainda maior e mais vertical por conta dos arquipélagos aéreos e habilidades mais versáteis, prometia uma experiência mais vasta que o antecessor. Pois agora, tendo jogado devo dizer que Tears of the Kingdom é tão bom que faz Breath of the Wild parecer um demo de luxo.

A trama começa quando Zelda e Link encontram a múmia de Ganondorf nos subterrâneos do castelo de Hyrule. O rei das trevas desperta e ataca dos heróis, destruindo a Master Sword de Link e derrubando Zelda em um abismo. Link acorda em uma ilha aérea, tendo seu braço restaurado pelo espírito de Rauru, primeiro rei de Hyrule. Com o novo braço vêm novas habilidades que o herói precisará empregar para restaurar Hyrule e salvar Zelda mais uma vez.

quinta-feira, 15 de junho de 2023

Crítica – Flamin’ Hot: O Sabor Que Mudou a História

 

Análise Crítica – Flamin’ Hot: O Sabor Que Mudou a História

Review – Flamin’ Hot: O Sabor Que Mudou a História
Dirigido pela atriz Eva Longoria, Flamin’ Hot: O Sabor que Mudou a História é mais um na tendência recente de Hollywood produzir filmes sobre produtos, como aconteceu em Air e Tetris. O longa conta a história de Richard Montañez (Jesse Rodriguez), faxineiro de uma fábrica da Frito-Lay, empresa que produz salgadinhos como o Doritos e o Cheetos, que criou na década de noventa o sabores apimentados da marca, impressionando o presidente da empresa, Roger Enrico (Tony Shalhoub), e mudando o negócio.

Assim como os outros filmes que citei no parágrafo anterior, essa produção é basicamente um ritual de confirmação do status quo capitalista e todas as noções sobre meritocracia e que basta trabalhar duro e acreditar nas próprias ideias que tudo dará certo. Não chega a ser uma romantização plena porque a condução de Longoria está atenta ao racismo e xenofobia que ainda dominam o mercado de trabalho estadunidense e aponta como Richard precisou lidar com isso durante toda a vida e dentro da empresa, ponderando que talvez ele não tivesse que começar tão de baixo se não fosse branco.

quarta-feira, 14 de junho de 2023

Crítica – Velozes e Furiosos 10

 

Análise Crítica – Velozes e Furiosos 10

Review – Velozes e Furiosos 10
Quando escrevi sobre o nono Velozes e Furiosos mencionei o quanto a franquia já estava dando sinais de cansaço com tramas forçadas e um senso de falta de consequência. Pois todos esses problemas retornam em Velozes e Furiosos 10, que provavelmente é o ponto mais baixo da franquia até aqui.

Na trama Dom (Vin Diesel) e sua família começam a ser caçados pelo perigoso Dante (Jason Momoa). Filho do traficante Reyes (Joaquim de Almeida), vilão do quinto filme, Dante busca vingança e almeja destruir a família de Dom. Depois de atrair os protagonistas para uma armadilha em Roma, culpando-os por um atentado a bomba, Dom e seus aliados são obrigados a se separarem para evadir as autoridades. Sem o suporte da família Dom precisa encontrar um meio de deter o vilão.

O filme começa já retificando a continuação (mais uma vez) da franquia ao apresentar cenas de Momoa sendo inserido em momentos importantes do quinto filme via um chroma key bem tosco. Quando escrevi sobre o filme anterior mencionei como a invenção de um irmão para Dom era um expediente preguiçoso e desonesto com o público, criando a impressão de que a narrativa pode simplesmente reinventar o passado a qualquer momento, criando um sentimento de que nada tem qualquer consequência real, já que pode ser modificado ou desfeito.

terça-feira, 13 de junho de 2023

Crítica – The Flash

 

Análise Crítica – The Flash

Review – The Flash
Depois de mais de um ano na gaveta da Warner junto com o segundo filme do Aquaman, The Flash finalmente estreia nos cinemas carregando a promessa de ser o recomeço do universo DC nos cinemas. Como é comum em produções que tem esse fardo de “estabelecer um universo”, porém, o filme acaba sofrendo por trazer muitos elementos que tem pouca pertinência para a trama presente e existem mais para estabelecer personagens futuros.

