quarta-feira, 23 de agosto de 2023

Crítica – A Chamada

 

Análise Crítica – A Chamada

Review – A Chamada
Quando vi o trailer de A Chamada me pareceu ser mais um suspense estrelado pelo Liam Neeson completamente igual aos outros filmes do gênero que ele vem protagonizando na última década. Tendo visto o filme é lamentável que minhas impressões tenham se confirmado, com o filme meramente repetindo tudo que o ator já tem feito ultimamente, mas sem brilho e com um texto pouco convincente.

Na trama, Liam Neeson interpreta Matt (confesso que tive que olhar o nome do personagem no IMDb apesar de estar escrevendo esse texto apenas uma hora depois de ter assistido o filme, tão pouco memorável que é) um corretor de valores cujo trabalho é fisgar altos investidores e mantê-los investindo mesmo em cenários desfavoráveis. Um dia, ao levar os filhos para a escola, recebe uma ligação ameaçadora. O carro dele está com uma bomba, se qualquer pessoa tentar sair a bomba explode e se eles desobedecerem quem está do outro lado da linha também morrem.

terça-feira, 22 de agosto de 2023

Crítica – Gran Turismo: De Jogador a Corredor

 

Análise Crítica – Gran Turismo: De Jogador a Corredor

Review – Gran Turismo: De Jogador a Corredor
A ideia de um filme adaptando o game Gran Turismo soava confusa para mim, afinal o jogo não tinha exatamente uma história. Mais estranho foi ver o nome do diretor Neill Blomkamp (realizador de Distrito 9) no comando do projeto, já que ele está mais ligado a filmes de ficção científica. Talvez o fracasso do pavoroso Na Mente do Demônio (2021) o tenha direcionado a um projeto mais “de estúdio”, de todo modo, a maneira como o diretor conduz sua trama acaba fazendo a diferença no que é um história de esporte e superação bem básica em Gran Turismo: De Jogador a Corredor.

Como o game não tem narrativa, o filme se baseou na história real de Jann Mardenborough (Archie Madekwe), um jovem britânico que jogava Gran Turismo competitivamente e foi selecionado por um programa da Nissan para transformar gamers em pilotos. Jann é treinado por Jack Salter (David Harbour), o típico mentor experiente marcado por traumas do passado, e precisa se afirmar no mundo das corridas contra as dúvidas de todos ao seu redor.

segunda-feira, 21 de agosto de 2023

Crítica – Besouro Azul

 

Análise Crítica – Besouro Azul

Review – Besouro Azul
O ano de 2023 não tem sido bom para a DC com os fracassos de Shazam: Fúria dos Deuses e The Flash. Fui assistir Besouro Azul sem esperar muita coisa e o resultado me deixou positivamente surpreso. Sim, é uma história de origem relativamente quadrada, mas que conquista pelo carisma de seus personagens. Sem mencionar que ao contrário de produções como Adão Negro (2022) ou o segundo filme do Shazam, a Warner entendeu que não dá para colocar orçamentos altíssimos em personagens que não são tão conhecidos e com modestos 105 milhões de orçamento, Besouro Azul tem chance de ser lucrativo.

A trama é centrada em Jaime Reyes (Xolo Maridueña, o Miguel de Cobra Kai) um jovem recém formado que retorna a sua cidade natal, Palmera City, na esperança de conseguir um bom emprego e ajudar sua família. Ele tenta trabalhar nas Indústrias Kord, a mais prestigiosa companhia da cidade, mas acaba se envolvendo em uma disputa entre Victoria Kord (Susan Sarandon), a atual presidente da empresa, e Jenny (Bruna Marquezine), filha do antigo CEO Ted Kord. Jaime acaba de posse de um escaravelho alienígena que se funde com seu corpo e lhe dá poderes especiais, mas isso o coloca na mira da implacável Victoria. Agora Jaime precisa da ajuda de Jenny e de sua família para compreender suas novas habilidades e dar um fim à ameaça.

sexta-feira, 18 de agosto de 2023

Drops – O Rei dos Clones

Análise Crítica – O Rei dos Clones

 

Review – O Rei dos Clones
Produção da Netflix, o documentário O Rei dos Clones tenta acompanhar a trajetória do cientista coreano Hwang Woo-suk, pioneiro em técnicas de clonagem de vários animais cuja carreira naufragou depois que foi pego cometendo fraude de dados em um artigo científico. É uma produção bem quadrada em termos de como conta sua história, não indo muito além dos recursos já manjados de entrevistas e imagens de arquivo, além de eventuais reconstituições, que não fazem muito para manter nosso envolvimento.

