terça-feira, 23 de janeiro de 2024

Crítica – Reacher: Segunda Temporada

 

Análise Crítica – Reacher: Segunda Temporada

Review – Reacher: Segunda Temporada
Os livros de Jack Reacher são como um feijão com arroz bem temperado. Sim, é uma comida básica, mas satisfaz por trabalhar bem seus ingredientes. Os livros escritos por Lee Child não fazem muito para desafiar elementos típicos da literatura de suspense, apenas os executem com competência suficiente para nos manter interessados. O mesmo vale para a série Reacher, que adapta os livros.

Se o primeiro ano se baseou no primeiro romance protagonizado pelo personagem, a segunda temporada adapta do décimo primeiro livro do investigador militar. É fácil entender o salto, já que esse é considerado um dos melhores livros da série e dá ao espectador a oportunidade de aprender muito sobre o passado do personagem ao fazê-lo se reencontrar com membros de sua antiga unidade do exército.

segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

Crítica – Vidas Passadas

 

Análise Crítica – Vidas Passadas

Review – Vidas Passadas
Nossa concepção de amor romântico gira muito em torno da noção de “alma gêmea”, da ideia de que num mundo com bilhões de pessoas existe uma única pessoa que está destinada a nós e que quando a conhecermos sentiremos um amor tão arrebatador que não teremos outra reação que não perceber que essa é nossa “alma gêmea”. Vidas Passadas, no entanto, indaga sobre essa concepção pensando o quanto do amor e de relacionamentos são uma questão de um momento ideal, de encontrarmos uma pessoa em um tempo específico e em um momento específico e dessa conveniência espaço-temporal que surgiria um relacionamento duradouro. Quando algo não se encaixa, mesmo quando há amor, muitas vezes a relação pode não ir adiante e essas pessoas podem seguir caminhos diferentes, construir vidas com outras pessoas.

A trama é protagonizada por Nora (Greta Lee), uma mulher coreana que imigrou para o Canadá quando tinha doze anos, deixando para trás sua paixão de infância, Hae Sung (Teo Yoo). Alguns anos depois Nora reencontra Hae Sung pela internet e eles retomam a conexão de juventude, mas eles estão por demais focados em seus cotidianos e não tem meios para se reencontrarem presencialmente, então Nora decide se afastar um pouco e dar atenção a carreira que está começando nos Estados Unidos. Algum tempo depois Nora se casa com o escritor Arthur (John Magaro) e anos se passam até que ela retome contato com Hae Sung, que decide ir aos Estados Unidos para vê-la.

sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

Reflexões Boêmias - Piores filmes de 2023

 

Reflexões Boêmias - Worst movies of 2023

Todo início de ano chega o momento de fazer um balanço do ano que passou e pensar nas experiências boas e ruins que tivemos. Com filmes não é diferente e o início do ano é um bom momento para falarmos dos melhores e piores filmes que vimos ao longo do ano que passou. Como gosto de dar as más notícias primeiro, começarei listando os piores filmes. A lista leva em consideração filmes lançados comercialmente no Brasil (em cinema ou streaming) no ano de 2023. Então vamos a eles.

 

quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

Drops – Lift: Roubo nas Alturas

 

Análise Crítica– Lift: Roubo nas Alturas

Review – Lift: Roubo nas Alturas
Conforme começo a escrever essas linhas, me pergunto por que diabos resolvi assisti Lift: Roubo nas Alturas. Talvez tivesse sido o tédio de um sábado ocioso. Talvez eu seja um masoquista. A verdade é que tudo nessa produção gritava ser mais um daqueles filmes descartáveis jogados em streaming que parece ter sido feito por um algoritmo e o resultado é exatamente esse, uma coleção de clichês sem personalidade em uma trama que mal se sustenta e ação desinteressante.

Na trama, Cyrus (Kevin Hart) é um infame criminoso internacional cuja gangue é finalmente pega pela Interpol. A agente Abby (Gugu Mbatha-Raw), que teve um caso com Cyrus no passado, dá a ele uma escolha: ou ser preso ou colaborar com a Interpol e ajudar a interceptar um carregamento de ouro que vai para o criminoso internacional Jorgensen (Jean Reno). Para isso precisarão planejar um audacioso roubo a um avião em pleno voo.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

Crítica – Monarch: Legado de Monstros

 

Análise Crítica – Monarch: Legado de Monstros

Review – Monarch: Legado de Monstros
Não tive lá muito interesse quando soube deste Monarch: Legado de Monstros, série que se passa no mesmo universo dos filmes recentes de Godzilla e King Kong. A impressão é que poderia ser mais um caça-níqueis feito para “expandir o universo”, mas que seria insular às tramas dos filmes e não teria a presença de nada que vemos nos cinemas. Algo como a série dos Agentes da SHIELD, que apenas mencionava alguns eventos dos filmes (e depois de um tempo nem isso), mas tinha uma participação marginal nos acontecimentos do MCU e praticamente nenhuma participação de personagens dos filmes.

Monarch: Legado de Monstros, porém, mostrou que eu estava errado. Não só amplia de modo consistente a mitologia apresentada nos filmes, fazendo conexões entre todas as produções até agora, como também conta uma história mais interessante do que os filmes que fez do Godzilla. Parte disso é porque mantem a trama focada em um grupo restrito de personagens ao invés de se dividir em mais de uma dúzia de pessoas ao redor do globo.

terça-feira, 16 de janeiro de 2024

Crítica – Mergulho Noturno

 

Análise Crítica – Mergulho Noturno

Review – Mergulho Noturno
Nem sempre um bom curta-metragem rende um bom longa. Temos exemplos em que isso funciona muito bem, como Whiplash: Em Busca da Perfeição (2015), que aprofunda as ideias do curta original. Por outro lado, filmes como Mergulho Noturno mostram que algumas ideias se prestam melhor ao formato de curta-metragem.