Na trama, Barry (Ezra Miller) descobre que é possível usar sua velocidade para viajar no tempo e decide voltar ao passado para impedir o assassinato da mãe, mesmo com aliados como Bruce Wayne (Ben Affleck) alertando contra os perigos de fazer algo assim. Barry ignora os avisos e cria uma linha do tempo alternativa em que a mãe está viva, mas meta-humanos como Aquaman ou Mulher-Maravilha não existem. Isso se torna um problema quando o general Zod (Michael Shannon) aparece para atacar a Terra tal qual em Homem de Aço (2013), mas não há Superman para enfrentá-lo. Agora Barry precisará da ajuda de uma versão alternativa dele próprio e do Batman (Michael Keaton) desse universo para impedir uma catástrofe.

segunda-feira, 12 de junho de 2023

Crítica – Bem-Vindos de Novo

 

Análise Crítica – Bem-Vindos de Novo

Review – Bem-Vindos de Novo
Assistindo o documentário Bem-Vindos de Novo, dirigido por Marcos Yoshi, de certa forma me remeteu a Os Dias Com Ele (2013), de Maria Clara Escobar, no sentido que ambas são produções que usam a estrutura documental como um meio de resgatar memórias e empreender uma tentativa de se reaproximar de pais com quem os realizadores tiveram pouco convívio. Claro, o filme de Marcos Yoshi não é só isso, refletindo também sobre os movimentos migratórios pendulares de nipo-descendentes no Brasil e a situação político-econômica do país.

A trama tem como ponto de partida a migração dos pais do diretor para o Japão a trabalho no final da década de 1990. Inicialmente os pais de Marcos, eles próprios descendentes de imigrantes japoneses que vieram para o Brasil no início do século XX, ficariam no Japão por dois anos para juntar dinheiro, mas esses dois anos logo se transformaram em mais de uma década. Quando os pais dele retornam, mal reconhecem os filhos ou as transformações no país e o diretor começa a construir o filme como uma maneira de se reaproximar deles.

sexta-feira, 9 de junho de 2023

Crítica – Eu Nunca...: 4ª Temporada

 

Análise Crítica – Eu Nunca...: 4ª Temporada

A impressão é que a série Eu Nunca... está acabando uma temporada cedo demais, que o ano final de Devi (Maitreyi Ramakrishnan) na escola poderia ser contado ao longo de mais de uma temporada. Por outro lado, é um desfecho que amarra tão bem o amadurecimento desses personagens que é melhor a série ter acabado aqui do que ter se alongado e perdido a mão.

O quarto ano da série começa basicamente no ponto onde deixamos na terceira temporada. Devi perde a virgindade com Ben (Jaren Lewinson), mas os dois ficam inseguros em relação a tudo que aconteceu e acabam se afastando durante as férias de verão. Quando voltam à escola, Devi descobre que Ben está com uma nova namorada e se sente usada. Enquanto isso, Paxton (Darren Barnet) não se adapta à realidade da faculdade, onde não é mais um garoto popular idolatrado por todos, e aceita um emprego como assistente de treinador em sua antiga escola.

quarta-feira, 7 de junho de 2023

Drops – Vítima x Suspeita

 

Análise – Vítima x Suspeita

Review – Vítima x Suspeita
Um dos motivos que vítimas de estupro e violência sexual deixam de denunciar o que sofreram é o medo de ignorarem suas denúncias ou que não acreditem nelas, tratando-as como caluniadoras ou oportunistas. Produzido pela Netflix, o documentário Vítima x Suspeita trata exatamente disso, de como as denúncias de estupro se voltaram contra as próprias mulheres que denunciaram simplesmente porque a polícia duvidou de seu testemunho e quando elas foram retirar o que disseram foram presas por denunciação caluniosa.

