sexta-feira, 15 de setembro de 2023

Drops – Elementos

 

Análise Crítica – Elementos

Review – Elementos
O material de divulgação de Elementos não fez muito para me deixar empolgado para a nova animação da Pixar. Parecia uma trama romântica bem típica de “opostos se atraem” com os diferentes seres elementais servindo como metáfora para tensões étnicas e de classe social. Tendo visto o filme constato que era meio que isso mesmo, embora os visuais e a construção do romance seja boa o bastante para manter nosso interesse.

A trama se passa em uma cidade habitada por seres formados por elementos, com uma população de fogo, água, ar ou terra. A família de Faísca migrou para a cidade décadas atrás com o sonho de reconstruir lá suas vidas sem esquecer as tradições de seu povo. Embora Faísca queira ser uma boa filha, ela não tem certeza se quer assumir a loja do pai. Quando ela conhece o elemental da água Gota, eles acabam tendo que juntar esforços para impedir vazamentos de água no bairro do fogo e acabam se apaixonando.

quinta-feira, 14 de setembro de 2023

Crítica – O Demônio dos Mares

 

Análise Crítica – O Demônio dos Mares

Review – O Demônio dos Mares
Não contente em fazer filmes sobre tubarões, Hollywood decidiu fazer filmes sobre tubarões gigantes como em Megatubarão (2018). Não contente em fazer filmes sobre tubarões gigantes, a indústria resolveu fazer filmes sobre tubarões gigantes com poderes sobrenaturais astecas como neste O Demônio dos Mares. É o tipo de mistureba maluca que poderia dar certo se fosse aloprada o suficiente, mas o resultado aqui é puro tédio.

A trama acompanha a família de Paul (Josh Lucas), que vai até o México fiscalizar uma plataforma de petróleo e aproveita para levar a família de férias. Ao chegar na cidade em que a plataforma se localiza, Paul estranha a cidade estar tão deserta e desolada. Ele vai para a plataforma e descobre que não restou quase ninguém lá. Aparentemente a perfuração despertou um megalodonte que dormia no assoalho oceânico e agora a criatura está causando o caos nos mares.

quarta-feira, 13 de setembro de 2023

Crítica – O Conto da Aia: 5ª Temporada

 

Análise Crítica – O Conto da Aia: 5ª Temporada

Review – The Handmaid's Tale: 5ª Temporada
Quando escrevi sobre o quarto ano de O Conto da Aia falei que a série dava sinais de desgaste, mas que o impactante desfecho sinalizava um caminho adiante e que as próximas temporadas talvez não ficassem andando em círculos. Isso não aconteceu nesta quinta temporada e a impressão é que a trama fica vagando a esmo sem um senso de direcionamento, com ideias jogadas de qualquer jeito na tela, abandonadas e sendo substituídas por outras logo depois. A impressão é que não há um plano, não há uma visão e tudo é feito só para alongar a série e render mais temporadas ao invés de contar uma história consistente.

A trama segue onde o ano anterior parou, com June (Elizabeth Moss) matando o comandante Fred (Joseph Fiennes) e as consequências disso. Serena (Yvonne Strahovski) tenta usar o evento para atrair simpatia do mundo para Gilead e retomar sua posição na nação. Enquanto June aproveita para pressionar ainda mais Gilead e tentar recuperar a filha, que agora está sendo treinada para se tornar uma esposa e pode ser forçada a casar com um comandante a qualquer momento.

terça-feira, 12 de setembro de 2023

Crítica – A Noite das Bruxas

 

Análise Crítica – A Noite das Bruxas

Review – A Noite das Bruxas
Depois de dois filmes adaptando algumas das histórias mais famosas do detetive Hercule Poirot em Assassinato no Expresso do Oriente (2017) e Morte no Nilo (2022), o diretor Kenneth Branagh se desloca para um dos romances menos célebres do detetive e um dos últimos escritos por Agatha Christie neste A Noite das Bruxas. A verdade é que o filme basicamente só pega o título e a premissa de um assassinato cometido na noite do Dia das Bruxas, todo resto é bem distante do material original.

