quinta-feira, 3 de agosto de 2023

Crítica – Clonaram Tyrone!

 

Análise Crítica – Clonaram Tyrone!

Review – Clonaram Tyrone!
De início Clonaram Tyrone! parece ser uma homenagem aos filmes blaxploitation da década de 1970, mas conforme a trama progride o filme se mostra uma reflexão sobre esse tipo de representação e como o que soa positivo em um dado momento pode ser usado para estagnar o progresso em outros. Claro, tudo isso em meio a uma trama bizarra de clonagem e conspirações governamentais.

A trama é centrada no traficante Fontaine (John Boyega) que começa a achar que tem algo estranho ocorrendo em seu bairro depois que o cafetão Slick (Jamie Foxx) diz ter visto Fontaine ser morto a tiros por um rival. Com a ajuda da prostituta Yo-Yo (Tayonah Parris) eles esbarram em uma instalação governamental nos subterrâneos do bairro desenvolvendo meios de clonar e controlar as mentes da população.

O que começa como uma aventura amalucada logo vira uma trama reflexiva sobre questões de representação. Ao revelar que Fontaine e Slick estão sendo clonados como um instrumento de controle do bairro, o filme pondera sobre como certos arquétipos de personagem acabam sendo usados para repetir certos clichês de representação acerca de um determinado grupo social e como a reprodução desses clichês (a clonagem nesse caso) impede o progresso dessa população.

quarta-feira, 2 de agosto de 2023

Crítica – Double Dragon Gaiden: Rise of the Dragons

 

Análise Crítica – Double Dragon Gaiden: Rise of the Dragons

Tendo começado a jogar na época do NES, joguei minha parcela de Double Dragon na infância, em especial o segundo game. Sempre gostei de beat’em ups então fico bem contente de estarmos vivendo uma espécie de renascença do gênero com games como os dois River City Girls, Streets of Rage 4 e TMNT: Shredders Revenge. Era questão de tempo até que os irmãos Lee voltassem aos holofotes e Double Dragon Gaiden: Rise of Dragons faz exatamente isso, tentando reinventar o famoso game de pancadaria para os tempos atuais. O resultado, no entanto, fica abaixo de outras incursões recentes ao gênero como os games que citei acima.

A trama é simples. Em uma Nova Iorque devastada por guerra nuclear a cidade é dominada por diferentes gangues. O prefeito pede aos irmãos Lee ajuda para combater os criminosos que tomaram a metrópole e junto com o tio Matin e a policial Marian (não mais uma donzela em perigo como nos outros games) eles partem para deter a criminalidade na base da porrada. É simples, mas funcional e ninguém vai para um jogo desse esperando nada complexo.

terça-feira, 1 de agosto de 2023

Crítica – The Witcher: Terceira Temporada (Parte 2)

Análise Crítica – The Witcher: Terceira Temporada (Parte 2)

Review – The Witcher: Terceira Temporada (Parte 2)
A primeira parte da terceira temporada de The Witcher sofria ao deixar o trio principal perdido em meio a um monte de subtramas que não necessariamente incidiam sobre eles. Esperava que essa segunda parte pudesse corrigir isso ao devolver o foco a Geralt (Henry Cavill), mas mais uma vez ele se perde na quantidade enorme de núcleos de personagem. É uma pena considerando que Cavill é o melhor da série e essa é sua última temporada como o protagonista, já que ele será substituído por Liam Hemsworth a partir do quarto ano.

Essa segunda parte inicia onde a primeira parou, com Djikstra (Graham McTavish) tomando o controle de Aretusa e todos por lá ao mesmo tempo que elfos a serviço de Nilfgaard atacam o local em busca de Ciri (Freya Allan). Geralt percebe que não é mais possível fugir ou ficar à margem da guerra que se desenha e decide ajudar as feiticeiras a rechaçarem ambos invasores.

segunda-feira, 31 de julho de 2023

Crítica – Loucas em Apuros

Análise Crítica – Loucas em Apuros

 

Review – Loucas em Apuros
Em meio a um cenário com tantas produções que tem desnecessariamente inchado suas durações cada vez mais, é bom ver que Hollywood ainda sabe fazer boas comédias de noventa minutos que vão direto ao ponto e entregam uma diversão despretensiosa sem se arrastar mais do que necessário. Loucas em Apuros entrega exatamente isso. Não é um filme que vai reinventar a roda, mas é divertido o bastante para manter nosso interesse.

