quinta-feira, 21 de setembro de 2023

Crítica – Novela

 

Análise Crítica – Novela

Review – Novela
A telenovela é o principal produto de ficção seriada televisiva no Brasil, é tão assistida e seus elementos fundamentais são tão conhecidos pelo público que é possível parodiá-los em uma série como Novela, produção brasileira para a Prime Video. A série tenta funcionar simultaneamente como uma celebração desse tipo de produto e uma sátira de seus clichês.

A trama é protagonizada por Isabel (Monica Iozzi) uma roteirista que aspira se tornar autora de novelas. Seu sonho parece estar perto de virar realidade quanto ela passa a trabalhar para o renomado dramaturgo Lauro Valente (Miguel Falabella), que a encoraja a escrever sua própria novela. Acontece que Lauro rouba o trabalho de Isabel, passando como se fosse dele e produzindo a novela dela sob o nome de Rebote do Destino. Na festa de estreia da novela, Isabel se dispõe a revelar tudo para o público, mas em um acidente bizarro ela vai parar dentro do mundo da novela, tomando o lugar da mocinha Izabel, que era interpretada por Grazi (Maria Bopp), uma ex-participante de reality show. Dentro da novela, a presença de Isabel muda os rumos da trama e enquanto ela tenta encontrar um modo de sair, Lauro tenta encontrar um meio de retomar o controle da produção e justificar o que está acontecendo para os executivos da emissora.

quarta-feira, 20 de setembro de 2023

Crítica – Na Mira do Júri

 

Análise Crítica – Na Mira do Júri

Review – Jury Duty
Faz tempo que eu não via uma série tão singular quanto Na Mira do Júri. Misturando ficção e realidade, a série se apresenta inicialmente como um documentário sobre pessoas que servem como jurados em julgamentos nos Estados Unidos. Logo de cara, no entanto, a série nos informa que todo o julgamento é encenado e praticamente todos os sujeitos filmados são atores exceto um dos jurados, Ronald Gladden, um sujeito comum que acha que foi realmente convocado a servir em um júri e que agora precisa navegar pelos meandros do tribunal e lidar com os excêntricos colegas de júri.

Ronald é como um protagonista de filme que não sabe que é um protagonista. Tudo é feito ao redor dele e a trama precisa se adaptar ao modo como ele reage aos eventos e outros personagens. É um esforço logístico hercúleo para uma produção funcionar assim, tendo um roteiro, mas precisando de espaço para improvisar caso Ronald decida seguir por outros caminhos.

terça-feira, 19 de setembro de 2023

Crítica – O Conde

Análise Crítica – O Conde

 

Review – O Conde
Dirigido pelo chileno Pablo Larraín O Conde parte de uma premissa bem curiosa: e se o ditador Augusto Pinochet não tivesse morrido e na verdade fosse um vampiro que ainda estivesse vagando por aí? É uma ideia que por si só já despertou minha curiosidade, mas infelizmente a premissa acaba sendo mais interessante do que o filme em si.

Na trama, o Conde (Jaime Vadell), apelido pelo qual Pinochet gosta de ser chamado, é um vampiro que vive recluso em uma propriedade remota se alimentando do sangue de incautos enquanto lida com a cobiça de sua esposa e seus filhos que, ao contrário dele, não são vampiros. O Conde fica entediado com essa imortalidade e decide que em breve dará um fim a sua vida, dividindo seus bens entre os herdeiros, o que gera briga entre eles. No entanto a chegada da contadora Carmen (Paula Luchsinger) desperta novos interesses no velho vampiro.

segunda-feira, 18 de setembro de 2023

Rapsódias Revisitadas – Oldboy

Análise Crítica – Oldboy

 

Review – Oldboy
Tramas de vingança normalmente abordam como a busca por vingança devasta tanto o vingador quanto o alvo de sua fúria, mas poucos filmes mostram isso de maneira tão brutal e com consequências tão devastadoras como Oldboy. Lançado em 2003 e dirigido por Park Chan-Wook, o filme completa vinte anos em 2023 e volta aos cinemas em uma versão remasterizada em 4K.

