terça-feira, 4 de julho de 2023

Crítica – The Witcher: Terceira Temporada (Parte 1)

 

Análise Crítica – The Witcher: Terceira Temporada (Parte 1)

Review – The Witcher: Terceira Temporada (Parte 1)
Pensei seriamente se assistiria essa terceira temporada de The Witcher. O anúncio de que Henry Cavill, o elemento mais consistente da série, sairia ao fim deste terceiro ano e seria substituído na quarta temporada por Liam Hemsworth diminuiu um pouco do meu interesse. Mesmo menos empolgado do que em temporadas anteriores, resolvi conferir esse terceiro ano, que continua a acertar no clima de mistério e no universo sombrio que apresenta, ainda que sofra dos problemas de ritmo da primeira temporada.

A trama segue mais ou menos onde o segundo ano parou, com Geralt (Henry Cavill) e Yennefer (Anya Chalotra) se unindo para cuidarem de Ciri (Freya Allan). Depois dos eventos de Kaer Morhen, o trio tenta viver escondido, mas a quantidade de pessoas que buscam Ciri para propósitos pessoais torna difícil ficar escondido muito tempo ou manter a garota plenamente segura. Assim, eles partem em busca de uma solução.

Se a temporada anterior se beneficiava por manter muito da trama focada em poucos lugares e dava bastante tempo para a relação entre Geralt e Ciri florescer, aqui ela se divide entre vários lugares e um elenco cada vez maior de personagens ao ponto em que fica difícil lembrar quem está aonde, fazendo o quê e por qual motivo. Essas mudanças constantes de ambiente dão a impressão de que a trama principal não caminha e que Geralt está virando quase um coadjuvante na própria história. Tudo bem que isso serve para mostrar a situação política complicada do reino e a quantidade de ameaças que pairam sobre Ciri, mas talvez nem todas as maquinações precisariam efetivamente aparecer a menos que fossem impactar diretamente nos protagonistas.

segunda-feira, 3 de julho de 2023

Crítica – Os Cavaleiros do Zodíaco Saint Seiya: O Começo

 

Análise Crítica – Os Cavaleiros do Zodíaco Saint Seiya: O Começo

Review – Os Cavaleiros do Zodíaco Saint Seiya: O Começo
A ideia de fazer um live action de Cavaleiros do Zodíaco já é algo a se temer. Assim como Dragon Ball é um material que não se presta bem ao realismo, mas ainda assim decidiram fazê-lo, ignorando o fracasso da maioria dos live actions baseados em anime, como o infame Dragonball Evolution. Assim chegamos neste Os Cavaleiros do Zodíaco Saint Seiya: O Começo, uma adaptação que falha em compreender o que torna esse universo e narrativa tão interessantes.

A trama é focada em Seiya (Mackenyu), um jovem que vaga o mundo em busca da irmã que foi separada dele na infância. Ele começa a ser caçado pela misteriosa Vander Guraad (Famke Janssen) e acaba sendo resgatado por Alman Kido (Sean Bean). Kido diz a Seiya que ele está destinado a ser o cavaleiro de Pégaso, principal protetor da deusa Athena que teria reencarnado na filha adotiva de Kido, a jovem Saori (Madison Iseman). As legendas e dublagens em português deixam nomes como Saori e Ikki iguais ao anime e mangá, mas no aúdio original esses nomes são inexplicavelmente ocidentalizados como Sienna (Saori) ou Nero (Ikki), sabe-se lá por que. Eu poderia escrever algumas linhas falando sobre a questão de whitewashing que isso representa, mas, sinceramente, não estou disposto a gastar energia com um filme tão ruim.

sexta-feira, 30 de junho de 2023

Drops – O Pior Vizinho do Mundo

 

Análise Crítica – O Pior Vizinho do Mundo

Review – O Pior Vizinho do Mundo
Estrelado por Tom Hanks, O Pior Vizinho do Mundo é a segunda adaptação do romance sueco Um Homem Chamado Ove, que foi adaptado para os cinemas na Suécia em 2015 com um filme de mesmo nome que foi bem sucedido o bastante para conseguir uma indicação ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 2017. Essa versão hollywoodiana parece mais um daqueles esforços feitos para o público doméstico dos EUA que não gosta de ler legendas.