Na trama, Poirot (Kenneth Branagh) está vivendo em Veneza quando é convidado pela escritora Ariadne Oliver (Tina Fey) a participar de uma sessão espírita em um prédio da cidade tido como mal assombrado. A escritora espera que Poirot seja capaz de desmascarar a suposta médium Reynolds (Michelle Yeoh), que diz ser capaz de se comunicar com a filha morta da cantora de ópera Rowena Drake (Kelly Reilly). A noite da sessão é marcada por uma forte chuva que os deixa presos no prédio e assassinatos começam a acontecer.

segunda-feira, 11 de setembro de 2023

Crítica – Sea of Stars

 

Análise Crítica – Sea of Stars

Review – Sea of Stars
Desenvolvido pela Sabotage, mesmo estúdio responsável pelo ótimo The Messenger, que misturava ação ao estilo Ninja Gaiden com exploração metroidvania, Sea of Stars é um RPG que homenageia produtos da era 16 bits como Chrono Trigger, Super Mario RPG ou Star Ocean. Ao contrário de muitos games indie que tentam esse tipo de construção referencial, Sea of Stars vai além da mera referência e cria um produto com personalidade própria, cuja força da trama, construção de mitologia e mecânicas de combate e exploração são bem mais do que uma colagem de elementos de games de outrora.

A trama se passa no mesmo universo de The Messenger, mas ele não é necessário para entender a história, já que ela se passa séculos antes. Claro, quem jogou The Messenger vai apreciar como elementos do jogo, como o templo do sol e da lua ou os cristais temporais ganham mais contexto aqui, mas não faz diferença no entendimento da narrativa. Centrada em Valere e Zale, dois guerreiros nascidos no solstício e dotados de poderes vindos da lua e do sol, respectivamente, que recebem a missão de cruzar o mundo para derrotarem horrores abissais conhecidos como Residentes para impedir o retorno do poderoso Fleshmancer.

sexta-feira, 8 de setembro de 2023

Crítica – A Pequena Sereia

 

Análise Crítica – A Pequena Sereia

Review – A Pequena Sereia
Mais nova tentativa de um live action de suas animações clássicas, A Pequena Sereia é mais uma animação a usar tecnologia de ponta para recriar de maneira bastante realista o universo submarino de sua protagonista. A exemplo de produções como o remake de O Rei Leão (2019) esse fotorrealismo mais tira do que acrescenta à experiência.

Na trama Ariel (Halle Bailey) é uma sereia sonhadora que anseia em conhecer o mundo da superfície apesar de seu pai, o poderoso Rei Tritão (Javer Bardem) alertá-la dos perigos que os humanos representam. Quando Ariel salva o príncipe Eric (Jonah Hauer King) ela se torna ainda mais decidida em experimentar o modo de vida dos humanos. A sereia decide aceitar um perigoso acordo com a bruxa do mar Ursula (Melissa McCarthy) para se tornar humana, mas isso coloca os mares e a superfície em risco.

O filme recria o fundo do mar com muita fidelidade e competência técnica, mas essa escolha por realismo faz o reino submarino soar vazio, sem graça e desprovido de encantamento. Isso fica evidente no número musical de Aqui no Mar, uma das canções mais marcantes da animação que perde muito da sua energia e deslumbramento porque as criaturas marinhas estão presas a se movimentarem como criaturas marinhas. Se até o filme do Aquaman (2018) conseguiu colocar um polvo tocando bateria, não vejo porque uma trama mais lúdica e fantasiosa como A Pequena Sereia deveria se prender tanto ao realismo.

quarta-feira, 6 de setembro de 2023

Crítica – Minhas Aventuras com o Superman

 

Análise Crítica – Minhas Aventuras com o Superman

Review – Minhas Aventuras com o Superman
Depois que o Superman de Zack Snyder dividiu opiniões com uma visão mais cínica sobre o personagem, a impressão é que nos últimos anos a Warner vem tentado resgatar a imagem de um Superman mais esperançoso, benevolente e mais humano. Isso se aplica ao tratamento do personagem na série Superman & Lois e também nesta nova série animada Minhas Aventuras com o Superman.