O principal problema, no entanto, é que o filme não parece decidir que história quer contar, se quer falar do trabalho de Hwang e suas ações pouco éticas em nome de um suposto “bem maior” ou se quer documentar a história da clonagem enquanto técnica biomédica, instruir o espectador quanto ao funcionamento dessa ciência e do debate moral em torno do uso desse conhecimento. A trama vai e volta nesses dois fios narrativos, mas não encontra nada de muito interessante a dizer em nenhum deles, ficando na superfície das duas ideias.

quinta-feira, 17 de agosto de 2023

Drops – Projeto Extração

 

Análise Crítica – Projeto Extração

Review – Projeto Extração
Jackie Chan tem feito muitas bombas nos últimos anos, então me aproximei deste Projeto Extração sem esperar muita coisa. Não é tão ruim quanto eu esperava, mas também não tem nada muito digno de nota.

Na trama, quando uma refinaria chinesa localizada no Iraque é atacada, o agente Luo (Jackie Chan) é enviado para resgatar os cidadãos chineses que trabalham no local. Ao mesmo tempo, o mercenário Chris (John Cena) é contratado para resgatar membros chave da equipe e levá-los ao seu misterioso contratante. Quando Chris descobre que estava a serviço do criminoso internacional Paddock (Pilou Asbaek), que deseja o acesso desses funcionários para saquear a refinaria. Descobrindo ter sido manipulado, Chris e Luo juntam forças para combater o vilão.

quarta-feira, 16 de agosto de 2023

Crítica – Piscina Infinita

 

Análise Crítica – Piscina Infinita

Review – Piscina Infinita
Em Piscina Infinita o diretor Brandon Cronenberg explora o mesmo tipo de horror corporal que seu pai, o diretor David Cronenberg, construiu tão bem ao longo de sua carreira. O resultado é algo que soa como uma mistura de Crash: Estranhos Prazeres (1996) com Uma Noite de Crime (2013).

A trama se passa na fictícia ilha de La Tolqa (que parece remeter à Indonésia), focando no escritor James (Alexander Skarsgard) que vai passar férias na ilha em um resort de luxo acompanhado da esposa. Lá ele conhece Gabi (Mia Goth) e o marido Alban (Jalil Lespert) e fica amigo do casal. Em uma noitada ao lado deles, James acidentalmente atropela e mata um morador local. Ele é preso no dia seguinte pelas autoridades da ilha e condenado à morte e aí ele descobre o estranho sistema judicial da ilha. Para não desencorajar o turismo, a ilha oferece que os ricaços que frequentam o local assinem um termo e paguem um valor para serem clonados e que o clone seja executado em seu lugar. Assim James descobre que não há consequência para os ricos na ilha e que Gabi viaja para La Tolqa a anos apenas para exercitar seus piores impulsos. Seduzido pela jovem, o escritor se entrega a uma existência de hedonismo e violência.

terça-feira, 15 de agosto de 2023

Crítica – Agente Stone

 

Análise Crítica – Agente Stone

Review – Agente Stone
Assistindo Agente Stone, nova produção da Netflix, me lembrei de uma entrevista do diretor Quentin Tarantino em que ele comentava como boa parte dos longas produzidos por streamings inexistem no zeitgeist cultural contemporâneo. Não é que não assistimos esses filmes, mas que são produções que não nos mobilizam em qualquer direção, não falamos sobre eles e eles não tem qualquer impacto ou repercussão quando falamos ou fazemos cinema. Assistimos porque está ali, num serviço que já pagamos, filmes estrelados por astros que já conhecemos e que podemos ver sem pagar um ingresso caro de cinema ou sentir a culpa da pirataria.