A trama gira em torno de Otto (Tom Hanks), um homem de meia idade mal-humorado que passa os dias visitando o túmulo da falecida esposa e lutando para mudar as regras da associação de moradores de seu bairro. Quando uma família latina liderada por Marisol (Mariana Treviño) se muda para sua vizinhança, Otto acaba, meio que contra a própria vontade, ajudando a mulher a se ajustar ao bairro.

quinta-feira, 29 de junho de 2023

Crítica – Lingui: The Sacred Bonds

 

Análise Crítica – Lingui: The Sacred Bonds

Review – Lingui: The Sacred Bonds
Confesso que fui assistir a este Lingui: The Sacred Bonds conhecendo muito pouco sobre o cinema produzido em Chade, pequena nação da África Central. Originalmente parte do bloco de colônias francesas na região central da África, Chade só se tornaria uma nação própria no século XX e ainda assim teria uma história conturbada com golpes de Estado, contragolpes e regimes autoritários que só foram parar na década de 1990. Isso explica porque a produção audiovisual no país é ainda incipiente e pouco conhecida no resto mundo, assim como aconteceu com outros países da África Central e também de parte das Américas.

A trama se passa na periferia da capital N’Djamena e é centrada em Amina (Achouackh Abakar Souleymane) que vive sozinha com a filha Maria (Rihane Khalil Alio). Quando Maria descobre que está grávida e não deseja manter a gravidez, já que uma mãe solteira é uma desonra enorme naquela sociedade muçulmana, elas buscam a alternativa do aborto. O problema é que o aborto também é proibido sob os olhos da religião e também por lei, envolvendo as duas personagens em uma batalha que soa impossível de vencer.

quarta-feira, 28 de junho de 2023

Rapsódias Revisitadas – Jurassic Park: Parque dos Dinossauros

 

Crítica – Jurassic Park: Parque dos Dinossauros

Review – Jurassic Park: Parque dos Dinossauros
É impressionante como um filme lançado há trinta anos atrás se sustenta melhor do que muitos blockbusters recentes, mas é exatamente o que acontece com Jurassic Park: Parque dos Dinossauros. Lançado em 1993 e dirigido por Steven Spielberg adaptando um livro de Michael Crichton, é o tipo de produção de alto orçamento que quase não encontramos mais hoje. Um filme focado em encantar e entreter ao invés de tentar fisgar o público com nostalgia rasteira ou com easter eggs a um universo compartilhado. Um filme mais preocupado com o presente de sua história e seus personagens do que em estabelecer múltiplas continuações ou inserir personagens a serem usados em produções futuras. Algo que você podia simplesmente sentar no cinema ou em sua casa com pipoca nas mãos, dar play e curtir sem precisar ter conhecimento de um monte de filmes que vieram antes.

terça-feira, 27 de junho de 2023

Crítica – Indiana Jones e a Relíquia do Destino

 

Análise Crítica – Indiana Jones e a Relíquia do Destino

Review – Indiana Jones e a Relíquia do Destino
Responsável pelo excelente Logan (2017), o diretor James Mangold provavelmente foi chamado para encabeçar este Indiana Jones e a Relíquia do Destino para dar ao herói vivido por Harrison Ford um desfecho tão competente e emocionante quanto o Wolverine. Considerando a recepção negativa que o filme teve quando foi exibido em Cannes, temi, porém, que Mangold tivesse feito o Durode Matar 5 (2013) da franquia. Felizmente não é o caso e a produção tem lá seus méritos ainda que fique aquém do seu potencial.

A trama se passa em 1969, às vésperas do pouso da Apollo 11 na Lua. Indy (Harrison Ford) agora é professor em Nova Iorque, prestes a se aposentar. No seu último dia de trabalho ele recebe a visita da afilhada Helena (Phoebe Waller-Bridge) que pede a ajuda dele para localizar a relíquia de Arquimedes, que seria capaz de localizar fissuras no tempo. Helena, porém, não é a única atrás da relíquia. O cientista Voller (Mads Mikkelsen), um ex-nazista repatriado pelos Estados Unidos, busca a relíquia para voltar no tempo e devolver a glória aos nazistas.

segunda-feira, 26 de junho de 2023

Crítica – 65: Ameaça Pré-Histórica

 

Análise Crítica – 65: Ameaça Pré-Histórica

Review - 65: Ameaça Pré-Histórica
Às vezes de onde a gente menos espera aí é que não vem nada mesmo. Não esperava muita coisa desse 65: Ameaça Pré-Histórica e estava pronto pra me deixar levar por qualquer coisa que viesse, mas o material é tão inane e desprovido de qualquer capacidade de mobilizar os sentimentos e sensações do espectador que é difícil sentir qualquer coisa por ele.