A trama acompanha os primeiros anos de Clark Kent em Metropolis, iniciando como estagiário no Planeta Diário ao lado do colega de faculdade Jimmy Olsen e conhecendo a intensa Lois Lane. Clark, Jimmy e Lois logo se tornam amigos e se unem para investigar o aparecimento de criminosos usando uma tecnologia extremamente avançada. Diante da ameaça desses criminosos, Clark decide usar seus poderes para proteger a cidade como Superman, mas isso o torna alvo dos militares.

Para quem tem alguma familiaridade com o personagem muitos desdobramentos e reviravoltas são relativamente previsíveis. É bem óbvio, por exemplo, que o misterioso general investigando as ações do Superman é o general Sam Lane, pai de Lois. Do mesmo modo, os sinais na tecnologia kryptoniana que ataca a Terra claramente indicam a intervenção de Brainiac (ou algo similar) e não de Jor-El como Clark acredita.

terça-feira, 5 de setembro de 2023

Crítica – One Piece: A Série

 

Análise Crítica – One Piece: A Série

Considerando o péssimo histórico de produções ocidentais que fazem adaptações live action de animes e mangás, como o recente Os Cavaleiros do Zodíaco: O Começo ou o pavoroso Dragonball Evolution (2009), não esperava muita coisa deste One Piece: A Série, que adapta a interminável obra de Eiichiro Oda. Depois de assistir a produção da Netflix, confesso que achei...bom?!? Como assim? Que sensação estranha é essa? Eu assisti um live action de anime e gostei? Por essa eu não esperava.

Devo dizer que não sou um profundo conhecedor de One Piece, com meu contato com esse universo se limitando a games como One Piece Pirate Warriors ou One Piece Odyssey. Eu sei quem são os personagens e tenho alguma noção dos principais arcos, mas não seria a melhor pessoa para dizer se é fiel ou não.

A trama segue a mesma premissa do mangá e do anime. Luffy (Iñaki Godoy) deseja encontrar o mítico tesouro One Piece e se tornar o Rei dos Piratas, para tal precisa encontrar uma tripulação que tope cruzar a perigosa Grand Line ao seu lado. Ele encontra aliados em Zoro (Mackenyu, que foi o Seiya no pavoroso live action de Cavaleiros do Zodíaco) e Nami (Emile Rudd), mas o caminho até a Grand Line é cheio de perigos e eles encontrarão muitos obstáculos, seja na poderosa Marinha, que combate os piratas com mão de ferro, seja em outros piratas que veem Luffy como um problema.

Se a maioria das adaptações ocidentais de animes tenta inscrever seus universos e personagens em uma estética realista, One Piece acerta em manter tudo dentro de um regime cartunesco, mantendo as matizes saturadas, cabelos coloridos e armas exageradas, deixando claro que estamos diante de um desenho que ganhou vida ao invés de forçar esse universo em um regime estético que não dá conta da inventividade visual do material original.

O texto também acerta na construção da amizade entre o bando dos Chapéus de Palha, que aos poucos aprendem a confiar um no outro. Os episódios dão espaço não apenas para que eles se desenvolvam como um coletivo, mas também dando cenas isoladas com cada um ao lado de cada companheiro (ou da maioria deles) permitindo que vejamos como essas diferentes personalidades vão se ajustando umas as outras. Muito do mérito vem também do elenco, no modo como Iñaki Godoy dá uma energia vibrante e interminável a Luffy, Mackenyu traz uma sisudez estoica a Zoro ou como Emily Rudd faz de Nami alguém que usa sua dubiedade moral e fachada durona para não ter que se abrir aos outros.      

A ação mantem o espírito das lutas grandiloquentes do anime, com personagens como Luffy, Zoro ou Sanji (Taz Skylar) despachando dezenas de inimigos de vez ou golpes que põem abaixo prédios inteiros. Muito do motivo de tudo funcionar não é apenas a qualidade dos efeitos visuais ou a energia das coreografias de luta, mas o já citado regime visual cartunesco que faz tudo soar coeso. Mesmo poderes como as habilidades elásticas de Luffy soam convincentes dentro do regime estético excêntrico que a série adota para si e a linguagem corporal de Iñaki Godoy ajuda a dar um senso de peso e movimento aos golpes do pirata, com Luffy “engatilhando” os braços brevemente antes de esticá-los, como que fazendo um movimento pendular para que eles tenham energia para chegar longe com bastante força.