A trama, escrita e dirigida por Bryce McGuire a partir de seu curta metragem de mesmo nome, acompanha a família de Ray (Wyatt Russell), um jogador de baseball que teve que abandonar a carreira depois de descobrir que tem esclerose múltipla. Como os médicos recomendam que ele pratique natação, o jogador e sua família se mudam para uma casa com piscina. De início o exercício parece fazer bem à saúde de Ray, mas coisas estranhas começam a acontecer com a família dele ao redor da piscina.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

Crítica – Segredos de um Escândalo

 

Análise Crítica – Segredos de um Escândalo

Review – Segredos de um Escândalo
Existe de fato uma maneira completamente objetiva de contar a história de outra pessoa? A história das nossas vidas nos pertence ou é construída de pontos de vista de pessoas externas a nós? Até que ponto as histórias que contamos sobre nós mesmos não são um grande delírio sobre os eventos reais que construímos na tentativa de nos blindar de lidar com as implicações de nossas ações. Dirigido por Todd Haynes Segredos de um Escândalo coloca essas e outras perguntas diante de nós.

A trama acompanha a atriz Elizabeth (Natalie Portman) que está estudando para interpretar uma personagem baseada em uma pessoa real, Gracie (Julianne Moore). Vinte anos atrás Gracie foi presa por manter um relacionamento sexual com um garoto de treze anos. Ao sair da prisão ela retomou o relacionamento e permaneceu casada com o rapaz, Joe (Charles Melton), até o momento em que Elizabeth a procura para fazer o filme. Eles vivem uma existência pacata no interior dos Estados Unidos, ocasionalmente lidando com um ou outro olhar torto, mas parecem uma família estável, com um relacionamento amoroso e dois filhos bem ajustados, embora o mesmo não possa ser dito dos filhos do primeiro casamento de Grace.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

Drops – Do Outro Lado da Dor

Análise Crítica – O Outro Lado da Dor


Review – O Outro Lado da Dor
Luto é um processo e nem todo mundo lida com a perda da mesma maneira. Em alguns casos, como o tratamento de uma doença, podemos até nos prepararmos aos poucos para a perda de alguém, mas pode ser muito mais doloroso quando é uma perda súbita. É isso o que acontece em Do Outro Lado da Dor, escrito, dirigido e estrelado por Dan Levy.

O marido de Marc (Dan Levy) morre depois que seu taxi colide com um motorista bêbado saindo de uma festa de Natal. Um ano depois, Marc ainda sofre com a perda de Oliver (Luke Evans) e finalmente resolve abrir o cartão de Natal que o marido lhe deixou. Lá Marc descobre que Oliver tinha contado que conheceu outra pessoa e investigando o espólio do marido se dá conta que ele tinha alugado um apartamento em Paris e que havia outra pessoa com ele. Marc então decide ir a Paris acompanhado dos amigos Thomas (Himesh Patel) e Sophie (Ruth Negga).

quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

Crítica – Eco

 

Análise Crítica – Eco

Review – Eco
Com uma produção conturbada, a minissérie Eco parecia condenada a não funcionar. Fui assistir seus cinco episódios, que estrearam de vez na Disney+, sem esperar muita coisa e confesso que fiquei positivamente surpreso com sua atmosfera sombria e realismo urbano que remetia aos melhores momentos das séries da Marvel na Netflix, em especial Demolidor.

A trama segue Maya Lopez (Alaqua Cox) depois dos eventos da série do Gavião Arqueiro em que baleou o Wilson Fisk (Vincent D’Onofrio). Maya retorna para sua cidade natal em Oklahoma para se reconectar com a família da qual foi alienada por Fisk. Maya, no entanto, está com a cabeça a prêmio depois do atentado. Isso e o fato de Fisk ter sobrevivido colocam ela e sua família em perigo.

Para quem não viu Gavião Arqueiro, o primeiro episódio da série serve para introduzir novamente Maya, explorando sua tragédia pessoal com a morte do pai, a relação de mentor que ela construiu com Fisk e sua eventual descoberta do que aconteceu com pai. Não é meramente uma recapitulação, já que traz momentos que ampliam nosso conhecimento da personagem e a inserem num contexto maior da cronologia do universo Marvel, incluindo uma luta contra o Demolidor. Apesar disso, o início não afasta a impressão de que seu conteúdo é relativamente redundante e faz a trama principal demorar a engrenar.

quarta-feira, 10 de janeiro de 2024

Rapsódias Revisitadas – Sindicato de Ladrões

 

Crítica – Sindicato de Ladrões

Análise – Sindicato de Ladrões
Em uma determinada cena de Sindicato de Ladrões, o protagonista menciona que ter uma consciência é algo que pode levar uma pessoa à loucura. O filme seminal de Elia Kazan estrelado por Marlon Brando comemora seus 70 anos de lançamento em 2024 e suas reflexões sobre consciência de classe e manter seus princípios diante da corrupção ao nosso redor seguem válidos.

A trama acompanha Terry (Marlon Brando), um ex-boxeador que passou a trabalhar para os mafiosos que controlam o sindicato dos portuários em New Jersey. Quando uma pessoa próxima a Terry é morta por falar contra esses corruptos líderes sindicais e Terry se aproxima da irmã do morto, o ex-boxeador começa a se questionar se proteger esses mafiosos é mesmo a melhor escolha. A narrativa é levemente baseada na história real de um portuário que tentou derrubar o sindicato corrupto de onde trabalhava, mas se na vida real ele fracassou, na ficção Kazan tece uma trama que nos lembra da força que os trabalhadores tem quando se unem, mesmo que seja contra suas supostas lideranças.