O ponto de partida da narrativa é a repórter Rachel de Leon, que investigou o caso de uma garota no sul dos Estados Unidos que foi presa por falsa denúncia depois acusar um jovem de família influente de estuprá-la. A partir daí a jornalista esbarra em mais casos ao redor do país de jovens mulheres que tiveram suas denúncias criminalizadas porque a polícia não acreditou nelas.

segunda-feira, 5 de junho de 2023

Crítica – Homem-Aranha: Através do Aranhaverso

 

Análise Crítica – Homem-Aranha: Através do Aranhaverso

Review Crítica – Homem-Aranha: Através do Aranhaverso
Não esperava nada de Homem-Aranha: No Aranhaverso (2018) e ele foi uma das melhores produções de 2018. Digo não apenas em termos de animação, mas no geral. É lógico, portanto, que as expectativas estariam em alta para este Homem-Aranha: Através do Aranhaverso. Expectativas são uma coisa perigosa, podendo derrubar mesmo uma produção competente caso ela não corresponda a todo o hype criado. Felizmente não é o caso aqui, que aprofunda boa parte das ideias do original, ainda que eu tenha alguns problemas no modo como o filme decide encerrar.

A trama se passa algum tempo depois do primeiro. Miles (Shameik Moore) está mais confortável no seu papel de Homem-Aranha, ainda que continue com dificuldade de conciliar isso com a escola com a relação com os pais. As coisas se tornam ainda mais severas com a aparição do vilão Mancha (Jason Schwartzman), cujo poder de criar portais mais uma vez ameaça o multiverso. É nesse ponto que Gwen (Hailee Steinfeld) retorna ao universo de Miles. Como parte de uma força-tarefa multiversal de “pessoas aranha” que caça focos de instabilidade Gwen está lá para deter o Mancha, mas o líder da equipe, Miguel O’Hara (Oscar Isaac), o Homem-Aranha do ano 2099, tem seus próprios planos em relação a Miles.

sexta-feira, 2 de junho de 2023

Crítica – Tempestade

 

Análise Crítica – Tempestade

Review – Tempestade
Criado originalmente como minissérie para o fracassado streaming Quibi (cuja proposta girava em torno de conteúdos curtos) Tempestade teve seus doze episódios de cerca de sete minutos remontados em um longa metragem provavelmente para tentar alcançar um público maior do que o de um streaming que fechou depois de seis meses. A proposta parece ser a de uma trama de sobrevivência e superação, mas é tão igual a outras narrativas similares e tão atrapalhado na construção da mensagem, que sobra pouco para aproveitar.

A trama é protagonizada por Jane (Sophie Turner), uma jovem depressiva internada em uma clínica que planeja se suicidar assim que sair da instituição para uma visita de Natal à família. A ideia é fazer isso no voo para casa, mas o avião cai numa região montanhosa tendo ela e outro passageiro, Paul (Corey Hawkins), como sobreviventes. Agora os dois precisam trabalhar junto para encontrarem um meio de serem resgatados.

quinta-feira, 1 de junho de 2023

Rapsódias Revisitadas – As Pontes de Madison

 

Análise Crítica – As Pontes de Madison

Review – As Pontes de Madison
Lançado em 1995 e adaptando um romance escrito por Robert James Waller, As Pontes de Madison é uma narrativa sobre busca e desejo. Não necessariamente desejo sexual, mas o desejo por conexões humanas, por uma existência com significado e um senso de pertencimento. Um sentimento que quando encontrado por nos arrebatar e modificar para sempre, independente de uma curta duração.

A trama é protagonizada por Francesca (Meryl Streep) uma dona de casa do interior de Iowa na década de 60 que fica com quatro dias só para si quando o marido e os filhos viajam para uma feira agrícola. É aí que ela conhece o fotógrafo Robert Kincaid (Clint Eastwood) que está na região para fotografar as pontes cobertas da área para a revista National Geographic. Ambos se conectam e vivem um caso de amor nesses quatro dias que muda a trajetória deles para sempre.

A narrativa vai aos poucos construindo a conexão entre os dois personagens, que começa a partir de uma troca amistosa e de uma curiosidade genuína sobre o outro, aos poucos se desenvolvendo em uma forte conexão afetiva conforme eles vão se reconhecendo um no outro. São duas pessoas marcadas por seus fortes anseios por significado em suas relações, ambos se sentindo à deriva em suas vidas e, cada um ao seu modo, isolados. Considerando o curto período de tempo em que a narrativa se passa, dar a sensação de um caso assim poderia ter um impacto tão grande na vida dessas pessoas poderia ser difícil de tornar convincente, mas a trama é eficiente em fazer o espectador entender o peso disso para os dois personagens.