A trama se passa milhões de anos no passado quando uma civilização humanoide extremamente avançada já desenvolveu a capacidade de viajar pela galáxia. Mills (Adam Driver) é um piloto que aceita uma longa missão de dois anos para sustentar a família, ainda que se sinta culpado em deixar a esposa e a filha por tanto tempo. Durante a viagem a nave de Mills é atingida por um meteoro e cai em um planeta desconhecido. Além dele a única sobrevivente é a menina Koa (Ariana Greenblatt), uma das passageiras em crioestase na nave. Convenientemente Koa tem a mesma idade que a filha de Mills, então obviamente ele irá se apegar à garota como uma forma de redenção por ter deixado à família.

quarta-feira, 21 de junho de 2023

Crítica – Black Mirror: 6ª Temporada

 

Análise Crítica – Black Mirror: 6ª Temporada

Review – Black Mirror: 6ª Temporada
Depois de um hiato de quatro anos Black Mirror retorna para sua sexta temporada com alguns de seus episódios mais fracos. É também uma temporada que se volta para elementos de horror sobrenatural ao invés de ficar apenas na tecnologia, o que em si não é um problema para mim, já que sempre vi a série como esse “espelho sombrio” das neuroses humanas cujas histórias recorriam à tecnologia para mostrar como nossa cultura e modo de vida materializa essas neuroses. Ainda assim imagino que muita gente irá ficar decepcionada com a guinada mais ao horror e um foco menor na tecnologia.

O primeiro episódio, Joan is Awful, é centrado em Joan (Annie Murphy), uma mulher aparentemente comum que vê sua vida transformada em série por um serviço de streaming que coletou seus dados. Com a intimidade exposta, Joan tenta entrar em contato com a protagonista da série, Salma Hayek (interpretando ela mesma), para acabar com tudo. É um episódio que reflete sobre a quantidade de poder de monitoramento que damos às plataformas digitais, que coletam quantidades enormes de dados sobre nós sem que saibamos ou fiscalizemos o que elas fazem com isso.

terça-feira, 20 de junho de 2023

Crítica – Street Fighter 6

 

Análise Crítica – Street Fighter 6

Review – Street Fighter 6
Depois do conturbado lançamento de Street Fighter V, a Capcom tinha muito pouco espaço para errar com Street Fighter 6. Tudo bem que o quinto jogo eventualmente ficou mais interessante e recebeu mais conteúdo lá por volta de seu terceiro ano, mas Street Fighter 6 precisava acertar já de saída e ainda bem que ele faz exatamente isso.

Impressiona o quanto de conteúdo o game tem. Muito foi dito sobre a campanha single player intitulada World Tour na qual você criava seu personagem e vagava pelo universo de Street Fighter desafiando oponentes e treinando com os guerreiros mundiais. Pela demo parecia um modo promissor e eu estava pronto para uma campanha de seis ou sete horas, como as campanhas de outros games de luta. Pouco eu sabia que o modo é mais vasto e detalhado que isso, com uma duração de cerca de vinte horas (mais se você for completar tudo) duas grandes cidades com ciclos de dia e noite, além de vários outros mapas menores.

segunda-feira, 19 de junho de 2023

Crítica – Resgate 2

 

Análise Crítica – Resgate 2

Review – Resgate 2
O primeiro Resgate (2020) não tinha lá muita coisa em termos de trama e os personagens eram pra lá de clichê, mas a ação era bem conduzida o bastante para fazer valer a experiência. Resgate 2 mantem os méritos do original e tanta dar mais camadas aos personagens, embora não chegue a ser bem sucedido nessa segunda empreitada e não sei se precisávamos realmente de uma continuação.

Depois de sobreviver aos eventos do primeiro filme o mercenário Tyler Rake (Chris Hemsworth) é contatado por uma figura misteriosa (Idris Elba) para resgatar a esposa e filhos de um perigoso criminoso internacional de uma prisão na Geórgia (o país, não o estado dos EUA). Ketevan (Tinatin Dalakishvili, do horrendo Abigail e a Cidade Proibida), a tal esposa de criminoso, tem uma conexão passada com Tyler e servem como motor para o mercenário aceitar a missão.

Tal como no anterior, o filme empolga pelas enérgicas cenas de ação que tomam longos planos-sequência (ou que parecem ser planos-sequência) a exemplo da brutal extração na prisão no início do filme com Tyler e sua equipe enfrentando dezenas de criminosos em tomadas com pouquíssimos cortes aparentes que praticamente não dão tempo para o espectador retomar o fôlego. A ação também se beneficia de não diluir a violência e o sangue que flui nos embates, nos fazendo testemunhar as consequências brutais de cada luta, seja no modo como os protagonistas despacham seus inimigos, seja nos ferimentos que se impõem sobre os heróis e ampliam a sensação de risco, deixando claro que eles ficam debilitados ao longo da jornada.