A trama é centrada em duas amigas, Audrey (Ashley Park) e Lolo (Sherry Cola). Amigas desde criança, elas se mantem próximas apesar de terem seguido caminhos diferentes. Audrey é uma advogada que está sempre trabalhando e está em vias de virar sócia na empresa em que trabalha. Lolo ainda tenta fazer sua carreira de artista plástica decolar e se escora no sucesso de Audrey para se manter. Quando Audrey é incumbida de fechar um negócio na China, Lolo vai junto na viagem acompanhada da prima, Olho de Peixe Morto (Sabrina Wu), para tentar ajudar Audrey a encontrar a mãe biológica dela. O trio ainda é acompanhado por Kat (Stephanie Hsu, de Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo), colega de faculdade de Audrey que está na China trabalhando como atriz. Logicamente os planos do quarteto dão errado e elas se envolvem em muitas confusões.

sexta-feira, 28 de julho de 2023

Crítica – Nimona

 

Análise Crítica – Nimona

Review – Nimona
Situado em um universo que mescla fantasia e tecnologia, a animação Nimona trata de preocupações bastante contemporâneas sem abrir mão do lúdico e do senso de encantamento, se apoiando principalmente na relação de seus dois personagens principais. Em um mundo futurista no qual cavaleiros protegem o reino de monstros, Ballister é o primeiro plebeu a ser considerado como cavaleiro, a divisão de elite do reino. Na sua cerimônia de nomeação sua espada inesperadamente dispara um raio na rainha e ele é acusado de assassinato. Sem saber o que aconteceu Ballister foge para a floresta além das muralhas do reino e lá conhece a garota Nimona, que se dispõe a ajudá-lo a provar a que é inocente.

Visualmente a produção se destaca pelo modo como mistura uma estética medieval com um visual futurista, criando um universo em que cavaleiros de armadura pilotam motos voadoras e castelos futuristas coexistem com arranha-céus e letreiros luminosos na paisagem urbana. Não lembro de nenhuma produção recente que usou uma ambientação assim e isso ajuda a dar personalidade ao universo que a trama tenta criar.

quinta-feira, 27 de julho de 2023

Crítica – Invasão Secreta

 

Análise Crítica – Invasão Secreta

Review – Invasão Secreta
Não sou lá muito fã do arco da Invasão Secreta nos quadrinhos embora ela tenha servido para repensar muitos personagens do universo Marvel na época e trouxe momentos impactantes sobre quais heróis eram skrulls disfarçados. Sabia que a minissérie Invasão Secreta provavelmente não teria o mesmo escopo amplo da saga dos quadrinhos, mas ao menos esperava que trouxesse repercussões que nos fizessem repensar certos eventos do universo Marvel. Isso, porém, não aconteceu e o resultado é a mais decepcionante série da Marvel produzida pelo Disney+. Aviso que o texto tem SPOILERS da série.

Na trama, depois de anos no espaço tentando encontrar um novo lar para os skrulls, Nick Fury (Samuel L. Jackson) retorna à Terra para lidar com a ameaça de Gravik (Kingsley Ben-Adir), um líder skrull que se cansou da política de “boa vizinhança” de Talos (Ben Mendelsohn) e decidiu iniciar um movimento para tomar o planeta para sua raça. Gravik infiltrou skrulls nas principais estruturas de poder do planeta e visa iniciar um conflito entre várias nações. Sem ter em quem confiar, Fury conta apenas com Talos para tentar deter Gravik.

quarta-feira, 26 de julho de 2023

Crítica – Alerta Máximo

 

Análise Crítica – Alerta Máximo

Review – Alerta Máximo
Considerando a quantidade de bombas que Gerard Butler vem estrelando nos últimos anos, é compreensível que eu não estivesse lá muito empolgado para este Alerta Máximo. Confesso, no entanto, que é um thriller eficiente ainda que não tenha muita novidade.

A narrativa acompanha o piloto Brodie Torrance (Gerard Butler), que está guiando um avião comercial pelo sul da Ásia. Quando a aeronave é atingida por um raio e danificada, o piloto não tem escolha senão fazer um pouso forçado em uma pequena ilha próxima. O problema é que a ilha é controlada por criminosos filipinos e agora ele precisa dar um jeito de manter todos seguros enquanto o resgate chega. Brodie encontra ajuda em Gaspare (Mike Colter, o Luke Cage da Marvel), um prisioneiro que estava sendo transportado no voo e que tem experiência de soldado. Mesmo sem saber se Gaspare é confiável, Brodie não tem escolha senão confiar nele.

terça-feira, 25 de julho de 2023

Crítica – De Tirar o Fôlego

 

Análise Crítica – De Tirar o Fôlego

Review – De Tirar o Fôlego
Dirigido por Laura McGann, o documentário De Tirar o Fôlego me lembrou produções de Werner Herzog nas quais ele reflete sobre a relação entre o ser humano e a beleza implacável da natureza que pode arruinar aqueles que tentam dominá-la (como em O Homem Urso). A produção de McGann não chega no mesmo nível das contemplações existenciais de Herzog, mas é hábil em tentar transmitir a dimensão sensorial das experiências extremas que retrata.