Como a temporada condensa todo o arco de East Blue, é visível mesmo para um neófito que alguns eventos acontecem rápido demais. Toda a batalha com Buggy (Jeff Ward) e a libertação da cidade sob seu controle parece se resolver de maneira muito repentina, como se a série precisasse resolver logo o conflito para partir para o seguinte. A velocidade também faz alguns temas ficarem na superficialidade. O vilão Arlong (McKinley Belcher) menciona como o Governo Mundial escravizou os homens-peixe e que mesmo depois do fim da escravidão eles ainda são estigmatizados. É claramente uma tentativa de fazer um paralelo com a escravidão e diáspora negra no mundo real (o fato de Arlong ser interpretado por um ator negro não parece ser coincidência), mas o texto não investe realmente nessas ideias, rapidamente levando à batalha entre Luffy e Arlong, deixando de lado a discussão dessas ideias.

Ainda assim, One Piece: A Série é uma competente adaptação live action que traz as batalhas empolgantes, senso de humor e conexão emocional entre os protagonistas que tornaram o material original tão longevo.

 

Nota: 7/10


Trailer

segunda-feira, 4 de setembro de 2023

Crítica – TMNT Shredder’s Revenge: Dimension Shellshock

 

Análise Crítica – TMNT Shredder’s Revenge: Dimension Shellshock

Review Crítica – TMNT Shredder’s Revenge: Dimension Shellshock
Parte de uma renascença recente de beat’em ups TMNT: Shredder’s Revenge transitava bem entre a nostalgia pela época de fliperamas e o desenho oitentista das Tartarugas Ninjas e uma tentativa de agregar mecânicas mais contemporâneas ao gênero, com mais opções de mobilidade, defesa e oportunidades de combos. Agora em sua primeira expansão, intitulada Dimension Shellshock, o jogo tenta trazer novos elementos para enriquecer a experiência.

As principais ofertas são os novos personagens e modos. O DLC traz dois novos combatentes na forma do coelho samurai Usagi Yojimbo e a ninja Karai. Ambos são bem diferentes entre si e divertidos de usar, com Yojimbo sendo um lutador rápido e dotado de combos aéreos enquanto Karai prima pela força e ataques com alcance mais amplo. Os dois são diferentes o suficiente para valer retornar à campanha ou o modo arcade para jogar com eles.

sexta-feira, 1 de setembro de 2023

Crítica – Que Horas Eu Te Pego?

 

Análise Crítica – Que Horas Eu Te Pego?

Review – Que Horas Eu Te Pego?
Boas comédias besteirol parecem ter se perdido em Hollywood. Com um foco cada vez maior em produções de grande orçamento, a impressão é que a indústria deixou de lado esse tipo de filme. Claro, aqui e ali surgem coisas como A Noite do Jogo (2018), mas são ocorrências pontuais que tem aparecido a cada punhado de anos. Este Que Horas Eu Te Pego? tenta resgatar esse espírito de absurdo e falta de noção, surpreendendo ao conseguir conciliar isso com momentos eficientes de emoção.

A trama é centrada em Maddie (Jennifer Lawrence), uma mulher que nunca saiu de sua pequena cidade e está prestes a perder a casa por dívidas com impostos municipais. Ela trabalha e roda como motorista de aplicativo para levantar o dinheiro, mas quando seu carro é guinchado tudo parece se complicar. É nesse momento que ela encontra um anúncio de pais que buscam uma jovem para se relacionar com seu filho tímido, oferecendo um carro como pagamento. Apesar da proposta estranha, ela vai conhecer o rico casal Laird (Matthew Broderick) e Allison (Laura Benanti), pais controladores que acham melhor que o filho, Percy (Andrew Barth Feldman), perca a virgindade antes de ir para a faculdade. Assim, Maddie aceita seduzir o rapaz.