A trama acompanha Oh Dae-Su (Choi Min-Sik) um homem relativamente patético que é sequestrado depois de uma noite de bebedeira. Dae-Su passa quinze anos preso em um minúsculo apartamento sem saber o que seus captores querem com ele, quando será solto ou o motivo de ter sido capturado. Quando misteriosamente acorda fora do cativeiro, ele busca se vingar daqueles que o prenderam, conseguindo ajuda da jovem Mi-do (Kang Hye-Jeong) para investigar seu passado. O problema é que os captores de Dae-Su parecem observá-lo de perto e a oportunidade de vingança soa como uma grande armadilha.

sexta-feira, 15 de setembro de 2023

Drops – Elementos

 

Análise Crítica – Elementos

Review – Elementos
O material de divulgação de Elementos não fez muito para me deixar empolgado para a nova animação da Pixar. Parecia uma trama romântica bem típica de “opostos se atraem” com os diferentes seres elementais servindo como metáfora para tensões étnicas e de classe social. Tendo visto o filme constato que era meio que isso mesmo, embora os visuais e a construção do romance seja boa o bastante para manter nosso interesse.

A trama se passa em uma cidade habitada por seres formados por elementos, com uma população de fogo, água, ar ou terra. A família de Faísca migrou para a cidade décadas atrás com o sonho de reconstruir lá suas vidas sem esquecer as tradições de seu povo. Embora Faísca queira ser uma boa filha, ela não tem certeza se quer assumir a loja do pai. Quando ela conhece o elemental da água Gota, eles acabam tendo que juntar esforços para impedir vazamentos de água no bairro do fogo e acabam se apaixonando.

quinta-feira, 14 de setembro de 2023

Crítica – O Demônio dos Mares

 

Análise Crítica – O Demônio dos Mares

Review – O Demônio dos Mares
Não contente em fazer filmes sobre tubarões, Hollywood decidiu fazer filmes sobre tubarões gigantes como em Megatubarão (2018). Não contente em fazer filmes sobre tubarões gigantes, a indústria resolveu fazer filmes sobre tubarões gigantes com poderes sobrenaturais astecas como neste O Demônio dos Mares. É o tipo de mistureba maluca que poderia dar certo se fosse aloprada o suficiente, mas o resultado aqui é puro tédio.

A trama acompanha a família de Paul (Josh Lucas), que vai até o México fiscalizar uma plataforma de petróleo e aproveita para levar a família de férias. Ao chegar na cidade em que a plataforma se localiza, Paul estranha a cidade estar tão deserta e desolada. Ele vai para a plataforma e descobre que não restou quase ninguém lá. Aparentemente a perfuração despertou um megalodonte que dormia no assoalho oceânico e agora a criatura está causando o caos nos mares.

quarta-feira, 13 de setembro de 2023

Crítica – O Conto da Aia: 5ª Temporada

 

Análise Crítica – O Conto da Aia: 5ª Temporada

Review – The Handmaid's Tale: 5ª Temporada
Quando escrevi sobre o quarto ano de O Conto da Aia falei que a série dava sinais de desgaste, mas que o impactante desfecho sinalizava um caminho adiante e que as próximas temporadas talvez não ficassem andando em círculos. Isso não aconteceu nesta quinta temporada e a impressão é que a trama fica vagando a esmo sem um senso de direcionamento, com ideias jogadas de qualquer jeito na tela, abandonadas e sendo substituídas por outras logo depois. A impressão é que não há um plano, não há uma visão e tudo é feito só para alongar a série e render mais temporadas ao invés de contar uma história consistente.

A trama segue onde o ano anterior parou, com June (Elizabeth Moss) matando o comandante Fred (Joseph Fiennes) e as consequências disso. Serena (Yvonne Strahovski) tenta usar o evento para atrair simpatia do mundo para Gilead e retomar sua posição na nação. Enquanto June aproveita para pressionar ainda mais Gilead e tentar recuperar a filha, que agora está sendo treinada para se tornar uma esposa e pode ser forçada a casar com um comandante a qualquer momento.

terça-feira, 12 de setembro de 2023

Crítica – A Noite das Bruxas

 

Análise Crítica – A Noite das Bruxas

Review – A Noite das Bruxas
Depois de dois filmes adaptando algumas das histórias mais famosas do detetive Hercule Poirot em Assassinato no Expresso do Oriente (2017) e Morte no Nilo (2022), o diretor Kenneth Branagh se desloca para um dos romances menos célebres do detetive e um dos últimos escritos por Agatha Christie neste A Noite das Bruxas. A verdade é que o filme basicamente só pega o título e a premissa de um assassinato cometido na noite do Dia das Bruxas, todo resto é bem distante do material original.