Pensei muito nisso assistindo Agente Stone porque apesar de ser uma produção feita com competência técnica não conseguiu despertar em mim nenhuma reação, nem mesmo para detestar, o que para mim é pior do que o filme ser ruim. Sair com raiva de um filme ruim significa ao menos que aquele produto artístico te afetou, te tocou em algum nível, mesmo que para te fazer odiar. Um filme que não move você de nenhum modo é o pior tipo de arte e é talvez por não conseguir nos mover em qualquer direção que, como disse Tarantino, esse tipo de produção não tem impacto na nossa vivência cultural. Assistimos, esquecemos e seguimos adiante como se esses filmes não tivessem existido, tivessem desaparecido no éter ou fossem frutos de nossa imaginação.

segunda-feira, 14 de agosto de 2023

Crítica – Fale Comigo

Análise Crítica – Fale Comigo

 

Review – Fale Comigo
Sem que ninguém esperasse o terror australiano Fale Comigo se tornou um fenômeno de bilheteria e chegou a ser alardeado como o melhor terror do ano. Não chega a ser tudo isso, mas é uma produção bem envolvente por conta do cuidado com seus personagens e da maneira singular com a qual apresenta seu mundo de espíritos.

A trama acompanha um grupo de jovens que encontra uma mão embalsamada que tem o poder de entrar em contato com os espíritos. Por diversão eles usam a mão em festas como se tudo fosse uma grande brincadeira. Mia (Sophie Wilde) fica mais tempo do que deveria com um espírito no corpo e passa a ver coisas mesmo quando não usa a mão, sendo assombrada inclusive pelo espírito da falecida mãe. Aos poucos a garota vai perdendo o senso de realidade e passa a ser manipulada por esses espíritos.

Enquanto premissa não há exatamente nada de novo em histórias de jovens que brincam com o sobrenatural e esbarram em forças muito além de seu controle, o que chama atenção aqui é a maneira com a qual o filme trabalha essas ideias. É um terror com um ritmo bem deliberado, que toma seu tempo para estabelecer seus personagens e sua mitologia. Talvez o ritmo soe lento para alguns, mas essa construção de como o trauma da perda da mãe pesa sobre Mia e o que significa para ela a amizade com Jade (Alexandra Jensen), Riley (Joe Bird), bem como o acolhimento que recebe da mãe de Jade, Sue (Miranda Otto) são importantes para que sintamos o risco de tudo que está em jogo para Mia uma vez que a crise se estabeleça.

sexta-feira, 11 de agosto de 2023

Rapsódias Revisitadas – Paprika

 

Crítica – Paprika

Review – Paprika
Lançado em 2006 e dirigido por Satoshi Kon, Paprika recebeu muitas comparações com A Origem (2010), dirigido por Christopher Nolan, já que ambos giravam em torno da premissa de uma máquina que permite entrar nos sonhos das pessoas para cometer crimes. Não é a primeira vez que um trabalho de Kon veria um produto similar lançado por Hollywood anos depois. O longa Cisne Negro (2010) mostrava muitas similaridades com a animação de Kon Perfect Blue (1998) e o diretor Darren Aronofsky já tinha reproduzido uma cena da mesma animação em Requiem Para um Sonho (2001).

Paprika conta a história de um grupo de cientistas que cria um aparelho que permite visualizar e entrar nos sonhos das pessoas. A dra. Chiba usa o dispositivo para ajudar pacientes com problemas psicológicos entrando em seus sonhos como um avatar chamado Paprika. Quando o dispositivo é roubado do centro de pesquisa e os envolvidos com a máquina começam a agir estranhamente, Chiba e seus colegas creem que o ladrão está atacando as pessoas em seus sonhos e decidem encontrar o culpado.

quinta-feira, 10 de agosto de 2023

Drops – Felicidade para Principiantes

Análise Crítica – Felicidade para Principiantes


Review – Felicidade para Principiantes
Adaptando o romance de mesmo nome escrito por Katherine Center, Felicidade para Principiantes é aquela comédia romântica feita pra confortar o espectador. Estrelada por Ellie Kemper (de Unbreakable Kimmy Schmidt), a trama acompanha a recém divorciada Helen que tenta reconstruir a vida e decide fazer viajar para fazer trilha e aprender técnicas de sobrevivência na natureza. Na excursão ela encontra o melhor amigo Jake (Luke Grimes) que parece ter ido para ficar de olho nela. A dupla entra em atrito, mas precisará cooperar para superar os desafios da natureza.

É uma história bem previsível sobre se redescobrir depois do fim de um relacionamento, com a excursão servindo para a protagonista confrontar os traumas passados tanto do casamento fracassado como os problemas que ela tem com o irmão. A dinâmica entre ela e Jake também é relativamente previsível, seguindo o clichê da dupla que troca farpas, mas acaba se apaixonando, não havendo muita tensão se eles irão ficar juntos ou não.