A produção apresenta o cotidiano das competições de mergulho em apneia, ou seja, o mergulho em profundidade sem uso de equipamento para respirar. A trama foca especificamente nas trajetórias de Stephen Keenan e Alessia Zecchini. Keenan era um mergulhador competitivo que resolveu se tornar um mergulhador socorrista depois de um acidente durante uma competição. Alessia é uma mergulhadora que desde adolescente se mostrou um prodígio no esporte, sempre buscando ser a melhor. Ao se conhecerem, Keenan e Alessia desenvolveram uma relação pessoal e profissional em cima do amor de ambos pelo mergulho, mas a profissão não é livre de perigos e levar o corpo ao limite cobra seu preço.

segunda-feira, 24 de julho de 2023

Drops – O Convento

 

Análise Crítica – O Convento

Review – O Convento
Estrelado por Jena Malone, O Covento prometia ser uma mistura de thriller e terror sobrenatural, mas o resultado final acaba não aproveitando nenhuma das abordagens. A trama é centrada em Grace (Jena Malone), uma médica que recebe a notícia de que o irmão, Michael (Steffan Cennydd), que vivia como padre em uma remota abadia na Escócia, teria matado um colega de batina e cometido suicídio. Grace viaja ao local e ao examinar o corpo do irmão começa a desconfiar da versão oficial dos fatos.

Daí é evidente que ela vai esbarrar em uma grande conspiração do clero local e ações conectadas ao sobrenatural. O problema é que apesar de todas as ideias a respeito de como a clausura da religião produz um fanatismo tão virulento que torna difícil distinguir deus e diabo, o texto nunca vai além do que já foi dito antes sobre esse tema, então a exploração dessas questões soa superficial e em nada diferente de outros produtos que já vimos antes.

sexta-feira, 21 de julho de 2023

Crítica – Transformers: O Despertar das Feras

 

Análise Crítica – Transformers: O Despertar das Feras


Review – Transformers: O Despertar das Feras
O filme solo do Bumblebee (2018) mostrou que a franquia Transformers poderia ficar melhor sem a direção epilética e narrativa inchada dos filmes conduzidos por Michael Bay. Este Transformers: O Despertar das Feras segue a cronologia iniciada em Bumblebee, tentando fornecer um novo começo para a trupe de Optimus Prime depois do pavoroso Transformers: O Último Cavaleiro (2017).

A trama se passa na década de noventa sendo protagonizada por Noah Diaz (Anthony Ramos), um ex-soldado em busca de emprego para ajudar o irmão caçula doente e cujas despesas médicas a mãe não tem como pagar. Noah aceita roubar carros para fazer um dinheiro extra e é aí que ele acidentalmente conhece o transformer Mirage (Pete Davidson), sendo jogado no meio da busca dos Autobots liderados por Optimus Prime (Peter Cullen) pela chave Transwarp, um meio deles retornarem ao planeta Cybertron. O problema é que a chave também é procurada pelos Terrorcons liderados por Scourge (Peter Dinklage), que a desejam para entregá-la ao temível Unicron.

O filme se beneficia de uma duração mais enxuta, que evita que a trama simples se alongue mais do que necessário e também de um número reduzido de personagens humanos, focando apenas em Noah e Elena (Dominique Fishback) evitando o excesso de núcleos de personagem que atrapalhava tanto os filmes dirigidos por Bay. Sim, Noah é um personagem relativamente básico cujo arco é previsível, mas Anthony Ramos ao menos traz a ele algum carisma e evita que ele descambe para uma caricatura irritante e sem graça como outros protagonistas da franquia.

A maior novidade do filme seria a presença dos Maximals, facção de transformers que usam formas animais ao invés de veículos. Esperava que não cometessem o mesmo erro de Transformers: Era da Extinção (2014) quando relegaram os Dinobots a figurantes de luxo, no entanto, o mesmo problema acontece com os Maximals aqui. Eles tem um pouco mais tempo de tela que os Dinobots, é verdade, porém a presença deles acaba sendo de pouca consequência para o esquema geral da trama, já que os principais desdobramentos da narrativa seriam os mesmos sem a presença deles. A narrativa inclusive é bem vaga em estabelecer o lugar dos Maximals na mitologia desse universo, com uma fala vaga da Airrazor (Michelle Yeoh) dizendo que eles são o passado e o futuro do Autobots, algo que provavelmente só quem assistiu Beast Wars (como eu) vai entender.

A ação se beneficia por não ter mais a câmera chacoalhante e montagem epilética dos filmes de Michael Bay. Momentos como a batalha final contam com planos mais longos em que a câmera passeia pela arena de combate em que os diferentes personagens lutam e constroem um senso de coesão a todo o embate. A ação também usa de modo criativo as habilidades dos personagens, como as ilusões de Mirage ou a mobilidade de Arcee, embora mesmo durante as batalhas os Maximals acabem aparecendo pouco. O fato do clímax ser uma batalha contra um exército genérico enquanto um raio é disparado nos céus faz o filme parecer um blockbuster de dez anos atrás quando raios para o céu estavam em tudo quanto é filme de grande orçamento.

Transformers: O Despertar das Feras não chega a ser tão bacana quanto Bumblebee e não aproveita bem os novos personagens que introduz, mas tem boas cenas de ação e um protagonista suficientemente carismático para funcionar como uma diversão despretensiosa.

 

Nota: 6/10


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