Na trama, Poirot (Kenneth Branagh) está vivendo em Veneza quando é convidado pela escritora Ariadne Oliver (Tina Fey) a participar de uma sessão espírita em um prédio da cidade tido como mal assombrado. A escritora espera que Poirot seja capaz de desmascarar a suposta médium Reynolds (Michelle Yeoh), que diz ser capaz de se comunicar com a filha morta da cantora de ópera Rowena Drake (Kelly Reilly). A noite da sessão é marcada por uma forte chuva que os deixa presos no prédio e assassinatos começam a acontecer.

segunda-feira, 11 de setembro de 2023

Crítica – Sea of Stars

 

Análise Crítica – Sea of Stars

Review – Sea of Stars
Desenvolvido pela Sabotage, mesmo estúdio responsável pelo ótimo The Messenger, que misturava ação ao estilo Ninja Gaiden com exploração metroidvania, Sea of Stars é um RPG que homenageia produtos da era 16 bits como Chrono Trigger, Super Mario RPG ou Star Ocean. Ao contrário de muitos games indie que tentam esse tipo de construção referencial, Sea of Stars vai além da mera referência e cria um produto com personalidade própria, cuja força da trama, construção de mitologia e mecânicas de combate e exploração são bem mais do que uma colagem de elementos de games de outrora.

A trama se passa no mesmo universo de The Messenger, mas ele não é necessário para entender a história, já que ela se passa séculos antes. Claro, quem jogou The Messenger vai apreciar como elementos do jogo, como o templo do sol e da lua ou os cristais temporais ganham mais contexto aqui, mas não faz diferença no entendimento da narrativa. Centrada em Valere e Zale, dois guerreiros nascidos no solstício e dotados de poderes vindos da lua e do sol, respectivamente, que recebem a missão de cruzar o mundo para derrotarem horrores abissais conhecidos como Residentes para impedir o retorno do poderoso Fleshmancer.

sexta-feira, 8 de setembro de 2023

Crítica – A Pequena Sereia

 

Análise Crítica – A Pequena Sereia

Review – A Pequena Sereia
Mais nova tentativa de um live action de suas animações clássicas, A Pequena Sereia é mais uma animação a usar tecnologia de ponta para recriar de maneira bastante realista o universo submarino de sua protagonista. A exemplo de produções como o remake de O Rei Leão (2019) esse fotorrealismo mais tira do que acrescenta à experiência.

Na trama Ariel (Halle Bailey) é uma sereia sonhadora que anseia em conhecer o mundo da superfície apesar de seu pai, o poderoso Rei Tritão (Javer Bardem) alertá-la dos perigos que os humanos representam. Quando Ariel salva o príncipe Eric (Jonah Hauer King) ela se torna ainda mais decidida em experimentar o modo de vida dos humanos. A sereia decide aceitar um perigoso acordo com a bruxa do mar Ursula (Melissa McCarthy) para se tornar humana, mas isso coloca os mares e a superfície em risco.

O filme recria o fundo do mar com muita fidelidade e competência técnica, mas essa escolha por realismo faz o reino submarino soar vazio, sem graça e desprovido de encantamento. Isso fica evidente no número musical de Aqui no Mar, uma das canções mais marcantes da animação que perde muito da sua energia e deslumbramento porque as criaturas marinhas estão presas a se movimentarem como criaturas marinhas. Se até o filme do Aquaman (2018) conseguiu colocar um polvo tocando bateria, não vejo porque uma trama mais lúdica e fantasiosa como A Pequena Sereia deveria se prender tanto ao realismo.